A doutrina da reencarnação,ou da Pluralidade das Existências do Espírito no corpo carnal,é a única que satisfaz a razão do homem,e que corresponde á idéia que se tem da justiça de Deus, no tocante ás enormes discrepâncias notadas na face da Terra,quando se analisam as profundas variações que existem entre os encarnados:
as diferentes posições sociais,a vida na pobreza,na miséria,na fome,no frio,nas enfermidades,e a vida na abastança,no poder,na saúde,na satisfação dos sentidos.
A reencarnação é a única lei que pode explicar o futuro e alimentar esperanças,pois é através dela que são facultados os meios de o homem resgatar seus erros,na pauta das provações.
A reencarnação se contrapõe á teoria absurda da unicidade das existências,pela qual o Espírito viveria uma só vez na forma carnal e teria a sua sorte definitivamente selada,após a desencarnação,defrontando-se,então,com o terrível dilema:
Bem-aventurança eterna ou condenação eterna.
A razão indica,e os bons espíritos ensinam,que a doutrina da Reencarnação é altamente consoladora,porque,através dela,o homem compreende que Deus é justo,misericordioso,e a expressão mais elevada do amor e da bondade.
Todos os homens já tiveram várias existências,pois é indubitável que não poderão atingir o estado de pureza numa só vida terrena,geralmente cheia de percalços,de obstáculos de toda sorte,de forma que pela reencarnação expiam as faltas cometidas e poderão assumir o compromisso de novas provas redentoras,regressando á arena de luta que é a terra ou outro planeta. Deus quer que seus filhos se tornem,um dia, no decurso da eternidade, Espíritos bem-aventurados e puros.
Todos os Espíritos caminham rumo á perfeição e Deus lhes faculta o meio de alcança-la,proporcionando-lhes as provações da vida corporal,que se tornarem necessárias para atigirem esse desiderato.
[CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO_FEESP]
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
domingo, 8 de fevereiro de 2009
MATANDO A MORTE
O QUE SOMOS
Creio que o grande desafio do espiritismo é nos ensinar a ‘matar a morte’.
Mas o que seria isso?
Para as pessoas que quando se olham no espelho, não as vê, e sim vêem seu espírito eterno, à essas serão mais tranqüila a passagem pois já compreenderam que não são essa matéria. Para essas, a morte já não existe.
Já os que tem dificuldade em ver algo além da matéria, esses sim passarão pela morte, o que na verdade não passa da perda da matéria que, não somos nós, e sim o que nós nos utilizamos para nos manifestar-mos neste plano.
O CHOQUE DA MORTE
Vamos analisar aqui o porque acontece de tantas pessoas após a passagem, continuarem aqui como os populares encostos, acreditando ainda estarem vivos. A principal causa disso além da ignorância desses espíritos é o choque que causa a experiência da morte. Esse choque é causado pela perda da matéria em que ele acreditava ser ele próprio.
Exemplo do choque; é quando a pessoa perde um ente querido.
Um outro exemplo mais claro, é quando a pessoa tem algum membro decepado num acidente violento. O choque é instantâneo e dura dias, meses ou mais. Imagine então quando ela perde todos os membros, seu corpo todo.
Unindo esse choque com a ignorância espiritual que tornará mais difícil a comunicação com as equipes de resgates do lado de lá, junto com seus esclarecimentos, a pessoa acaba ficando a mercê dos obsessores. Como num sonho ela acredita estar viva e quer continuar com seus afazeres.
MATANDO A MORTE
A morte existe apenas para os ignorantes das verdades do espírito, pois mesmo que tenham uma noção de que são espíritos, ainda não se comportam como tal e vivem em função dos prazeres da matéria.
É realmente difícil compreender como alguém morre e não consegue perceber isso. Como disse, vivem num estado de sonho em que lhes foge a razão.
Para matarmos a morte se faz importante “morrer em vida”, ou seja que desenvolvamos nossas capacidades anímicas que na verdade não passam de extensões e desenvolvimento naturais de nossos sentidos.
O sonho Lúcido seria uma iniciação a morte, pois a pessoa já consegue deter alguma razão enquanto seu corpo repousa.
É importante que trabalhe até que desenvolva um desdobramento consciente, pois quem consegue esse feito de fato matou a morte.
Eu ainda digo que a morte é a perda da razão, pois dizem que morremos todas as noites quando dormimos. E há pessoas que vivem num verdadeiro estado de inconsciência.
Aqueles que tem medo de desenvolver tais capacidades anímicas, pesso que não passem esse medo para seus irmãos pois além de terem freado seu próprio desenvolvimento, inconscientemente trabalham para que o próximo também não progrida.
Dirão que é perigoso e tudo mais, e de fato é se tal desenvolvimento não é obtido paralelamente com o estudo do evangelho ou mesmo já a aquisição de uma moral elevada e controle de nossas fraquezas, pois o astral é campo livre para todas elas.
Uma pessoa consciente e com moral elevada lá, faz muita diferença reforçando o exército da paz. Quanto mais pessoas assim existirem, mais seguro será viajar pelo astral. Esses são os pioneiros que seguem a frente tornando o lugar mais seguro, pois os habitantes da Terra caminham todos para esse desenvolvimento nessa nova era onde a morte deixará de existir.
Desenvolver a capacidade do sonho consciente, evita que na próxima vida, nós nessa não passemos de simples intuição.
....................................................................
Quanto mais avançares, mais e mais serão os perigos que cercarão os teus passos.
O caminho que segue para diante é iluminado por uma chama - a luz da audácia ardendo no coração.
Quanto mais ousares, mais conseguirás.
Quanto mais temeres, mais a luz esmorecerá - e só ela te pode guiar.
(a voz do silencio)
Creio que o grande desafio do espiritismo é nos ensinar a ‘matar a morte’.
Mas o que seria isso?
Para as pessoas que quando se olham no espelho, não as vê, e sim vêem seu espírito eterno, à essas serão mais tranqüila a passagem pois já compreenderam que não são essa matéria. Para essas, a morte já não existe.
Já os que tem dificuldade em ver algo além da matéria, esses sim passarão pela morte, o que na verdade não passa da perda da matéria que, não somos nós, e sim o que nós nos utilizamos para nos manifestar-mos neste plano.
O CHOQUE DA MORTE
Vamos analisar aqui o porque acontece de tantas pessoas após a passagem, continuarem aqui como os populares encostos, acreditando ainda estarem vivos. A principal causa disso além da ignorância desses espíritos é o choque que causa a experiência da morte. Esse choque é causado pela perda da matéria em que ele acreditava ser ele próprio.
Exemplo do choque; é quando a pessoa perde um ente querido.
Um outro exemplo mais claro, é quando a pessoa tem algum membro decepado num acidente violento. O choque é instantâneo e dura dias, meses ou mais. Imagine então quando ela perde todos os membros, seu corpo todo.
Unindo esse choque com a ignorância espiritual que tornará mais difícil a comunicação com as equipes de resgates do lado de lá, junto com seus esclarecimentos, a pessoa acaba ficando a mercê dos obsessores. Como num sonho ela acredita estar viva e quer continuar com seus afazeres.
MATANDO A MORTE
A morte existe apenas para os ignorantes das verdades do espírito, pois mesmo que tenham uma noção de que são espíritos, ainda não se comportam como tal e vivem em função dos prazeres da matéria.
É realmente difícil compreender como alguém morre e não consegue perceber isso. Como disse, vivem num estado de sonho em que lhes foge a razão.
Para matarmos a morte se faz importante “morrer em vida”, ou seja que desenvolvamos nossas capacidades anímicas que na verdade não passam de extensões e desenvolvimento naturais de nossos sentidos.
O sonho Lúcido seria uma iniciação a morte, pois a pessoa já consegue deter alguma razão enquanto seu corpo repousa.
É importante que trabalhe até que desenvolva um desdobramento consciente, pois quem consegue esse feito de fato matou a morte.
Eu ainda digo que a morte é a perda da razão, pois dizem que morremos todas as noites quando dormimos. E há pessoas que vivem num verdadeiro estado de inconsciência.
Aqueles que tem medo de desenvolver tais capacidades anímicas, pesso que não passem esse medo para seus irmãos pois além de terem freado seu próprio desenvolvimento, inconscientemente trabalham para que o próximo também não progrida.
Dirão que é perigoso e tudo mais, e de fato é se tal desenvolvimento não é obtido paralelamente com o estudo do evangelho ou mesmo já a aquisição de uma moral elevada e controle de nossas fraquezas, pois o astral é campo livre para todas elas.
Uma pessoa consciente e com moral elevada lá, faz muita diferença reforçando o exército da paz. Quanto mais pessoas assim existirem, mais seguro será viajar pelo astral. Esses são os pioneiros que seguem a frente tornando o lugar mais seguro, pois os habitantes da Terra caminham todos para esse desenvolvimento nessa nova era onde a morte deixará de existir.
Desenvolver a capacidade do sonho consciente, evita que na próxima vida, nós nessa não passemos de simples intuição.
....................................................................
Quanto mais avançares, mais e mais serão os perigos que cercarão os teus passos.
O caminho que segue para diante é iluminado por uma chama - a luz da audácia ardendo no coração.
Quanto mais ousares, mais conseguirás.
Quanto mais temeres, mais a luz esmorecerá - e só ela te pode guiar.
(a voz do silencio)
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
O EGOÍSMO E O CARMA
No Livro dos Espíritos, Kardec pergunta qual é o maior dos males que existe sobre a Terra. Se você pensa que a resposta foi o assassinato, o suicídio ou o aborto se enganou. A resposta foi a seguinte: o egoísmo.
Enquanto vocês não perceberem que a essência espiritual é sentimento, que a essência do espírito está na energia que se emana na criação dos atos exteriores, continuarão presos a uma dicotomia “bem” e “mal” equivocada, humanizada. Confundimos atitude com ato. A atitude é uma ação interior (aqui reside o livre-arbítrio), enquanto o ato é uma ação exterior (criada por Deus a partir da Lei de causa e efeito). Eu posso ter uma atitude egoísta ou de amor diante de um fato, por exemplo, um acidente, um assalto, um assassinato etc., o ato exterior criado como provação para os espíritos. O nosso livre-arbítrio se concentra no domínio da atitude, mas não na do ato. O ato será aquele que o outro precisa receber. Este está relacionado ao gênero de provas que o outro escolheu vivenciar ou precisa passar, por alguma razão que só Deus o sabe.
Sei que não é fácil compreender que o “bem” e o “mal” estão na energia emanada e não nos atos. Isso é muito abstrato para vocês, mesmos para os espiritualistas. E não digo que só os encarnados não compreendem esse processo, a maior parte dos desencarnados que ainda lutam para se livrar do egoísmo também não entendem isso. Mas Deus permite que se expressem e escrevam livros psicografados com informações de que alguém morre antes da hora prevista, que Deus permite que alguém, encarnado ou desencarnado, interfira na vida do outro, que temos pleno controle sobre nossos pensamentos e atos etc. mesmo que tais informações não apareçam, em nenhum momento, no Livro dos Espíritos, texto que apresenta a relação entre o mundo espiritual e o material, o objetivo primordial do espiritismo, que não é “A doutrina” ou “A religião”, mas apenas uma das faces do espiritualismo, como Kardec bem compreendeu e definiu na introdução do Livro dos Espíritos.
Então, concentrem-se e se esforcem para lutar contra o egoísmo, pois ele é a essência de todos os males da terra. Assim, se ele é o “mal”. Onde está o “bem”? No Amor universal, no Amor incondicional.
Compreendendo e colocando esse ensinamento em prática, será mais fácil aceitar que todos os fenômenos do mundo material serão “bons” ou “maus” segundo as circunstâncias, pois são ilusórios. Eu disse ilusórios e não irreais. Para vocês, espíritos humanizados, eles são bem reais, pois vocês estão programados para sentir, perceber e racionalizar sobre eles. Porém, são apenas energias concentradas e manipuladas pelo sentimento emanado por cada um de vocês.
Vamos pegar um exemplo radical. Todas as religiões, sem exceção, condenam o aborto. Porém, há espíritos que precisam passar pela experiência do aborto. Muitos se encontram atormentados pelo remorso moral, e Deus permite que tais espíritos sejam ligados a um corpo que será abortado ainda na condição de feto. Dessa forma, ao retornar à pátria espiritual, com a memória anterior esquecida, sua recuperação é facilitada.
Assim, minha pergunta é: todo aborto deve ser condenado? Se o aborto é um instrumento de Deus para ajudar a aliviar o sofrimento de alguns espíritos, por que condená-lo pura e simplesmente? O aborto condenável é o voluntário, ou seja, feito com sentimentos egoístas. Um aborto espontâneo ou natural não é condenável, porém, como as religiões condenam todo e qualquer tipo de aborto, inúmeras são as mulheres que sofrem quando acontece um aborto espontâneo, sentindo-se castigadas por Deus etc. porque as religiões simplesmente condenam o aborto e não esclarecem que o aborto também é um instrumento que Deus disponibiliza para a evolução de seus filhos.
O mesmo acontece com todos os demais acontecimentos traumáticos como o assassinato, o suicídio etc. Obviamente, Moisés precisava instituir o “não matarás” porque a humanidade, naquela época, não estava preparada para compreender que matar sem intenção, ou acidentalmente, não gerava pecado. O matar sem sentimentos egoístas é apenas um instrumento para o retorno de um espírito à sua verdadeira pátria, no dia certo e no momento certo. Por exemplo, diariamente, no mundo todo, temos motoristas com lapsos de atenção por alguns segundos invadindo a pista contrária e batendo de frente com outro carro, desencarnando várias pessoas. Isso foi por acaso? Claro que não, os trabalhadores espirituais tem o controle da situação e são orientados por Deus para saber quem precisa desencarnar e de que maneira. Deus sabe, antecipadamente, a hora e a forma da morte de cada um. Você pode até ser religioso, mas não tem Fé em Deus se não acreditar nisso. Se disser da boca para fora que Deus é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas e continuar acusando o próximo de tê-lo ofendido, tê-lo feito sofrer... Então sua fé pode até ser raciocinada, mas não é plena. Não é uma entrega incondicional aos desígnios de Deus. Se continuar acreditando no acaso, na contingência, idem.
Vejam que no capítulo sobre o suicídio, nO Livro dos Espíritos, a resposta sempre trata de suicídio voluntário. Ou seja, quando há intenção de tirar a própria vida, quando o ato é motivado por sentimentos egoístas, o suicídio é contrario às Leis de Deus e, portanto, gerará carma para o espírito. O que isso quer dizer? Que o espírito não sofre porque se suicidou, mas sofre devido à dor moral, ao egoísmo do qual ainda não se libertou. E por que vai para o que vocês chamam de “vale dos suicidas”? Porque ele continua humanizado, ou seja, preso ao ego. Ele se sente culpado ou ainda culpa alguém pelo seu ato. Novamente, a raiz do sofrimento está no egoísmo. Obviamente que este espírito não está mais encarnado, mas ainda se encontra humanizado. Podemos dizer que sua provação e expiação, relacionadas com sua última encarnação ainda não terminaram, daí preferirmos falar que o espírito se humaniza quando inicia uma nova encarnação e só supera essa humanização quando se livra do ego criado para aquela aventura encarnatória, mesmo que já esteja desencarnado.
Por não terem ainda essa compreensão mais ampla, vocês, espíritos humanizados, e os espíritos mais próximos de vocês, que também se encontram humanizados, acreditam, piamente, que possuem “livre-arbítrio” sobre os atos exteriores. Acham que estes podem prejudicar ou ajudar alguém. Porém, mesmo que isso seja de difícil compreensão, saibam que cada um recebe exatamente aquilo que merece receber, naquele exato momento de sua vida. Seus atos exteriores são os instrumentos necessários para que as provas dos outros sejam vividas. Se alguém merece passar pela experiência de ser assaltado, Deus terá que providenciar um ladrão. De alguma forma, ambos terão que ser aproximados para que o encontro pareça casual e a ação carmática possa se realizar. O mesmo acontece para a pessoa que precisa passar pela experiência de ser estuprada, por mais dolorosa que seja essa informação para vocês espíritos humanizados, sobretudo se estão passando pelas provações femininas.
Não estou com isso dizendo que o espírito que foi o instrumento para essa ação carmática é “santo” ou um “missionário”. Ele pode ter agido com sentimentos egoístas, ele pode estar em busca de prazer quando comete esses atos, ele pode ter desejado isso e como disse Buda: “desejo é morte”. Se ele desejou, adquiriu carma. Porém, isso só Deus o sabe. Se assim aconteceu, ou seja, uma atitude egoísta motivou o ato, o espírito pecou, na linguagem cristã.
E se não houve o desejo? Se foi um louco que agiu? O louco não tem responsabilidade sobre os seus atos. Isso está explicito nO Livro dos Espíritos e tanto a medicina como a justiça dos homens também dizem o mesmo. Logo, quando isso ocorre, este ser humanizado está sendo um instrumento inconsciente para que a Lei de causa e efeito se realize, para que cada um possa colher aquilo que semeou alhures e, nesse caso, não houve pecado ou aquisição de carma.
Muitos espiritualistas, mesmo querendo aceitar que nada acontece por acaso, ainda acreditam que morreram inocentes na queda do WTC. Muitos espiritualistas ainda acusam o “livre-arbítrio” do terrorista de ter causado a queda das torres gêmeas. E onde estaria Deus, a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas? Ele teria sido pego de surpresa? Obviamente que não. Logo, aceitem o óbvio. Quem não tinha que desencarnar com a queda das torres, nem pegou o avião ou nem foi trabalhar naquele dia. Estava bem longe dali, com uma forte dor de barriga, levando os filhos para passear, trabalhando em outra cidade etc. Apenas quem precisava estar lá naquele momento foi levado pela espiritualidade e mais ninguém. Tratou-se de um “resgate coletivo”, como vocês dizem.
E o terrorista? Adquiriu carma? Só Deus o sabe. Vai depender da energia interior mobilizada para o ato. Ele agiu motivado pelo amor ou pelo egoísmo? Eu não sei e me abstenho de julgar e condenar alguém. Quem não tiver pecado atire a primeira pedra, disse Jesus. Como eu ainda tenho vários, prefiro me concentrar em tirar a trave que cega meus olhos e deixar cada um com seus argueiros. Mas, apesar disso, mantenho-me sereno e tranqüilo, pois sei que não existem injustiçados ou inocentes em qualquer um dos atos que acontecem sobre a terra. Nenhum livre arbítrio é capaz de superar a Lei inexorável do carma.
Fiquem na paz de Deus
Um amigo do Oriente.
Texto canalizado na ONG Círculo de São Francisco
São Carlos/SP – 28/06/2006.
Enquanto vocês não perceberem que a essência espiritual é sentimento, que a essência do espírito está na energia que se emana na criação dos atos exteriores, continuarão presos a uma dicotomia “bem” e “mal” equivocada, humanizada. Confundimos atitude com ato. A atitude é uma ação interior (aqui reside o livre-arbítrio), enquanto o ato é uma ação exterior (criada por Deus a partir da Lei de causa e efeito). Eu posso ter uma atitude egoísta ou de amor diante de um fato, por exemplo, um acidente, um assalto, um assassinato etc., o ato exterior criado como provação para os espíritos. O nosso livre-arbítrio se concentra no domínio da atitude, mas não na do ato. O ato será aquele que o outro precisa receber. Este está relacionado ao gênero de provas que o outro escolheu vivenciar ou precisa passar, por alguma razão que só Deus o sabe.
Sei que não é fácil compreender que o “bem” e o “mal” estão na energia emanada e não nos atos. Isso é muito abstrato para vocês, mesmos para os espiritualistas. E não digo que só os encarnados não compreendem esse processo, a maior parte dos desencarnados que ainda lutam para se livrar do egoísmo também não entendem isso. Mas Deus permite que se expressem e escrevam livros psicografados com informações de que alguém morre antes da hora prevista, que Deus permite que alguém, encarnado ou desencarnado, interfira na vida do outro, que temos pleno controle sobre nossos pensamentos e atos etc. mesmo que tais informações não apareçam, em nenhum momento, no Livro dos Espíritos, texto que apresenta a relação entre o mundo espiritual e o material, o objetivo primordial do espiritismo, que não é “A doutrina” ou “A religião”, mas apenas uma das faces do espiritualismo, como Kardec bem compreendeu e definiu na introdução do Livro dos Espíritos.
Então, concentrem-se e se esforcem para lutar contra o egoísmo, pois ele é a essência de todos os males da terra. Assim, se ele é o “mal”. Onde está o “bem”? No Amor universal, no Amor incondicional.
Compreendendo e colocando esse ensinamento em prática, será mais fácil aceitar que todos os fenômenos do mundo material serão “bons” ou “maus” segundo as circunstâncias, pois são ilusórios. Eu disse ilusórios e não irreais. Para vocês, espíritos humanizados, eles são bem reais, pois vocês estão programados para sentir, perceber e racionalizar sobre eles. Porém, são apenas energias concentradas e manipuladas pelo sentimento emanado por cada um de vocês.
Vamos pegar um exemplo radical. Todas as religiões, sem exceção, condenam o aborto. Porém, há espíritos que precisam passar pela experiência do aborto. Muitos se encontram atormentados pelo remorso moral, e Deus permite que tais espíritos sejam ligados a um corpo que será abortado ainda na condição de feto. Dessa forma, ao retornar à pátria espiritual, com a memória anterior esquecida, sua recuperação é facilitada.
Assim, minha pergunta é: todo aborto deve ser condenado? Se o aborto é um instrumento de Deus para ajudar a aliviar o sofrimento de alguns espíritos, por que condená-lo pura e simplesmente? O aborto condenável é o voluntário, ou seja, feito com sentimentos egoístas. Um aborto espontâneo ou natural não é condenável, porém, como as religiões condenam todo e qualquer tipo de aborto, inúmeras são as mulheres que sofrem quando acontece um aborto espontâneo, sentindo-se castigadas por Deus etc. porque as religiões simplesmente condenam o aborto e não esclarecem que o aborto também é um instrumento que Deus disponibiliza para a evolução de seus filhos.
O mesmo acontece com todos os demais acontecimentos traumáticos como o assassinato, o suicídio etc. Obviamente, Moisés precisava instituir o “não matarás” porque a humanidade, naquela época, não estava preparada para compreender que matar sem intenção, ou acidentalmente, não gerava pecado. O matar sem sentimentos egoístas é apenas um instrumento para o retorno de um espírito à sua verdadeira pátria, no dia certo e no momento certo. Por exemplo, diariamente, no mundo todo, temos motoristas com lapsos de atenção por alguns segundos invadindo a pista contrária e batendo de frente com outro carro, desencarnando várias pessoas. Isso foi por acaso? Claro que não, os trabalhadores espirituais tem o controle da situação e são orientados por Deus para saber quem precisa desencarnar e de que maneira. Deus sabe, antecipadamente, a hora e a forma da morte de cada um. Você pode até ser religioso, mas não tem Fé em Deus se não acreditar nisso. Se disser da boca para fora que Deus é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas e continuar acusando o próximo de tê-lo ofendido, tê-lo feito sofrer... Então sua fé pode até ser raciocinada, mas não é plena. Não é uma entrega incondicional aos desígnios de Deus. Se continuar acreditando no acaso, na contingência, idem.
Vejam que no capítulo sobre o suicídio, nO Livro dos Espíritos, a resposta sempre trata de suicídio voluntário. Ou seja, quando há intenção de tirar a própria vida, quando o ato é motivado por sentimentos egoístas, o suicídio é contrario às Leis de Deus e, portanto, gerará carma para o espírito. O que isso quer dizer? Que o espírito não sofre porque se suicidou, mas sofre devido à dor moral, ao egoísmo do qual ainda não se libertou. E por que vai para o que vocês chamam de “vale dos suicidas”? Porque ele continua humanizado, ou seja, preso ao ego. Ele se sente culpado ou ainda culpa alguém pelo seu ato. Novamente, a raiz do sofrimento está no egoísmo. Obviamente que este espírito não está mais encarnado, mas ainda se encontra humanizado. Podemos dizer que sua provação e expiação, relacionadas com sua última encarnação ainda não terminaram, daí preferirmos falar que o espírito se humaniza quando inicia uma nova encarnação e só supera essa humanização quando se livra do ego criado para aquela aventura encarnatória, mesmo que já esteja desencarnado.
Por não terem ainda essa compreensão mais ampla, vocês, espíritos humanizados, e os espíritos mais próximos de vocês, que também se encontram humanizados, acreditam, piamente, que possuem “livre-arbítrio” sobre os atos exteriores. Acham que estes podem prejudicar ou ajudar alguém. Porém, mesmo que isso seja de difícil compreensão, saibam que cada um recebe exatamente aquilo que merece receber, naquele exato momento de sua vida. Seus atos exteriores são os instrumentos necessários para que as provas dos outros sejam vividas. Se alguém merece passar pela experiência de ser assaltado, Deus terá que providenciar um ladrão. De alguma forma, ambos terão que ser aproximados para que o encontro pareça casual e a ação carmática possa se realizar. O mesmo acontece para a pessoa que precisa passar pela experiência de ser estuprada, por mais dolorosa que seja essa informação para vocês espíritos humanizados, sobretudo se estão passando pelas provações femininas.
Não estou com isso dizendo que o espírito que foi o instrumento para essa ação carmática é “santo” ou um “missionário”. Ele pode ter agido com sentimentos egoístas, ele pode estar em busca de prazer quando comete esses atos, ele pode ter desejado isso e como disse Buda: “desejo é morte”. Se ele desejou, adquiriu carma. Porém, isso só Deus o sabe. Se assim aconteceu, ou seja, uma atitude egoísta motivou o ato, o espírito pecou, na linguagem cristã.
E se não houve o desejo? Se foi um louco que agiu? O louco não tem responsabilidade sobre os seus atos. Isso está explicito nO Livro dos Espíritos e tanto a medicina como a justiça dos homens também dizem o mesmo. Logo, quando isso ocorre, este ser humanizado está sendo um instrumento inconsciente para que a Lei de causa e efeito se realize, para que cada um possa colher aquilo que semeou alhures e, nesse caso, não houve pecado ou aquisição de carma.
Muitos espiritualistas, mesmo querendo aceitar que nada acontece por acaso, ainda acreditam que morreram inocentes na queda do WTC. Muitos espiritualistas ainda acusam o “livre-arbítrio” do terrorista de ter causado a queda das torres gêmeas. E onde estaria Deus, a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas? Ele teria sido pego de surpresa? Obviamente que não. Logo, aceitem o óbvio. Quem não tinha que desencarnar com a queda das torres, nem pegou o avião ou nem foi trabalhar naquele dia. Estava bem longe dali, com uma forte dor de barriga, levando os filhos para passear, trabalhando em outra cidade etc. Apenas quem precisava estar lá naquele momento foi levado pela espiritualidade e mais ninguém. Tratou-se de um “resgate coletivo”, como vocês dizem.
E o terrorista? Adquiriu carma? Só Deus o sabe. Vai depender da energia interior mobilizada para o ato. Ele agiu motivado pelo amor ou pelo egoísmo? Eu não sei e me abstenho de julgar e condenar alguém. Quem não tiver pecado atire a primeira pedra, disse Jesus. Como eu ainda tenho vários, prefiro me concentrar em tirar a trave que cega meus olhos e deixar cada um com seus argueiros. Mas, apesar disso, mantenho-me sereno e tranqüilo, pois sei que não existem injustiçados ou inocentes em qualquer um dos atos que acontecem sobre a terra. Nenhum livre arbítrio é capaz de superar a Lei inexorável do carma.
Fiquem na paz de Deus
Um amigo do Oriente.
Texto canalizado na ONG Círculo de São Francisco
São Carlos/SP – 28/06/2006.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
INTERAÇÕES COM OS GUIAS
O trabalhador de um grupo mediúnico tem, em geral, oportunidades mais freqüentes de dialogar com guias espirituais do que a maioria das pessoas.
