segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

QUARESMA NA UMBANDA - O MITO AINDA VIVE...

Ao longo de minha vivência dentro da Umbanda, tenho escutado muito sobre a época da Quaresma ( o tempo em que Jesus passou no deserto somando seus 40 dias e que segundo nos conta a Bíblia foi tentado pelo demónio)

Escuto dentro da Umbanda muita coisa a respeito deste assunto.

Determinada casa não trabalha com a esquerda, neste período, pois afirma que a energia dos guardiões é muito pesada para o médium neste época, mas no restante do ano isso não é medido e os mesmos servem para "guardar" o terreiro.

Outra casa ainda diz que nesta época as guias e colares de todos os médiuns são recolhidas para que os mesmos não se percam diante das tentações do demónio, então quer dizer que só as guias bastam? A reforma moral e o "orai e vigiai" ficam aonde? Nos 11 meses restantes para término do ano não rola uma tentação então? Contraditório isso...

Ainda escuto que existem casas que não atendem neste período, pregando a sintonia do medo em seus trabalhadores não pautando pelo uso do bem senso, onde me questiono: Qual hospital fica fechado determinado período recusando atender aos doentes?

Realmente muita coisa é dita em nome da Quaresma, mas vale lembrar que esta prática é de cunho católico e não Umbandista.

Infelizmente na Umbanda encontramos muitos "achismos" hoje em dia, gente que fala sem fundamento, alegando que " as coisas sempre foram assim, é por que é simplesmente e pronto..." e com isso vamos criando dentro da Umbanda um palco de falta de informação e pré-conceito, além de um misticismo desnecessário e prejudicado é o médium.

Creio que esteja na hora de acordarmos para algumas verdades e descortinarmos o véu dos anátemas feitos em nome da Umbanda.

As guias tem seu fundamento sagrado sim dentro da Umbanda, mas amarra-las sem uma doutrina moral não impedira este ou aquele filho de fé de cair se o mesmo não desejar mudar.

Tentações acontecem todos os dias de nossas vidas, pois estamos encarnados em um mundo de provas e expiações e vale aqui lembrar de um dito popular: "Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és" tudo na vida rege sintonia acima de tudo, cada um faz sua escolha e tenham a certeza que ninguém cai de gaiato na história, pois temos o livre árbitrio para isso.

Umbanda é caridade acima de tudo e caridade não tem hora, nem dia e muito menos lugar para ser praticada, a casa que fecha suas atividades elegendo datas como desculpa, assina seu atestado de incompetência no compromisso assumido com os sagrados Orixas, já tão pouco compreendidos e respeitados.

Não devemos nos prender tanto a Umbanda somente pelos seus ritos, mas sim para essência de caridade que a mesma carrega em si.

Trabalhador pronto, o trabalho aparece, ninguém cresce sem estudo, portanto cada casa deve buscar formar seu corpo mediunico dentro de uma doutrina moral reta e não semear dogmas, mitos ou lendas para seus médiuns em formação.

Quaresma é bom para quem deseja segui-la e alimentar a "doutrina do medo", sou Umbandista acima de tudo e a doutrina que sigo com minha casa é " a manifestação do espírito para a caridade"
Que cada um reflita e tire suas próprias conclusões

Pai Géro
Dirigente e Sacerdote Umbandista

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OFERENDAS - FÉ E AMOR

Nós umbandistas, sabemos que um dos atos ritualísticos mais importan­tes para nós, são as Oferendas que realizamos aos Orixás e aos Guias Espirituais.

Sabemos também, que a nossa maior benção é ter a força da natureza à nossa disposição, afinal ao oferen­dar um Orixá em um ponto de força, além de ativar a Divindade, ativamos também as forças elementais da natu­reza deste local, uma ação dupla de pura Força e Poder.

