quarta-feira, 29 de julho de 2009

UMBANDA E UMBANDAS

Em informática se diz que o melhor software é aquele que o usuário consegue fazer tudo, ou quase tudo, que ele quer. Esse é o melhor software.

No caso da Umbanda podemos fazer uma analogia, ou seja, a melhor forma é aquela em que a pessoa consegue tudo ou quase tudo que quer. Aí os ensinamentos, a doutrina, os ritos e seja lá o que for a mais, são os ideais e essa pessoa ou essas pessoas sempre terão "arco reflexo psicológico" de repassar esse bem estar aos outros como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, o melhor, a melhor forma.

O ser humano tende, por esse "arco reflexo psicológico", a propagar aos outros o que ele acha melhor para si, pois foi e é bom para ele, por que não será para os outros também? Então vamos passar adiante o nosso bom e criticar o que não faz parte desse ideal que "me faz tão bem" (a pessoa). Afinal, e "eu vejo os resultados" do que acredito no meu centro, tenda templo, terreiro...

O meu certo é o certo, assim que é a Umbanda; definida e fundamentada nessa prática, nessa lógica, nesse racional, rompendo as crendices, rompendo as tradições, inovando em uma modernidade espiritual, "na minha verdade como Umbandista", em uma verdade universal(?), nos livros de Kardec, nos livros de outras religiões, nos ensinamentos de ????? ou de ?????, nas palavras do caboclo XYZ, o espírito evoluidíssimo ABCD,...

Parece que nós Umbandistas, ou uma parte considerável de nós, é desesperadamente carente de fé, necessitados de uma tábua de salvação que nos mostre um norte, um rumo... Quando encontramos, quando aquela vibração maravilhosa nos completa, onde resolvemos nossos problemas, onde escutamos palavras maravilhosas, onde encontramos o sacerdote/sacerdotisa que nos abraço e supre as nossas necessidades de filhos/filhas, chegamos ao nosso lugar ideal.

Só que existem vários lugares ideais, vários segmentos maravilhosos. Cada um deles adequado a uma forma de pensamento, a uma forma de encarar a espiritualidade e a vida material, com fundamentos que nós aceitamos como corretos ou mesmo que acabamos entendendo e absorvendo como tal, onde seguimos regras, outro que nos dão liberdade para pensar, ler acertar e errar, outros que são severos e o que vale é o que o sacerdote/sacerdotisa diz...

Um lugar para cada pessoa, uma pessoa para cada lugar. Talvez essa seja a maior contribuição que a Umbanda tenha dado como religião: sua diversidade e a caridade de se flexibilizar ao ponto de que cada pessoa que procura possa encontrar a Umbanda que mais a preencha, mais a complete.

Algo muito interessante nessa característica da Umbanda, sua diversidade, é que ela é o que fez com que a Umbanda sobrevivesse até hoje, pois cada grupamento se formou e se moldou dentro de seus próprios fundamentos e doutrina, absorvendo ou não ensinamentos de outros setores da espiritualidade (dentro da Umbanda ou fora dela), mas acabaram se formando e exercendo suas atividades de ajuda, caridade, práticas e formando ou não sacerdotes ou dirigentes de culto. Só que, essa mesma diversidade que permitiu que tantas formas existentes de Umbanda fossem criadas, é o que mais incomoda a muitas pessoas, muitos Umbandistas, devido a magnitude de sua abrangência.

Vejam bem, a abrangência que a diversidade que a Umbanda permite tanto pode criar boas e novas formas, adequadas ao A, B, C, D, ... como também pode abrir espaço aos picaretas ou aquelas formas mais estranhas de culto em que existem procedimentos que são rejeitados por alguns, mas tidos como normais para outros, como:

Trabalhar com Orixás: uns criticam, outros fazem culto;

Trabalhar com sacrifício animal: uns criticam, outros fazem culto;

Trabalhar com fumo e bebida: uns criticam, outros utilizam como parte do culto;

Liberdade para ir em outras casas: uns criticam, outros fazem isso normalmente;

Trabalhar com atabaques: uns criticam, outros fazem culto;

Cobrar alguma forma pecuniária de retribuição (voluntária ou obrigatória): uns criticam, outros utilizam como um forma de manter suas casas abertas;

Formação de escolas doutrinárias: uns criticam, pois vêem a Umbanda como caridade e, pela caridade, se alcança uma evolução (não precisa de livros, sacerdócio, conhecimento...); outros utilizam a escola de doutrina como uma forma de orientação para os médiuns e asssitenciados (variando suas doutrinas e formas);

Conteúdo das escolas de doutrina: uns partem para o espiritismo, Kardecismo, pois vêem que lá existem respostas (que as completam - lembram do melhor software) e valores morais identificáveis (mas não levam em conta as diferenças existentes entre a Umbanda e o Espiritismo); outros vão para uma linha mais exotérica, onde absorveram da teosofia uma gênese para, a Umbanda que satisfaz àqueles que se identificam com essa forma, além de incorporarem diversos rituais tidos como emanados do astral superior (lembram do melhor software); outros adotaram uma postura racionalista, em uma prática de várias possibilidades, e até na formação de sacerdotes; outros mesclam o exotérico, o espírita, o africano, formam sacerdotes... Cada um procurou o seu melhor software...