Esse fato, em si, traz a esses trabalhadores uma responsabilidade muito grande, pois o uso adequado daquilo que recebemos de graça nos será cobrado pela nossa consciência quando alcançarmos uma maior evolução intelectual e moral.
É impressindível, assim, que sempre nos questionemos a respeito de como melhor utilizar essa oportunidade tão bela.
Allan Kardec discute em detalhes, no capítulo XXVI de “O Livro dos Médiuns”, a respeito dos tipos de perguntas que devemos levar aos espíritos superiores, os quais têm sempre prazer em respondê-las quando elas nos levam ao bem e ao progresso.
Será que devemos usar o contato freqüente que temos com as entidades para satisfazer curiosidades ou atender necessidades imediatistas referentes à nossa vida pessoal?
Será que devemos “procurar problemas” para trazer à análise de nossos irmãos mais iluminados? Vale meditar a respeito.
Esse tópico se resume em um questionamento:
A que ponto de vibração estamos levando os espíritos que vêm nos ajudar?
Precisamos ter muito cuidado para não canalizar a energia dos nossos iluminados guias para assuntos de ordem material, de natureza inferior.
Essa é parte importantíssima da responsabilidade do grupo de trabalho.
Estejamos sempre, por favor, plenamente conscientes da orientação que queremos dar aos trabalhos.
Nossos mentores vêm auxiliar-nos em nossa evolução moral e intelectual, porém eles precisam de nossa cooperação—através de um trabalho consciente, bem intencionado e responsável—para que consigam nos ajudar com mais eficiência.
Não podemos, nem devemos, censurar todas as perguntas de caráter pessoal e rotulá-las como sendo de finalidade egoísta.
Como pode sempre haver um fim produtivo nessas perguntas, todos os nossos mentores estarão sempre dispostos a nos dar auxílio e orientação quando nos deparamos com dificuldades em nossas vidas.
Devemos manter em mente, no entanto, que, ao nos dispôr ao trabalho na caridade pela mediunidade, devemos antes buscar servir do que ser servido, antes consolar do que ser consolado.
Muitos irmãos em grande sofrimento e ignorância podem encontrar alívio através de nossa mediunidade e, se escolhemos remoer improdutivamente nossos “problemas” quando estamos em condições de trabalhar, não estamos exercendo todo o bem que poderíamos exercer.
Paralelamente, é muito importante que sempre nos lembremos que os “problemas” em nossas vidas são, na verdade, “soluções”, ou seja, oportunidades de crescimento.
Vivenciar esse conhecimento através de uma atitude sempre positiva, que reflita resignação e paciência, é um dos grandes frutos da verdadeira fé.
Nossos mentores nunca vão resolver os nossos “problemas”, pois isso seria um desfavor para nós.
Eles vão, isso sim, nos auxiliar a resolvê-los através de ensinamentos que nos motivem a buscar a fé e o cumprimento da Lei do Amor em nossas vidas.
O Consolador.
Esse fato, em si, traz a esses trabalhadores uma responsabilidade muito grande, pois o uso adequado daquilo que recebemos de graça nos será cobrado pela nossa consciência quando alcançarmos uma maior evolução intelectual e moral.
É impressindível, assim, que sempre nos questionemos a respeito de como melhor utilizar essa oportunidade tão bela.
Allan Kardec discute em detalhes, no capítulo XXVI de “O Livro dos Médiuns”, a respeito dos tipos de perguntas que devemos levar aos espíritos superiores, os quais têm sempre prazer em respondê-las quando elas nos levam ao bem e ao progresso.
Será que devemos usar o contato freqüente que temos com as entidades para satisfazer curiosidades ou atender necessidades imediatistas referentes à nossa vida pessoal?
Será que devemos “procurar problemas” para trazer à análise de nossos irmãos mais iluminados? Vale meditar a respeito.
Esse tópico se resume em um questionamento:
A que ponto de vibração estamos levando os espíritos que vêm nos ajudar?
Precisamos ter muito cuidado para não canalizar a energia dos nossos iluminados guias para assuntos de ordem material, de natureza inferior.
Essa é parte importantíssima da responsabilidade do grupo de trabalho.
Estejamos sempre, por favor, plenamente conscientes da orientação que queremos dar aos trabalhos.
Nossos mentores vêm auxiliar-nos em nossa evolução moral e intelectual, porém eles precisam de nossa cooperação—através de um trabalho consciente, bem intencionado e responsável—para que consigam nos ajudar com mais eficiência.
Não podemos, nem devemos, censurar todas as perguntas de caráter pessoal e rotulá-las como sendo de finalidade egoísta.
Como pode sempre haver um fim produtivo nessas perguntas, todos os nossos mentores estarão sempre dispostos a nos dar auxílio e orientação quando nos deparamos com dificuldades em nossas vidas.
Devemos manter em mente, no entanto, que, ao nos dispôr ao trabalho na caridade pela mediunidade, devemos antes buscar servir do que ser servido, antes consolar do que ser consolado.
Muitos irmãos em grande sofrimento e ignorância podem encontrar alívio através de nossa mediunidade e, se escolhemos remoer improdutivamente nossos “problemas” quando estamos em condições de trabalhar, não estamos exercendo todo o bem que poderíamos exercer.
Paralelamente, é muito importante que sempre nos lembremos que os “problemas” em nossas vidas são, na verdade, “soluções”, ou seja, oportunidades de crescimento.
Vivenciar esse conhecimento através de uma atitude sempre positiva, que reflita resignação e paciência, é um dos grandes frutos da verdadeira fé.
Nossos mentores nunca vão resolver os nossos “problemas”, pois isso seria um desfavor para nós.
Eles vão, isso sim, nos auxiliar a resolvê-los através de ensinamentos que nos motivem a buscar a fé e o cumprimento da Lei do Amor em nossas vidas.
O Consolador.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
VAMPIROS DE ENERGIA
Quem já não passou pela desagradável experiência de se sentir muito mal ao lado de alguém?
Bocejos sucessivos, sonolência, dor de cabeça, irritação, perda de energia, confusão na cabeça, enjôo entre outros. Fenômenos aparecem após um telefonema ou àquela visita inesperada. Mas o pior é quando a pessoa que nos causa tamanho mal faz parte do nosso círculo de amigos, está entre os colegas de trabalho e o pior: na própria família!Por ser o Brasil um país muito místico, é comum ouvirmos regularmente termos como energia positiva, baixo astral, olho gordo, mal olhado, ambiente carregado, entre outras expressões. Mas na verdade são poucos os que sabem explicar de forma clara e objetiva o que tudo isso significa e o vampirismo energético é um dos fenômenos mais comuns e mais mal esclarecidos que existem. O ser humano emana ininterruptamente energia para o meio ambiente, impregnando o local onde permanece e atinge também as outras pessoas com suas vibrações pessoais. Cada um de nós possui um padrão energético que é determinado pelo tipo de pensamentos, sentimentos e condição física. Todos nós já sentimos antipatias gratuitas por determinadas pessoas, sem sequer manter algum tipo de comunicação com elas. O que acontece nesses casos é uma incompatibilidade energética, embora o contato possa até ser amistoso. A mesma regra vale para as relações de simpatia e afinidade.Resumindo: além de todos os tipos de comunicação possíveis: fala, audição, toque, visão, escrita, entre outros, estamos de forma ininterrupta nos comunicando energeticamente, ou seja, o meu campo energético interage com o do ambiente e com o das pessoas com as quais entro em contato.O ideal seria umas comunicações sadias, pautadas pela troca de energias equilibrada e cooperativa. Mas ainda estamos muito longe disso, alguns acabam sugando muita energia e dando muito pouco em troca, desvitalizando assim os ambientes e as pessoas.
Mas, como são criados os vampiros e por que esse fenômeno acontece?
Muito simples, um vampiro de energia é uma pessoa que está em profundo desequilíbrio interno. Frustração, baixa auto-estima, ressentimento, complexo de perseguição e de vítima, insegurança e, acima de tudo, o egoísmo são estados psíquicos que fazem com que a configuração energética da pessoa se torne desequilibrada, afetando negativamente outras pessoas, roubando-lhes assim sua energia vital. Alguns chegam a interferir de forma concreta na vida pessoal de suas vítimas: intrigas, fofocas, competição desleal agravam mais a situação.E o pior é que a vida nas grandes cidades só agrava mais ainda o desequilíbrio das relações entre os seres humanos. O homem moderno se afastou da natureza, que é nossa maior fonte de alimento energético. Não existe nada comparável a um banho de mar, rio ou cachoeira, o contato com plantas e animais, o ar puro de uma montanha ou o silêncio do campo para reciclar e repor as energias. Outra fonte importante é o sono e ninguém melhor do que o homem moderno para enumerar os efeitos nocivos das noites mal dormidas. Não temos, portanto, uma fonte eficiente de alimento e troca para reciclar as energias estáticas. Somamos a isso nossos desequilíbrios pessoais e o resultado é um contingente enorme de seres desvitalizados e famintos de energia. A única saída para esses seres é roubar da pessoa mais próxima.A competitividade dos ambientes de trabalho também é outro fator negativo. É cada um por si e todos querendo passar a perna em todos. Não somos educados para a cooperação e para a vida em comunidade. Acabamos nos fechando em nosso mundo pessoal e encarando nossos semelhantes como ameaças à nossa felicidade.
NÃO EXISTE UM MÉTODO INFALÍVEL PARA COMBATER OS VAMPIROS, O MELHOR É APRENDER A LIDAR COM ELES
A melhor tática é a segurança interior e o conhecimento do modus operandi dos vampiros, ou seja, se eu sei como ele pensa e age, posso estabelecer uma conduta eficaz para combatê-lo.Existem algumas táticas infalíveis utilizadas pelos vampiros para nos desestabilizar energeticamente e assim roubar nossa força vital. As mais comuns são o medo e a culpa. Irritação também desequilibra profundamente nosso campo energético.
A regra é:
NÃO FAZER O JOGO DO OUTRO.
Se você sabe que alguém quer lhe provocar, fique calmo. Observe o outro e descubra suas fraquezas e vulnerabilidades e, a seus olhos, ele deixará de ser um bicho papão. Não entre na onda de negatividade que está no ar, fuja das conversas fiadas e, por fim, conheça-se muito bem. Se você sabe os seus pontos fracos pode mapear por onde o vampiro tentará o ataque. Cuidar da saúde e vitalidade físicas e buscar equilíbrio mental e emocional ajudarão no sentido de criar um campo energético forte e menos vulnerável às energias externas. Outra dica valiosa é cultivar a compreensão e compaixão, que são estados de espírito absolutamente positivos e fortalecedores. Lembre-se que um vampiro, acima de qualquer maldade (90% deles operam de forma inconsciente), são pessoas em profundo desequilíbrio e que precisam de ajuda.
Embora nunca devamos esquecer que, caso esse ser errante não aceite ajuda e esclarecimento, muitas vezes afastá-lo do grupo é o melhor remédio. É aquela velha história: um fruto podre no balaio...Mas como nem sempre é possível afastar certas pessoas como um familiar, por exemplo, o melhor é tentar entender porque aquela pessoa está em nossa vida. Muitas vezes as pessoas problemáticas são verdadeiros instrutores na medida em que nos incentivam a cultivar a paciência, a compreensão, a criatividade ou o perdão. Mas em qualquer situação a conselho é sempre o mesmo: nunca se misture com a energia do vampiro. Mantenha sempre a calma, o bom humor e a positividade, que sem dúvida são nossas maiores defesas.
.Mas antes de apontar o dedo para o próximo descobrindo vampiros em seus relacionamentos, faça um exame profundo em suas atitudes e observe se você não anda 'pegando emprestada' a energia dos outros também!CONHEÇA OS PRINCIAPIS TIPOS DE VAMPIROSO jornalista Luís Pellegrini, em matéria publicada na revista Planeta, fez uma relação muito boa dos dez tipos mais comuns de vampiros.
Baseados nessa matéria vamos enumerar alguns.
Você também pode descobrir outros tipos.
Divirta-se, afinal o bom humor é a melhor defesa!
A) Vampiro Cobrador:
Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, quer logo saber por que não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas.O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar porque ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.
B) Vampiro Crítico:
Só sabe criticar. Todas as observações são negativas e destrutivas. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá sue sistema para que a energia seja sugada. Diga "não" a suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração.
C) Vampiro Adulador:
è o famoso Puxa-saco. Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.
D) Vampiro Reclamador:
è aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida, do governo, do tempo.... Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. È o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.
E) Vampiro Inquiridor:
Sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade ele não quer respostas e sim apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos.Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente., e procure se afastar assim que possível.
F) Vampiro Lamentoso:
São os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima. Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.
G) Vampiro Pegajoso:
Investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades.Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável.
H) Vampiro Grilo-Falante:
A porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.
I) Vampiro Hipocondríaco: Cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros , despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os por menores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois se sente péssimo.
J) Vampiro Encrenqueiro:
para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.
Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.
Vera Caballero - Terapeuta Holística
Bocejos sucessivos, sonolência, dor de cabeça, irritação, perda de energia, confusão na cabeça, enjôo entre outros. Fenômenos aparecem após um telefonema ou àquela visita inesperada. Mas o pior é quando a pessoa que nos causa tamanho mal faz parte do nosso círculo de amigos, está entre os colegas de trabalho e o pior: na própria família!Por ser o Brasil um país muito místico, é comum ouvirmos regularmente termos como energia positiva, baixo astral, olho gordo, mal olhado, ambiente carregado, entre outras expressões. Mas na verdade são poucos os que sabem explicar de forma clara e objetiva o que tudo isso significa e o vampirismo energético é um dos fenômenos mais comuns e mais mal esclarecidos que existem. O ser humano emana ininterruptamente energia para o meio ambiente, impregnando o local onde permanece e atinge também as outras pessoas com suas vibrações pessoais. Cada um de nós possui um padrão energético que é determinado pelo tipo de pensamentos, sentimentos e condição física. Todos nós já sentimos antipatias gratuitas por determinadas pessoas, sem sequer manter algum tipo de comunicação com elas. O que acontece nesses casos é uma incompatibilidade energética, embora o contato possa até ser amistoso. A mesma regra vale para as relações de simpatia e afinidade.Resumindo: além de todos os tipos de comunicação possíveis: fala, audição, toque, visão, escrita, entre outros, estamos de forma ininterrupta nos comunicando energeticamente, ou seja, o meu campo energético interage com o do ambiente e com o das pessoas com as quais entro em contato.O ideal seria umas comunicações sadias, pautadas pela troca de energias equilibrada e cooperativa. Mas ainda estamos muito longe disso, alguns acabam sugando muita energia e dando muito pouco em troca, desvitalizando assim os ambientes e as pessoas.
Mas, como são criados os vampiros e por que esse fenômeno acontece?
Muito simples, um vampiro de energia é uma pessoa que está em profundo desequilíbrio interno. Frustração, baixa auto-estima, ressentimento, complexo de perseguição e de vítima, insegurança e, acima de tudo, o egoísmo são estados psíquicos que fazem com que a configuração energética da pessoa se torne desequilibrada, afetando negativamente outras pessoas, roubando-lhes assim sua energia vital. Alguns chegam a interferir de forma concreta na vida pessoal de suas vítimas: intrigas, fofocas, competição desleal agravam mais a situação.E o pior é que a vida nas grandes cidades só agrava mais ainda o desequilíbrio das relações entre os seres humanos. O homem moderno se afastou da natureza, que é nossa maior fonte de alimento energético. Não existe nada comparável a um banho de mar, rio ou cachoeira, o contato com plantas e animais, o ar puro de uma montanha ou o silêncio do campo para reciclar e repor as energias. Outra fonte importante é o sono e ninguém melhor do que o homem moderno para enumerar os efeitos nocivos das noites mal dormidas. Não temos, portanto, uma fonte eficiente de alimento e troca para reciclar as energias estáticas. Somamos a isso nossos desequilíbrios pessoais e o resultado é um contingente enorme de seres desvitalizados e famintos de energia. A única saída para esses seres é roubar da pessoa mais próxima.A competitividade dos ambientes de trabalho também é outro fator negativo. É cada um por si e todos querendo passar a perna em todos. Não somos educados para a cooperação e para a vida em comunidade. Acabamos nos fechando em nosso mundo pessoal e encarando nossos semelhantes como ameaças à nossa felicidade.
NÃO EXISTE UM MÉTODO INFALÍVEL PARA COMBATER OS VAMPIROS, O MELHOR É APRENDER A LIDAR COM ELES
A melhor tática é a segurança interior e o conhecimento do modus operandi dos vampiros, ou seja, se eu sei como ele pensa e age, posso estabelecer uma conduta eficaz para combatê-lo.Existem algumas táticas infalíveis utilizadas pelos vampiros para nos desestabilizar energeticamente e assim roubar nossa força vital. As mais comuns são o medo e a culpa. Irritação também desequilibra profundamente nosso campo energético.
A regra é:
NÃO FAZER O JOGO DO OUTRO.
Se você sabe que alguém quer lhe provocar, fique calmo. Observe o outro e descubra suas fraquezas e vulnerabilidades e, a seus olhos, ele deixará de ser um bicho papão. Não entre na onda de negatividade que está no ar, fuja das conversas fiadas e, por fim, conheça-se muito bem. Se você sabe os seus pontos fracos pode mapear por onde o vampiro tentará o ataque. Cuidar da saúde e vitalidade físicas e buscar equilíbrio mental e emocional ajudarão no sentido de criar um campo energético forte e menos vulnerável às energias externas. Outra dica valiosa é cultivar a compreensão e compaixão, que são estados de espírito absolutamente positivos e fortalecedores. Lembre-se que um vampiro, acima de qualquer maldade (90% deles operam de forma inconsciente), são pessoas em profundo desequilíbrio e que precisam de ajuda.
Embora nunca devamos esquecer que, caso esse ser errante não aceite ajuda e esclarecimento, muitas vezes afastá-lo do grupo é o melhor remédio. É aquela velha história: um fruto podre no balaio...Mas como nem sempre é possível afastar certas pessoas como um familiar, por exemplo, o melhor é tentar entender porque aquela pessoa está em nossa vida. Muitas vezes as pessoas problemáticas são verdadeiros instrutores na medida em que nos incentivam a cultivar a paciência, a compreensão, a criatividade ou o perdão. Mas em qualquer situação a conselho é sempre o mesmo: nunca se misture com a energia do vampiro. Mantenha sempre a calma, o bom humor e a positividade, que sem dúvida são nossas maiores defesas.
.Mas antes de apontar o dedo para o próximo descobrindo vampiros em seus relacionamentos, faça um exame profundo em suas atitudes e observe se você não anda 'pegando emprestada' a energia dos outros também!CONHEÇA OS PRINCIAPIS TIPOS DE VAMPIROSO jornalista Luís Pellegrini, em matéria publicada na revista Planeta, fez uma relação muito boa dos dez tipos mais comuns de vampiros.
Baseados nessa matéria vamos enumerar alguns.
Você também pode descobrir outros tipos.
Divirta-se, afinal o bom humor é a melhor defesa!
A) Vampiro Cobrador:
Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, quer logo saber por que não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas.O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar porque ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.
B) Vampiro Crítico:
Só sabe criticar. Todas as observações são negativas e destrutivas. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá sue sistema para que a energia seja sugada. Diga "não" a suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração.
C) Vampiro Adulador:
è o famoso Puxa-saco. Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.
D) Vampiro Reclamador:
è aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida, do governo, do tempo.... Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. È o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.
E) Vampiro Inquiridor:
Sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade ele não quer respostas e sim apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos.Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente., e procure se afastar assim que possível.
F) Vampiro Lamentoso:
São os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima. Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.
G) Vampiro Pegajoso:
Investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades.Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável.
H) Vampiro Grilo-Falante:
A porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.
I) Vampiro Hipocondríaco: Cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros , despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os por menores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois se sente péssimo.
J) Vampiro Encrenqueiro:
para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.
Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.
Vera Caballero - Terapeuta Holística
TRABALHOS ENCOMENDADOS E PROMESSAS DE SOLUÇÕES
O que pensar desses anúncios vinculados em jornais ou panfletos distribuídos nas ruas que prometem a solução de nossos problemas amorosos, financeiros e de saúde?
Eles funcionam mesmo?
Trazem a solução tão desejada?
Acredito que existam dois aspectos que devam ser analisados.
O primeiro refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução.
O segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.
Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas vertentes.
A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a solução do mesmo.
Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer, pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do que estão passando.
Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.
A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do solicitante.
Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego, pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem pelo desencarne de “beltrano”. Francamente!
Mas, esses “trabalhos” funcionam?
Certamente que sim! Não para todos, mas para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta sintonia entre essas quatro coisas.
Mas quem executa esses trabalhos em nível astral?
Espíritos que trabalham com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado. Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber, urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc. E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações. Muitos se agregam aos médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do bem e da caridade.
Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias, carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).
A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.
O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na busca da evolução.
No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.
Exu é passional?
Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém, portanto Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados, estes sim mais apegados as necessidades terrenas.
Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando as coisas.
O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.
Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através da força dos que realmente amam a Umbanda.
Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery
Mensagem a ser publicada no livro
"Umbanda - Mitos e Realidade" (no prelo)
Eles funcionam mesmo?
Trazem a solução tão desejada?
Acredito que existam dois aspectos que devam ser analisados.
O primeiro refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução.
O segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.
Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas vertentes.
A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a solução do mesmo.
Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer, pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do que estão passando.
Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.
A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do solicitante.
Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego, pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem pelo desencarne de “beltrano”. Francamente!
Mas, esses “trabalhos” funcionam?
Certamente que sim! Não para todos, mas para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta sintonia entre essas quatro coisas.
Mas quem executa esses trabalhos em nível astral?
Espíritos que trabalham com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado. Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber, urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc. E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações. Muitos se agregam aos médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do bem e da caridade.
Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias, carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).
A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.
O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na busca da evolução.
No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.
Exu é passional?
Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém, portanto Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados, estes sim mais apegados as necessidades terrenas.
Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando as coisas.
O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.
Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através da força dos que realmente amam a Umbanda.
Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery
Mensagem a ser publicada no livro
"Umbanda - Mitos e Realidade" (no prelo)
domingo, 1 de fevereiro de 2009
CAMARINHA,RONCÓ,RECOLHIMENTO
A intenção de Seu Pinga-Fogo é que esse texto seja entregue para todos os filhos que forem passar por uma camarinha.
Na benção do reencontro com a tua força original na camarinha, pedimos a Deus que te ajuste as energias, a fim de que possas cumprir tua missão no campo físico, da maneira mais aproveitada possível, em plena sintonia com as vibrações que regem tua estadia na Terra.
Lembre que somos seres espirituais usando esta oportunidade maravilhosa da reencarnação no objetivo do progresos da alma, em todos os aspectos. A vitalidade e a energia que te mantém ligada/o ao corpo físico são dádivas concedidas pelo Criador. Tu és a/o única/o responsável pela administração de tuas próprias forças.
Busque o equilíbrio pleno de tuas vibrações e veja teu corpo físico como o passaporte para a tua purificação e teu progresso. Necessário se faz o recolhimento dentro de ti, para que possas enxergar o objetivo nobre do espírito na matéria (Terra) e para que, nessa introspecção, entres em sintonia com o supremo Amor do Criador. Assim, ao regressares ao cotidiano, encontrarás a renovação na tua realidade atual, usando o teu tempo e as circunstâncias como um trampolim para tua ascenção espiritual.
Na busca do ajuste espiritual, estás ligada/o à matéria, que é o maior instrumento de purificação da energia. O teu espírito já trás consigo a tua personalidade e tuas bagagens de outras eras, que refletem no teu dia-a-dia no campo das emoções e nas atitudes.
Através do estudo realizado sobre os orixás que regem as energias que vibram em teu processo evolutivo atual, colaboras para que atinja uma maior compreensão de ti mesma/o, te ajudando na busca do equilíbrio.
A análise dos teus orixás não representa lista de fatalidades, pois o teu destino está em tuas mãos. Todos temos deficiências a serem superadas, mas, na resolução de ser feliz, recolha-te em viagem interior e, em uma análise de tuas tendências, siga o caminho, agora de forma mais consciente, do auto-burilamento.
Exu Pinga Fogo
Na benção do reencontro com a tua força original na camarinha, pedimos a Deus que te ajuste as energias, a fim de que possas cumprir tua missão no campo físico, da maneira mais aproveitada possível, em plena sintonia com as vibrações que regem tua estadia na Terra.
Lembre que somos seres espirituais usando esta oportunidade maravilhosa da reencarnação no objetivo do progresos da alma, em todos os aspectos. A vitalidade e a energia que te mantém ligada/o ao corpo físico são dádivas concedidas pelo Criador. Tu és a/o única/o responsável pela administração de tuas próprias forças.
Busque o equilíbrio pleno de tuas vibrações e veja teu corpo físico como o passaporte para a tua purificação e teu progresso. Necessário se faz o recolhimento dentro de ti, para que possas enxergar o objetivo nobre do espírito na matéria (Terra) e para que, nessa introspecção, entres em sintonia com o supremo Amor do Criador. Assim, ao regressares ao cotidiano, encontrarás a renovação na tua realidade atual, usando o teu tempo e as circunstâncias como um trampolim para tua ascenção espiritual.
Na busca do ajuste espiritual, estás ligada/o à matéria, que é o maior instrumento de purificação da energia. O teu espírito já trás consigo a tua personalidade e tuas bagagens de outras eras, que refletem no teu dia-a-dia no campo das emoções e nas atitudes.
Através do estudo realizado sobre os orixás que regem as energias que vibram em teu processo evolutivo atual, colaboras para que atinja uma maior compreensão de ti mesma/o, te ajudando na busca do equilíbrio.
A análise dos teus orixás não representa lista de fatalidades, pois o teu destino está em tuas mãos. Todos temos deficiências a serem superadas, mas, na resolução de ser feliz, recolha-te em viagem interior e, em uma análise de tuas tendências, siga o caminho, agora de forma mais consciente, do auto-burilamento.
Exu Pinga Fogo
sábado, 31 de janeiro de 2009
ELEMENTAIS DA NATUREZA
Todos os reinos da natureza são povoados por seres vivos imateriais, que vivificam e guardam essas dimensões vibratórias, que constituem seu habitat. Em princípio, todos os espíritos da natureza podem ser utilizados pelos homens nas mais variadas tarefas espirituais, para fins úteis. Estes seres, veladores silenciosos que são, cuidam da proteção energética de Planetas, Sistemas, Universos, Galáxias. São encarregados também da recepção dos apelos dos seres humanos, energizando-os e elevando-os ao Pai, recolocando-os qualificados e atendidos diretamente ao alcance da humanidade.
Devemos a Paracelsus, Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, químico e médico, nascido na Suíça em 1493, teoricamente desencarnado em 1541, a criação da denominação classificatória dos elementais.
“Teoricamente”, porque nunca foram encontrados os seus restos mortais. Paracelsus, foi um dos personagens vividos por nosso querido Mestre Ascencionado Saint Germain.
Elemental significa “Espírito Divino”. El = senhor; mental = vibração mental superior. Estes são os espíritos da natureza.
Deus, concedeu a três Reinos, paralelamente, a oportunidade de evolução e estes três Reinos são: Elemental, Angelical e Humano.
A história mesmo fala sobre os seres elementais, desde a mais remota antiguidade. E, os antepassados de toda a humanidade legaram inúmeros relatos a respeito dos mesmos.