Portanto, além de termos uma gran­de responsabilidade com a preserva­ção da natureza, temos também a res­pon­sabilidade de saber onde, como e para quem pedir o amparo e a susten­tação em nossas dificul­dades, assim não ativaremos forças contrárias ou des­ne­cessárias às nossas necessi­dades.

Lembrando que em qualquer ofe­renda, além do conhecimento e do bom senso, é imprescindível a Fé e o Amor, o que caracteriza uma verda­deira oferenda religiosa, pois não adian­ta levar uma imensidão de velas, flores e elementos de oferenda se o íntimo estiver cheio de dúvidas, dese­jos de permuta, ou pior, cheio de vonta­des próprias, aquelas que sobressaem à vontade Divina.Saiba que, principalmente no mo­mento da oferenda, o Poder Divino es­cuta seus pensamentos e não suas palavras, Ele sente seu interno e não o seu externo, portanto não queira en­ga­nar o Divino que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe.

Material extraído dos trabalhos realizados pelos médiuns do Centro de Umbanda Carismática. Parabéns a todos pela dedicação e carinho junto à Espiritualidade Superior que os assiste.

OXALÁ
– oferenda-se Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos de fé, paciência, tolerância, perdão, compaixão. Quando precisamos despertar a esperança e a confiança.

OYÁ
– oferenda-se Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade em nossa vida, ou seja, é a Ela que clamamos quando nossa fé ou nossa religiosidade está desvirtuada pelo fanatismo, pela ausência ou até pela má utilização da fé, é Ela que absorve os excessos da fé.
A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que a tanto tempo vagam no astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios, assim sendo, muitos deles tornam-se alvos fáceis das grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Além desses tipos de eguns, Ela também recolhe aqueles que nos acompanham por muito tempo, vidas passadas, e que por um sentimento de vingança emocional nos envolve desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo cronológico.

OXUM
– oferenda-se Oxum pedindo para Ela amolecer o nosso ou outros corações, a fim de se tornarem mais amorosos, pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a ‘verdadeira’ união acontece, e essa união vale em todos os sentidos, profissional, social, familiar, etc. Com essa união, a felicidade, ou seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que tudo concede quando há amor.

OXUMARÉ
- oferenda-se Oxumaré quando necessita-se diluir os sentimentos que, por ventura, estão desequilibrados. São sentimentos viciados, portanto são ou se tornarão dolorosos, como exemplo, podemos destacar o sentimento da paixão, do desejo, etc. Importante salientar que algumas vezes não percebemos o desequilíbrio emocional em que nos encontramos, portanto o auto conhecimento se faz necessário, o verdadeiro ‘querer melhorar’ e principalmente a fé. A Ele solicitamos também que renove o nosso emocional, trazendo a pureza dos sentimentos, Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. Ele é um Orixá que ao trazer a cura emocional, automaticamente cura o físico, portanto, oferenda-se Oxumaré também para socilitar a cura.

OXOSSI
- oferenda-se Oxossi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados. Oxossi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que nos “traz” aquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento.
É um Orixá, que por seu domínio ser as matas e ervas, propicia também a cura, a cura energética e mental.

OBÁ
- oferenda-se Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos também que nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de conhecimentos.
Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e firmeza de pensamento.

XANGÔ
- um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o Determinador da Justiça, é Ele que ativa a Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga, quem merece recebe”. Portanto oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. É esse o “espírito da coisa” – Não se oferenda Xangô para pedir a “nossa” justiça, mas a justiça “Divina”. Infelizmente, isso pouco acontece pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés do Grande Rei Xangô pedir seus ‘desejos’, o que é um grande erro.
Devemos oferendar Xangô para buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos, livres de quaisquer julgamento, tanto os que emitimos quando os que recebemos.

EGUNITÁ
– mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam esse Orixá, vale a pena dizer que Ela é o fogo vivo e divino, portanto a oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime e/ou consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de vícios.