Trabalhar com fundamentos africanistas: uns combatem dizendo que é algo supersticioso, crendices, valores antigos ...; outros tentam a muito custo preservar raízes para que os mais novos tenham onde se sustentar no futuro.

Vendo tudo isso eu chego à conclusão de que nós somos os nossos piores inimigos. Os Umbandistas são os piores inimigos da própria Umbanda, pois ainda não sabemos respeitar a Umbanda dentro daquilo que ela se manifesta, dentro daquilo que ela apresenta: sua diversidade.

Uma vez Pai Cipriano me pegou e disse: "Meu filho, que direito você tem de dizer que aquilo que a pessoa pratica,é certo ou errado? Talvez o que você veja como errado possa ter salvo a vida de alguém, possa ter tirado uma pessoa do vício ... Não existe o certo ou o errado, isso vai de cada um, de cada visão, de cada forma de pensar, de cada lugar com suas leis, em que em um lugar algo é condenado, mas em outro é louvado..."

Ele deixou isso na minha cabeça e passei a tentar ver as coisas de outra maneira. Posso deixar claro que aquilo (aquela forma de prática e pensamento), para mim, representa algo ou não, porém, sei que para outros é questão de fé, de encontro e de realização.

Existem questões que são muito complicadas, muito mesmo, mas grande parte vai de encontro à formação do sacerdote. O próprio preconceito que existe dentro da Umbanda, entre os Umbandistas, é algo que poderia ser erradicado se os sacerdotes tomassem outra postura em relação às outras formas de culto Umbandistas. Os problemas inerentes aos charlatões que vemos por aí também passa pela mão dos sacerdotes, pois são eles que formam e, se formam errado, não é culpa da pessoa que é formada.

Com relação a essa questão de diploma e curso de formação de sacerdotes, também acredito que passe pelas mãos dos sacerdotes que compõem as federações que se utilizam desse tipo de formação. Na realidade a, responsabilidade de formar é deles, mas não são responsáveis pelo que o formado irá fazer.

É o caso de uma faculdade de medicina. Ele forma o médico, mas se o cara irá ser uma bom ou mau médico é outra questão.

Algumas pessoas já levantaram bandeiras em relação a um conselho de ética para a Umbanda, em relação ao sacerdócio, só que é muito difícil formar um conselho para esse fim.

Ele teria que ter por base que a Umbanda é uma religião diversa e não submetida a uma única forma e sim a uma diversidade de formas. Teria que haver um consenso do que é errado e o que é certo, e isso é um peso muito grande.

Imaginem o caso de um conselho desses que estipula-se que em uma casa de Umbanda é proibido ter atabaques, por exemplo. Imaginem o impacto, que isso causaria. Ou que um conselho desses estipulasse que um gongá deva ser assim e assado, ou que a roupa de culta tem que ser azul, ou que é proibido dentro da Umbanda a utilização de livros Espíritas como forma de doutrina, ou que é proibido o uso d,e imagens de santos católicos... E aí, como fica a Umbanda?

Eu acredito que a complexidade em que chegamos, seja tal que é muito difícil definir, em termos de culto e práticas, o que é certo e o que é errado de uma forma precisa. A não ser nos casos, mais patentes como sacerdote que abusa sexualmente de filhos de santo e assistenciados, cometem extorsão, abusam do sacrifício animal, ... Ou seja, o que está na lei dos homens e que é passível de punição.

Talvez o que ajudasse seria o que já acontece, dentro do próprio protestantismo, ou seja, a caracterização das formas de culto dentro do que elas professam como é o caso da IURD, da Assembléia de Deus, Igreja Prebisteriana, Igreja Metodista...

Embora todos sejam cristãos, existe uma individualização dentro de suas práticas. Ou seja, as práticas da IURD, são inerentes a IURD, e não a Igreja Metodista, assim como as práticas da Igreja Assembléia de Deus são inerentes a ela e não a Igreja Batista.