No início da humanidade na Terra, os seres da natureza, encarregados de cada elemento, cuidaram para que tudo fosse feito com exatidão e ordem:
1) - A Terra ainda sendo uma massa de gases de matéria incandescente radioativa, coube naquele momento aos elementais do fogo executarem seu trabalho;
2) - Na época dos grandes ventos, os elementais do ar, zelaram pela evolução desses gases de modo a tornar o ambiente apto a receber formas de vida:
3) - Quando esses gases se precipitaram sobre a água, os elementais da água modificaram o aspecto denso desse líquido;
4) - Então, iniciou-se a solidificação, surgindo aos poucos os continentes que foram fertilizados pelos elementais da terra.
A criação representa um todo inseparável, uma corrente cujos elos não podem ser rompidos.
Os Elementais são os dinamizadores das energias das formas e integram-se aos Elementos da Natureza:
Elemento Terra: Esse elemento e seus dinamizadores trabalham para que a humanidade tenha corpos perfeitos, e possam desenvolver suas atividades espirituais a nível cósmico. A ação qualificadora destes seres é representada por vulcões e terremotos. No nosso corpo, este elemento é representado pelos sais minerais. Livres da ganância, nos aproximamos dos Seres da Terra.
Trabalhando com a terra temos: Os Gnomos e os Duendes, que são entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Têm a forma semelhante aos anões e atuam sobre tudo e, sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas, dando sinais através de Bicho de Pau, cobras e aves como a Graúna, Melro e semelhantes. Altura aproximada de 15 a 20 cm.
Elemento Água: Este elemento e os seres que fazem parte dele estão relacionados ao nosso corpo emocional, tendo a função de depurá-lo. No plano físico, são grandes agentes de purificação da atmosfera e principalmente na agricultura. Sua ação qualificadora é demonstrada em enchentes, maremotos etc. No corpo humano, o elemento líquido representa 70% do seu volume. Livres das fraquezas, através da firmeza, nos aproximamos dos Seres da Água.
Trabalhando com a água temos: As Ondinas ou Ninfas, que são entidades do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras, semelhantes às graciosas mocinhas de cabelos longos. Comandam toda a fauna aquática e podem encaixar (incorporar) na forma de sereias, dragões, serpentes marinhas, gaivotas, etc... Altura aproximada de 30 cm.
Elemento Fogo: Esse elemento, e todos os seres que habitam o mesmo, representam a maior força possível, uma vez que são a expressão do próprio Fogo Sagrado de onde provém as várias chamas atuantes nos universos. A ação qualificadora deste elemento provém das atividades vulcânicas e grandes queimadas. No corpo humano, esse elemento funciona através da temperatura, expressões emotivas e psíquicas. Dominando as nossas paixões, nos aproximamos desses seres.
Trabalhando com o fogo temos: As Salamandras, que são entidades diretas do fogo, que não possuem forma definida. Tem-se, quando as vemos, a impressão de uma forma fundamentalmente humana, o rosto, quando não é velado pelas chamas, é de aparência humana, mas a maior parte das vezes apresentam-se na forma de lagartixas, camaleões ou escorpiões. Altura aproximada de 70 a 90 cm.
Elemento Ar: Esse elemento e seus dinamizadores são de extrema importância, para a manutenção da vida no plano físico. Sem o Ar, o ser humano não pode sobreviver. A atividade benéfica dos Seres do Ar é sentida na brisa, no impulso dos barcos, navios e aviões. Sua atividade qualificadora está nos furacões, ciclones, tempestades. No corpo do homem o ar está na respiração, no alento divino. Com a constância, o homem aproxima-se dos seres do ar.
Trabalhando com o ar temos: Os Silfos, que são entidades de pequena estatura, de poderes mágicos, que os diferem dos outros espíritos da natureza, por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi-sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc... Altura aproximada de 10 cm.
Além dos irmãozinhos acima relacionados temos ainda as Fadas, os Elfos e o as Avissais, que especifico abaixo com mais alguns detalhes:
Fadas - Elementais Ecléticos: São entidades voláteis, que atuam em todos os reinos da natureza, segundo a necessidade ou ordens recebidas. Apresentam-se muito belas e esvoaçantes em fascinantes evoluções, interferindo na coloração e matiz de tudo que existe no planeta. Altura aproximada de 30 cm.
Elfos – Elementais dos Metais: São entidades em muito semelhante aos SILFOS, sem forma corpórea definida, pois aparecem, da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. Por serem elementais belicosos, atuam amiúde através de cães, gatos e galos de briga. Altura aproximada de 20 cm.
Avissais - Elementais da Terra: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, e apresentam-se em massa disforme, porém bem densa e atuam na água e na terra.
a) Na água: Através dos cavalos marinhos, peixes-espada, camarões e crustáceos em geral, pois são seres que se alimentam do lodo aquático.
b) Na terra: Através das minhocas, lesmas, caramujos e semelhantes, pois são seres que se alimentam da umidade do lodo da terra.
OS ELEMENTAIS DA NATUREZA E A UMBANDA
Na Umbanda, invocam-se representantes das 7 linhas dentre as quais, os Caboclos, Marujos, Pretos Velhos, etc. Muitos "trabalhos" de magia negra, são jogados no mar ou em rios que dificultam a sua localização para o "desmanche", nesses casos, podemos invocar esses trabalhadores para que os localizem e os tragam para que se possa desfazer o mal feito.
Faço a seguir um comparativo, com o intuito de ajudar e complementar o seu entendimento sobre nossos irmãozinhos energéticos, aliando-os ao plano dos orixás.
Plano 7 – Chacra Coronário – Oxalá – Silfos
Plano 6 – Chacra Frontal – Senhoras – Ondinas ou Ninfas
Plano 5 – Chacra Laríngeo – Ibeji – Fadas
Plano 4 – Chacra Cardíaco – Xangô – Salamandras
Plano 3 – Chacra Plexo Solar – Ogum – Elfos
Plano 2 – Chacra Umbilical – Oxossi – Gnomos e Duendes
Plano 1 – Chacra Básico – Almas – Avissais
Os elementais ou espíritos da natureza são naturalmente puros. Não se contaminam com dúvidas dissociativas, com egoísmo ou com inveja, como acontece com os homens, a não ser que sejam deturpados. Predominam, neles, inocência e ingenuidade cristalinas. Prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar nossas ordens.
Nunca, porém, devemos utilizá-los em tarefas menos dignas, ou a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes. Aquilo que fizerem de errado, enganados por nós, refluirá inevitavelmente em prejuízo de nós próprios (Lei do Carma).
Além disso, devemos utilizar os seus serviços na justa medida da tarefa a executar, para que eles não se escravizem aos nossos caprichos e interesses. Nunca esqueçamos de que eles como nós, são seres livres, que vivem na Natureza e nela fazem sua evolução e que nós mesmos para chegarmos onde hoje estamos, passamos por esse processo de evolução.
Podemos convocá-los ao serviço do Amor, para o bem de nossos semelhantes já que, com isso, lhes aceleramos a evolução. Mas é preciso respeitá-los e muito.
Se deles fizermos escravos, ficaremos responsáveis por seus destinos, mesmo porque eles não mais nos abandonam, exigindo amparo e proteção como se fossem animaizinhos domésticos. Com isso, podem nos prejudicar, embora não se dêem conta disso.
As Leis Divinas devem ser observadas. Terminada a tarefa que lhes confiamos, cumpre liberá-los imediatamente, agradecendo a colaboração e pedindo a Deus que os abençoe.
Evolução
A escalada da evolução, parte dos pequenos elementais da terra seguindo até os dirigentes de grandes extensões e compreensão, chamados Devas e Elohim.
Elohim: São os dirigentes do Reino, ponto alto da Hierarquia Elemental. Trabalham junto aos Mestres Ascensionados e Arcanjos. São doadores do modelo divino para formação dos espaços materiais.
Deva: Palavra sânscrita que significa “Ser Brilhante”. São encarregados da dinamização de grandes áreas como: mares, florestas, cadeias de montanhas, grandes árvores, tendo a seu encargo a instrução de seres menores no trabalho da natureza.
A invisibilidade desses seres
Os materialistas, não acreditam na existência dos Seres da Natureza alegando não serem visíveis. A invisibilidade desses seres é explicada pelo fato de serem formas etéricas, habitantes de planos energéticos com múltiplas graduações, não perceptíveis aos olhos humanos.
Muitas observações mostram que os Elementais usam duas formas distintas:
a) O Corpo Astral Permanente.
b) Um veículo etérico materializado temporariamente.
As ações resultantes do seu trabalho, sim, são visíveis. Como exemplo histórico, cito a Comunidade de Findhorn (Escócia). Num local totalmente impróprio para a agricultura, fizeram surgir, com sua orientação, flores, verduras, árvores frutíferas etc. Na ocasião (1962), este fato chamou atenção das autoridades governamentais do país, que mandaram examinar o local.
Nos exames foi constatada ausência de qualquer ingrediente químico e que a terra havia sido enriquecida de forma natural e inteligente. Participemos junto aos Elementais na evolução do Planeta Terra. Assim teremos efetuado nosso papel como co-criadores universais.
A pergunta que fica é: Por que insistimos tanto em não vermos quem de fato somos? Muita coisa poderia ser diferente em nossas vidas, bastando apenas que prestássemos um pouco mais de atenção à nossa volta!
Família Cósmica
Temos uma família cósmica que nos acompanha na caminhada da Evolução. Façamos com eles então uma aliança de intenções, para que nos ajudem a manter a saúde em nossos corpos, o que nos manterá saudáveis e conectados com nossa divindade interna.
Sintonizando o Reino dos Elementais
Condições ideais para contatar os Elementais:
1) Com base nas condições climáticas, podemos ser ajudados no contato:
Primavera: Terra / Água = Junho, Julho, Agosto.
Inverno: Água / Ar = Março, Abril, Maio.
Outono: Ar / Fogo = Dezembro, Janeiro, Fevereiro.
Verão: Fogo / Terra = Setembro, Outubro, Novembro.
2) Tendo como base o signo:
Elemento
Signo
Elemental
Fogo
Áries / Leão / Sagitário
Salamandra
Terra
Touro / Capricórnio / Virgem
Gnomo
Ar
Gêmeos / Libra / Aquário
Silfo
Água
Câncer / Escorpião / Peixes
Ondina
Éter
É a substância de onde emanam todos os elementos da criação, elementais e signos.
Filhos da Terra
Estes terão de encarar o desafio de enfrentar os estímulos energéticos do mundo ao redor. É importante revigorar a conexão com a energia do gnomo pessoal andando descalço no barro ou grama. Passar algum tempo junto a plantas e árvores. São ligados ao Arcanjo Uriel.
Filhos da Água
Nestes predomina o intenso envolvimento emocional. Necessitam da a proximidade com a água. A imersão total é o ideal, pois fortalece a ondina pessoal, uma vez que a água é sua força equilibradora. São ligados ao Arcanjo Gabriel.
Filhos do Ar
Nestes predomina a ordem mental e o envolvimento social. Para recarregar o elemento primordial e fortalecer o silfo pessoal, precisam de ar puro e eletricamente carregado. Topos de montanha, locais afastados da umidade, onde o ar é seco e vivificante, é muito bom para reconectá-los. São ligados ao Arcanjo Rafael.
Filhos do Fogo
As pessoas do fogo necessitam de muito sol e atividades vigorosas para realimentar seus veículos. Necessitam passar bastante tempo ao ar livre. Os lugares onde o sol brilha com força e intensidade são essenciais a sua saúde e ligação com a salamandra pessoal, bem como com os demais elementos.
São ligados ao Arcanjo Miguel.
Palermo
Devemos a Paracelsus, Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, químico e médico, nascido na Suíça em 1493, teoricamente desencarnado em 1541, a criação da denominação classificatória dos elementais.
“Teoricamente”, porque nunca foram encontrados os seus restos mortais. Paracelsus, foi um dos personagens vividos por nosso querido Mestre Ascencionado Saint Germain.
Elemental significa “Espírito Divino”. El = senhor; mental = vibração mental superior. Estes são os espíritos da natureza.
Deus, concedeu a três Reinos, paralelamente, a oportunidade de evolução e estes três Reinos são: Elemental, Angelical e Humano.
A história mesmo fala sobre os seres elementais, desde a mais remota antiguidade. E, os antepassados de toda a humanidade legaram inúmeros relatos a respeito dos mesmos.
No início da humanidade na Terra, os seres da natureza, encarregados de cada elemento, cuidaram para que tudo fosse feito com exatidão e ordem:
1) - A Terra ainda sendo uma massa de gases de matéria incandescente radioativa, coube naquele momento aos elementais do fogo executarem seu trabalho;
2) - Na época dos grandes ventos, os elementais do ar, zelaram pela evolução desses gases de modo a tornar o ambiente apto a receber formas de vida:
3) - Quando esses gases se precipitaram sobre a água, os elementais da água modificaram o aspecto denso desse líquido;
4) - Então, iniciou-se a solidificação, surgindo aos poucos os continentes que foram fertilizados pelos elementais da terra.
A criação representa um todo inseparável, uma corrente cujos elos não podem ser rompidos.
Os Elementais são os dinamizadores das energias das formas e integram-se aos Elementos da Natureza:
Elemento Terra: Esse elemento e seus dinamizadores trabalham para que a humanidade tenha corpos perfeitos, e possam desenvolver suas atividades espirituais a nível cósmico. A ação qualificadora destes seres é representada por vulcões e terremotos. No nosso corpo, este elemento é representado pelos sais minerais. Livres da ganância, nos aproximamos dos Seres da Terra.
Trabalhando com a terra temos: Os Gnomos e os Duendes, que são entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Têm a forma semelhante aos anões e atuam sobre tudo e, sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas, dando sinais através de Bicho de Pau, cobras e aves como a Graúna, Melro e semelhantes. Altura aproximada de 15 a 20 cm.
Elemento Água: Este elemento e os seres que fazem parte dele estão relacionados ao nosso corpo emocional, tendo a função de depurá-lo. No plano físico, são grandes agentes de purificação da atmosfera e principalmente na agricultura. Sua ação qualificadora é demonstrada em enchentes, maremotos etc. No corpo humano, o elemento líquido representa 70% do seu volume. Livres das fraquezas, através da firmeza, nos aproximamos dos Seres da Água.
Trabalhando com a água temos: As Ondinas ou Ninfas, que são entidades do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras, semelhantes às graciosas mocinhas de cabelos longos. Comandam toda a fauna aquática e podem encaixar (incorporar) na forma de sereias, dragões, serpentes marinhas, gaivotas, etc... Altura aproximada de 30 cm.
Elemento Fogo: Esse elemento, e todos os seres que habitam o mesmo, representam a maior força possível, uma vez que são a expressão do próprio Fogo Sagrado de onde provém as várias chamas atuantes nos universos. A ação qualificadora deste elemento provém das atividades vulcânicas e grandes queimadas. No corpo humano, esse elemento funciona através da temperatura, expressões emotivas e psíquicas. Dominando as nossas paixões, nos aproximamos desses seres.
Trabalhando com o fogo temos: As Salamandras, que são entidades diretas do fogo, que não possuem forma definida. Tem-se, quando as vemos, a impressão de uma forma fundamentalmente humana, o rosto, quando não é velado pelas chamas, é de aparência humana, mas a maior parte das vezes apresentam-se na forma de lagartixas, camaleões ou escorpiões. Altura aproximada de 70 a 90 cm.
Elemento Ar: Esse elemento e seus dinamizadores são de extrema importância, para a manutenção da vida no plano físico. Sem o Ar, o ser humano não pode sobreviver. A atividade benéfica dos Seres do Ar é sentida na brisa, no impulso dos barcos, navios e aviões. Sua atividade qualificadora está nos furacões, ciclones, tempestades. No corpo do homem o ar está na respiração, no alento divino. Com a constância, o homem aproxima-se dos seres do ar.
Trabalhando com o ar temos: Os Silfos, que são entidades de pequena estatura, de poderes mágicos, que os diferem dos outros espíritos da natureza, por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi-sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc... Altura aproximada de 10 cm.
Além dos irmãozinhos acima relacionados temos ainda as Fadas, os Elfos e o as Avissais, que especifico abaixo com mais alguns detalhes:
Fadas - Elementais Ecléticos: São entidades voláteis, que atuam em todos os reinos da natureza, segundo a necessidade ou ordens recebidas. Apresentam-se muito belas e esvoaçantes em fascinantes evoluções, interferindo na coloração e matiz de tudo que existe no planeta. Altura aproximada de 30 cm.
Elfos – Elementais dos Metais: São entidades em muito semelhante aos SILFOS, sem forma corpórea definida, pois aparecem, da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. Por serem elementais belicosos, atuam amiúde através de cães, gatos e galos de briga. Altura aproximada de 20 cm.
Avissais - Elementais da Terra: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, e apresentam-se em massa disforme, porém bem densa e atuam na água e na terra.
a) Na água: Através dos cavalos marinhos, peixes-espada, camarões e crustáceos em geral, pois são seres que se alimentam do lodo aquático.
b) Na terra: Através das minhocas, lesmas, caramujos e semelhantes, pois são seres que se alimentam da umidade do lodo da terra.
OS ELEMENTAIS DA NATUREZA E A UMBANDA
Na Umbanda, invocam-se representantes das 7 linhas dentre as quais, os Caboclos, Marujos, Pretos Velhos, etc. Muitos "trabalhos" de magia negra, são jogados no mar ou em rios que dificultam a sua localização para o "desmanche", nesses casos, podemos invocar esses trabalhadores para que os localizem e os tragam para que se possa desfazer o mal feito.
Faço a seguir um comparativo, com o intuito de ajudar e complementar o seu entendimento sobre nossos irmãozinhos energéticos, aliando-os ao plano dos orixás.
Plano 7 – Chacra Coronário – Oxalá – Silfos
Plano 6 – Chacra Frontal – Senhoras – Ondinas ou Ninfas
Plano 5 – Chacra Laríngeo – Ibeji – Fadas
Plano 4 – Chacra Cardíaco – Xangô – Salamandras
Plano 3 – Chacra Plexo Solar – Ogum – Elfos
Plano 2 – Chacra Umbilical – Oxossi – Gnomos e Duendes
Plano 1 – Chacra Básico – Almas – Avissais
Os elementais ou espíritos da natureza são naturalmente puros. Não se contaminam com dúvidas dissociativas, com egoísmo ou com inveja, como acontece com os homens, a não ser que sejam deturpados. Predominam, neles, inocência e ingenuidade cristalinas. Prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar nossas ordens.
Nunca, porém, devemos utilizá-los em tarefas menos dignas, ou a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes. Aquilo que fizerem de errado, enganados por nós, refluirá inevitavelmente em prejuízo de nós próprios (Lei do Carma).
Além disso, devemos utilizar os seus serviços na justa medida da tarefa a executar, para que eles não se escravizem aos nossos caprichos e interesses. Nunca esqueçamos de que eles como nós, são seres livres, que vivem na Natureza e nela fazem sua evolução e que nós mesmos para chegarmos onde hoje estamos, passamos por esse processo de evolução.
Podemos convocá-los ao serviço do Amor, para o bem de nossos semelhantes já que, com isso, lhes aceleramos a evolução. Mas é preciso respeitá-los e muito.
Se deles fizermos escravos, ficaremos responsáveis por seus destinos, mesmo porque eles não mais nos abandonam, exigindo amparo e proteção como se fossem animaizinhos domésticos. Com isso, podem nos prejudicar, embora não se dêem conta disso.
As Leis Divinas devem ser observadas. Terminada a tarefa que lhes confiamos, cumpre liberá-los imediatamente, agradecendo a colaboração e pedindo a Deus que os abençoe.
Evolução
A escalada da evolução, parte dos pequenos elementais da terra seguindo até os dirigentes de grandes extensões e compreensão, chamados Devas e Elohim.
Elohim: São os dirigentes do Reino, ponto alto da Hierarquia Elemental. Trabalham junto aos Mestres Ascensionados e Arcanjos. São doadores do modelo divino para formação dos espaços materiais.
Deva: Palavra sânscrita que significa “Ser Brilhante”. São encarregados da dinamização de grandes áreas como: mares, florestas, cadeias de montanhas, grandes árvores, tendo a seu encargo a instrução de seres menores no trabalho da natureza.
A invisibilidade desses seres
Os materialistas, não acreditam na existência dos Seres da Natureza alegando não serem visíveis. A invisibilidade desses seres é explicada pelo fato de serem formas etéricas, habitantes de planos energéticos com múltiplas graduações, não perceptíveis aos olhos humanos.
Muitas observações mostram que os Elementais usam duas formas distintas:
a) O Corpo Astral Permanente.
b) Um veículo etérico materializado temporariamente.
As ações resultantes do seu trabalho, sim, são visíveis. Como exemplo histórico, cito a Comunidade de Findhorn (Escócia). Num local totalmente impróprio para a agricultura, fizeram surgir, com sua orientação, flores, verduras, árvores frutíferas etc. Na ocasião (1962), este fato chamou atenção das autoridades governamentais do país, que mandaram examinar o local.
Nos exames foi constatada ausência de qualquer ingrediente químico e que a terra havia sido enriquecida de forma natural e inteligente. Participemos junto aos Elementais na evolução do Planeta Terra. Assim teremos efetuado nosso papel como co-criadores universais.
A pergunta que fica é: Por que insistimos tanto em não vermos quem de fato somos? Muita coisa poderia ser diferente em nossas vidas, bastando apenas que prestássemos um pouco mais de atenção à nossa volta!
Família Cósmica
Temos uma família cósmica que nos acompanha na caminhada da Evolução. Façamos com eles então uma aliança de intenções, para que nos ajudem a manter a saúde em nossos corpos, o que nos manterá saudáveis e conectados com nossa divindade interna.
Sintonizando o Reino dos Elementais
Condições ideais para contatar os Elementais:
1) Com base nas condições climáticas, podemos ser ajudados no contato:
Primavera: Terra / Água = Junho, Julho, Agosto.
Inverno: Água / Ar = Março, Abril, Maio.
Outono: Ar / Fogo = Dezembro, Janeiro, Fevereiro.
Verão: Fogo / Terra = Setembro, Outubro, Novembro.
2) Tendo como base o signo:
Elemento
Signo
Elemental
Fogo
Áries / Leão / Sagitário
Salamandra
Terra
Touro / Capricórnio / Virgem
Gnomo
Ar
Gêmeos / Libra / Aquário
Silfo
Água
Câncer / Escorpião / Peixes
Ondina
Éter
É a substância de onde emanam todos os elementos da criação, elementais e signos.
Filhos da Terra
Estes terão de encarar o desafio de enfrentar os estímulos energéticos do mundo ao redor. É importante revigorar a conexão com a energia do gnomo pessoal andando descalço no barro ou grama. Passar algum tempo junto a plantas e árvores. São ligados ao Arcanjo Uriel.
Filhos da Água
Nestes predomina o intenso envolvimento emocional. Necessitam da a proximidade com a água. A imersão total é o ideal, pois fortalece a ondina pessoal, uma vez que a água é sua força equilibradora. São ligados ao Arcanjo Gabriel.
Filhos do Ar
Nestes predomina a ordem mental e o envolvimento social. Para recarregar o elemento primordial e fortalecer o silfo pessoal, precisam de ar puro e eletricamente carregado. Topos de montanha, locais afastados da umidade, onde o ar é seco e vivificante, é muito bom para reconectá-los. São ligados ao Arcanjo Rafael.
Filhos do Fogo
As pessoas do fogo necessitam de muito sol e atividades vigorosas para realimentar seus veículos. Necessitam passar bastante tempo ao ar livre. Os lugares onde o sol brilha com força e intensidade são essenciais a sua saúde e ligação com a salamandra pessoal, bem como com os demais elementos.
São ligados ao Arcanjo Miguel.
Palermo
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
CABIDES OU ISCAS MEDIÚNICAS
Observação feita por Wagner Borges, que atribui a vários sintomas,é a transferencia de uma ou mais entidades desencarnadas da aura de outras pessoas ou de um ambiente para a aura de um ou mais mediuns.
Devemos lembrar que na Umbanda , há também todo um trabalho de desobsessão, mesmo que não passe nas raias do conhecimento do medium e do grupo mediunico.
Porém, em se tratando de Umbanda , creio que as causas podem ser outras e não apenas a observada por Wagner Borges.
O texto fala sobre o espírito ser ajudado através de nossas formas de pensamento e contato com nossa energia, e portanto , o que pensamos e nutrimos em dias antecedentes a reunião ser tão importante (claro , entre outras causas).
É sempre pedido que evitemos aborrecimentos, nutrir sentimentos negativos de raiva, rancor, ira, agressividade.
Que procuremos estar vibrando em sentimentos mais elevados, cuidar do resguardo energético , etc.
" quando são levadas a reunião, "penduradas" nos mediuns, as entidades podem se manifestar por estes mesmos mediuns, se tiverem psicofonia, ou podem ser retiradas de sua aura e transferidas para outros mediuns .
Podem ainda ser atendidas no astral "... ( o que mais acontece em se tratando de Umbanda )... " pelos dirigentes espirituais encarregados do trabalho, sem a menifestação direta no físico, aproveitando apenas o ambiente fluidico e vibratório da reunião.
A conexão com estas entidades pode acontecer tanto no dia da reunião , como vários dias antes dela, dependendo da disponibilidade e capacidade do medium, bem como a assistencia a ser dada . E pode causar vários sintomas desagradáveis"...
Nesse trecho a gente pode observar que este recurso de "cabides", não é feito de forma aleatória por nossos guias e nem com qualquer medium.
Mas somente com aqueles que passou por uma avaliação de capacidade e possibilidade de estar fazendo este "trabalho coajuvante" com seus guias ao auxílio a espíritos necessitados.
Um medium enfraquecido , desequilibrado energéticamente , e sem preparo fluidico , seria inviavel a este suporte, podendo piorar sua situação e até dos espíritos que se ligariam a ele.
Logo , minha conclusão é que nem tudo o que os médiuns podem sentir, principalmente os iniciante , é fruto de estar sendo " cabide mediunico".
Bom, tendo em vista tais explicações para o mau estar antes das sessões , não seria algo relativo a iniciantes apenas, ao contrário.
Muitos iniciantes não teriam ainda o amadurecimento e preparo fluidico para estar exercendo tal papel.
A sintonia Guia - Medium, dentro da Umbanda é longa, demorada e requer tempo de trabalho.
É sabido que as entidades "ocupam ' o campo fluidico do medium momentos antes de iniciar uma gira, aproximando-se do medium e já trabalhando seu campo energético.
(por isso é taõ importante o preparo antes de uma gira) e mediuns mais sensitivos podem sentir esta ação mais intesamente que os demais.
Devemos lembrar que na Umbanda , há também todo um trabalho de desobsessão, mesmo que não passe nas raias do conhecimento do medium e do grupo mediunico.
Porém, em se tratando de Umbanda , creio que as causas podem ser outras e não apenas a observada por Wagner Borges.
O texto fala sobre o espírito ser ajudado através de nossas formas de pensamento e contato com nossa energia, e portanto , o que pensamos e nutrimos em dias antecedentes a reunião ser tão importante (claro , entre outras causas).
É sempre pedido que evitemos aborrecimentos, nutrir sentimentos negativos de raiva, rancor, ira, agressividade.
Que procuremos estar vibrando em sentimentos mais elevados, cuidar do resguardo energético , etc.
" quando são levadas a reunião, "penduradas" nos mediuns, as entidades podem se manifestar por estes mesmos mediuns, se tiverem psicofonia, ou podem ser retiradas de sua aura e transferidas para outros mediuns .
Podem ainda ser atendidas no astral "... ( o que mais acontece em se tratando de Umbanda )... " pelos dirigentes espirituais encarregados do trabalho, sem a menifestação direta no físico, aproveitando apenas o ambiente fluidico e vibratório da reunião.
A conexão com estas entidades pode acontecer tanto no dia da reunião , como vários dias antes dela, dependendo da disponibilidade e capacidade do medium, bem como a assistencia a ser dada . E pode causar vários sintomas desagradáveis"...