OGUM
– falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão, determinação, portanto oferenda-se Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos para manifestá-los em nossas vidas, tanto no lado profissional, material, emocional ou espiritual.
Quando o oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei.
Ogum não julga nada nem ninguém, pois esta atribuição pertence a Xangô, Ele ‘apenas’ aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de submissão à Lei Maior e a Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas, acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficiente para sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de Ogum só Ogum pode tirar”, portanto, Ogum é quem ativa nossas ‘próprias demandas’ como também, é o único que tem o Poder de ordenar a ‘quebra de nossas demandas’, tudo pela determinação da Lei de Deus.

YANSÃ
- oferenda-se Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e conquistas, portanto, a oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a manifestação da alegria e paixão pela vida e pelo que faz.
Pedimos também, a força e o movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns (espíritos negativos) que desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual direcionando-os aos domínios de Obaluayê/Omulu (kalunga pequena) onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimentos, Ela esgota os seres e os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos ‘emocional’.
Yansã é a orixá do Tempo climático, Senhora. dos Ventos e dos Raios, Senhora. do Movimento e Direção.

OBALUAYÊ
– oferenda-se Obaluayê para pedir que ele nos ajude em nossa evolução espiritual e que nos traga a sabedoria junto com paciência – a sapiência.
Ele é o Senhor das Passagens, portanto é ele que permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer, que é ele que nos conduz, que abre as porteiras, em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais, isso quer dizer que é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele que nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa (ou seja, é ele que acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como, conduz os espíritos que irão reencarnar).
A Ele pedimos para transmutar, transformar, nossos sentimentos, portanto, é Ele que permite e proporciona a cura da alma. Estabilidade, proteção e sabedoria anciã também pedimos a Obaluayê.

OMULU
– sabemos que muitos identificam Omulu e Obaluayê como sendo o mesmo Orixás, no entanto, a ação de Omulu é muito mais ativa, pois é um Orixá cósmico, ou seja, atua em nossa vida de forma ativa paralisando nossos desequilíbrios e punindo (caso seja necessário) as terríveis quiumbas que já se encontram de forma super negativadas. Portanto solicitamos a Omulu, o grande Orixá do Fim, para colocar um fim nas ações do baixo astral, um Fim em nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, assim como um Fim às dores da alma, do físico e da mente.

NANÃ BURUQUÊ
– oferenda-se Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria.

YEMANJÁ
- a grande Mãe da Vida Yemanjá, é ofertada quando precisamos de coisas novas em nossas vidas, pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida (material, profissional, emocional, espiritual assim como familiar). Como grande Mãe que é, Ela rege a família, portanto Ela equilibra, apazigua os laços familiares e o sentido “de ser mãe”.
Ela nos favorece suas qualidades geradoras, renovadoras e criasionistas, ou seja, Ela nos permite buscar coisas novas, aguçando nossa criatividade e estimulando nossas percepções.

VÍCIOS

Entrevista de Chico Xavier

Entrevista do jornalista Fernando Worm a Chico Xavier e Emmanuel, sobre os vícios, em agosto de 1978, inserida no livro Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, escrito por Marlene R. S. Nobre.

Fernando Worm - A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico?
Até quando?

EMMANUEL - O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do perispírito, o que na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante.
Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si costume inconveniente, o tratamento dele, no mundo espiritual, ainda exige cotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.

Fernando Worm - Se o fumante não abandonar o cigarro durante o transcurso da vida física terá de fazê-lo, inarredavelmente, na esfera espiritual?
E quanto tempo exigirão o tais tratamentos antitabágicos para fumantes desencarnados?
Na vida extrafísica também ocorrem reincidências ou recaídas dos dependentes do fumo?