Acredito que se nós assumíssemos isso, ou seja, se as ramificações dentro da Umbanda se assumissem, ficaria mais fácil de enxergar que essa ou aquela prática é inerente aquele seguimento especificamente (isso ia acabar com essa história de um dizer que o outro não pode, pois o meu é que é verdadeiro).,Só que o que vemos por aí é o cara fazendo isso ou aquilo e dizendo que é Umbanda (como se todas assim o fizessem: de bom e de ruim) e, em outros casos, existem aqueles que dizem que isso ou aquilo não faz parte da Umbanda (só a dele é que é boa). Não seria mais fácil dizer que essa prática é inerente a Umbanda X, ou que aquela prática é inerente a Umbanda Z ... que essa formação sacerdotal é inerente a Umbanda ABC ... que na Umbanda CBA o cara faz um curso de x meses ou anos e sai dali qualificado para se,r sacerdote...?

O que eu vejo é que hoje existem tantas formas inerentes à Umbanda, mas a grande parte se diz puramente Umbandista e que a Umbanda e assim e assado, que qualquer tipo de certo ou errado acaba ficando mascarado ou difícil de definir dentro do campo da fé.

É mais ou menos como se a IURD dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica que a Igreja Batista dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica, e assim por diante...

Por outro lado, parece que tem gente ainda tentando ser Papa da Umbanda e "obrigando" as pessoas a verem a Umbanda de uma maneira específica dentro de seus usos e costumes e, de uma forma ou de outra, o que irá acontecer, mais cedo ou mais tarde, é que a individualização das formas irá acontecer de uma maneira inevitável. Então, daqui há uns 10 ou 20 anos, talvez menos, o iniciado ou mesmo o assistenciado não irá se confundir e saberá que essa prática, essa forma, essa manifestação ou mesmo essa doutrina é inerente a essa ou aquela forma de Umbanda.

Será que um Cristão pode dizer que a sua forma é a correta?

Será que um Budista pode dizer que a sua forma é a correta?

Será que um Candomblecista pode dizer que a sua forma é a correta?

Por que será que o Umbandista tem a mania de dizer que aquilo que ele faz é o correto para o, todo religioso da Umbanda?

Autor: Etiene Sales

CONVERSANDO SOBRE EXU

Dizem que Exu é um homem sério, castigador, espírito sem compaixão alguma.
Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam.
Muitos temem Exu, relacionando – o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar.

Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar...

Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação a falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim.

Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração.

Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade o laço não se quebra, apenas afrouxam-se um pouco...

Mas, voltando a nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora...

E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas. Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. Arquétipo esse, diga–se de passagem, muito diferente do Orixá Exu, arquétipo base para a formação do que chamamos de Linha de Esquerda dentro do ritual de Umbanda.

É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. Mas, voltando ao campo santo...

Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito!

“Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado.

Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. A principal característica de um Exu é o seu bom – humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o que, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando.

Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna – se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar – se um grande julgador.

A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom – humor!

Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E saber por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros.

Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia – dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é?

O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida.

Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos...

E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal.

Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza.

Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece.

Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes.

Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha – se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade...

Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente!

Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo.

Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores.

Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo:

_Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem? _ perguntou o amigo Exu.

_ Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar.

_ E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil.

_Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo?

_ Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda, pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda.

_ Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber!

_Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá.

_ É que muitos não sabem como fazer isso amigo! _ tentei eu defender os umbandistas.

_ Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra!

_ Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona – se com ele.

_Dedique – se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem – os com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá–los.

_Quero ver se amanhã, quando você não agüentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias.

_ É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior a qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo?

_Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais!

_ Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo...

_ Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco lingüístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia, etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse, mais relacionado diretamente a cura e a prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”...

Pouca coisa lembro depois disso.

Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei porque fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura.

Pra falar a verdade, essas duas estórias são bem diferentes. Primeiro um Exu que chora, sorri e ensina o bom – humor, o auto – conhecimento e o não julgamento. Depois um Exu que preocupa – se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista.

Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando.

Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo.

Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver...

PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga - Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga - Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs - yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro - cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana.

Por:
Fernando Sepe.
Fonte:
http://www.caboclopery.com.br

EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

Muitos pensam que seu caminho espiritual é o único.
Vislumbram a luz de Deus e querem passar isso a todos como se fossem os únicos que mereceram descobrir o caminho certo. E querem a qualquer custo fazer com que os outros sigam atrás deles por aquele caminho. Pobres humanos. Não sabem que o caminho de Deus é o caminho de todos os homens. Todos!
E que cada um o segue por um atalho diferente.
Não percebem que existe um mundo individual para cada ser humano e que cada um vive imerso nesse universo subjetivo impenetrável aos demais.