Nesse trecho a gente pode observar que este recurso de "cabides", não é feito de forma aleatória por nossos guias e nem com qualquer medium.
Mas somente com aqueles que passou por uma avaliação de capacidade e possibilidade de estar fazendo este "trabalho coajuvante" com seus guias ao auxílio a espíritos necessitados.
Um medium enfraquecido , desequilibrado energéticamente , e sem preparo fluidico , seria inviavel a este suporte, podendo piorar sua situação e até dos espíritos que se ligariam a ele.
Logo , minha conclusão é que nem tudo o que os médiuns podem sentir, principalmente os iniciante , é fruto de estar sendo " cabide mediunico".
Bom, tendo em vista tais explicações para o mau estar antes das sessões , não seria algo relativo a iniciantes apenas, ao contrário.
Muitos iniciantes não teriam ainda o amadurecimento e preparo fluidico para estar exercendo tal papel.
A sintonia Guia - Medium, dentro da Umbanda é longa, demorada e requer tempo de trabalho.
É sabido que as entidades "ocupam ' o campo fluidico do medium momentos antes de iniciar uma gira, aproximando-se do medium e já trabalhando seu campo energético.
(por isso é taõ importante o preparo antes de uma gira) e mediuns mais sensitivos podem sentir esta ação mais intesamente que os demais.
EXCESSO DE ÁLCOOL - DE QUEM É A CULPA ?
Dirigir uma gira de Umbanda não é tarefa fácil.
A sensibilidade humana extrapola muitas vezes o bom senso e a habilidade dos dirigentes.
Até os dotados com essas virtudes cometem erros, às vezes com efeitos bombásticos nos médiuns, mesmo os já desenvolvidos.
Servir bebida alcoólica à entidade requer uma série de conhecimentos para evitar que os médiuns sofram conseqüências desastrosas, principalmente ficar embriagado, o que quando acontece, muitas vezes liquida a confiança de um médium.
E por que isso acontece?
Vamos esmiuçar as situações que se criam para entendermos bem.
O álcool nos trabalhos de Umbanda, entre outras funções de magia, serve para embriagar o médium.
Em tal estado, acontece o deslocamento de seu espírito, facilitando a incorporação da entidade.
Isso dentro de um trabalho organizado é inteiramente confiável, mas, em trabalhos sem segurança e desorganizados pode gerar a penetração de entidades atrasadas ou viciadas no alcoolismo.
Esse é um dos motivos que o médium não deve beber fora dos trabalhos.
Considerando a garantia da proteção do trabalho, o médium fica embriagado, mas dominado pela entidade.
Antes de desincorporar, a entidade tira todo o efeito do álcool, deixando o médium com o liquido ingerido mas sem o seu efeito, ou seja, termina a embriaguez do médium.
Isso pode não acontecer se o médium, durante a incorporação, levar um choque por um motivo qualquer, como por exemplo, alguém da hierarquia brigar com o espírito ou mandá-lo, repentinamente, desincorporar.
Isso pode impressionar o médium, pois não devemos esquecer que o normal é que os médiuns sejam conscientes.
Quando esses enganos acontecem, o médium pode ficar totalmente embriagado.
Se isso ocorrer, jamais os dirigentes ou companheiros da casa devem criticá-lo, ao contrário, em casa que existe irmandade e direção segura, o médium receberá todo o apoio pelo eventual erro.
Pelas análises, podemos constatar:
nem sempre a embriaguez de um médium é ocasionada por erro seu, ao contrário, quase sempre provocado pela falta de atenção da hierarquia, que inclusive deve recomendar aos cambones que cuidem do excesso de bebida usada pela entidade.
Deve-se ter muito cuidado ao determinar o afastamento do espírito quando ele ingeriu bebida alcoólica, devendo ter ao menos um tratamento gentil, que toda entidade e mesmo os médiuns merecem.
Como norma deve-se orientar os médiuns que um espírito de luz não bebe por prazer.
O Exu Tranca Ruas das Almas sempre diz: ·se eu quisesse beber não vinha fazer isso em terreiro de Umbanda, iria buscar os alcoólatras nos bares, como fazem os obsessores comuns·.
QUANTO MAIS O MÉDIUM FOR EXPERIENTE MENOS PRECISA INGERIR ÁLCOOL!
Texto: Pai Fernando M. Guimarães
A sensibilidade humana extrapola muitas vezes o bom senso e a habilidade dos dirigentes.
Até os dotados com essas virtudes cometem erros, às vezes com efeitos bombásticos nos médiuns, mesmo os já desenvolvidos.
Servir bebida alcoólica à entidade requer uma série de conhecimentos para evitar que os médiuns sofram conseqüências desastrosas, principalmente ficar embriagado, o que quando acontece, muitas vezes liquida a confiança de um médium.
E por que isso acontece?
Vamos esmiuçar as situações que se criam para entendermos bem.
O álcool nos trabalhos de Umbanda, entre outras funções de magia, serve para embriagar o médium.
Em tal estado, acontece o deslocamento de seu espírito, facilitando a incorporação da entidade.
Isso dentro de um trabalho organizado é inteiramente confiável, mas, em trabalhos sem segurança e desorganizados pode gerar a penetração de entidades atrasadas ou viciadas no alcoolismo.
Esse é um dos motivos que o médium não deve beber fora dos trabalhos.
Considerando a garantia da proteção do trabalho, o médium fica embriagado, mas dominado pela entidade.
Antes de desincorporar, a entidade tira todo o efeito do álcool, deixando o médium com o liquido ingerido mas sem o seu efeito, ou seja, termina a embriaguez do médium.
Isso pode não acontecer se o médium, durante a incorporação, levar um choque por um motivo qualquer, como por exemplo, alguém da hierarquia brigar com o espírito ou mandá-lo, repentinamente, desincorporar.
Isso pode impressionar o médium, pois não devemos esquecer que o normal é que os médiuns sejam conscientes.
Quando esses enganos acontecem, o médium pode ficar totalmente embriagado.
Se isso ocorrer, jamais os dirigentes ou companheiros da casa devem criticá-lo, ao contrário, em casa que existe irmandade e direção segura, o médium receberá todo o apoio pelo eventual erro.
Pelas análises, podemos constatar:
nem sempre a embriaguez de um médium é ocasionada por erro seu, ao contrário, quase sempre provocado pela falta de atenção da hierarquia, que inclusive deve recomendar aos cambones que cuidem do excesso de bebida usada pela entidade.
Deve-se ter muito cuidado ao determinar o afastamento do espírito quando ele ingeriu bebida alcoólica, devendo ter ao menos um tratamento gentil, que toda entidade e mesmo os médiuns merecem.
Como norma deve-se orientar os médiuns que um espírito de luz não bebe por prazer.
O Exu Tranca Ruas das Almas sempre diz: ·se eu quisesse beber não vinha fazer isso em terreiro de Umbanda, iria buscar os alcoólatras nos bares, como fazem os obsessores comuns·.
QUANTO MAIS O MÉDIUM FOR EXPERIENTE MENOS PRECISA INGERIR ÁLCOOL!
Texto: Pai Fernando M. Guimarães
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
VEJO TUDO ! ESTOU MISTIFICANDO?
O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente.
Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações.
É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”.
A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a sua (deles) mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores.
Acalmem-se todos!
Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium.
Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes.
A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião.
Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar.
Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele.
Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto.
Não se acanhem em dizer que são conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão margens à suspeitas de mistificação.
Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas.
Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança?
Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca?
Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade.
Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam.
O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas casas.
Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações.
É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”.
A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a sua (deles) mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores.
Acalmem-se todos!
Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium.
Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semiconscientes.
A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião.
Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar.
Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele.
Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto.
Não se acanhem em dizer que são conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão margens à suspeitas de mistificação.
Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas.
Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança?
Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca?
Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade.
Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam.
O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas casas.
LIXO UMBANDISTA
Na prática litúrgica da Umbanda, a oferenda é um dos atos mais sagrados de conexão entre fiel e Divindade.
Toda religião tem sua prática ofertatória, quer seja uma fruta no Congá ou até uma nota de R$ 10,00 no envelope. Não importa, este é um ato de oferta, um ato de fé e cada religião tem a sua leitura própria de como deve ser esta prática.
Nas religiões naturais, de culto a Deus e Divindades na natureza, no geral estas religiões tem como pratica ofertatória a oferenda daquilo que vem da natureza, ou seja, flores, frutos, grãos etc.
A Umbanda é uma religião natural, ela entende a natureza física como pontos de força, santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos Orixás. E encontramos variadas formas de oferendas, tem oferenda para tudo, para energização, para descarrego, para abertura de caminhos, para prosperidade, para amor e por aí vai. O fato é que oferenda está presente no dia a dia do Umbandista.
Já que é tão comum o ato ofertatório e principalmente depositado na natureza ou nos pontos de força, como: cachoeira, mata, bosque, mar, encruzilhada... Fica a pergunta: o Umbandista foi sendo preparado para ter consciência ambiental ?
Nunca se falou tanto em meio ambiente, efeito estufa, caos planetário como nestes últimos anos. Todavia se não fosse algo tão sério não se falaria tanto. Claro que podemos ajudar muito fazendo cada um a sua parte, como diminuir o tempo do banho, selecionar o lixo, diminuir o uso do carro, etc.
Mas é realmente preocupante o que fazem por aí os Umbandista e demais religiões quando entram na natureza para uma prática sagrada e acabam profanando o espaço sagrado. É isso mesmo, profanando !
Você já observou a quantidade de lixo que fica no pé da árvore ? Na beira do rio ?
Assustado ? Como é que falo lixo ???
Sim, é lixo mesmo !
Este artigo vai ser assim mesmo, um tanto indigesto, é para provocar náuseas e quem sabe ao final, no seu vômito, você comece a evitar que os Orixás continuem tendo que tolerar nosso lixo.
Vamos à parte prática. Reflita comigo, ok ?
O conceito de oferenda é o ato religioso de interação do fiel com seu guia, Orixá e forças da natureza. Energeticamente o prana das oferendas é usado em beneficio de quem oferenda ou pra quem se destina, ou seja, quando uma oferenda é feita para terceiro. Magísticamente é a movimentação de energias e elementais em beneficio próprio ou de outrem. Isso é a síntese pratica de como funciona a oferenda. A Umbanda é o culto à natureza e na oferenda colocamos tudo que é natural.
Partindo deste pressuposto fica claro que o conjunto geral da oferenda deve ser um ato salutar para todos os envolvidos, ou seja, o fiel, a natureza e o Orixá. Pense, os pontos de força naturais são as casas dos Orixás, como a mata está para Oxossi, o mar está para Iemanjá, as cachoeiras estão para Oxum, as pedreiras para Xangô, etc.
Oferendar também é uma forma de presentear. Você gosta de receber presentes e eu também, porém no final a embalagem jogo no lixo e fico com o que é usual no presente.
Sejamos práticos e objetivos. O saquinho plástico não é oferenda. A garrafa não é oferenda. Os descartáveis não são oferendas. O que é oferenda?
As flores, frutos e comidas.
Se a Umbanda vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la. Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas com o Umbandista a coisa vai mais longe, ecologia é preceito religioso, e isso significa muita coisa.
O respeito com a diversidade ritualística que encontramos em nossa religião não pode ser confundido com tolerância aos abusos. Porem antes de julgar precisamos orientar.
Sei que existem muitos conceitos sobre oferendas e postura dentro dos campos sagrados. Certa vez me falaram que tudo que entra na mata não pode sair, ou seja, aquelas dezenas de sacolinhas plásticas que serviram apenas de condutores materiais, tinham que ficar lá. Os copos plásticos, garrafas e bandejas de isopor também. A justificativa: não tirar carrego da mata !
Oras, ou aquele lugar é sagrado e como tal é benéfico, ou é profano e prejudicial, temos que definir isso na mente.
Pelo lado energético ou pergunto: o que vai me atrair negatividades. São as sacolinhas que por sinal são isolantes ou minha vibração mental e emocional ?
Se é a opção dois então qualquer ambiente me fará mal, certo ?
Então vamos descartar esta obrigatoriedade de poluir o espaço sagrado. Até porque esta pratica é mais atual do que parece.
Os antigos zeladores do culto de nação e vertentes afros, anterior á Umbanda ensinavam que as oferendas deviam ser depositadas sobre folhas de bananeira, chapéu-de-couro ( erva ) ou folhagens do Orixá ofertado. Isso é sabedoria natural, não existiam ainda campanhas ambientais. Mais que isso, eles ensinavam que para natureza só vai o que ela ofertava. Os elementos orgânicos se decompõem no solo e viram adubo, muitas vezes as sementes brotam e uma nova vida nasce naquele ambiente.
Contudo, hoje não vemos isso, o que encontramos são garrafas estilhaçadas ao redor de árvores, panos nobres servindo de toalha para o “ banquete divino “ e muitos descartáveis que não oferecem nenhuma utilidade.
Além de cuidar do meio ambiente, precisamos zelar pela boa imagem da religião. Pois, para aqueles que não são adeptos, quando chegam em ambientes com estes “ restos “, criam uma imagem bastante distorcida do real significado das oferendas.
Questão de Postura
Há algum tempo foi notícia em Porto Alegre – RS uma oferenda na beira do rio Guaíba contendo 77 cabeças de bode, claro que sabemos que não tem nada de Umbanda nisso, mas não foi isso que a mídia local divulgou. Também em Curitiba – PR foi proibido a entrada de Umbandista para pratica de oferendas numa reserva florestal, devido ao excesso de lixo não orgânico deixado na natureza e nem preciso citar as milhares de encruzilhadas diariamente forradas por elementos nada agradáveis.
Muitas vezes estes excessos provém da Umbanda, no entanto já foi manchada a nossa imagem e precisamos de postura real e firme, no dia – a – dia do fiel Umbandista, aliado a divulgações e mídias como que realmente a Umbanda se porta á natureza.
Em São Paulo capital, dois cemitérios ganharam há seis anos um Santuário de Obaluaiê / Omulú para os fiéis promoverem seus cultos e oferendas. No entanto tivemos notícia que estes espaços serão desapropriados devido a depreciação do ambiente e a quantidade diária de animais mortos despejados ali.
Precisamos erradicar o contra – senso da má prática ofertatória. Para só depois conseguir mudar a imagem social.
Fazendo a Diferença
Foi preocupado com a violência urbana, privacidade e meio ambiente que o Sr. Pai Ronaldo Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC fundou há 30 anos o Santuário Nacional da Umbanda, um espaço que na origem era uma imensa pedreira e terra seca, hoje todo reflorestado com árvores tópicas, cachoeiras, rio e uma imensa área verde. O Umbandista tem toda liberdade e privacidade para realização de seus cultos e oferendas, inclusive em praças específicas para cada Orixá ou linha de trabalho. Hoje, 263 terreiros estão construídos nesta área e há 40 lotes disponíveis para aluguel diário aos interessados em fazer trabalhos na natureza. É aberto ao público geral sem restrições.
Lá sim, você pode fazer uma oferenda com panos, pratos, descartáveis, vidros etc, pois o Santuário conta com uma equipe de funcionários responsáveis pela limpeza, a coleta é seletiva, o que é reciclado tem seu destino certo, o que é orgânico vira alimento para o minhocário que produz o adubo utilizado para o plantio de 300 mudas mensais e faz parte do reflorestamento da Mata Atlântica que o Santuário mantêm.
Pai Ronaldo informa que o Santuário tem um compromisso muito sério com o meio ambiente, por isso são feitas três coletas semanais de lixo, totalizando uma média de 8 a 10 toneladas de puro lixo. Não está incluso nesta conta os recicláveis, orgânicos e alguidares. Em épocas de festa chega coletar quase o dobro disso. Todo esse lixo vem das 2 a 3 mil pessoas que freqüentam semanalmente o Santuário.
O mais interessante é como se aproveita a maioria dos materiais que seriam lixo. Os alguidares são limpos e triturados para servirem de cascalho nas estradas internas do parque. Louças, pratos, copos etc, também são limpos, desinfetados e defumados pela Mãe – de – Santo, Dona Luiza, que separa tudo e encaminha para várias instituições de caridade.
Já os recicláveis são selecionados pelos funcionários que dividem o lucro da venda destes produtos, que não é pouco, sai um caminhão por mês cheio de garrafas e até duas toneladas de plástico, papel e latas, se juntássemos tudo isso, o peso seria em média de 25 toneladas ao mês de “lixo”, evitado de ser despejado e destruir a natureza.
Próximo a cachoeira uma placa alerta os visitantes: “ O lixo traz o rato, o rato traz a cobra, a cobra traz a morte”. A limpeza das oferendas é feita sempre com o prazo mínimo de 24 hs após ser arriada. “ O Umbandista não precisa de uma catedral como só o gênio humano é capaz de construir. Só precisa de um pouco de natureza, como Deus foi capaz de criar “ frisa Pai Ronaldo.
Em Juquitiba, também interior de São Paulo, a União de Tenda de Umbanda e Candomblé do Brasil, presidida pelo Sr. Pai Jamil Rachid, construiu o Vale dos Orixás com o mesmo fim, porém, restrito aos filiados da federação.
Pai Jamil afirma que, por mês, cerca que 2.000 filiados utilizam este espaço.
Em Bauru – SP, a Federação Umbandista Reino de Oxalá, presidida por Sr. Pai Rubens Amaro, há oito anos fundou o Vale dos Orixás.
Infelizmente pelo tamanho do nosso corpo religioso são poucas as iniciativas para “ privatizar “ santuários naturais e trazer conforto, segurança e ecologia para nossa comunidade.
Mas se você reside distante destes espaços se adapte e faça a diferença.
Dicas de Bom Senso
De forma geral os Umbandistas se utilizam da natureza pública, poucos tem acesso aos recintos privados, como citamos. Portanto, todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.
Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde irá arriar sua oferenda, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente. Coloque os elementos e comidas sobre as folhas. Dispense pratos ou coisas do tipo. Os líquidos coloquem em copos descartáveis. Acenda as velas e prepare tudo.
Não há resultado em oferendas feitas às pressas, lembre – se que este é um ato sagrado e com dedicação deve ser ministrado. Então, faça as preces, cantos e pedidos com tranqüilidade. Normalmente na natureza em 30 a 40 minutos as velas já queimaram, ótimo. Recolha as borras e coloque no lixo. Antes de sair, jogue o líquido dos copos ao redor da oferenda, os descartáveis vão pro lixo. Faça o mesmo com garrafas e demais elementos. Certifique – se que ficará na natureza apenas material não poluente.
Seguindo esse preceito deixaremos de agredir a natureza sem perder o ato sagrado e ainda alegrar o Orixá. Não apóie velas no tronco das árvores, você pode matá – las. E lembre – se:
Conceitos de Oferendas e a Natureza
No livro Rituais Umbandistas de Rubens Saraceni, pela Editora Madras, o autor cita na página 21 que “ o ato de fazer uma oferenda ritual a um guia espiritual em um ponto de força abre – lhe a possibilidade de recorrer à própria hierarquia e às forças da natureza, tanto para auxiliarem seu médium como para socorrerem as pessoas que atender. “ Ele ainda complemente que “ a oferenda ritual atua como uma chave de abertura e de religação do médium com o Orixá...”
O espírito Ramatís no livro A Missão da Umbanda, editora do Conhecimento, na página 94 elucida que “ na cosmogonia das religioes africanistas, especialmente a ioruba, o ato de “ arriar “ uma oferenda estabelece e perpetua uma troca de força sagrada entre dois mundos: o divino oculto e o profano visível; tudo é energia e tem mais afinidade com este ou aquele Orixá. Essa energia deve estar sempre em movimento em ambos os sentidos: entre o plano concreto – material e o invisível – astral. Assim como a água em seu ciclo sucessivo de chuva, evaporação, resfriamento e degelo, a dinâmica de transferência energética é considerada essencial e parte da vida. “
Observamos dois autores que ao tratar das oferendas convergem no mesmo ponto. A grandiosidade e sacralidade da oferenda e dos pontos naturais.
TEMPO DE INDIGESTÃO DA SUA OFERENA
Material - Tempo de Degradação
Alguidar - Indeterminado
Louças ( Ibás ) - Indeterminado
Lata de Alumínio - 200 a 500 anos
Vidro - Indeterminado
Isopor - Indeterminado
Metal - 100 anos
Garrafa Pet - 400 anos
Copo de Plástico - 50 anos
Bituca de Cigarro - 5 anos
Papel - 3 a 6 meses
Pano - 6 meses a 1 ano
Sacolas Plásticas - 100 anos
Tampinha de Garrafa - 150 anos
Palito de Fósforo - 6 meses
Rodrigo Queiroz – Revista Umbanda Sagrada
Toda religião tem sua prática ofertatória, quer seja uma fruta no Congá ou até uma nota de R$ 10,00 no envelope. Não importa, este é um ato de oferta, um ato de fé e cada religião tem a sua leitura própria de como deve ser esta prática.
Nas religiões naturais, de culto a Deus e Divindades na natureza, no geral estas religiões tem como pratica ofertatória a oferenda daquilo que vem da natureza, ou seja, flores, frutos, grãos etc.
A Umbanda é uma religião natural, ela entende a natureza física como pontos de força, santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos Orixás. E encontramos variadas formas de oferendas, tem oferenda para tudo, para energização, para descarrego, para abertura de caminhos, para prosperidade, para amor e por aí vai. O fato é que oferenda está presente no dia a dia do Umbandista.
Já que é tão comum o ato ofertatório e principalmente depositado na natureza ou nos pontos de força, como: cachoeira, mata, bosque, mar, encruzilhada... Fica a pergunta: o Umbandista foi sendo preparado para ter consciência ambiental ?
Nunca se falou tanto em meio ambiente, efeito estufa, caos planetário como nestes últimos anos. Todavia se não fosse algo tão sério não se falaria tanto. Claro que podemos ajudar muito fazendo cada um a sua parte, como diminuir o tempo do banho, selecionar o lixo, diminuir o uso do carro, etc.
Mas é realmente preocupante o que fazem por aí os Umbandista e demais religiões quando entram na natureza para uma prática sagrada e acabam profanando o espaço sagrado. É isso mesmo, profanando !
Você já observou a quantidade de lixo que fica no pé da árvore ? Na beira do rio ?
Assustado ? Como é que falo lixo ???
Sim, é lixo mesmo !
Este artigo vai ser assim mesmo, um tanto indigesto, é para provocar náuseas e quem sabe ao final, no seu vômito, você comece a evitar que os Orixás continuem tendo que tolerar nosso lixo.
Vamos à parte prática. Reflita comigo, ok ?
O conceito de oferenda é o ato religioso de interação do fiel com seu guia, Orixá e forças da natureza. Energeticamente o prana das oferendas é usado em beneficio de quem oferenda ou pra quem se destina, ou seja, quando uma oferenda é feita para terceiro. Magísticamente é a movimentação de energias e elementais em beneficio próprio ou de outrem. Isso é a síntese pratica de como funciona a oferenda. A Umbanda é o culto à natureza e na oferenda colocamos tudo que é natural.
Partindo deste pressuposto fica claro que o conjunto geral da oferenda deve ser um ato salutar para todos os envolvidos, ou seja, o fiel, a natureza e o Orixá. Pense, os pontos de força naturais são as casas dos Orixás, como a mata está para Oxossi, o mar está para Iemanjá, as cachoeiras estão para Oxum, as pedreiras para Xangô, etc.
Oferendar também é uma forma de presentear. Você gosta de receber presentes e eu também, porém no final a embalagem jogo no lixo e fico com o que é usual no presente.
Sejamos práticos e objetivos. O saquinho plástico não é oferenda. A garrafa não é oferenda. Os descartáveis não são oferendas. O que é oferenda?
As flores, frutos e comidas.
Se a Umbanda vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la. Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas com o Umbandista a coisa vai mais longe, ecologia é preceito religioso, e isso significa muita coisa.
O respeito com a diversidade ritualística que encontramos em nossa religião não pode ser confundido com tolerância aos abusos. Porem antes de julgar precisamos orientar.
Sei que existem muitos conceitos sobre oferendas e postura dentro dos campos sagrados. Certa vez me falaram que tudo que entra na mata não pode sair, ou seja, aquelas dezenas de sacolinhas plásticas que serviram apenas de condutores materiais, tinham que ficar lá. Os copos plásticos, garrafas e bandejas de isopor também. A justificativa: não tirar carrego da mata !
Oras, ou aquele lugar é sagrado e como tal é benéfico, ou é profano e prejudicial, temos que definir isso na mente.
Pelo lado energético ou pergunto: o que vai me atrair negatividades. São as sacolinhas que por sinal são isolantes ou minha vibração mental e emocional ?
Se é a opção dois então qualquer ambiente me fará mal, certo ?
Então vamos descartar esta obrigatoriedade de poluir o espaço sagrado. Até porque esta pratica é mais atual do que parece.
Os antigos zeladores do culto de nação e vertentes afros, anterior á Umbanda ensinavam que as oferendas deviam ser depositadas sobre folhas de bananeira, chapéu-de-couro ( erva ) ou folhagens do Orixá ofertado. Isso é sabedoria natural, não existiam ainda campanhas ambientais. Mais que isso, eles ensinavam que para natureza só vai o que ela ofertava. Os elementos orgânicos se decompõem no solo e viram adubo, muitas vezes as sementes brotam e uma nova vida nasce naquele ambiente.
Contudo, hoje não vemos isso, o que encontramos são garrafas estilhaçadas ao redor de árvores, panos nobres servindo de toalha para o “ banquete divino “ e muitos descartáveis que não oferecem nenhuma utilidade.
Além de cuidar do meio ambiente, precisamos zelar pela boa imagem da religião. Pois, para aqueles que não são adeptos, quando chegam em ambientes com estes “ restos “, criam uma imagem bastante distorcida do real significado das oferendas.
Questão de Postura
Há algum tempo foi notícia em Porto Alegre – RS uma oferenda na beira do rio Guaíba contendo 77 cabeças de bode, claro que sabemos que não tem nada de Umbanda nisso, mas não foi isso que a mídia local divulgou. Também em Curitiba – PR foi proibido a entrada de Umbandista para pratica de oferendas numa reserva florestal, devido ao excesso de lixo não orgânico deixado na natureza e nem preciso citar as milhares de encruzilhadas diariamente forradas por elementos nada agradáveis.
Muitas vezes estes excessos provém da Umbanda, no entanto já foi manchada a nossa imagem e precisamos de postura real e firme, no dia – a – dia do fiel Umbandista, aliado a divulgações e mídias como que realmente a Umbanda se porta á natureza.
Em São Paulo capital, dois cemitérios ganharam há seis anos um Santuário de Obaluaiê / Omulú para os fiéis promoverem seus cultos e oferendas. No entanto tivemos notícia que estes espaços serão desapropriados devido a depreciação do ambiente e a quantidade diária de animais mortos despejados ali.
Precisamos erradicar o contra – senso da má prática ofertatória. Para só depois conseguir mudar a imagem social.
Fazendo a Diferença
Foi preocupado com a violência urbana, privacidade e meio ambiente que o Sr. Pai Ronaldo Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC fundou há 30 anos o Santuário Nacional da Umbanda, um espaço que na origem era uma imensa pedreira e terra seca, hoje todo reflorestado com árvores tópicas, cachoeiras, rio e uma imensa área verde. O Umbandista tem toda liberdade e privacidade para realização de seus cultos e oferendas, inclusive em praças específicas para cada Orixá ou linha de trabalho. Hoje, 263 terreiros estão construídos nesta área e há 40 lotes disponíveis para aluguel diário aos interessados em fazer trabalhos na natureza. É aberto ao público geral sem restrições.