EMMANUEL - Justo esclarecer que não apenas quanto ao fumo, mas igualmente quanto a outros hábitos prejudiciais, somos compelidos na espiritualidade a esquecê-los, se nos propormos seguir para diante, no capítulo da própria sublimação. O tratamento da Vida Maior para que nos desvencilhemos de costumes nocivos perdura pelo tempo em que nossa vontade não se mostre tão ativa e decidida quanto necessário para a libertação precisa, de vez que nos planos extrafísicos, nas vizinhanças da Terra propriamen-te dita, as reincidências ocorrem com irmãos numerosos que ainda se acomodam com a indecisão e a insegurança.

Fernando Worm - Pesquisas médicas revelam que a dependência física dos fumantes costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos. Isto é certo se o enfoque for do plano espiritual para o plano físico?

EMMANUEL - Acreditamos que ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresenta, cabendo-nos uma observação:
é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, enquanto os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária.

Fernando Worm - Você considera o hábito de fumar um suicídio em câmara lenta?
Por quê?

F. C. Xavier (Chico Xavier) - Creio que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o que se deve estudar com esclarecimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às conseqüências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer as suas próprias opções.

Fernando Worm - Você teria alcançado condições de desempenho de seu mandato mediúnico, ao longo de mais de meio século de trabalho incessante, se fosse um dependen-te da nicotina?

F. C. Xavier (Chico Xavier) - Creio que não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador, mas não quanto a supostas qualidades espirituais para o mandato referido, de vez que considero o hábito de cultivar pensamentos infelizes uma condição pior que o uso ou o abuso da nicotina e, sinceramente, do hábito de cultivar pensamento infelizes ainda não me livrei.

Fonte: Lições de Sabedoria - Chico Xavier
Marlene R. S. Nobre

O EGOÍSMO

Não é preciso ser versado em psicologia para perceber que a fonte de todos os vícios que caracterizam a imperfeição humana é o egoísmo. Dele dimanam a ambição, o ciúme, a inveja, o ódio, o orgulho e toda sorte de males que infelicitam a Humanidade, pelas mágoas que produzem, pelas dissensões que provocam e pelas perturbações sociais a que dão ensejo.

Vemo-lo manifesto neste mundo sob as mais variadas formas, a saber:
egoísmo individual,
egoísmo familiar,
egoísmo de classe,
egoísmo de raça,
egoísmo nacional,
egoísmo sectário.

Em seu aspecto individual, funda-se num sentimento exagerado de interesse pessoal, no cuidado exclusivo de si mesmo, e no desamor a todos os outros, inclusive os que habitam o mesmo teto, os quais, não raro, são os primeiros a lhe sofrerem os efeitos.

O egoísmo familiar consiste no amor aos pais, irmãos, filhos, enfim àqueles que estão ligados pelos laços da consanguinidade, com exclusão dos demais. Limitados por esse espírito de família, são muitos, ainda, os que desconhecem que todos somos irmãos (porque filhos de um só Pai celestial), e se furtam a qualquer expressão de solidariedade fora do círculo restrito da própria parentela.

O egoísmo de classe se faz sentir através dos movimentos reivindicatórios tão em voga em nossos dias. Ora é uma classe profissional que entra em greve, ora é outra que promove dissídio, ou são servidores públicos que pressionam os governos a fim de forçar o atendimento às suas exigências, agindo cada grupo tão somente em função de suas conveniências, sem atentar para o desequilíbrio e os sacrifícios que isso possa custar à coletividade.

O egoísmo de raça é responsável, também, por uma série de dramas e conflitos dolorosos. Que o digam os pretos, vítimas de cruéis discriminações em várias partes do mundo, assim como os enamorados que, em tão grande número, não puderam tornar-se marido e mulher, consoante os anseios de seus corações, porque os prejuízos raciais de seus familiares falaram mais alto, impedindo a concretização de seus sonhos de felicidade.

O egoísmo nacional é o que se disfarça ou se esconde sob o rótulo de "patriotismo". Habitantes de um país, a pretexto de engrandecer sua pátria, invadem outros países, escravizam--Ihes as populações, destroem-lhes a nacionalidade, gerando, assim, ódios insopitáveis que, mais dia menos dia, hão-de explodir em novas lutas sanguinolentas.