Quem não admite essa realidade não é ainda verdadeiramente espiritualizado porque "só o é" aquele que consegue enxergar a Unidade nas diversidades.

Todos os caminhos conduzem a Deus. A doença, o sofrimento, a dor, a maldade que alimentamos por ignorância; tudo isso, por incrível que pareça, mais cedo ou mais tarde acaba em Deus. As trevas também conduzem à Luz. Também são operárias do Grande Arquiteto do Universo. Têm o objetivo de mostrar, através do seu jugo impiedoso que existe a luz, mesmo que no fim do túnel.

Deus é o Deus de todos os homens.

O caminho para Deus é o dos católicos, dos muçulmanos, dos místicos, dos ateus, dos evangélicos. Deus não faz acepção de pessoas. Cada um segue por uma estrada mas o destino é um só. É claro que existem caminhos mais longos e caminhos mais curtos. As religiões funcionam como atalhos para Deus. Entretanto o caminho será sempre incerto. Somos como viajantes perdidos em uma noite escura e fria em busca do abrigo e da luz. Não existe uma verdade absoluta. Deus quis que fosse assim.

Siga o seu caminho confiante de que a mão que tudo escreveu o estará guiando sempre. A Bíblia pode ser um bom guia para se chegar a Deus. Entretanto não é o único, porque os analfabetos também devem ter as mesmas chances de salvação que um homem culto. E podem aprender por outros caminhos. Não se esqueçam jamais destas máximas do autoconhecimento: o caminho para Deus é um caminho para todos os homens. Todos!

O segredo para trilhar o caminho da evolução espiritual consiste praticar o ato supremo mantém todo o universo em funcionamento e que é a chave da iluminação espiritual. Basta habituar-se a realizar o exercício da emanação de amor. "O amor é a chave secreta que abre as portas do paraíso".

E, para encontrar a luz que brilha e ilumina todo o universo, nos seus planos físico e espiritual, basta exercitar a regra de ouro, embasada no sentimento do amor fraterno:
"não pense, não deseje, não faça a nenhum semelhante aquilo que você não quer para si mesmo". Jesus resumiu toda a Lei e os profetas nestes ensinamentos. Isso sigmifica compreender, aceitar e viver o "Amor sem limites". Ver a face de Deus em tudo, até mesmo nas tragédias, nas angústias e nos sofrimentos do homem.

Agir dessa forma exige um bom desenvolvimento da percepção extra-sensorial alicerçada no conhecimento das leis universais. Isso só se consegue dando o primeiro passo rumo ao centro de seu próprio ser onde o seu Deus Interior aguarda o chamado. Entretanto; Ele não nos apressa nunca. Fez a todos nós dotados de livre arbítrio, para que através desta liberdade, possamos descobrí-lo e resolver por livre e espontânea vontade, voltar para a casa que Ele preparou para cada um de nós desde a fundação do mundo.

Ao longo do caminho, nos defrontaremos constantemente com cordeiros de outros rebanhos, mas que pertencem ao mesmo Dono. É fácil identificá-los Todos os seguidores do cordeiro estão marcados. Quem alcançar um bom grau de evolução espiritual conseguirá reconhecer tal marca.
Ninguém é dono da verdade. Por isso; a prática do autoconhecimento não pode jamais estar vinculada, unilateralmente a uma determinada corrente de pensamento; seja esta de fundo místico, ideológico, racional ou religioso.
Deve haver um equilíbrio de forças dentro de nós, de tal forma que possa haver uma união entre a razão, a emoção, a vontade e a fé.

Que Deus o ilumine nesta sua nova caminhada rumo ao centro do seu ser onde está o mais valioso dos tesouros.
Entretanto, para isso você deverá dispor-se a estudar com afinco os segredos da Ciência Divina.

Apesar de compreender “em parte” os segredos revelados através da introspecção, em sua caminhada espiritual, o sábio verdadeiro não ousa manifestá-los como verdade porque tem plena consciência de que realmente tomou conhecimento de uma ciência incomunicável que só pode ser decifrada mediante um labor contínuo da consciência; ainda assim, de forma parcial, de acordo com o seu próprio desenvolvimento espiritual. Portanto, qualquer grau de consciência jamais deve ser considerado como verdade absoluta. Assim como a vida, a introspecção é cheia de surpresas e novidades. O conhecimento de hoje será supantado por um conhecimento superior amanhã. E isso não tem fim. Felizmente!