Lá sim, você pode fazer uma oferenda com panos, pratos, descartáveis, vidros etc, pois o Santuário conta com uma equipe de funcionários responsáveis pela limpeza, a coleta é seletiva, o que é reciclado tem seu destino certo, o que é orgânico vira alimento para o minhocário que produz o adubo utilizado para o plantio de 300 mudas mensais e faz parte do reflorestamento da Mata Atlântica que o Santuário mantêm.
Pai Ronaldo informa que o Santuário tem um compromisso muito sério com o meio ambiente, por isso são feitas três coletas semanais de lixo, totalizando uma média de 8 a 10 toneladas de puro lixo. Não está incluso nesta conta os recicláveis, orgânicos e alguidares. Em épocas de festa chega coletar quase o dobro disso. Todo esse lixo vem das 2 a 3 mil pessoas que freqüentam semanalmente o Santuário.
O mais interessante é como se aproveita a maioria dos materiais que seriam lixo. Os alguidares são limpos e triturados para servirem de cascalho nas estradas internas do parque. Louças, pratos, copos etc, também são limpos, desinfetados e defumados pela Mãe – de – Santo, Dona Luiza, que separa tudo e encaminha para várias instituições de caridade.
Já os recicláveis são selecionados pelos funcionários que dividem o lucro da venda destes produtos, que não é pouco, sai um caminhão por mês cheio de garrafas e até duas toneladas de plástico, papel e latas, se juntássemos tudo isso, o peso seria em média de 25 toneladas ao mês de “lixo”, evitado de ser despejado e destruir a natureza.
Próximo a cachoeira uma placa alerta os visitantes: “ O lixo traz o rato, o rato traz a cobra, a cobra traz a morte”. A limpeza das oferendas é feita sempre com o prazo mínimo de 24 hs após ser arriada. “ O Umbandista não precisa de uma catedral como só o gênio humano é capaz de construir. Só precisa de um pouco de natureza, como Deus foi capaz de criar “ frisa Pai Ronaldo.
Em Juquitiba, também interior de São Paulo, a União de Tenda de Umbanda e Candomblé do Brasil, presidida pelo Sr. Pai Jamil Rachid, construiu o Vale dos Orixás com o mesmo fim, porém, restrito aos filiados da federação.
Pai Jamil afirma que, por mês, cerca que 2.000 filiados utilizam este espaço.
Em Bauru – SP, a Federação Umbandista Reino de Oxalá, presidida por Sr. Pai Rubens Amaro, há oito anos fundou o Vale dos Orixás.
Infelizmente pelo tamanho do nosso corpo religioso são poucas as iniciativas para “ privatizar “ santuários naturais e trazer conforto, segurança e ecologia para nossa comunidade.
Mas se você reside distante destes espaços se adapte e faça a diferença.
Dicas de Bom Senso
De forma geral os Umbandistas se utilizam da natureza pública, poucos tem acesso aos recintos privados, como citamos. Portanto, todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.
Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde irá arriar sua oferenda, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente. Coloque os elementos e comidas sobre as folhas. Dispense pratos ou coisas do tipo. Os líquidos coloquem em copos descartáveis. Acenda as velas e prepare tudo.
Não há resultado em oferendas feitas às pressas, lembre – se que este é um ato sagrado e com dedicação deve ser ministrado. Então, faça as preces, cantos e pedidos com tranqüilidade. Normalmente na natureza em 30 a 40 minutos as velas já queimaram, ótimo. Recolha as borras e coloque no lixo. Antes de sair, jogue o líquido dos copos ao redor da oferenda, os descartáveis vão pro lixo. Faça o mesmo com garrafas e demais elementos. Certifique – se que ficará na natureza apenas material não poluente.
Seguindo esse preceito deixaremos de agredir a natureza sem perder o ato sagrado e ainda alegrar o Orixá. Não apóie velas no tronco das árvores, você pode matá – las. E lembre – se:
Conceitos de Oferendas e a Natureza
No livro Rituais Umbandistas de Rubens Saraceni, pela Editora Madras, o autor cita na página 21 que “ o ato de fazer uma oferenda ritual a um guia espiritual em um ponto de força abre – lhe a possibilidade de recorrer à própria hierarquia e às forças da natureza, tanto para auxiliarem seu médium como para socorrerem as pessoas que atender. “ Ele ainda complemente que “ a oferenda ritual atua como uma chave de abertura e de religação do médium com o Orixá...”
O espírito Ramatís no livro A Missão da Umbanda, editora do Conhecimento, na página 94 elucida que “ na cosmogonia das religioes africanistas, especialmente a ioruba, o ato de “ arriar “ uma oferenda estabelece e perpetua uma troca de força sagrada entre dois mundos: o divino oculto e o profano visível; tudo é energia e tem mais afinidade com este ou aquele Orixá. Essa energia deve estar sempre em movimento em ambos os sentidos: entre o plano concreto – material e o invisível – astral. Assim como a água em seu ciclo sucessivo de chuva, evaporação, resfriamento e degelo, a dinâmica de transferência energética é considerada essencial e parte da vida. “
Observamos dois autores que ao tratar das oferendas convergem no mesmo ponto. A grandiosidade e sacralidade da oferenda e dos pontos naturais.
TEMPO DE INDIGESTÃO DA SUA OFERENA
Material - Tempo de Degradação
Alguidar - Indeterminado
Louças ( Ibás ) - Indeterminado
Lata de Alumínio - 200 a 500 anos
Vidro - Indeterminado
Isopor - Indeterminado
Metal - 100 anos
Garrafa Pet - 400 anos
Copo de Plástico - 50 anos
Bituca de Cigarro - 5 anos
Papel - 3 a 6 meses
Pano - 6 meses a 1 ano
Sacolas Plásticas - 100 anos
Tampinha de Garrafa - 150 anos
Palito de Fósforo - 6 meses
Rodrigo Queiroz – Revista Umbanda Sagrada
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
AS EXPERIÊNCIAS RELIGIOSAS
SOB O ENFOQUE DA HIPNOSE E DA PARAPSICOLOGIA
RESUMO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Na incapacidade de lidar diretamente com a realidade, a ciência utiliza-se de modelos, buscando, assim, um melhor entendimento dos fenômenos da natureza. Dados dois ou mais modelos para explicar determinado fato, deve-se adotar aquele que seja mais eficaz, claro, simples, que necessite de uma menor quantidade de afirmações apriorísticas e cujo campo de ação possa abranger razoavelmente o mesmo domínio do outro.
Nas sessões práticas dos Centros afro-brasileiros, de espiritismo, e nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como nas missas da renovação carismática, uma série de ocorrências são explicadas por seus participantes através de modelos, que constituem os corpos de suas doutrinas. Tomam sem comprovação um conjunto de afirmações, tais como:
a) No espiritismo - a sobrevivência, após a morte do ser humano, de um constructo extra-corpóreo (o Espírito), que pode retornar a este mundo em outro corpo humano (reencarnação) e se comunicar conosco, do além, através de determinados indivíduos, que teriam a capacidade de servir de intercâmbio entre os homens e o suposto mundo espiritual ( os médiuns). A este constructo são adicionadas, a priori, qualidades outras, tais como: a imortalidade e um corpo designado de perispírito, constituído de uma substância, cuja consistência se situa entre a matéria e o próprio Espírito. Esse novo corpo seria o elo de ligação, que permitiria a ''comunicação'' entre mortos e vivos.
b) Nas religiões afro-brasileiras - Admite a sobrevivência pós-morte do homem, que pode se comunicar com os vivos sob diversas personalidades (mestres, entidades africanas, caboclos ou ciganos). Outras entidades extrafísicas seriam os orixás (deuses, heróis africanos antigos, espíritos desencarnados ou apenas a tradução dos santos católicos).
c) No pentecostalismo e neopentecostalismo (variedades do protestantismo) - Admite a sobrevivência do homem após a morte, a ressurreição (retorno à vida no mesmo corpo físico), nega a reencarnação (retorno à vida em outro corpo físico); julgamento de cada um no final dos tempos, podendo ser condenado ao inferno ou a viver feliz no céu; os mortos não se comunicam; o Espírito Santo (um dos três aspectos da divindade) pode se comunicar com os homens em idiomas desconhecidos do mesmo (xenoglossia); o diabo ou os demônios (entidades do mal) podem se apossar dos corpos de pessoas vivas e comandar seu comportamento, podendo ser expulsos em cultos apropriados, etc.
d) na renovação carismática (variedade do catolicismo) - Admite a sobrevivência do homem após a morte, a ressurreição (retornar ao mesmo corpo após a morte), o juízo final, o céu, o inferno, não comunicação dos mortos com os vivos. Apresenta uma forma de expressão (missa) diferenciada do tradicional, com menos rigorismo e de natureza mais festiva e espontânea.
Como se nota, esses modelos se fundamentam em um conjunto de proposições não demonstradas, elementos desconhecidos, para a demonstração de fatos dos quais se procuram explicações. Tais fatos são constatados em larga escala nos indivíduos que se encontram hipnotizados ou deflagrando fenômenos paranormais, além de nos depararmos, nas sessões e cultos das referidas religiões, com elementos indutores da hipnose e que serão mencionados mais adiante. Todo este contexto nos permite supor que muitas das ocorrências destas sessões sejam resultantes do transe hipnótico ou de fenômenos paranormais.
2. FUNDAMENTOS DA HIPNOSE.
A hipnose pode ser compreendida como um estado emocional intensificado, e como tal pode ser de caráter estabilizador, sendo induzida geralmente por uma atitude tranqüilizadora por parte do hipnotizador, tendo uma reação predominantemente trofotropa, com predomínio do sistema nervoso simpático, e de caráter alterador, geralmente alcançado através de um proceder de natureza autoritária, vigorosa, enérgica por parte do indutor, tendo desta feita uma reação ergotropa, com predomínio do sistema nervoso parassimpático. Constitui, portanto, um fenômeno do cotidiano (Júnior, 1980).
Os elementos básicos para a sua consecução são:
1 - Características individuais: Capacidade que cada indivíduo possui de responder distintamente aos estímulos, bloqueando-os, favorecendo-os ou alterando-os. Confere a facilitação da produção de determinados fenômenos em detrimento de outros.
2 - Sugestionabilidade: Refere-se a maior ou menor propensão pelo hipnotizado de acatar as sugestões do hipnotizador.
3 - Regressão ao estado psicofisiológico da infância: Não se trata de regressão de idade, mas sim de um processo natural, pelo qual o hipnotizado passa a ter um funcionamento orgânico análogo àquele da infância, possibilitando o surgimento de confusão entre a realidade e a fantasia, analgesia (a criança possui baixa sensibilidade à dor), alucinação (Adler propõe a existência de um ''componente alucinatório da alma'', inibido pelo pensamento lógico, que é elemento básico da vida em sociedade). No indivíduo jovem, principalmente em crianças, ocorrem as imagens eidéticas, que são alucinações não patológicas, que consiste na reprodução de uma imagem percebida anteriormente, apresentando componentes objetivos, sem estímulo adequado perceptível. Esta capacidade tende a regredir na maioria dos adultos), catalepsia ( observa-se no recém-nascido uma capacidade de permanecer por muito tempo em uma mesma posição), etc
O mais importante para o êxito na indução hipnótica é o estabelecimento de um relação adequada entre o hipnotizador e o hipnotizado, o denominado rapport. Dele depende todo o êxito ou malogro da relação hipnótica. É importante sabermos que na hipnose não há sono, em nenhum instante o hipnotizado perde a consciência do que lhe está acontecendo; não há um domínio do hipnotizador sobre o hipnotizado, só fazendo este, aquilo que não for de encontro aos seus programas básicos.
Sob o aspecto prático pode apresentar os seguintes grupos de fenômenos:
1 - Motores: aumento ou diminuição da força muscular, flacidez ou enrijecimento muscular, catalepsia, etc.
2 - Viscerais: parestesia, aquecimento ou esfriamento cutâneo, dermografismo, etc.
3 - Sensoriais: alucinações (para mais ''positiva'', para menos ''negativa'' ou de transformação qualitativa) visuais, auditivas, olfativas, gustativas ou somatossensoriais.
4 - Desempenho de papel: personificação pela qual o hipnotizado se comporta como se houvesse regredido de idade (também pode ocorrer à progressão) ou mesmo assumir a personalidade de outra pessoa (fictícia, real, ou de pessoa falecida ).
A sugestão hipnótica pode ser explícita ou implícita. Esta é muito mais interessante pela sua aparência de naturalidade e de não apresentar direcionamento comportamental perceptível, sendo facilmente encontrada em ambientes religioso
3. FUNDAMENTOS DE PARAPSICOLOGIA (Borges, 1992)
'' Podemos denominar de paranormal ou psi a todo o fenômeno que, tendo o homem como seu provável epicentro, apresenta as seguintes características
a) Uma modalidade de conhecimento que uma pessoa demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos, relativos ao passado, presente ou futuro, sem a utilização (aparente) dos sentidos e da razão, assim como de habilidades que não resultem de prévio aprendizado
b) Uma ação física que uma pessoa exerce sobre seres vivos e a matéria em geral, sem a utilização de qualquer extensão ou instrumento de natureza material. '' (Borges & Caruso, 1986)
A Parapsicologia é a ciência que estuda e pesquisa o fenômeno paranormal. Este pode ser de dois tipos
1) Psi-gama: Fenômenos paranormais subjetivos, de tomada de conhecimento, produzido de conformidade com o descrito no item a) referido acima. É o caso da telepatia (comunicação mente a mente) e da clarividência (a mente toma conhecimento de maneira direta de um fato físico, sem a intervenção de uma outra mente)
2) Psi-kapa: Fenômenos paranormais objetivos, de ação sobre os seres, produzido de conformidade com o descrito no item b) referido acima. É o caso da telecinesia (movimentação de objetos pela ação da mente).
O fenômeno psi apresenta a característica da independência do tempo, (percepção de eventos, psíquicos ou físicos, desviados das coordenadas temporais almejadas), podendo ocorrer as seguintes possibilidades:
a) Precognição: Quando alcançamos eventos posteriores ao objeto alvo. Consiste em perceber eventos que ainda irão ocorrer
b) Retrocognição: Quando alcançamos eventos anteriores ao objeto alvo. Consiste em perceber eventos que já ocorreram.
c) Simulcognição: Quando o experimento alcança temporalmente o objeto alvo. Neste caso, ocorre à tomada de conhecimento por meio paranormal de um evento presente.
Os fenômenos paranormais podem se expressar de diversas formas apresentando, em cada caso, uma terminologia própria, como algumas descritas abaixo (destacamos apenas fenômenos de psi-gama)
1 - Psicografia - Conteúdo transmitido através da escrita.
2 - Psicofonia - Conteúdo transmitido através da fala.
3 - Psicopictografia - Conteúdo transmitido através da pintura.
4 - Psicomusicografia - Conteúdo transmitido através da música.
5 - Radiestesia ou rabdomancia - Conteúdo transmitido através do uso do pêndulo ou forquilha.
6 - Psicometria - Conteúdo transmitido através de imagens impregnadas no ambiente ou objetos.
7 - Aparição - Conteúdo transmitido através de imagens de formas humanas ou animais
Em relação ao conteúdo destacamos as seguintes modalidades
a) Xenoglossia - Conteúdo transmitido fluentemente, através de um ou mais idiomas desconhecido do agente psi ou mesmo dos presentes, de teor compatível com a situação presente. É importante destacarmos o caso de pseudoxenoglossia em que o agente exterioriza fragmentos mnemônicos de textos, nos referidos idiomas, adquiridos no passado e guardados em seu nível inconsciente e os relatos de glossolalia, que consiste na criação, pela mente do agente, de idiomas fictícios, nunca existentes
b) Memória extracerebral - Conteúdo transmitido através de relatos de vivências e elementos mnemônicos supostamente acontecidos com uma pessoa já falecida, e que o agente afirmar ter sido ele mesmo.
c) Criatividade psi - Conteúdo transmitido através de produções artísticas cujo nível ultrapassa bastante a capacidade do agente.
4. VISÃO GERAL DE ALGUMAS RELIGIÕES NO BRASI
No conjunto das religiões presentes no Brasil, iremos destacar algumas e/ou suas variedades mais significativas para nossa discussão, como as religiões afro-brasileiras, espiritismo, pentecostalismo (variedade do protestantismo) e a renovação carismática (variedade do catolicismo).
4.1 - Religiões afro-brasileiras
As religiões afro-brasileiras do Recife, segundo o antropólogo Roberto Mota, apresentam-se em quatro variedades principais (Motta, 1999):
4.1.1 -. Catimbó (ou Jurema) - Consiste no culto dos mestres (espíritos curadores de origem luso-brasileira, posteriormente acrescidos de entidades africanas), dos caboclos ( curadores de origem indígena) e mais recentemente dos ciganos. Na segunda metade do século XX, conjuntos hagiológicos do Rio de Janeiro e outras regiões foram acrescidos, como os exus (masculinos) e pombas-gira (femininos). O culto se processa através do canto, da dança e da possessão verbal. Há também a utilização ritual da fumaça de tabaco e a ingestão de uma bebida feita à base do vegetal jurema (Mimosa hostilis) e de aguardente de cana. O Catimbó-Jurema consiste num sistema de cura e de alívio. Cada ''entidade '' tem suas preferências de cor, bebidas, charutos, etc. Trata-se de uma religião infra-sacrificial, ou seja, não adota o sacrifício de animais, e infra-organizacional (raramente seus grupos se articulam em congregações análogas aos terreiros, com hierarquias e códigos rígidos de direitos e deveres). Temos assim a figura do mago, isto é, um especialista no intercâmbio e controle de forças sobrenaturais, com finalidade terapêutica, de consolo ou de realização de desejos correlatos
4.1.2 - Xangô - Corresponde ao Candomblé da Bahia e consiste no culto dos orixás que são divindades iorubá , por alguns sincretizados com santos católicos. Os seguidores desta variedade não se preocupam com uma estruturação formal de sua religião, tanto que para alguns os orixás são deuses e para outros são heróis africanos antigos, espíritos desencarnados ou apenas a tradução ( em língua nagô) dos santos católicos. Trata-se de uma religião sacrificial (adota o sacrifício de animais, o qual é retribuído com a proteção ou a concretização dos desejos dos fiéis) e organizacional (os terreiros se agrupam em estruturas maiores e os seus membros apresentam uma hierarquia, sendo os referidos terreiros comandados por pais e mães-de-santo, isto é, babalorixás e ialorixás), bem como, não apresenta compromisso com a moralidade, fundamentando-se em um pacto de permuta de favores entre o fiel e o orixá. Apresenta canto, dança e um transe extático que poderá apresentar esporadicamente exclamações em nagô
4.1.3 - Umbanda Branca - Consiste da aplicação nas diversas religiões afro-brasileiras dos elementos de natureza teológica do espiritismo europeu (Kardecismo). As entidades do Xangô e do Candomblé são interpretadas como entes desencarnados, apresentando-se em diversos graus de desenvolvimento, sendo passíveis de interagir com os encarnados e permutarem ensinamentos. Esta variedade apresenta uma valorização da palavra em detrimento da imagem, do ícone, tendo eliminado o sacrifício de animais, ou seja, é supra-sacrificial e preserva os nomes das entidades do Xangô, Candomblé, Catimbó e cultos análogos. O termo Umbanda às vezes é compreendido como uma forma polida de Xangô ou mesmo designar o conjunto das religiões afro-brasileiras. O transe consiste em uma possessão verbal cujo conteúdo é uma mensagem de conforto ou ensinamento ou mesmo o estabelecimento de um simples diálogo. Em teoria a uma valorização do desenvolvimento individual em detrimento do carisma.
Diferenças rituais entre o candomblé (Bahia) e a umbanda, conforme Vagner Gonçalves da Silva, no Livro das Religiões, de Gaard, editado em 2000, pela Companhia Editora de artes, são destacadas a seguir:
''a) Panteão :
1 - Candomblé - predomínio de um número menor de categorias de entidades circunscritas aos deuses de origem africana (orixás, vodus, inquices), erês (espíritos infantis) e algumas vezes caboclos (espíritos ameríndios).
2 - Umbanda - predomínio de um número maior de categorias de entidades agrupadas por linhas de falanges (orixás, caboclos, pretos velhos, erês, exus, pombagiras, ciganos, marinheiros, zé-pilintra, baianos, etc).
b) Finalidades do culto às divindades:
1 - Candomblé - serem louvados através dos rituais privados e festas públicas nas quais os deuses incorporam nos adeptos, fortalecendo os vínculos que os unem e potencializando o axé (energia mítica) que protege e beneficia os membros do terreiro.
2 - Umbanda - desenvolvimento espiritual dos médiuns e das divindades (da escala mais baixa, representada pelos exus, a mais alta, representada pelos orixás que, quando incorporam nos adeptos, geralmente o fazem para trabalharem receitando passes e atendendo ao público).
c) Concepção e finalidade do transe:
1 - Candomblé - declarado inconsciente e legitimamente aceito somente após a iniciação do fiel para um número reduzido de entidades.
2 - Umbanda - declarado semiconsciente e permitido para um número maior de entidades, na medida do desenvolvimento mediúnico do fiel.
d) Iniciação:
1 - Candomblé - condição básica para o ingresso legítimo no culto. Segregação do fiel por um longo período, raspagem total da cabeça, sacrifício animal e oferendas rituais. Grande número de preceitos.
2 - Umbanda - existe, mas não como condição básica para o pertencimento ao culto; camarinho: segregação do fiel por um período curto, raspagem parcial da cabeça (não obrigatória), sacrifício animal (não obrigatório) e oferendas rituais, Predomínio do batismo, realizado na cachoeira, no mar ou através de entregas de oferenda na mata.
e) Processos divinatórios: modos de comunicação com os deuses:
1 - Candomblé - predomínio do jogo de búzios realizado somente pelo pai-de-santo (sem necessidade do transe), que recomenda os ebós ou despachos para a resolução dos problemas do consulente.
2 - Umbanda - predomínio do diálogo direto entre os consulentes e as divindades que dão '' passes '' ou receitam trabalhos.
f) Hierarquia religiosa:
1 - Candomblé - estabelecida a partir do tempo de iniciação e da indicação dos adeptos para ocuparem os cargos religiosos. Fundamental na organização sócio-religiosa do grupo.
2 - Umbanda - estabelecida a partir da capacidade de liderança religiosa dos médiuns e de seus guias. Importância da ordem burocrática.
g) Música ritual:
1 - Candomblé - predomínio de cantigas contendo expressões de origem africana. Acompanhamento executado por três atabaques percutidos somente pelos alabés (iniciados do sexo masculino que não entram em transe ).
2 - Umbanda - predomínio de pontos cantados em português, acompanhados por palmas ou pelas curimbas (atabaques), sem número fixo, que podem ser percutidos por adeptos (curimbeiros) de ambos os sexos.
h) Dança ritual:
1 - Candomblé - Formação obrigatória da '' roda de santo '' (disposição dos adeptos na forma circular, dançando em sentido anti-horário). Predomínio de expressões coreográficas preestabelecidas, que identificam cada divindade ou momento ritual.
2 - Umbanda - não-obrigatoriedade da formação da '' roda de santo ''. Disposição dos adeptos em fileiras paralelas. Predomínio de uma maior liberdade de expressão da linguagem gestual nas danças que identificam as divindades '' (Silva, 1994).
4.1.4 -. Xangô Umbandizado - Religião que adota elementos kardecistas, preservação dos toques, danças e nomenclatura do Xangô, Catimbó e do Candomblé. Conforme a região onde é praticada pode receber várias denominações como omolokô e o Candomblé de Goméia . Apresenta uma significativa diminuiçaõ na prática do sacrifício, que tende a tornar-se vestigial, sendo portanto uma religião hipo-sacrificial; na prática observa-se a presença , em alguns terreiros, de sacrifício animal, talvez por motivos de natureza financeira. Podemos constatar uma exacerbação ritual e do personalismo carismático (principalmente do dos pais e mães-de-santo), valorização da palavra, desvalorização do jogo de búzios, presença de exageros gestuais e de consultas verbais aos seres desencarnados
Por terem se formado em diferentes regiões do Brasil e em momentos históricos também distintos, as religiões afro-brasileiras receberam diversos nomes, conforme já mencionado. Assim temos: candomblé (na Bahia), xangô (em Pernambuco e Alagoas), tambor de mina (no Maranhão e no Piauí), batuque (no Rio Grande do Sul) e macumba e umbanda no Rio de Janeiro. É importante destacarmos que, no Brasil, o ritual de certas religiões africanas sobrevive na sua forma mais pura no estado da Bahia.
Para facilitar nossas argumentações, doravante nos referiremos às religiões afro-brasileiras, sem entrarmos em detalhes sobre as suas variedades, haja visto que elementos como a dança, o canto, o toque, uso de bebidas e alimentos bastante condimentados, cores e luzes intensas entre outros, se encontram presentes, de uma forma ou de outra, nas diversas variedades deste grupo religioso, bem como, são nestes componentes que estamos interessados para desenvolver a nossa tese.
4.2 - Espiritismo/Kardecismo
Consiste num sistema filosófico-religioso, codificado por Léon Hyppolite Denizard Rivail (Allan Kardec), fundamentado na reencarnação , que se baseia na idéia hinduísta da transmigração das almas e que se apóia em dois princípios básicos:
a) A lei do carma - A toda ação corresponde uma reação igual e de sentido contrário, ou seja, todo pensamento, vontade ou ação produzidos pelo ser humano acarretará sobre este um evento de mesma natureza e intensidade, nesta vida ou em outra.
b) A comunicação com os mortos - Algumas pessoas (os médiuns) são dotadas da capacidade de se comunicarem ostensivamente com o mundo dos mortos (mundo dos Espíritos). Esta comunicação pode se efetuar através da fala (psicofonia), escrita (psicografia), pintura (psicopictografia), etc.
No Brasil o espiritismo enfatiza o lado religioso da moralidade, do assistencialismo, tendo como moto comportamental a caridade, inspirando-se nos Evangelhos e compreendendo Jesus Cristo como o mais evoluído Espírito que já se encarnou; também é dado destaque à terapia mediúnica, principalmente com a aplicação de passes e utilização da água fluidificada.
4.3 - Renovação carismática (variedade do catolicismo):
Admite basicamente os mesmos fundamentos do protestantismo, ou seja, a sobrevivência do homem, a ressurreição, o juízo final, o céu, o inferno, não comunicação dos mortos entre outros. Diferenciando-se deste por admitir que a interpretação única e correta da Bíblia é a fornecida pela igreja católica, a veneração aos santos e as imagens, a infalibilidade do papa, o dogma da transubstanciação.
O característico desta variedade religiosa é a forma de expressão alicerçada em músicas modernas e encenações como palmas, batida dos pés, giro do corpo, etc, que dão um tom mais jovial às missas. Apresenta também, com menor freqüência, atividades correspondentes a comunicação do Espírito Santo (análogo ao pentecostes).
4.4 - Pentecostalismo (variedade do protestantismo):
Na Europa ocidental, durante o século XVI, ocorreu uma grande revolução eclesiástica que rompeu com a estrutura hegemônica do catolicismo, dando origem ao protestantismo (no Brasil os protestantes também são denominados de evangélicos). Martinho Lutero, monge agostiniano alemão, criticou os abusos e o luxo da igreja católica, a decadência de costumes e a corrupção do clero, fundando o luteranismo, que discorda do catolicismo nos seguintes aspectos:
1 - Salvação pela fé: O homem está destinado a pecar, sendo salvo não por suas obras, mas pelo arrependimento e pela fé.
2 – Estímulo ao conhecimento: Ocorre a valorização da busca do conhecimento e da eloqüência da palavra escrita. Incentiva o desenvolvimento de uma mente questionadora e autônoma, ignorando, às vezes contestando, a autoridade de Roma.
2 - Livre-exame: O fiel deve interpretar a Bíblia a sua maneira e não se submeter a interpretação da igreja.