O egoísmo sectário é aquele que transforma crentes em fanáticos, a cujos olhos só a sua igreja é verdadeira e salvadora, sendo, todas as outras, fontes de erro e de perdição, fanáticos aos quais se proíbe de ouvir ou ler qualquer coisa que contrarie os dogmas de sua organização religiosa, aos quais se interdita auxiliar instituições de assistênca social cujos dirigentes tenham princípios religiosos diversos do seu, e aos quais se inculca ser um dever de consciência defender tamanha estreiteza de sentimentos.

Esse tipo de egoísmo é, seguramente, o mais funesto, por se revestir de um fanatismo religioso, obstando que os ingênuos e desprevenidos o reconheçam pelo que é, na realidade.

Foi esse egoísmo sectário que, no passado, promoveu as chamadas guerras religiosas e a "santa" Inquisição, de tão triste memória, infligindo torturas e mortes excruciantes a centenas de milhares de homens, mulheres e crianças, e, ainda hoje, desperta, acoroçoa e mantém a animosidade entre milhões de criaturas, retardando o estabelecimento daquela Fraternidade Universal que o Cristo veio preparar com o seu Evangelho de Amor.

O Espiritismo, pela poderosa influência que exerce no homem, fazendo-o sentir-se um ser cósmico, destinado a ascender pelo progresso moral às mais esplendorosas moradas do Infinito, é o mais eficaz antídoto ao veneno do egoísmo; praticá-lo é, pois, trilhar o caminho da Evolução e preparar-se um futuro incomparavelmente mais feliz! (Cap.XII, q. 913, L.E.)

Rodolfo Caligaris

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO TAMBÉM VAI "QUEM JÁ MORREU"

“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu...”. – Caetano Veloso

Ao contrário do que reza o frevo de Caetano Veloso, não são somente os “vivos” que formam a multidão de foliões que se aglomera nas ruas das grandes cidades brasileiras ou de outras plagas onde se comemore o Carnaval. O Espiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis, recebendo deles boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que nos encontremos. Essa massa de espíritos cresce sobremaneira nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval. Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis. Se antes de compor sua famosa canção o filho de Dona Canô tivesse conhecido o livro “Nas Fronteiras da Loucura”, ditado ao médium Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, talvez fizesse uma letra diferente e, sensível como o poeta que é, cuidaria de exortar os foliões “pipoca” e aqueles que engrossam os blocos a cada ano contra os excessos de toda ordem. Mas como o tempo é o senhor de todo entendimento, hoje Caetano é um dos muitos artistas que pregam a paz no Carnaval, denunciando, do alto do trio elétrico, as manifestações de violência que consegue flagrar na multidão.

No livro citado, Manoel Philomeno, que quando encarnado desempenhou atividades médicas e espiritistas em Salvador, relata episódios protagonizados pelo venerando Espírito Bezerra de Menezes, na condução de equipes socorristas junto a encarnados em desequilíbrios.
Philomeno registra, dentre outros pontos de relevante interesse, o encontro com um certo sambista desencarnado, o qual não é difícil identificar como Noel Rosa, o poeta do bairro boêmio de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, muito a propósito, integrava uma dessas equipes socorristas encarregadas de prestar atendimento espiritual durante os dias de Carnaval. Interessado em colher informações para a aprendizagem própria (e nossa também!), Philomeno inquiriu Noel sobre como este conciliava sua anterior condição de “sambista vinculado às ações do Carnaval com a atual, longe do bulício festivo, em trabalhos de socorro ao próximo”. Com tranqüilidade, o autor de “Camisa listrada” respondeu que em suas canções traduzia as dores e aspirações do povo, relatando os dramas, angústias e tragédias amorosas do submundo carioca, mas compreendeu seu fracasso ao desencarnar, despertando “sob maior soma de amarguras, com fortes vinculações aos ambientes sórdidos, pelos quais transitara em largas aflições