3 - Abolição do celibato: Os ministros da igreja podem se casar, pois não há fundamentação bíblica para o celibato.
4 - Condenação do culto aos santos: A veneração só poderia ser feita a Deus, sendo condenável a adoração as imagens.
5 - Falibilidade papal : O papa, por ser uma criatura humana é susceptível ao erro.
6 - Negação do dogma da transubstanciação: O pão e o vinho não se transformam no corpo e no sangue de Jesus, sendo, entretanto, apenas uma representação simbólica da eucaristia
O movimento calvinista, também denominado presbiteriano, fundado pelo francês João Calvino, deriva do luteranismo, diferenciando-se deste basicamente pela doutrina da salvação que é vista como uma predestinação divina e não uma conseqüência da fé, além do que favorece a acumulação de capital decorrente do trabalho, indo de encontro ao princípio católico do justo preço e da proibição da usura.
A reforma anglicana foi um movimento mais político do que ideológico, promovido pelo rei inglês Henrique VIII que teve seu pedido de divórcio negado pelo papa Clemente VII. A disputa pelo poder e o interesse no confisco das terras da igreja seriam os motivos reais pelo surgimento desta reforma, não diferindo muito, no início, do catolicismo.
Posteriormente, surgiram os movimentos reformados radicais como os metodistas, o exército da salvação, os quakers e os pentecostais. De todos estes movimentos vamos nos ater basicamente ao último.
O pentecostalismo é um movimento protestante que crê nas verdades básicas do cristianismo, tendo como característica a expressão semelhante ao pentecostes dos Atos dos apóstolos, descrito na bíblia. O caminho da salvação é feito em três etapas: a conversão, o batismo na água (que se dá por imersão total, não sendo possível o batismo de crianças) e o batismo no Espírito Santo, quando são descobertos os dons que os fiéis possuem, sendo basicamente três:
1 - Dom das línguas: Este é um fenômeno parapsicológico, denominado xenoglossia, consistindo na fluente expressão, escrita ou falada (nesta variedade religiosa consideramos apenas a transmissão verbal) pelos fiéis, de conteúdos em idioma desconhecido pelo agente ou até mesmo de todos que estejam no local, sendo o discurso compatível com a situação presente. Na prática o fenômeno observado é apenas uma glossolalia (palavras inventadas pelo inconsciente do indivíduo) de fragmentos textuais, não apresentando um real significado. Temos que diferenciar também da pseudoxenoglossia em que o agente exterioriza fragmentos lingüísticos do inconsciente, obtidos no passado, e que jazem no mesmo, temporariamente esquecidos.
2 - Dom da profecia: Fenômeno paranormal, conhecido como precognição, que consiste na percepção e expressão de eventos físicos ou psíquicos que ainda irão ocorrer, conforme descrito anteriormente. Na prática, não temos precognições reais, mas, pseudoprecognição de natureza vaga ou de baixo grau de refutabilidade.
3 - Dom de cura : Pelo qual o agente é capaz de curar patologias em outros indivíduos. Há de se distinguir a cura psi da cura por meios paranormais. Naquele caso, se trata-se de um processo auto-hipnótico pelo qual o indivíduo mobiliza suas capacidades orgânicas, latentes, possibilitando o alívio de seus males. No segundo caso, teríamos uma ação da mente sobre o organismo vivo restabelecendo o seu funcionamento normal, caracterizando-se pela cura de doenças que ainda não possuem tratamento adequado pela medicina, extração não cirúrgica de corpos estranhos (como projétil de arma de fogo) ou a reconstituição de tecidos destruídos ou ossos esfacelados. Na prática, a maioria das curas obtidas são apenas as referidas curas psíquicas e o desaparecimento de patologias simples (Lins, 1995).
Além disso, em vários cultos desta variedade religiosa, presenciamos o fenômeno pelo qual o fiel aparenta estar possuído por um ser imaterial denominado demônio ou o próprio diabo, tornando-se agressivo e apresentando mudança de voz (mais rouca) e agitação motora.
Entende-se por personificação a mudança no comportamento e/ou no pensamento do indivíduo, que passa a agir como se fosse uma outra pessoa, apresentando sentimentos e atitudes que pouco ou nada têm de comum com a sua personalidade habitual, sendo resultante de distúrbios psicológicos, psiquiátricos, ou de processos deflagrados por hipnose ou paranormalidade. No caso em questão, o mais provável é que se trate de um fenômeno de hipnose, de natureza ergotropa, com elementos de um estado neurótico. Como sabemos, este tipo de hipnose se expressa através de uma excitação emocional e acentuada tensão muscular.
Teoricamente, o enfraquecimento das censuras do ego e as motivações inconscientes, geradoras do fenômeno, associam-se a uma fuga da situação emergencial e da liberação de desejos arquetipais de comportamento, que, em estado ou condições normais, o indivíduo não consegue vivenciar.
A personificação surgida neste tipo de situação, geralmente, é desejada inconscientemente, ocorrendo em um ambiente de grande agitação, podendo haver músicas de ritmos estimuladores, preces em forma de cânticos, ou uma situação inconsciente de conflito. Ocorre não apenas nestas variedades religiosas que buscam a eliminação do demônio, mas, também, em sessões das religiões afro-brasileiras e em conflitos intrapsíquicos (Borges, 1995).
Em 1910, surgiu no Paraná e em São Paulo, a primeira igreja pentecostal do Brasil, a Congregação Cristã do Brasil. Em 1911, é fundada em Belém do Pará a Assembléia de Deus. Os pentecostais constituem o grupo da religião protestante que mais cresceu no Brasil no século XX. No início dos anos 90 , algo em torno de 10% da população brasileira era formada de pentecostais.
Recentemente, entre os pentecostais brasileiros, surgiu o grupo dos neopentecostais, que apresenta uma forma religiosa prática, pouco exigente ético e doutrinariamente, voltado para o êxtase, com ênfase na glossolalia, exorcismo e milagres, visando resultados imediatos.
As principais igrejas pentecostais de tipo clássico no Brasil são a Congregação Cristã do Brasil, a Assembléia de Deus, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo, a Deus é Amor e a Casa da Benção. Entre as neopentecostais, merecem destaque a Igreja de Nova Vida, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, a Igreja Internacional da Graça, a Renascer em Cristo e a Igreja Universal do Reino de Deus (Gaarder, 2000).
5. ELEMENTOS INDUTORES DA HIPNOSE NAS VIVÊNCIAS RELIGIOSA
Nas sessões práticas de Espiritismo observamos certos fatores predisponentes à produção de uma hipnose trofotropa, isto é, do tipo tranqüilizadora, quais sejam:
_ Luz pouco intensa, com efeito calmante;
_ Voz pausada e repetitiva do dirigente da sessão;
_ Estado de introspecção, relaxação, produzindo uma sensação de calma e bem- estar, por parte de seus componentes etc.
_ Sugestão hipnótica implícita de que o "médium" deverá "incorporar uma entidade" ou deve se comportar como se fosse um outro indivíduo.
Nas sessões afro-brasileiras, determinados fatores condicionam uma hipnose ergotropa, isto é, do tipo excitadora, como:
_ O canto, conhecido como "ponto", acompanhado ritmicamente pelo toque dos instrumentos musicais;
_ A dança, estimulação muscular, que provoca uma tensão e fadiga;
_ A utilização, em determinadas sessões de algumas variedades religiosa, de bebidas alcoólicas, fumaça de tabaco, alimentos muito condimentados, luzes e roupas com cores fortes, estimulantes.
_ Sugestão transmitida na saudação, letra, ritmo e melodia do "ponto", tipo de roupa, ritual etc , de que os '' filhos de santo '' vão incorporar um mestre, caboclo, cigano ou orixá.
Nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como, nas missas da renovação carismática, determinados fatores condicionam uma hipnose ergotropa, isto é, do tipo excitadora, como:
_ O cântico, que pode vir acompanhado pelo toque dos instrumentos musicais;
_ Encenações como palmas, batida dos pés, giro do corpo, etc, que promovem uma excitação muscular.
_ Exortação enérgica do dirigente do culto ou missa, referindo-se a fé, realização de cura, expulsão de demônios, etc
A tendência a não distinguir a fantasia da realidade e a sugestionabilidade, que facultam a aceitação das proposições do indutor no que se refere a sua maior ou menor facilidade para a produção de determinados fenômenos, são componentes detectados nas aludidas reuniões.
Quanto maior for o respeito, a admiração, que o hipnotizado tenha em relação ao hipnotizador, mais facilmente se dará o processo e serão aceitas as sugestões por ele emitidas. O "pai de santo", o "doutrinador", o '' pastor '', o ''padre '' ou seus equivalentes, são vistos, pelos adeptos, como pessoas que possuem um bom relacionamento com os ditos mestres, caboclos, orixás, espíritos superiores , santos, etc, e, por isto, tudo o que deles provem é tomado como verdadeiro, não sendo permitida nenhuma discussão em torno de suas afirmações. Desta forma, se obtém um campo propício para uma fácil aceitação de sugestões por parte dos adeptos. A supostas "entidades" ( espíritos, caboclos, orixás, demônios, diabo, etc) são facilmente afastadas quando emitida uma simples palavra dos mesmos, enquanto que, muitas vezes, elas relutam veementemente em irem embora , no caso de outras pessoas, não reconhecidas como superiores ou intermediários dos seres extra-corpóreos.
Nas reuniões espíritas, em determinadas ocasiões, o doutrinador afirma que a possível "entidade" passará a ver imagens dos principais acontecimentos ocorridos em sua existência, quando vivo, tal qual um filme projetado em uma tela de cinema; principia-se, assim, a produção de uma alucinação em que o "médium" afirma estar vendo as aludidas cenas. Além disso, freqüentemente, essa alucinação é acompanhada de uma dramatização do indivíduo. Tudo isso representa, tão somente, a realização das sugestões do orientador.
6. SEMELHANÇAS ENTRE A FENOMENOLOGIA RELIGIOSA E HIPNÓTICA
A fenomenologia existente nas reuniões religiosas aludidas anteriormente é idêntica a obtida durante uma sessão de hipnose, fortalecendo, portanto, a tese de ser manifestação de um estado emocional intensificado. Façamos então uma análise das duas e de sua convergência.
É bastante conhecido o fenômeno da catalepsia, no qual o sujeito permanece, sem que haja cansaço, com todo o corpo, ou parte deste, rígido e imóvel. As manifestações religiosas em que há comunicação verbal (comumente acompanhada de fenômenos da musculatura estriada), como as incorporações, comunicação dos demônios, etc, em verdade, seriam apenas manifestações do transe hipnótico do tipo sonambúlico, quando toda ou parte da musculatura do indivíduo permanece em condição propícia para produzir movimentos, e do tipo letárgico, quando toda ela se encontra tensionada, impedindo determinados deslocamentos. Alguns indivíduos, quando apresentam estas manifestações, ficam com todo seu sistema muscular rígido, exceção feita aos músculos que possibilitam a fonação. Nestas condições, desenvolvem todo o fenômeno, adotando outra personalidade e comunicando-se através da fala. Outras vezes apenas o braço, ou outro membro, permanece naquela condição de rigidez. Como se nota, são nítidas reproduções da catalepsia.
Na hipnose observa-se também a possibilidade do aumento da força muscular, diga-se bem, não se trata por isso de um surgimento do nada, mas sim, a utilização de reservas energéticas existentes em nosso próprio organismo. Da mesma maneira, verifica-se, em várias manifestações desta natureza, caso de pessoas que se tornam possuidoras de uma força cuja ação vai além de sua capacidade habitual. Percebe-se, então, que se trataria de simples aspecto do transe hipnótico.
Em várias reuniões de religiões afro-brasileiras, algumas pessoas, sob estado de transe, cortam seus próprios pulsos sem expressarem estar sentindo qualquer dor, caracterizando, assim, um fenômeno de anestesia, neste caso particular, perda da sensibilidade à dor, é mais correto denominar de analgesia, que, como sabemos, é encontrada em pessoas hipnotizadas. Pode ocorrer ainda, durante a hipnose, a hiperalgesia, que se caracteriza por uma exagerada sensibilidade à dor. Analogamente, nas reuniões espíritas, já presenciamos, em diversas circunstâncias, a possível "personalidade comunicante" afirmar ter nos braços ou em outras áreas de seu corpo, queimaduras ou feridas, e que, ao menor toque nestas regiões, essa tende a se retrair imediatamente, expressando a presença de uma impressão penosa. Fiéis do movimento pentecostal, neopentecostal e renovação carismática, referem cura de suas dores, de seus males, devido à oração, benção ou culto da respectiva religião, sendo um fenômeno hipnótico decorrente da intensa emoção que as pessoas envolvidas apresentam.
Constatamos, também, que, em sessões kardecistas, alguns "médiuns" se ressentem ao menor ruído provocado, podendo ouvir conversações a voz baixa que ocorram entre os componentes do grupo durante a mesma. Vale destacar, que, nesses casos, o possível aumento da sensibilidade auditiva nunca ultrapassa a capacidade normal da pessoa em questão. Atentamos, em outras ocasiões, que barulhos, mesmo de alta intensidade, não pareciam afetar alguns dos que se encontravam em transe, continuando o seu proceder, como se nada de mais estivesse ocorrendo; não se trataria de surdez real, porém de uma diminuição da capacidade auditiva. Durante o transe, observa-se fisiologicamente uma inibição do córtex cerebral, sendo importante mencionar a existência da fase paradoxal, em que devido a esta inibição ocorre uma maior sensibilidade cortical aos estímulos mais débeis em detrimento dos mais fortes, ou seja, estímulos externos mais violentos não impressionam o córtex em transe, porém os débeis influxos nervosos são amplificados Os dois fenômenos, presentemente mencionados, também surgem durante a hipnose, sendo comumente denominados de hiperestesia auditiva (hiperacusia) e surdez hipnótica. (Cerviño, 1989).
Uma das ocorrências de maior incidência, nestas reuniões de caráter religioso, é o que denominamos em hipnose de parestesia, ou seja, a sensação de picadas, formigamento, etc., sem que haja causa externa. Os espíritas afirmam que isto se deve à concentração de "fluidos" por parte dos "espíritos" nestas regiões do corpo onde tais fatos são percebidos, os seguidores afro-brasileiros dizem dever-se a '' encostos '', correspondendo a ação dos '' demônios '' dos pentecostais. Além de ocorrer com os participantes destas reuniões, o mesmo se observa nas pessoas que recebem e aplicam '' passes ".
Nas manifestações religiosas mencionadas, quando se observa uma modificação no comportamento dos fieis em transe, na maioria das vezes, nota-se uma aceleração dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. Verifica-se, em certos casos, que vivenciando as mais diversas circunstâncias, uma das mãos do fiel pode se tornar fria e a outra quente, caracterizando, este conjunto de eventos, os fenômenos viscerais da hipnose .
Quando da aplicação do "passe", da benção, da oração '' forte '', há toda uma alteração emocional tanto por parte do paciente, que busca desesperadamente ser curado ou ter amenizado os seus males e o "passista", padre, pastor ou equivalentes que deseja ardentemente a melhora do paciente. Devido a esta alteração emocional, o paciente poderá sofrer toda uma modificação metabólica em seu organismo, podendo sobrevir, conseqüentemente, a cura esperada. A água "fluidificada" ou benta, tão comum nos centros espíritas, missas, cultos evangélicos, etc, a qual é atribuída a propriedade de curar determinadas doenças, seria o desenvolvimento de um processo semelhante ao descrito anteriormente. Temos assim, por correspondência com a hipnose, os fenômenos viscerais.
Muitas vezes, o "médium" inicia a dita "incorporação" através de intensa agitação e sensação de sufocação, para depois, com as palavras calmantes e tranqüilizadoras do doutrinador, atingir a um estado estabilizador, denotando, claramente, a passagem de um transe hipnótico de natureza ergotropa para um de natureza trofotropa. O inverso também poderá ser obtido, através de sugestões do doutrinador, de que o "espírito" irá revivenciar os males que praticou em "outras existências". Ante a cena que a personalidade vivenciada pelo "médium" diz ver, e que passa a transferir-se àquela, o seu terror, perante o conhecimento dos males realizados, provoca uma série de alterações em seu organismo, observando-se , então, a transformação de um transe trofotropo em ergotropo.
Podemos, também, obter um estado emocional intensificado através de fatores impessoais, tais como músicas, cores, etc. Tais elementos são encontrados, em maior ou menor grau, nas reuniões das diversas variedades religiosas aqui estudadas. Nas afro-brasileiras, através do toque de instrumentos, danças, perfumes, bebidas, etc; no espiritismo, através de música suave, muito utilizada nas chamadas reuniões de consultas e mesmo nas de desenvolvimento mediúnico, usando lâmpadas de fraca intensidade, comumente de cor azul, provocando uma sensação de calma e tranqüilidade; na renovação carismática, pentecostalismo e neopentecostalismo, através de cânticos, palmas, batidos de pés. É bom ressaltar que não se trata de indução hipnótica por via física, mas através da representação, pelo significado que tais fatores possuem em relação aos programas adquiridos e até mesmo os programas inatos.
Quando uma comunidade religiosa recebe um novato, este passa a observar o comportamento dos antigos, em transe e fora de transe, só exercendo suas funções na comunidade após várias reuniões. Nota-se que o novato imita atitudes estereotipadas ou semelhantes àquelas possuídas pelos veteranos, de conformidade com a variedade. Assim, durante o transe, temos:
a) No espiritismo - O '' médium '' treme as mãos quando do "recebimento de uma entidade", inspira fortemente, bate ruidosamente com as mãos na mesa, boceja com regularidade, comunica-se gritando ou em tom calmo; etc.
b) Nas religiões afro-brasileiras - O '' médium '' ou '' cavalo '' dança, bebe, fala e se comporta de conformidade com a '' entidade recebida '', e com um padrão semelhante ao que os antigos apresentam.
c) Na renovação carismática, pentecostalismo e neopentecostalismo - Os '' endemoniados '' apresentam voz rouca e agressividade, os fieis batizados com o Espírito Santo falam palavras estranhas aos presentes, os demônios são expulsos após determinado ritual e ordem do dirigente, etc, tudo em conformidade com o que os antigos apresentam.
Esses comportamentos indicam, evidentemente, que ocorreram sugestões hipnóticas de natureza implícita, conquanto não expressas oralmente, como é o caso da linguagem gesticulada e da simbologia das roupas, cânticos e rituais.
Em alguns Centros de Umbanda, são comuns os "médiuns" sentarem-se em torno de uma mesa forrada de branco, sobre a qual se encontram alguns cálices ou copos de vidro, contendo água. Após determinado tempo de concentração, alguns deles afirmam visualizar sobre a superfície dos vidros, certas imagens, como sendo de santos, caboclos, etc. Porém, nem sempre se faz necessária a utilização daqueles apetrechos, pois, via de regra, após certo estágio inicial, os aludidos "médiuns" declaram perceber, sem a necessidade de projetá-las sobre determinada superfície, imagens de seres humanos, animais e até mesmo objetos, que não são apreendidos por todos os participantes. Em diversas oportunidades, os membros da referida mesa informam sentir o aroma de flores, que não possuem existência física constatada.
Nos cursos de formação de "médiuns", é referido que a faculdade de ouvir sons, vozes, não perceptíveis pelas vias auditivas normais (audiência ou clariaudiência), poderia ocorrer de duas maneiras distintas: estas sairiam do interior do "médium", ou seja, partiriam de sua mente, ou viriam de fora, do exterior.
Os fenômenos ora citados, nitidamente alucinações, são obtidos na hipnose e são conhecidos respectivamente por alucinação visual positiva, olfativa e auditiva. Esta última apresenta as duas modalidades citadas, como bem observou o pesquisador Schneck.
Ao contrário do que geralmente se pensa, não existe um domínio, um controle do hipnotizador sobre o hipnotizado. Esta imagem é produto de uma interpretação errônea que vem persistindo há muito tempo com relação à hipnose. A sugestão não é fundamento básico do fenômeno hipnótico, porém um seu auxiliar. Se a sugestão emitida contrariar os programas básicos do hipnotizado, este não a acatará. Quando se utiliza uma sugestão de tirar a roupa em público, ou suicidar-se, estas ordens serão cumpridas, apenas, se o hipnotizado realmente estiver com idéias suicidas ou possuir o hábito de tirar a roupa em público. Analisando o transe mediúnico como um estado hipnótico, a validade desta assertiva prevalece. Várias vezes foram constatados que "médiuns" em estado de transe, comportando-se como suicidas, ameaçavam tirar a própria vida e, ao verificarem que os participantes da sessão não davam atenção ao que diziam, desistiam de realizar o que haviam prometido. É bem verdade que, neste caso, se deve ter mais cuidado, pois o indivíduo pode sofrer de distúrbios mentais e realmente executar a ação a que se propõe. Porém, fique claro, isto poderá sobrevir em decorrência, tão somente, de seu estado de perturbação mental ou de sua predisposição à concretização daquele ato, e não como resultante do transe em si e, muito menos, de uma ação dominadora, incontrolável do hipnotizador sobre o hipnotizado. Essa ação dominadora atribuída ao hipnotizador é uma mistificação.
Apreendemos nas reuniões mediúnicas, nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como, em algumas reuniões da renovação carismática, um processo de dramatização do inconsciente, no qual se observa o fenômeno supra citado. O "médium" afirma ser outro indivíduo, podendo relatar uma "história", como morreu e até mesmo modificar a sua voz. Caso o "espírito" comunicante seja um conhecido de alguma pessoa presente, e geralmente do próprio "médium", este muitas vezes passa a revelar atitudes características do morto em apreço. Entretanto, essas personalidades são comumente estereotipadas: na Umbanda se encontram, por exemplo, os "pretos velhos", os exus, etc.; no Espiritismo, os "espíritos obsessores", os guias espirituais, etc. Tal fenômeno é conhecido, nessas religiões, como "incorporação" e, na ocorrência de comunicação oral, é denominada pelos espíritas de psicofonia. Nas referidas variedades católica e protestante o '' endemoniado '' também modifica a voz, apresenta um comportamento violento, diferente daquele apresentado pelo fiel em condições normais. Todos estes fenômenos podem ser interpretados como manifestações hipnóticas, visto que, é freqüente, no transe hipnótico, o sujeito aceitar a sugestão de se comportar como outra personalidade, que poderá ser tanto a de um morto como a de um vivo, real ou fictício, sendo tal fato denominado de transidentificação.
É importante mencionarmos os casos de pintura obtidos durante transe hipnótico e que, teoricamente, extrapola a capacidade do autor. Helena Smith, que conhecia pintura, sob transe hipnótico, denominado psicoautônomo, pintava usando os dedos no lugar dos pincéis de maneira aparentemente desordenada e sem coerência, pintando um pé, um olho, uma árvore, em pontos diferentes da tela e posteriormente harmonizando estas imagens em um conjunto coerente. Augustin Lesage, trabalhador de minas, durante o trabalho ouviu uma voz que lhe dizia: '' Tu serás pintor ''; a partir deste momento '' sua mão adquiriu um automatismo inconsciente, executando, em completa amnésia, aquilo que sua inteligência não fora capaz de executar '' (Mello, 1950).
'' As pressões sociais impedem comumente o surgimento de verdadeiros gênios nas artes; esses indivíduos reprimem suas qualidades e no estado de transe psicoautônomo podem desinibi-las. Temos visto médiuns espíritas que no estado de transe perdem toda a sua timidez e inibição, e falam o que antes não tinham coragem de falar, e apresentam qualidades variadas - artísticas, por exemplo - que estavam impossibilitados de mostrar antes... Os médiuns, por meio de uma '' entidade espiritual incorporada '', apresentam uma estereotipia dinâmica que representa uma conduta organizada no passado, comumente imaginária, porém, em geral, desejada. Os estados de transe psicoautônomo se devidamente orientados por um médico hipnologista podem, pelas suas características, ser de grande interesse para o indivíduo e para a sociedade. Lembremos que no Brasil milhares de indivíduos entram em transe em milhares de centros espíritas. Seria bastante interessante e importante para todos se esses médiuns pudessem abstrair do seu transe os aspectos religiosos, o que, entretanto não é fácil, dado o hábito já bastante arraigado da concentração na fé religiosa, a qual proporciona uma melhor profundidade do transe '' (Akstein,1973).
Devemos mencionar ainda o dermografismo, que consiste no aparecimento de sinais, letras ou palavras na epiderme do indivíduo, devido a um processo de irritação cutânea . Um exemplo disto é o fenômeno da '' mão de fogo '', onde surge manchas hiperemeadas, em formato de mão, sobre as coxas, braços ou tronco. Normalmente as vítimas são pessoas deprimidas, com sentimento de autopunição, passando por problemas de natureza emocional. Ocorre em algumas vivências espíritas
A estigmatização é, de certa forma, uma modalidade de dermografismo em que surge lesão espontânea da epiderme, onde aparecem marcas sanguinolentas, arranhões e cortes sobre o corpo, podendo resultar de
a) necessidade inconsciente de autopunição - as vítimas em geral apresentam sentimento de autodestruição, atravessando uma fase de transtornos emocionais. Encontramos em alguns casos de '' possessão '' e pessoas '' endemoniadas ''. Ocorre em algumas vivências espíritas, pentecostais e neopentecostais
b) estado de exaltação mística - é um fenômeno exclusivo do universo cristão, onde ocorre chagas sanguinolentas em várias regiões do corpo de um santo ou de um místico, reproduzindo os ferimentos sofridos por Jesus . É típico de algumas vivências católicas
Tanto o dermografismo em geral, como a estigmatização, em particular, são fenômenos viscerais de natureza hipnótica, da categoria ergotropa nos casos de '' possessão '' e '' endemoniados '' e da categoria trofotropa no casos dos santos e místicos.
7. SEMELHANÇAS ENTRE A FENOMENOLOGIA RELIGIOSA E PARANORMA
Muitas formas dos fenômenos paranormais podem surgir, durante as atividades das referidas variedades religiosas, e serem interpretadas inadequadamente, de conformidade com os modelos em questão. Assim, podemos ter
1. - Psicografia: Forma de fenômeno paranormal em que o conteúdo psigâmico, evento físico ou psíquico, se expressa através da escrita. Pode apresentar diversas modalidades como a ambidestra (produzindo simultaneamente com as duas mãos mensagens distintas), invertida (em que as letras das palavras estão transladadas, escritas na ordem inversa), especular (subtipo da psicografia invertida em que as letras também estão rotacionadas, sendo necessário contrapor o escrito a um espelho para se efetuar a sua adequada leitura) e a xenográfica (escrita em um idioma desconhecido dos participantes da reunião e cujo conteúdo se relaciona com o contexto da mesma ). É comum nas sessões espíritas
2. - Personificação subjetiva: Termo criado por Valter da Rosa Borges para designar a modificação, espontânea ou provocada, da personalidade do Agente Psi, a qual ele se comporta como se fosse outra pessoa, fictícia ou real, viva ou falecida, apresentando fenômenos de psi-gama. Quase sempre se manifesta na forma oral (psicofonia), sendo, no campo religioso, conhecida como “incorporação '' ou '' possessão ''. Pode apresentar a modalidade xenoglóssica, pela qual o conteúdo psigâmico é expresso em um idioma desconhecido dos participantes da reunião e cujo conteúdo se relaciona com o contexto da mesma. Está presente em todas as variedades religiosas acima.
3. - Psicopictografia: Designa a manifestação paranormal expressa através de pinturas (a óleo, nanquim etc) cujo nível extrapola, e muito, a capacidade do Agente Psi. Muitas vezes vem assinada por personalidades famosas já falecidas. Ocorre nas sessões espíritas.
4. - Projeção da consciência: Manifestação paranormal em que o Agente Psi visualiza cenas de outro ambiente e tem a sensação de aí se encontrar. Mais conhecido no campo religioso como viagem astral, projeção do corpo astral, desdobramento, bicorporeidade, bilocação ou experiência fora do corpo (EFC). Deve ser interpretado como uma clarividência associada a uma sensação subjetiva de deslocamento espacial do Eu. Comum nas sessões espíritas.
5. - Precognição: Característica do fenômeno paranormal pelo qual o agente é capaz de expressar acontecimentos futuros, ou seja, que ainda irão se realizar. Encontramos principalmente em sessões espíritas e em cultos pentecostais e neopentecostais.
6. - Aparição: É uma manifestação psigâmica, telepática ou clarividente, cujo conteúdo informacional se expressa sob forma alucinatória ou simbólica, podendo apresentar imagens de pessoas, animais e/ou coisas. É freqüente em reuniões espíritas e de religiões afro-brasileiras.
8. CONCLUSÃO
Como pudemos perceber, todos estes indícios, ora descritos, apontam para o modelo proposto, do estado emocional intensificado e dos fenômenos paranormais.
Apesar de tudo isso, muitos preferem não ver o que possivelmente está ocorrendo, por inúmeras razões, dentre as quais podemos citar:
_ Falta de hábito em assumir uma atitude científica, da maior parte da coletividade, perante os fatos defrontados;
_ O desconhecimento do que seja realmente a hipnose e a paranormalidade, devido a um antiquado processo de mistificação que as envolvem;
_ A insegurança de inúmeras pessoas que, tendo suas vidas já fundamentadas por inúmeros conceitos, temem ver seus castelos desmoronarem e preferem não enxergar aquilo que se lhes depara;
_ Uma estrutura tendenciosa do indivíduo, proveniente da recepção, sem crítica, dos conteúdos informacionais advindos daqueles que os rodeiam.
Estes e outros motivos formam o nível de consciência possível da população, nível este que atua como filtro ideológico e permite enxergar apenas o que querem e o que lhes convém., possuindo as suas próprias regras, impede, na maioria das vezes, uma melhor compreensão da realidade.
Desta forma, não se acuse de reducionismo da hipótese, mas de correta atitude científica ante fenômenos dos quais se procuram explicações. Se existe um modelo conhecido, simples, no qual podemos operar e controlar e que explica um conjunto de fatos observados com maior abrangência, seria anticientífico, e perda de tempo, procurar-se um outro modelo, mais complexo e menos abrangente para descrever esta mesma série de fenômenos. Um bom modelo deve ser lógico em sua descrição, consistente com a experiência e abrangente quanto ao conjunto de fatos observados e a ele pertinente.
Sendo assim, somos conduzidos a supor que, nas sessões mediúnicas (espíritas e das religiões afro-brasileiras), nos cultos pentecostais e neopentecostais e nas reuniões da renovação carismática, tudo se passa como se a maioria dos fenômenos observados fossem estados emocionais intensificados, ou seja, processo hipnótico ou fenômenos de natureza paranormal.
Ronaldo Dantas Lins
RESUMO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Na incapacidade de lidar diretamente com a realidade, a ciência utiliza-se de modelos, buscando, assim, um melhor entendimento dos fenômenos da natureza. Dados dois ou mais modelos para explicar determinado fato, deve-se adotar aquele que seja mais eficaz, claro, simples, que necessite de uma menor quantidade de afirmações apriorísticas e cujo campo de ação possa abranger razoavelmente o mesmo domínio do outro.
Nas sessões práticas dos Centros afro-brasileiros, de espiritismo, e nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como nas missas da renovação carismática, uma série de ocorrências são explicadas por seus participantes através de modelos, que constituem os corpos de suas doutrinas. Tomam sem comprovação um conjunto de afirmações, tais como:
a) No espiritismo - a sobrevivência, após a morte do ser humano, de um constructo extra-corpóreo (o Espírito), que pode retornar a este mundo em outro corpo humano (reencarnação) e se comunicar conosco, do além, através de determinados indivíduos, que teriam a capacidade de servir de intercâmbio entre os homens e o suposto mundo espiritual ( os médiuns). A este constructo são adicionadas, a priori, qualidades outras, tais como: a imortalidade e um corpo designado de perispírito, constituído de uma substância, cuja consistência se situa entre a matéria e o próprio Espírito. Esse novo corpo seria o elo de ligação, que permitiria a ''comunicação'' entre mortos e vivos.
b) Nas religiões afro-brasileiras - Admite a sobrevivência pós-morte do homem, que pode se comunicar com os vivos sob diversas personalidades (mestres, entidades africanas, caboclos ou ciganos). Outras entidades extrafísicas seriam os orixás (deuses, heróis africanos antigos, espíritos desencarnados ou apenas a tradução dos santos católicos).
c) No pentecostalismo e neopentecostalismo (variedades do protestantismo) - Admite a sobrevivência do homem após a morte, a ressurreição (retorno à vida no mesmo corpo físico), nega a reencarnação (retorno à vida em outro corpo físico); julgamento de cada um no final dos tempos, podendo ser condenado ao inferno ou a viver feliz no céu; os mortos não se comunicam; o Espírito Santo (um dos três aspectos da divindade) pode se comunicar com os homens em idiomas desconhecidos do mesmo (xenoglossia); o diabo ou os demônios (entidades do mal) podem se apossar dos corpos de pessoas vivas e comandar seu comportamento, podendo ser expulsos em cultos apropriados, etc.
d) na renovação carismática (variedade do catolicismo) - Admite a sobrevivência do homem após a morte, a ressurreição (retornar ao mesmo corpo após a morte), o juízo final, o céu, o inferno, não comunicação dos mortos com os vivos. Apresenta uma forma de expressão (missa) diferenciada do tradicional, com menos rigorismo e de natureza mais festiva e espontânea.
Como se nota, esses modelos se fundamentam em um conjunto de proposições não demonstradas, elementos desconhecidos, para a demonstração de fatos dos quais se procuram explicações. Tais fatos são constatados em larga escala nos indivíduos que se encontram hipnotizados ou deflagrando fenômenos paranormais, além de nos depararmos, nas sessões e cultos das referidas religiões, com elementos indutores da hipnose e que serão mencionados mais adiante. Todo este contexto nos permite supor que muitas das ocorrências destas sessões sejam resultantes do transe hipnótico ou de fenômenos paranormais.
2. FUNDAMENTOS DA HIPNOSE.
A hipnose pode ser compreendida como um estado emocional intensificado, e como tal pode ser de caráter estabilizador, sendo induzida geralmente por uma atitude tranqüilizadora por parte do hipnotizador, tendo uma reação predominantemente trofotropa, com predomínio do sistema nervoso simpático, e de caráter alterador, geralmente alcançado através de um proceder de natureza autoritária, vigorosa, enérgica por parte do indutor, tendo desta feita uma reação ergotropa, com predomínio do sistema nervoso parassimpático. Constitui, portanto, um fenômeno do cotidiano (Júnior, 1980).
Os elementos básicos para a sua consecução são:
1 - Características individuais: Capacidade que cada indivíduo possui de responder distintamente aos estímulos, bloqueando-os, favorecendo-os ou alterando-os. Confere a facilitação da produção de determinados fenômenos em detrimento de outros.
2 - Sugestionabilidade: Refere-se a maior ou menor propensão pelo hipnotizado de acatar as sugestões do hipnotizador.
3 - Regressão ao estado psicofisiológico da infância: Não se trata de regressão de idade, mas sim de um processo natural, pelo qual o hipnotizado passa a ter um funcionamento orgânico análogo àquele da infância, possibilitando o surgimento de confusão entre a realidade e a fantasia, analgesia (a criança possui baixa sensibilidade à dor), alucinação (Adler propõe a existência de um ''componente alucinatório da alma'', inibido pelo pensamento lógico, que é elemento básico da vida em sociedade). No indivíduo jovem, principalmente em crianças, ocorrem as imagens eidéticas, que são alucinações não patológicas, que consiste na reprodução de uma imagem percebida anteriormente, apresentando componentes objetivos, sem estímulo adequado perceptível. Esta capacidade tende a regredir na maioria dos adultos), catalepsia ( observa-se no recém-nascido uma capacidade de permanecer por muito tempo em uma mesma posição), etc
O mais importante para o êxito na indução hipnótica é o estabelecimento de um relação adequada entre o hipnotizador e o hipnotizado, o denominado rapport. Dele depende todo o êxito ou malogro da relação hipnótica. É importante sabermos que na hipnose não há sono, em nenhum instante o hipnotizado perde a consciência do que lhe está acontecendo; não há um domínio do hipnotizador sobre o hipnotizado, só fazendo este, aquilo que não for de encontro aos seus programas básicos.
Sob o aspecto prático pode apresentar os seguintes grupos de fenômenos:
1 - Motores: aumento ou diminuição da força muscular, flacidez ou enrijecimento muscular, catalepsia, etc.
2 - Viscerais: parestesia, aquecimento ou esfriamento cutâneo, dermografismo, etc.
3 - Sensoriais: alucinações (para mais ''positiva'', para menos ''negativa'' ou de transformação qualitativa) visuais, auditivas, olfativas, gustativas ou somatossensoriais.
4 - Desempenho de papel: personificação pela qual o hipnotizado se comporta como se houvesse regredido de idade (também pode ocorrer à progressão) ou mesmo assumir a personalidade de outra pessoa (fictícia, real, ou de pessoa falecida ).
A sugestão hipnótica pode ser explícita ou implícita. Esta é muito mais interessante pela sua aparência de naturalidade e de não apresentar direcionamento comportamental perceptível, sendo facilmente encontrada em ambientes religioso
3. FUNDAMENTOS DE PARAPSICOLOGIA (Borges, 1992)
'' Podemos denominar de paranormal ou psi a todo o fenômeno que, tendo o homem como seu provável epicentro, apresenta as seguintes características
a) Uma modalidade de conhecimento que uma pessoa demonstra de fatos físicos e/ou psíquicos, relativos ao passado, presente ou futuro, sem a utilização (aparente) dos sentidos e da razão, assim como de habilidades que não resultem de prévio aprendizado
b) Uma ação física que uma pessoa exerce sobre seres vivos e a matéria em geral, sem a utilização de qualquer extensão ou instrumento de natureza material. '' (Borges & Caruso, 1986)
A Parapsicologia é a ciência que estuda e pesquisa o fenômeno paranormal. Este pode ser de dois tipos
1) Psi-gama: Fenômenos paranormais subjetivos, de tomada de conhecimento, produzido de conformidade com o descrito no item a) referido acima. É o caso da telepatia (comunicação mente a mente) e da clarividência (a mente toma conhecimento de maneira direta de um fato físico, sem a intervenção de uma outra mente)
2) Psi-kapa: Fenômenos paranormais objetivos, de ação sobre os seres, produzido de conformidade com o descrito no item b) referido acima. É o caso da telecinesia (movimentação de objetos pela ação da mente).
O fenômeno psi apresenta a característica da independência do tempo, (percepção de eventos, psíquicos ou físicos, desviados das coordenadas temporais almejadas), podendo ocorrer as seguintes possibilidades:
a) Precognição: Quando alcançamos eventos posteriores ao objeto alvo. Consiste em perceber eventos que ainda irão ocorrer
b) Retrocognição: Quando alcançamos eventos anteriores ao objeto alvo. Consiste em perceber eventos que já ocorreram.
c) Simulcognição: Quando o experimento alcança temporalmente o objeto alvo. Neste caso, ocorre à tomada de conhecimento por meio paranormal de um evento presente.
Os fenômenos paranormais podem se expressar de diversas formas apresentando, em cada caso, uma terminologia própria, como algumas descritas abaixo (destacamos apenas fenômenos de psi-gama)
1 - Psicografia - Conteúdo transmitido através da escrita.
2 - Psicofonia - Conteúdo transmitido através da fala.
3 - Psicopictografia - Conteúdo transmitido através da pintura.
4 - Psicomusicografia - Conteúdo transmitido através da música.
5 - Radiestesia ou rabdomancia - Conteúdo transmitido através do uso do pêndulo ou forquilha.
6 - Psicometria - Conteúdo transmitido através de imagens impregnadas no ambiente ou objetos.
7 - Aparição - Conteúdo transmitido através de imagens de formas humanas ou animais
Em relação ao conteúdo destacamos as seguintes modalidades
a) Xenoglossia - Conteúdo transmitido fluentemente, através de um ou mais idiomas desconhecido do agente psi ou mesmo dos presentes, de teor compatível com a situação presente. É importante destacarmos o caso de pseudoxenoglossia em que o agente exterioriza fragmentos mnemônicos de textos, nos referidos idiomas, adquiridos no passado e guardados em seu nível inconsciente e os relatos de glossolalia, que consiste na criação, pela mente do agente, de idiomas fictícios, nunca existentes
b) Memória extracerebral - Conteúdo transmitido através de relatos de vivências e elementos mnemônicos supostamente acontecidos com uma pessoa já falecida, e que o agente afirmar ter sido ele mesmo.
c) Criatividade psi - Conteúdo transmitido através de produções artísticas cujo nível ultrapassa bastante a capacidade do agente.
4. VISÃO GERAL DE ALGUMAS RELIGIÕES NO BRASI
No conjunto das religiões presentes no Brasil, iremos destacar algumas e/ou suas variedades mais significativas para nossa discussão, como as religiões afro-brasileiras, espiritismo, pentecostalismo (variedade do protestantismo) e a renovação carismática (variedade do catolicismo).
4.1 - Religiões afro-brasileiras
As religiões afro-brasileiras do Recife, segundo o antropólogo Roberto Mota, apresentam-se em quatro variedades principais (Motta, 1999):
4.1.1 -. Catimbó (ou Jurema) - Consiste no culto dos mestres (espíritos curadores de origem luso-brasileira, posteriormente acrescidos de entidades africanas), dos caboclos ( curadores de origem indígena) e mais recentemente dos ciganos. Na segunda metade do século XX, conjuntos hagiológicos do Rio de Janeiro e outras regiões foram acrescidos, como os exus (masculinos) e pombas-gira (femininos). O culto se processa através do canto, da dança e da possessão verbal. Há também a utilização ritual da fumaça de tabaco e a ingestão de uma bebida feita à base do vegetal jurema (Mimosa hostilis) e de aguardente de cana. O Catimbó-Jurema consiste num sistema de cura e de alívio. Cada ''entidade '' tem suas preferências de cor, bebidas, charutos, etc. Trata-se de uma religião infra-sacrificial, ou seja, não adota o sacrifício de animais, e infra-organizacional (raramente seus grupos se articulam em congregações análogas aos terreiros, com hierarquias e códigos rígidos de direitos e deveres). Temos assim a figura do mago, isto é, um especialista no intercâmbio e controle de forças sobrenaturais, com finalidade terapêutica, de consolo ou de realização de desejos correlatos
4.1.2 - Xangô - Corresponde ao Candomblé da Bahia e consiste no culto dos orixás que são divindades iorubá , por alguns sincretizados com santos católicos. Os seguidores desta variedade não se preocupam com uma estruturação formal de sua religião, tanto que para alguns os orixás são deuses e para outros são heróis africanos antigos, espíritos desencarnados ou apenas a tradução ( em língua nagô) dos santos católicos. Trata-se de uma religião sacrificial (adota o sacrifício de animais, o qual é retribuído com a proteção ou a concretização dos desejos dos fiéis) e organizacional (os terreiros se agrupam em estruturas maiores e os seus membros apresentam uma hierarquia, sendo os referidos terreiros comandados por pais e mães-de-santo, isto é, babalorixás e ialorixás), bem como, não apresenta compromisso com a moralidade, fundamentando-se em um pacto de permuta de favores entre o fiel e o orixá. Apresenta canto, dança e um transe extático que poderá apresentar esporadicamente exclamações em nagô
4.1.3 - Umbanda Branca - Consiste da aplicação nas diversas religiões afro-brasileiras dos elementos de natureza teológica do espiritismo europeu (Kardecismo). As entidades do Xangô e do Candomblé são interpretadas como entes desencarnados, apresentando-se em diversos graus de desenvolvimento, sendo passíveis de interagir com os encarnados e permutarem ensinamentos. Esta variedade apresenta uma valorização da palavra em detrimento da imagem, do ícone, tendo eliminado o sacrifício de animais, ou seja, é supra-sacrificial e preserva os nomes das entidades do Xangô, Candomblé, Catimbó e cultos análogos. O termo Umbanda às vezes é compreendido como uma forma polida de Xangô ou mesmo designar o conjunto das religiões afro-brasileiras. O transe consiste em uma possessão verbal cujo conteúdo é uma mensagem de conforto ou ensinamento ou mesmo o estabelecimento de um simples diálogo. Em teoria a uma valorização do desenvolvimento individual em detrimento do carisma.
Diferenças rituais entre o candomblé (Bahia) e a umbanda, conforme Vagner Gonçalves da Silva, no Livro das Religiões, de Gaard, editado em 2000, pela Companhia Editora de artes, são destacadas a seguir:
''a) Panteão :
1 - Candomblé - predomínio de um número menor de categorias de entidades circunscritas aos deuses de origem africana (orixás, vodus, inquices), erês (espíritos infantis) e algumas vezes caboclos (espíritos ameríndios).
2 - Umbanda - predomínio de um número maior de categorias de entidades agrupadas por linhas de falanges (orixás, caboclos, pretos velhos, erês, exus, pombagiras, ciganos, marinheiros, zé-pilintra, baianos, etc).
b) Finalidades do culto às divindades:
1 - Candomblé - serem louvados através dos rituais privados e festas públicas nas quais os deuses incorporam nos adeptos, fortalecendo os vínculos que os unem e potencializando o axé (energia mítica) que protege e beneficia os membros do terreiro.
2 - Umbanda - desenvolvimento espiritual dos médiuns e das divindades (da escala mais baixa, representada pelos exus, a mais alta, representada pelos orixás que, quando incorporam nos adeptos, geralmente o fazem para trabalharem receitando passes e atendendo ao público).
c) Concepção e finalidade do transe:
1 - Candomblé - declarado inconsciente e legitimamente aceito somente após a iniciação do fiel para um número reduzido de entidades.
2 - Umbanda - declarado semiconsciente e permitido para um número maior de entidades, na medida do desenvolvimento mediúnico do fiel.
d) Iniciação:
1 - Candomblé - condição básica para o ingresso legítimo no culto. Segregação do fiel por um longo período, raspagem total da cabeça, sacrifício animal e oferendas rituais. Grande número de preceitos.
2 - Umbanda - existe, mas não como condição básica para o pertencimento ao culto; camarinho: segregação do fiel por um período curto, raspagem parcial da cabeça (não obrigatória), sacrifício animal (não obrigatório) e oferendas rituais, Predomínio do batismo, realizado na cachoeira, no mar ou através de entregas de oferenda na mata.
e) Processos divinatórios: modos de comunicação com os deuses:
1 - Candomblé - predomínio do jogo de búzios realizado somente pelo pai-de-santo (sem necessidade do transe), que recomenda os ebós ou despachos para a resolução dos problemas do consulente.
2 - Umbanda - predomínio do diálogo direto entre os consulentes e as divindades que dão '' passes '' ou receitam trabalhos.
f) Hierarquia religiosa:
1 - Candomblé - estabelecida a partir do tempo de iniciação e da indicação dos adeptos para ocuparem os cargos religiosos. Fundamental na organização sócio-religiosa do grupo.
2 - Umbanda - estabelecida a partir da capacidade de liderança religiosa dos médiuns e de seus guias. Importância da ordem burocrática.
g) Música ritual:
1 - Candomblé - predomínio de cantigas contendo expressões de origem africana. Acompanhamento executado por três atabaques percutidos somente pelos alabés (iniciados do sexo masculino que não entram em transe ).
2 - Umbanda - predomínio de pontos cantados em português, acompanhados por palmas ou pelas curimbas (atabaques), sem número fixo, que podem ser percutidos por adeptos (curimbeiros) de ambos os sexos.
h) Dança ritual:
1 - Candomblé - Formação obrigatória da '' roda de santo '' (disposição dos adeptos na forma circular, dançando em sentido anti-horário). Predomínio de expressões coreográficas preestabelecidas, que identificam cada divindade ou momento ritual.
2 - Umbanda - não-obrigatoriedade da formação da '' roda de santo ''. Disposição dos adeptos em fileiras paralelas. Predomínio de uma maior liberdade de expressão da linguagem gestual nas danças que identificam as divindades '' (Silva, 1994).
4.1.4 -. Xangô Umbandizado - Religião que adota elementos kardecistas, preservação dos toques, danças e nomenclatura do Xangô, Catimbó e do Candomblé. Conforme a região onde é praticada pode receber várias denominações como omolokô e o Candomblé de Goméia . Apresenta uma significativa diminuiçaõ na prática do sacrifício, que tende a tornar-se vestigial, sendo portanto uma religião hipo-sacrificial; na prática observa-se a presença , em alguns terreiros, de sacrifício animal, talvez por motivos de natureza financeira. Podemos constatar uma exacerbação ritual e do personalismo carismático (principalmente do dos pais e mães-de-santo), valorização da palavra, desvalorização do jogo de búzios, presença de exageros gestuais e de consultas verbais aos seres desencarnados
Por terem se formado em diferentes regiões do Brasil e em momentos históricos também distintos, as religiões afro-brasileiras receberam diversos nomes, conforme já mencionado. Assim temos: candomblé (na Bahia), xangô (em Pernambuco e Alagoas), tambor de mina (no Maranhão e no Piauí), batuque (no Rio Grande do Sul) e macumba e umbanda no Rio de Janeiro. É importante destacarmos que, no Brasil, o ritual de certas religiões africanas sobrevive na sua forma mais pura no estado da Bahia.
Para facilitar nossas argumentações, doravante nos referiremos às religiões afro-brasileiras, sem entrarmos em detalhes sobre as suas variedades, haja visto que elementos como a dança, o canto, o toque, uso de bebidas e alimentos bastante condimentados, cores e luzes intensas entre outros, se encontram presentes, de uma forma ou de outra, nas diversas variedades deste grupo religioso, bem como, são nestes componentes que estamos interessados para desenvolver a nossa tese.
4.2 - Espiritismo/Kardecismo
Consiste num sistema filosófico-religioso, codificado por Léon Hyppolite Denizard Rivail (Allan Kardec), fundamentado na reencarnação , que se baseia na idéia hinduísta da transmigração das almas e que se apóia em dois princípios básicos:
a) A lei do carma - A toda ação corresponde uma reação igual e de sentido contrário, ou seja, todo pensamento, vontade ou ação produzidos pelo ser humano acarretará sobre este um evento de mesma natureza e intensidade, nesta vida ou em outra.
b) A comunicação com os mortos - Algumas pessoas (os médiuns) são dotadas da capacidade de se comunicarem ostensivamente com o mundo dos mortos (mundo dos Espíritos). Esta comunicação pode se efetuar através da fala (psicofonia), escrita (psicografia), pintura (psicopictografia), etc.
No Brasil o espiritismo enfatiza o lado religioso da moralidade, do assistencialismo, tendo como moto comportamental a caridade, inspirando-se nos Evangelhos e compreendendo Jesus Cristo como o mais evoluído Espírito que já se encarnou; também é dado destaque à terapia mediúnica, principalmente com a aplicação de passes e utilização da água fluidificada.
4.3 - Renovação carismática (variedade do catolicismo):
Admite basicamente os mesmos fundamentos do protestantismo, ou seja, a sobrevivência do homem, a ressurreição, o juízo final, o céu, o inferno, não comunicação dos mortos entre outros. Diferenciando-se deste por admitir que a interpretação única e correta da Bíblia é a fornecida pela igreja católica, a veneração aos santos e as imagens, a infalibilidade do papa, o dogma da transubstanciação.
O característico desta variedade religiosa é a forma de expressão alicerçada em músicas modernas e encenações como palmas, batida dos pés, giro do corpo, etc, que dão um tom mais jovial às missas. Apresenta também, com menor freqüência, atividades correspondentes a comunicação do Espírito Santo (análogo ao pentecostes).
4.4 - Pentecostalismo (variedade do protestantismo):
Na Europa ocidental, durante o século XVI, ocorreu uma grande revolução eclesiástica que rompeu com a estrutura hegemônica do catolicismo, dando origem ao protestantismo (no Brasil os protestantes também são denominados de evangélicos). Martinho Lutero, monge agostiniano alemão, criticou os abusos e o luxo da igreja católica, a decadência de costumes e a corrupção do clero, fundando o luteranismo, que discorda do catolicismo nos seguintes aspectos:
1 - Salvação pela fé: O homem está destinado a pecar, sendo salvo não por suas obras, mas pelo arrependimento e pela fé.
2 – Estímulo ao conhecimento: Ocorre a valorização da busca do conhecimento e da eloqüência da palavra escrita. Incentiva o desenvolvimento de uma mente questionadora e autônoma, ignorando, às vezes contestando, a autoridade de Roma.
2 - Livre-exame: O fiel deve interpretar a Bíblia a sua maneira e não se submeter a interpretação da igreja.
3 - Abolição do celibato: Os ministros da igreja podem se casar, pois não há fundamentação bíblica para o celibato.
4 - Condenação do culto aos santos: A veneração só poderia ser feita a Deus, sendo condenável a adoração as imagens.
5 - Falibilidade papal : O papa, por ser uma criatura humana é susceptível ao erro.
6 - Negação do dogma da transubstanciação: O pão e o vinho não se transformam no corpo e no sangue de Jesus, sendo, entretanto, apenas uma representação simbólica da eucaristia
O movimento calvinista, também denominado presbiteriano, fundado pelo francês João Calvino, deriva do luteranismo, diferenciando-se deste basicamente pela doutrina da salvação que é vista como uma predestinação divina e não uma conseqüência da fé, além do que favorece a acumulação de capital decorrente do trabalho, indo de encontro ao princípio católico do justo preço e da proibição da usura.
A reforma anglicana foi um movimento mais político do que ideológico, promovido pelo rei inglês Henrique VIII que teve seu pedido de divórcio negado pelo papa Clemente VII. A disputa pelo poder e o interesse no confisco das terras da igreja seriam os motivos reais pelo surgimento desta reforma, não diferindo muito, no início, do catolicismo.
Posteriormente, surgiram os movimentos reformados radicais como os metodistas, o exército da salvação, os quakers e os pentecostais. De todos estes movimentos vamos nos ater basicamente ao último.
O pentecostalismo é um movimento protestante que crê nas verdades básicas do cristianismo, tendo como característica a expressão semelhante ao pentecostes dos Atos dos apóstolos, descrito na bíblia. O caminho da salvação é feito em três etapas: a conversão, o batismo na água (que se dá por imersão total, não sendo possível o batismo de crianças) e o batismo no Espírito Santo, quando são descobertos os dons que os fiéis possuem, sendo basicamente três:
1 - Dom das línguas: Este é um fenômeno parapsicológico, denominado xenoglossia, consistindo na fluente expressão, escrita ou falada (nesta variedade religiosa consideramos apenas a transmissão verbal) pelos fiéis, de conteúdos em idioma desconhecido pelo agente ou até mesmo de todos que estejam no local, sendo o discurso compatível com a situação presente. Na prática o fenômeno observado é apenas uma glossolalia (palavras inventadas pelo inconsciente do indivíduo) de fragmentos textuais, não apresentando um real significado. Temos que diferenciar também da pseudoxenoglossia em que o agente exterioriza fragmentos lingüísticos do inconsciente, obtidos no passado, e que jazem no mesmo, temporariamente esquecidos.
2 - Dom da profecia: Fenômeno paranormal, conhecido como precognição, que consiste na percepção e expressão de eventos físicos ou psíquicos que ainda irão ocorrer, conforme descrito anteriormente. Na prática, não temos precognições reais, mas, pseudoprecognição de natureza vaga ou de baixo grau de refutabilidade.