No entanto, a obra musical de Noel Rosa cativara tantos corações que os bons sentimentos despertados nas pessoas atuaram em seu favor no plano espiritual; “Embora eu não fosse um herói, nem mesmo um homem que se desincumbira corretamente do dever, minha memória gerou simpatias e a mensagem das musicas provocou amizades, graças a cujo recurso fui alcançado pela Misericórdia Divina, que me recambiou para outros sítios de tratamento e renovação, onde despertei para realidades novas”. Como acontece com todo espírito calceta que por fim se rende aos imperativos das sábias leis, Noel conseguiu, pois, descobrir “que é sempre tempo de recomeçar e de agir” e assim ele iniciou a composição de novos sambas, “ao compasso do bem, com as melodias da esperança e os ritmos da paz, numa Vila de amor infinito...”.
Entre os anos 60 e 70, Noel Rosa integrava a plêiade de espíritos que ditaram ao médium, jornalista e escritor espírita Jorge Rizzini a série de composições que resultou em dois discos e apresentações em festivais de músicas mediúnicas em São Paulo. O entendimento do Poeta da Vila quanto às ebulições momescas, é claro, também mudou: “O Carnaval para mim, é passado de dor e a caridade, hoje, é-me festa de todo, dia, qual primavera que surge após inverno demorado, sombrio”.

“A carne nada vale”. O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas ocasiões se imolava uma vítima humana.
Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta, o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.
Bezerra cita os estudiosos do comportamento e da psique da atualidade, “sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que a carne nada vale, cuja primeira silaba de cada palavra compõe o verbete carnaval”. Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo, a matéria, como inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento. Esse comportamento afeta inclusive aqueles que se dizem religiosos, mas não têm, em verdade, a necessária compreensão da vida espiritual, deixando-se também enlouquecer uma vez por ano.

Processo de loucura e obsessão. As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem preparativos organizando fantasias e demais apetrechos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo inspiradas por entidades vinculadas às sombras. Tais espíritos, como informa Manoel Philomeno, buscam vitimas em potencial “para alijá-las do equilíbrio, dando inicio a processos nefandos de obsessões demoradas”. Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano.
Esse processo sutil de aliciamento esclarece o autor espiritual, dá-se durante o sono, quando os encarnados, desprendidos parcialmente do corpo físico, fazem incursões às regiões de baixo teor vibratório, próprias das entidades vinculadas às tramas de desespero e loucura. Os homens que assim procedem não o fazem simplesmente atendendo aos apelos magnéticos que atrai os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, “em razão das preferências que acolhem e dos prazeres que se facultam no mundo íntimo”. Ou seja, as tendências de cada um, e a correspondente impotência ou apatia em vencê-las, são o imã que atrai os espíritos desequilibrados e fomentadores do desequilíbrio, o qual, em suma, não existiria se os homens se mantivessem no firme propósito de educar as paixões instintivas que os animalizam.

Há dois mil anos. Tal situação não difere muito dos episódios de possessão demoníaca aos quais o Mestre Jesus era chamado a atender, promovendo as curas “milagrosas” de que se ocupam os evangelhos. Atualmente, temos, graças ao Espiritismo, a explicação das causas e conseqüências desses fatos, desde que Allan Kardec fora convocado à tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos. Conforme configurado na primeira obra da Codificação – O Livro dos Espíritos -, estamos, na Terra, quase que sob a direção das entidades invisíveis: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações?”, pergunta o Codificador, para ser informado de que “a esse respeito sua (dos espíritos) influência é maior do que credes porque, freqüentemente, são eles que vos dirigem”. Pode parecer assustador, ainda mais que se se tem os espíritos ainda inferiorizados à conta de demônios.
Mas, do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando, como já dito, sintonizamos na mesma freqüência de pensamento, também obtemos, pelo mesmo processo, o concurso dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus. Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso de “orar e vigiar” que o Cristo nos deu há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada. Esta última é a característica de espíritos como Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação fora alcunhado de “o médico dos pobres” e hoje é reverenciado no meio espírita como “o apostolo da caridade no Brasil”.