3 - Dom de cura : Pelo qual o agente é capaz de curar patologias em outros indivíduos. Há de se distinguir a cura psi da cura por meios paranormais. Naquele caso, se trata-se de um processo auto-hipnótico pelo qual o indivíduo mobiliza suas capacidades orgânicas, latentes, possibilitando o alívio de seus males. No segundo caso, teríamos uma ação da mente sobre o organismo vivo restabelecendo o seu funcionamento normal, caracterizando-se pela cura de doenças que ainda não possuem tratamento adequado pela medicina, extração não cirúrgica de corpos estranhos (como projétil de arma de fogo) ou a reconstituição de tecidos destruídos ou ossos esfacelados. Na prática, a maioria das curas obtidas são apenas as referidas curas psíquicas e o desaparecimento de patologias simples (Lins, 1995).
Além disso, em vários cultos desta variedade religiosa, presenciamos o fenômeno pelo qual o fiel aparenta estar possuído por um ser imaterial denominado demônio ou o próprio diabo, tornando-se agressivo e apresentando mudança de voz (mais rouca) e agitação motora.
Entende-se por personificação a mudança no comportamento e/ou no pensamento do indivíduo, que passa a agir como se fosse uma outra pessoa, apresentando sentimentos e atitudes que pouco ou nada têm de comum com a sua personalidade habitual, sendo resultante de distúrbios psicológicos, psiquiátricos, ou de processos deflagrados por hipnose ou paranormalidade. No caso em questão, o mais provável é que se trate de um fenômeno de hipnose, de natureza ergotropa, com elementos de um estado neurótico. Como sabemos, este tipo de hipnose se expressa através de uma excitação emocional e acentuada tensão muscular.
Teoricamente, o enfraquecimento das censuras do ego e as motivações inconscientes, geradoras do fenômeno, associam-se a uma fuga da situação emergencial e da liberação de desejos arquetipais de comportamento, que, em estado ou condições normais, o indivíduo não consegue vivenciar.
A personificação surgida neste tipo de situação, geralmente, é desejada inconscientemente, ocorrendo em um ambiente de grande agitação, podendo haver músicas de ritmos estimuladores, preces em forma de cânticos, ou uma situação inconsciente de conflito. Ocorre não apenas nestas variedades religiosas que buscam a eliminação do demônio, mas, também, em sessões das religiões afro-brasileiras e em conflitos intrapsíquicos (Borges, 1995).
Em 1910, surgiu no Paraná e em São Paulo, a primeira igreja pentecostal do Brasil, a Congregação Cristã do Brasil. Em 1911, é fundada em Belém do Pará a Assembléia de Deus. Os pentecostais constituem o grupo da religião protestante que mais cresceu no Brasil no século XX. No início dos anos 90 , algo em torno de 10% da população brasileira era formada de pentecostais.
Recentemente, entre os pentecostais brasileiros, surgiu o grupo dos neopentecostais, que apresenta uma forma religiosa prática, pouco exigente ético e doutrinariamente, voltado para o êxtase, com ênfase na glossolalia, exorcismo e milagres, visando resultados imediatos.
As principais igrejas pentecostais de tipo clássico no Brasil são a Congregação Cristã do Brasil, a Assembléia de Deus, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo, a Deus é Amor e a Casa da Benção. Entre as neopentecostais, merecem destaque a Igreja de Nova Vida, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, a Igreja Internacional da Graça, a Renascer em Cristo e a Igreja Universal do Reino de Deus (Gaarder, 2000).
5. ELEMENTOS INDUTORES DA HIPNOSE NAS VIVÊNCIAS RELIGIOSA
Nas sessões práticas de Espiritismo observamos certos fatores predisponentes à produção de uma hipnose trofotropa, isto é, do tipo tranqüilizadora, quais sejam:
_ Luz pouco intensa, com efeito calmante;
_ Voz pausada e repetitiva do dirigente da sessão;
_ Estado de introspecção, relaxação, produzindo uma sensação de calma e bem- estar, por parte de seus componentes etc.
_ Sugestão hipnótica implícita de que o "médium" deverá "incorporar uma entidade" ou deve se comportar como se fosse um outro indivíduo.
Nas sessões afro-brasileiras, determinados fatores condicionam uma hipnose ergotropa, isto é, do tipo excitadora, como:
_ O canto, conhecido como "ponto", acompanhado ritmicamente pelo toque dos instrumentos musicais;
_ A dança, estimulação muscular, que provoca uma tensão e fadiga;
_ A utilização, em determinadas sessões de algumas variedades religiosa, de bebidas alcoólicas, fumaça de tabaco, alimentos muito condimentados, luzes e roupas com cores fortes, estimulantes.
_ Sugestão transmitida na saudação, letra, ritmo e melodia do "ponto", tipo de roupa, ritual etc , de que os '' filhos de santo '' vão incorporar um mestre, caboclo, cigano ou orixá.
Nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como, nas missas da renovação carismática, determinados fatores condicionam uma hipnose ergotropa, isto é, do tipo excitadora, como:
_ O cântico, que pode vir acompanhado pelo toque dos instrumentos musicais;
_ Encenações como palmas, batida dos pés, giro do corpo, etc, que promovem uma excitação muscular.
_ Exortação enérgica do dirigente do culto ou missa, referindo-se a fé, realização de cura, expulsão de demônios, etc
A tendência a não distinguir a fantasia da realidade e a sugestionabilidade, que facultam a aceitação das proposições do indutor no que se refere a sua maior ou menor facilidade para a produção de determinados fenômenos, são componentes detectados nas aludidas reuniões.
Quanto maior for o respeito, a admiração, que o hipnotizado tenha em relação ao hipnotizador, mais facilmente se dará o processo e serão aceitas as sugestões por ele emitidas. O "pai de santo", o "doutrinador", o '' pastor '', o ''padre '' ou seus equivalentes, são vistos, pelos adeptos, como pessoas que possuem um bom relacionamento com os ditos mestres, caboclos, orixás, espíritos superiores , santos, etc, e, por isto, tudo o que deles provem é tomado como verdadeiro, não sendo permitida nenhuma discussão em torno de suas afirmações. Desta forma, se obtém um campo propício para uma fácil aceitação de sugestões por parte dos adeptos. A supostas "entidades" ( espíritos, caboclos, orixás, demônios, diabo, etc) são facilmente afastadas quando emitida uma simples palavra dos mesmos, enquanto que, muitas vezes, elas relutam veementemente em irem embora , no caso de outras pessoas, não reconhecidas como superiores ou intermediários dos seres extra-corpóreos.
Nas reuniões espíritas, em determinadas ocasiões, o doutrinador afirma que a possível "entidade" passará a ver imagens dos principais acontecimentos ocorridos em sua existência, quando vivo, tal qual um filme projetado em uma tela de cinema; principia-se, assim, a produção de uma alucinação em que o "médium" afirma estar vendo as aludidas cenas. Além disso, freqüentemente, essa alucinação é acompanhada de uma dramatização do indivíduo. Tudo isso representa, tão somente, a realização das sugestões do orientador.
6. SEMELHANÇAS ENTRE A FENOMENOLOGIA RELIGIOSA E HIPNÓTICA
A fenomenologia existente nas reuniões religiosas aludidas anteriormente é idêntica a obtida durante uma sessão de hipnose, fortalecendo, portanto, a tese de ser manifestação de um estado emocional intensificado. Façamos então uma análise das duas e de sua convergência.
É bastante conhecido o fenômeno da catalepsia, no qual o sujeito permanece, sem que haja cansaço, com todo o corpo, ou parte deste, rígido e imóvel. As manifestações religiosas em que há comunicação verbal (comumente acompanhada de fenômenos da musculatura estriada), como as incorporações, comunicação dos demônios, etc, em verdade, seriam apenas manifestações do transe hipnótico do tipo sonambúlico, quando toda ou parte da musculatura do indivíduo permanece em condição propícia para produzir movimentos, e do tipo letárgico, quando toda ela se encontra tensionada, impedindo determinados deslocamentos. Alguns indivíduos, quando apresentam estas manifestações, ficam com todo seu sistema muscular rígido, exceção feita aos músculos que possibilitam a fonação. Nestas condições, desenvolvem todo o fenômeno, adotando outra personalidade e comunicando-se através da fala. Outras vezes apenas o braço, ou outro membro, permanece naquela condição de rigidez. Como se nota, são nítidas reproduções da catalepsia.
Na hipnose observa-se também a possibilidade do aumento da força muscular, diga-se bem, não se trata por isso de um surgimento do nada, mas sim, a utilização de reservas energéticas existentes em nosso próprio organismo. Da mesma maneira, verifica-se, em várias manifestações desta natureza, caso de pessoas que se tornam possuidoras de uma força cuja ação vai além de sua capacidade habitual. Percebe-se, então, que se trataria de simples aspecto do transe hipnótico.
Em várias reuniões de religiões afro-brasileiras, algumas pessoas, sob estado de transe, cortam seus próprios pulsos sem expressarem estar sentindo qualquer dor, caracterizando, assim, um fenômeno de anestesia, neste caso particular, perda da sensibilidade à dor, é mais correto denominar de analgesia, que, como sabemos, é encontrada em pessoas hipnotizadas. Pode ocorrer ainda, durante a hipnose, a hiperalgesia, que se caracteriza por uma exagerada sensibilidade à dor. Analogamente, nas reuniões espíritas, já presenciamos, em diversas circunstâncias, a possível "personalidade comunicante" afirmar ter nos braços ou em outras áreas de seu corpo, queimaduras ou feridas, e que, ao menor toque nestas regiões, essa tende a se retrair imediatamente, expressando a presença de uma impressão penosa. Fiéis do movimento pentecostal, neopentecostal e renovação carismática, referem cura de suas dores, de seus males, devido à oração, benção ou culto da respectiva religião, sendo um fenômeno hipnótico decorrente da intensa emoção que as pessoas envolvidas apresentam.
Constatamos, também, que, em sessões kardecistas, alguns "médiuns" se ressentem ao menor ruído provocado, podendo ouvir conversações a voz baixa que ocorram entre os componentes do grupo durante a mesma. Vale destacar, que, nesses casos, o possível aumento da sensibilidade auditiva nunca ultrapassa a capacidade normal da pessoa em questão. Atentamos, em outras ocasiões, que barulhos, mesmo de alta intensidade, não pareciam afetar alguns dos que se encontravam em transe, continuando o seu proceder, como se nada de mais estivesse ocorrendo; não se trataria de surdez real, porém de uma diminuição da capacidade auditiva. Durante o transe, observa-se fisiologicamente uma inibição do córtex cerebral, sendo importante mencionar a existência da fase paradoxal, em que devido a esta inibição ocorre uma maior sensibilidade cortical aos estímulos mais débeis em detrimento dos mais fortes, ou seja, estímulos externos mais violentos não impressionam o córtex em transe, porém os débeis influxos nervosos são amplificados Os dois fenômenos, presentemente mencionados, também surgem durante a hipnose, sendo comumente denominados de hiperestesia auditiva (hiperacusia) e surdez hipnótica. (Cerviño, 1989).
Uma das ocorrências de maior incidência, nestas reuniões de caráter religioso, é o que denominamos em hipnose de parestesia, ou seja, a sensação de picadas, formigamento, etc., sem que haja causa externa. Os espíritas afirmam que isto se deve à concentração de "fluidos" por parte dos "espíritos" nestas regiões do corpo onde tais fatos são percebidos, os seguidores afro-brasileiros dizem dever-se a '' encostos '', correspondendo a ação dos '' demônios '' dos pentecostais. Além de ocorrer com os participantes destas reuniões, o mesmo se observa nas pessoas que recebem e aplicam '' passes ".
Nas manifestações religiosas mencionadas, quando se observa uma modificação no comportamento dos fieis em transe, na maioria das vezes, nota-se uma aceleração dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. Verifica-se, em certos casos, que vivenciando as mais diversas circunstâncias, uma das mãos do fiel pode se tornar fria e a outra quente, caracterizando, este conjunto de eventos, os fenômenos viscerais da hipnose .
Quando da aplicação do "passe", da benção, da oração '' forte '', há toda uma alteração emocional tanto por parte do paciente, que busca desesperadamente ser curado ou ter amenizado os seus males e o "passista", padre, pastor ou equivalentes que deseja ardentemente a melhora do paciente. Devido a esta alteração emocional, o paciente poderá sofrer toda uma modificação metabólica em seu organismo, podendo sobrevir, conseqüentemente, a cura esperada. A água "fluidificada" ou benta, tão comum nos centros espíritas, missas, cultos evangélicos, etc, a qual é atribuída a propriedade de curar determinadas doenças, seria o desenvolvimento de um processo semelhante ao descrito anteriormente. Temos assim, por correspondência com a hipnose, os fenômenos viscerais.
Muitas vezes, o "médium" inicia a dita "incorporação" através de intensa agitação e sensação de sufocação, para depois, com as palavras calmantes e tranqüilizadoras do doutrinador, atingir a um estado estabilizador, denotando, claramente, a passagem de um transe hipnótico de natureza ergotropa para um de natureza trofotropa. O inverso também poderá ser obtido, através de sugestões do doutrinador, de que o "espírito" irá revivenciar os males que praticou em "outras existências". Ante a cena que a personalidade vivenciada pelo "médium" diz ver, e que passa a transferir-se àquela, o seu terror, perante o conhecimento dos males realizados, provoca uma série de alterações em seu organismo, observando-se , então, a transformação de um transe trofotropo em ergotropo.
Podemos, também, obter um estado emocional intensificado através de fatores impessoais, tais como músicas, cores, etc. Tais elementos são encontrados, em maior ou menor grau, nas reuniões das diversas variedades religiosas aqui estudadas. Nas afro-brasileiras, através do toque de instrumentos, danças, perfumes, bebidas, etc; no espiritismo, através de música suave, muito utilizada nas chamadas reuniões de consultas e mesmo nas de desenvolvimento mediúnico, usando lâmpadas de fraca intensidade, comumente de cor azul, provocando uma sensação de calma e tranqüilidade; na renovação carismática, pentecostalismo e neopentecostalismo, através de cânticos, palmas, batidos de pés. É bom ressaltar que não se trata de indução hipnótica por via física, mas através da representação, pelo significado que tais fatores possuem em relação aos programas adquiridos e até mesmo os programas inatos.
Quando uma comunidade religiosa recebe um novato, este passa a observar o comportamento dos antigos, em transe e fora de transe, só exercendo suas funções na comunidade após várias reuniões. Nota-se que o novato imita atitudes estereotipadas ou semelhantes àquelas possuídas pelos veteranos, de conformidade com a variedade. Assim, durante o transe, temos:
a) No espiritismo - O '' médium '' treme as mãos quando do "recebimento de uma entidade", inspira fortemente, bate ruidosamente com as mãos na mesa, boceja com regularidade, comunica-se gritando ou em tom calmo; etc.
b) Nas religiões afro-brasileiras - O '' médium '' ou '' cavalo '' dança, bebe, fala e se comporta de conformidade com a '' entidade recebida '', e com um padrão semelhante ao que os antigos apresentam.
c) Na renovação carismática, pentecostalismo e neopentecostalismo - Os '' endemoniados '' apresentam voz rouca e agressividade, os fieis batizados com o Espírito Santo falam palavras estranhas aos presentes, os demônios são expulsos após determinado ritual e ordem do dirigente, etc, tudo em conformidade com o que os antigos apresentam.
Esses comportamentos indicam, evidentemente, que ocorreram sugestões hipnóticas de natureza implícita, conquanto não expressas oralmente, como é o caso da linguagem gesticulada e da simbologia das roupas, cânticos e rituais.
Em alguns Centros de Umbanda, são comuns os "médiuns" sentarem-se em torno de uma mesa forrada de branco, sobre a qual se encontram alguns cálices ou copos de vidro, contendo água. Após determinado tempo de concentração, alguns deles afirmam visualizar sobre a superfície dos vidros, certas imagens, como sendo de santos, caboclos, etc. Porém, nem sempre se faz necessária a utilização daqueles apetrechos, pois, via de regra, após certo estágio inicial, os aludidos "médiuns" declaram perceber, sem a necessidade de projetá-las sobre determinada superfície, imagens de seres humanos, animais e até mesmo objetos, que não são apreendidos por todos os participantes. Em diversas oportunidades, os membros da referida mesa informam sentir o aroma de flores, que não possuem existência física constatada.
Nos cursos de formação de "médiuns", é referido que a faculdade de ouvir sons, vozes, não perceptíveis pelas vias auditivas normais (audiência ou clariaudiência), poderia ocorrer de duas maneiras distintas: estas sairiam do interior do "médium", ou seja, partiriam de sua mente, ou viriam de fora, do exterior.
Os fenômenos ora citados, nitidamente alucinações, são obtidos na hipnose e são conhecidos respectivamente por alucinação visual positiva, olfativa e auditiva. Esta última apresenta as duas modalidades citadas, como bem observou o pesquisador Schneck.
Ao contrário do que geralmente se pensa, não existe um domínio, um controle do hipnotizador sobre o hipnotizado. Esta imagem é produto de uma interpretação errônea que vem persistindo há muito tempo com relação à hipnose. A sugestão não é fundamento básico do fenômeno hipnótico, porém um seu auxiliar. Se a sugestão emitida contrariar os programas básicos do hipnotizado, este não a acatará. Quando se utiliza uma sugestão de tirar a roupa em público, ou suicidar-se, estas ordens serão cumpridas, apenas, se o hipnotizado realmente estiver com idéias suicidas ou possuir o hábito de tirar a roupa em público. Analisando o transe mediúnico como um estado hipnótico, a validade desta assertiva prevalece. Várias vezes foram constatados que "médiuns" em estado de transe, comportando-se como suicidas, ameaçavam tirar a própria vida e, ao verificarem que os participantes da sessão não davam atenção ao que diziam, desistiam de realizar o que haviam prometido. É bem verdade que, neste caso, se deve ter mais cuidado, pois o indivíduo pode sofrer de distúrbios mentais e realmente executar a ação a que se propõe. Porém, fique claro, isto poderá sobrevir em decorrência, tão somente, de seu estado de perturbação mental ou de sua predisposição à concretização daquele ato, e não como resultante do transe em si e, muito menos, de uma ação dominadora, incontrolável do hipnotizador sobre o hipnotizado. Essa ação dominadora atribuída ao hipnotizador é uma mistificação.
Apreendemos nas reuniões mediúnicas, nos cultos pentecostais e neopentecostais, bem como, em algumas reuniões da renovação carismática, um processo de dramatização do inconsciente, no qual se observa o fenômeno supra citado. O "médium" afirma ser outro indivíduo, podendo relatar uma "história", como morreu e até mesmo modificar a sua voz. Caso o "espírito" comunicante seja um conhecido de alguma pessoa presente, e geralmente do próprio "médium", este muitas vezes passa a revelar atitudes características do morto em apreço. Entretanto, essas personalidades são comumente estereotipadas: na Umbanda se encontram, por exemplo, os "pretos velhos", os exus, etc.; no Espiritismo, os "espíritos obsessores", os guias espirituais, etc. Tal fenômeno é conhecido, nessas religiões, como "incorporação" e, na ocorrência de comunicação oral, é denominada pelos espíritas de psicofonia. Nas referidas variedades católica e protestante o '' endemoniado '' também modifica a voz, apresenta um comportamento violento, diferente daquele apresentado pelo fiel em condições normais. Todos estes fenômenos podem ser interpretados como manifestações hipnóticas, visto que, é freqüente, no transe hipnótico, o sujeito aceitar a sugestão de se comportar como outra personalidade, que poderá ser tanto a de um morto como a de um vivo, real ou fictício, sendo tal fato denominado de transidentificação.
É importante mencionarmos os casos de pintura obtidos durante transe hipnótico e que, teoricamente, extrapola a capacidade do autor. Helena Smith, que conhecia pintura, sob transe hipnótico, denominado psicoautônomo, pintava usando os dedos no lugar dos pincéis de maneira aparentemente desordenada e sem coerência, pintando um pé, um olho, uma árvore, em pontos diferentes da tela e posteriormente harmonizando estas imagens em um conjunto coerente. Augustin Lesage, trabalhador de minas, durante o trabalho ouviu uma voz que lhe dizia: '' Tu serás pintor ''; a partir deste momento '' sua mão adquiriu um automatismo inconsciente, executando, em completa amnésia, aquilo que sua inteligência não fora capaz de executar '' (Mello, 1950).
'' As pressões sociais impedem comumente o surgimento de verdadeiros gênios nas artes; esses indivíduos reprimem suas qualidades e no estado de transe psicoautônomo podem desinibi-las. Temos visto médiuns espíritas que no estado de transe perdem toda a sua timidez e inibição, e falam o que antes não tinham coragem de falar, e apresentam qualidades variadas - artísticas, por exemplo - que estavam impossibilitados de mostrar antes... Os médiuns, por meio de uma '' entidade espiritual incorporada '', apresentam uma estereotipia dinâmica que representa uma conduta organizada no passado, comumente imaginária, porém, em geral, desejada. Os estados de transe psicoautônomo se devidamente orientados por um médico hipnologista podem, pelas suas características, ser de grande interesse para o indivíduo e para a sociedade. Lembremos que no Brasil milhares de indivíduos entram em transe em milhares de centros espíritas. Seria bastante interessante e importante para todos se esses médiuns pudessem abstrair do seu transe os aspectos religiosos, o que, entretanto não é fácil, dado o hábito já bastante arraigado da concentração na fé religiosa, a qual proporciona uma melhor profundidade do transe '' (Akstein,1973).
Devemos mencionar ainda o dermografismo, que consiste no aparecimento de sinais, letras ou palavras na epiderme do indivíduo, devido a um processo de irritação cutânea . Um exemplo disto é o fenômeno da '' mão de fogo '', onde surge manchas hiperemeadas, em formato de mão, sobre as coxas, braços ou tronco. Normalmente as vítimas são pessoas deprimidas, com sentimento de autopunição, passando por problemas de natureza emocional. Ocorre em algumas vivências espíritas
A estigmatização é, de certa forma, uma modalidade de dermografismo em que surge lesão espontânea da epiderme, onde aparecem marcas sanguinolentas, arranhões e cortes sobre o corpo, podendo resultar de
a) necessidade inconsciente de autopunição - as vítimas em geral apresentam sentimento de autodestruição, atravessando uma fase de transtornos emocionais. Encontramos em alguns casos de '' possessão '' e pessoas '' endemoniadas ''. Ocorre em algumas vivências espíritas, pentecostais e neopentecostais
b) estado de exaltação mística - é um fenômeno exclusivo do universo cristão, onde ocorre chagas sanguinolentas em várias regiões do corpo de um santo ou de um místico, reproduzindo os ferimentos sofridos por Jesus . É típico de algumas vivências católicas
Tanto o dermografismo em geral, como a estigmatização, em particular, são fenômenos viscerais de natureza hipnótica, da categoria ergotropa nos casos de '' possessão '' e '' endemoniados '' e da categoria trofotropa no casos dos santos e místicos.
7. SEMELHANÇAS ENTRE A FENOMENOLOGIA RELIGIOSA E PARANORMA
Muitas formas dos fenômenos paranormais podem surgir, durante as atividades das referidas variedades religiosas, e serem interpretadas inadequadamente, de conformidade com os modelos em questão. Assim, podemos ter
1. - Psicografia: Forma de fenômeno paranormal em que o conteúdo psigâmico, evento físico ou psíquico, se expressa através da escrita. Pode apresentar diversas modalidades como a ambidestra (produzindo simultaneamente com as duas mãos mensagens distintas), invertida (em que as letras das palavras estão transladadas, escritas na ordem inversa), especular (subtipo da psicografia invertida em que as letras também estão rotacionadas, sendo necessário contrapor o escrito a um espelho para se efetuar a sua adequada leitura) e a xenográfica (escrita em um idioma desconhecido dos participantes da reunião e cujo conteúdo se relaciona com o contexto da mesma ). É comum nas sessões espíritas
2. - Personificação subjetiva: Termo criado por Valter da Rosa Borges para designar a modificação, espontânea ou provocada, da personalidade do Agente Psi, a qual ele se comporta como se fosse outra pessoa, fictícia ou real, viva ou falecida, apresentando fenômenos de psi-gama. Quase sempre se manifesta na forma oral (psicofonia), sendo, no campo religioso, conhecida como “incorporação '' ou '' possessão ''. Pode apresentar a modalidade xenoglóssica, pela qual o conteúdo psigâmico é expresso em um idioma desconhecido dos participantes da reunião e cujo conteúdo se relaciona com o contexto da mesma. Está presente em todas as variedades religiosas acima.
3. - Psicopictografia: Designa a manifestação paranormal expressa através de pinturas (a óleo, nanquim etc) cujo nível extrapola, e muito, a capacidade do Agente Psi. Muitas vezes vem assinada por personalidades famosas já falecidas. Ocorre nas sessões espíritas.
4. - Projeção da consciência: Manifestação paranormal em que o Agente Psi visualiza cenas de outro ambiente e tem a sensação de aí se encontrar. Mais conhecido no campo religioso como viagem astral, projeção do corpo astral, desdobramento, bicorporeidade, bilocação ou experiência fora do corpo (EFC). Deve ser interpretado como uma clarividência associada a uma sensação subjetiva de deslocamento espacial do Eu. Comum nas sessões espíritas.
5. - Precognição: Característica do fenômeno paranormal pelo qual o agente é capaz de expressar acontecimentos futuros, ou seja, que ainda irão se realizar. Encontramos principalmente em sessões espíritas e em cultos pentecostais e neopentecostais.
6. - Aparição: É uma manifestação psigâmica, telepática ou clarividente, cujo conteúdo informacional se expressa sob forma alucinatória ou simbólica, podendo apresentar imagens de pessoas, animais e/ou coisas. É freqüente em reuniões espíritas e de religiões afro-brasileiras.
8. CONCLUSÃO
Como pudemos perceber, todos estes indícios, ora descritos, apontam para o modelo proposto, do estado emocional intensificado e dos fenômenos paranormais.
Apesar de tudo isso, muitos preferem não ver o que possivelmente está ocorrendo, por inúmeras razões, dentre as quais podemos citar:
_ Falta de hábito em assumir uma atitude científica, da maior parte da coletividade, perante os fatos defrontados;
_ O desconhecimento do que seja realmente a hipnose e a paranormalidade, devido a um antiquado processo de mistificação que as envolvem;
_ A insegurança de inúmeras pessoas que, tendo suas vidas já fundamentadas por inúmeros conceitos, temem ver seus castelos desmoronarem e preferem não enxergar aquilo que se lhes depara;
_ Uma estrutura tendenciosa do indivíduo, proveniente da recepção, sem crítica, dos conteúdos informacionais advindos daqueles que os rodeiam.
Estes e outros motivos formam o nível de consciência possível da população, nível este que atua como filtro ideológico e permite enxergar apenas o que querem e o que lhes convém., possuindo as suas próprias regras, impede, na maioria das vezes, uma melhor compreensão da realidade.
Desta forma, não se acuse de reducionismo da hipótese, mas de correta atitude científica ante fenômenos dos quais se procuram explicações. Se existe um modelo conhecido, simples, no qual podemos operar e controlar e que explica um conjunto de fatos observados com maior abrangência, seria anticientífico, e perda de tempo, procurar-se um outro modelo, mais complexo e menos abrangente para descrever esta mesma série de fenômenos. Um bom modelo deve ser lógico em sua descrição, consistente com a experiência e abrangente quanto ao conjunto de fatos observados e a ele pertinente.
Sendo assim, somos conduzidos a supor que, nas sessões mediúnicas (espíritas e das religiões afro-brasileiras), nos cultos pentecostais e neopentecostais e nas reuniões da renovação carismática, tudo se passa como se a maioria dos fenômenos observados fossem estados emocionais intensificados, ou seja, processo hipnótico ou fenômenos de natureza paranormal.
Ronaldo Dantas Lins
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