Fonte: Visão Espírita

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PAI GERONIMO

Trabalho na linha de pretos velhos com esta maravilhosa entidade.

Um certo dia, ele atendeu uma senhora que lhe veio consultar sobre um tumor nos seios, diagnosticado por uma mamografia.

Passes daqui, trabalhos dali, enfim, uma consulta normal…vela, erva, água…

Disse o preto:
- É mizim fia… Tá feito…mas num deixa de procurá o Homi de branco, dispois vem contá pro nego…nego vai ficá no toco esperando cunce vortá…

E saiu a consulente.

Numa próxima gira, estava lá o preto no toco e chegou a sua consulente, já na segunda parte do trabalho.

- Podi entrá mi zim fia, tava le esperano….

- É meu Velho, fui no médico sim…ele disse que o tumor sumiu, vai ver foi engano, o que a mamografia mostrou foi uma sombra de um queloide, que eu já tinha de cirurgia anterior. mas vim lhe agradecer, pois sei que o Senhor me curou..
Diga, meu Pai, o que o Senhor quer de presente, quero lhe agradecer…

Em nossa casa, as entidades as vezes ganham presentes, charutos, bebidas, mas não que peçam, porque as pessoas trazem em agradecimento mesmo, como deve ser em todo lugar.

Mas naquele dia o preto pediu…

- Me traga um bolo de chocolate, mi zi fia, suncê pode faze isso…?? Mais tem qui ser na proxima gira…eu num vô tá aqui, mas fala co caboclo chefe que ele manda mi chamá….

Todos estranharam, e eu mais ainda, passei a semana pensando naquele pedido, eu que amo bolo de chocolate, pensava comigo, Meu Velho…porque um bolo, Meu Pai…Até os filhos da casa acharam estranho e houve uma brincadeira ou outra…do tipo achando que iam comer o bolo….Alguém arriscou dizer que era a comemoração pela cura da mulher… Enfim…esperei ansiosa…Afinal…confio neles.

Em verdade torci para a mulher nem aparecer com aquele bolo…
Mas ela apareceu, e sentou na primeira fila, como tal bolo, todo confeitado de confetes coloridos.

Chegou o preto, com autorização do chefe do terreiro, que é Seu Serra Negra….

- Trouxe meu bolo, mi zim fia…
- Trouxe meu velho…

Então o preto levantou e disse que na assistencia tinha uma menina, de cor morena, que estava fazendo aniversario, 14 anos, e chamou-a.
Disse à menina:

- Mi zim fia, esse é presente que sunce pediu ao seu anjo da guarda, ele não pode vir, mandou o nego te entregar…

A criança marejou os olhos e saiu com o bolo na mão, sentar ao lado da mãe, que chorava muito na assitencia. Em 14 anos, nunca havia ganhado um bolo de chocolate….Nunca mais voltou, nunca mais vimos. E nunca esquecemos esta história.

Autor Desconhecido

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

PESSOAS DEFICIENTES

Sugestões para quando você encontrar uma pessoa com deficiência

Faça isso e você verá o quanto é importante e enriquecedor aprendermos a conviver com a diversidade!Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência.
Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente". Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.

Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai ignorar uma característica muito importante dela.
Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou que não é real. Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa. As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas. Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente. Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder a perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela realiza algumas tarefas.
Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas perguntas muito íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.

Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta será aceite, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo. Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência. Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos. Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

PESSOAS CEGAS OU COM DEFICIÊNCIA VISUAL:

Nem sempre as pessoas cegas ou com deficiência visual precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela, para isso pode, por exemplo, tocar-lhe levemente no braço, e ofereça seu auxílio.
Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando.
É sempre bom você avisar, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não.
Deixe que a pessoa sente-se sozinha.
Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros ("uns vinte metros a sua frente").
Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que a pessoa tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.
Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia.
As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas.

No convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar. Proporcione às pessoas cegas ou com deficiência visual a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar.
Fique a vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas as usam com naturalidade.
Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
Lembre-se que nem sempre um cego é colega de outro cego.


COMO APOIAR O ESTUDANTE CEGO:

Os estudantes com deficiência visual não têm a mesma possibilidade que os seus colegas em tirar apontamentos das aulas, recorrendo à gravação. Caso o docente se oponha, deverá fornecer atencipadamente, ao estudante, elementos referentes ao conteúdo da cada aula.
Nas aulas deverão ser evitados termos como "isto" ou "aquilo", uma vez que não têm significado para um estudante que não vê.
Quando utilizar o quadro, o docente deverá ler o que escreveu para que, ao ouvir a gravação da aula, o estudante tenha a noção do que foi escrito. Se usar transparências o docente poderá proceder do seguinte modo: antes do início da aula fornecer ao estudante uma cópia em Braille (ou em caracteres ampliados ou mesmo em suporte digital), e se isso não for possível, fornecer no final uma cópia; durante a apresentação identificar e ler o conteúdo da transparência.
Quando recorrer a quadros, figuras ou slides deverá descrever o seu conteúdo. Alguns estudantes que não nasceram cegos, que ainda conservam algum resíduo visual, têm uma memória residual de objetos, figuras, etc.


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA:

É importante saber que para uma pessoa sentada é incomodo ficar olhando para cima por muito tempo, portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível.
A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso muitas vezes é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem.

Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa. Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas não é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa.
Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos.
Para subir ou descer mais de um degrau em sequência, será melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa.
Se você estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela.
Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa deficiente. Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceite, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar.


Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada. Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda imediatamente. Mas nunca ajude sem perguntar se e como deve fazê-lo.
Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física.
Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso. São pessoas comuns como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média.
Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. Pessoas com dificuldades desse tipo não se incomodam de repetir se necessário para que se façam entender. Não se acanhe em usar palavras como "andar" e "correr". As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras. Quando você encontrar um Paralisado Cerebral, lembre-se que ele tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais.

Para lidar com esta pessoa, temos as seguintes sugestões:
* É muito importante respeitar o ritmo do PC, usualmente ele é mais vagaroso no que faz como andar, falar, pegar as coisas, etc.
* Tenha paciência ao ouvi-lo, a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência mental.
* Não trate o PC como uma criança ou incapaz.
* Lembre-se que o PC não é um portador de doença grave ou contagiosa, a paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. Portanto, não é doença e tampouco transmissível. É uma situação. Trate a pessoa com deficiência com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.


PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA:


Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não. Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque, levemente, em seu braço.
Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.
Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.
Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças subtis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.
Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contacto visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.
Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.

Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e outras preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa. Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará de tanto esforço para passar sua mensagem.
Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL:

Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência mental. Trate-as com respeito e consideração.
Se for uma criança, trate como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.
Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa.
Dê atenção a elas, converse e vai ver como será divertido. Seja natural, diga palavras amistosas. Não superproteja.
Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. Não subestime sua inteligência.
As pessoas com deficiência mental levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de ideias, informações e vontades. Por maior que seja a deficiência, lembre-seda eficiência da pessoa que ali está. As pessoas com deficiência mental, geralmente, são muito carinhosas. Deficiência mental não deve ser confundida com doença mental. Se você chegou até aqui, certamente se importa com o assunto. A maior barreira não é arquitetônico, mas a falta de informação e preconceitos.

Assim, compartilhe deste texto com todos de seu relacionamento e peça que eles façam o mesmo.

fontes:
http://www.prodam.sp.gov.br/acess/
http://www.mbonline.com.br/cedipod/index.htm

Efetuamos alguns acréscimos ao original