Muito cuidado e precaução nunca serão demais nesta nobre caminhada em busca da evolução espiritual. Os grandes mistérios estão envolvidos em segredos que só podem ser revelados aos dignos de merecê-los. Os que se lançarem nesta aventura sem a devida proteção, poderão cair em armadilhas ou ser derrotados e esmagados pelo inimigo íntimo que está sempre à espreita, como numa batalha. Este inimigo não se trata de uma entidade maléfica que vem de fora. Trata-se do seu próprio ego profano, sua porção inferior que se manifesta sob as mais diversas formas: medo, rancor, egoísmo, ambição desenfreada e todo tipo de pensamento negativo e destrutivo.
A evolução galgada nos caminhos da Iniciação pode trazer sabedoria, felicidade e harmonia interior; mas também pode trazer poder e glória materiais, benefícios profanos que se não forem trabalhados de maneira altruísta, podem acarretar inúmeros males ao iniciado. Muito cuidado para sempre saber separar com sabedoria, o joio do trigo.

A evolução espiritual nos permite a descoberta de uma nova vida, mais ampla e iluminada que auxilia-nos e muito na conquista de nossa auto-suficiência em todos os sentido.
No entanto; devemos saber que pagamos caro quando escondemos nossos poderes espirituais somente para nós. Devemos utilizar os benefícios galgados com a escalada na senda da evolução espiritual tanto em benefício próprio, quanto da humanidade ao mesmo tempo, exatamente como se apresenta na parábola bíblica dos talentos.

Para finalizar, medite sobre esta oração que bem compreendida e assimilada poderá ajudá-lo em muito nessa caminhada:

Senhor; fazei com que eu seja sempre diante de ti e daqueles que trazem o teu selo, nada mais que uma simples ovelha de seu rebanho. Entretanto perante os lobos; fazei com que eu adquira a aparência do tigre audacioso e voraz, para que assim parecendo, eu não seja devorado por eles.

Obviamente que o leitor iniciante que ora lê estes pequenos fragmentos pode estar se perguntando:
Por onde começar para trilhar corretamente a senda da evolução espiritual?
Que livro devo ler
Que ritual praticar?
Qual a religião ou a filosofia correta para eu seguir?

Estas e muita outras perguntas sucumbem a cabeça de todo buscador iniciante. Mas "felizmente" tais inquietações não podem ser respondidas por nenhum homem nascido da carne. O destino é um só, mas os caminhos são muitos. Cada um segue o seu. E, nenhum homem em sã consciência pode dizer que o caminho que ele está trilhando é o único ou o mais correto.

Quem diz isso não tem nada de sabedoria e não merece crédito.

Muitos "mestres" tentarão persuadí-lo dizendo que seu caminho é o único. Muitos dirão que você deve fazer determinados rituais, em determinadas horas. Outros dirão que você deverá se manter em castidade e ainda outros falarão justamente o contrário: que Deus pode ser encontrado através de processos de magia sexual. Não quero desmentir nenhum deles. Apenas dizer que todo caminho conduz à Deus.

Mesmo o caminho das trevas pode direcioná-lo para a luz. Mas lembre-se de que é melhor evoluir vivenciando mais sabedoria e paz interior proporcionados pelos caminhos de luz e com muito menos sofrimento do que aquele proporcionado caso escolha enveredar-se pelos caminhos de trevas obscuras. As coisas divinas são realmente simples. O que um homem consegue com o celibato, você pode conseguir com a alegria de um coração agradecido e receptivo às dádivas divinas que, sem reservas, são disponibilizadas aos homens de boa vontade. Lembre-se de como Jesus se tornou apto a realizar grandes milagres: apenas seguindo a ideologia de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a Ele próprio. Esse é o segredo!

Eu (Mr. Smith), receoso da maneira como você que ora lê esse texto interpretaria minha opinião, corro o risco de dar um conselho: Comece por estudar com uma nova mente mais receptiva e aberta a Bíblia Sagrada, único livro que ouso indicar a você. Para ser mais direto, aconselharia que você comece sua caminhada lendo os quatro evangelhos que contam a trajetória do Mestre dos mestres. Preste atenção nos ensinamentos ali descritos de forma clara.

Mas lembre-se de que para enxergar a realidade espiritual por trás da história contada lá, necessário se faz abrir os olhos da alma através da sintonização com as coisas do alto.


Fonte:
http://www.acasadoaprendiz.com

O MAL

Questiona-se a não-existência de um Ser Superior e Supremo, pois alguns alegam como prova da não-existência desse Ser, a existência do que chamam de Mal.
Seguido ao Mal, vem a existência do Sofrimento.

Com a percepção da realidade e da verdade encobertas pelas paixões e desejos ilusórios, o Ser não consegue ver e entender as questões relativas ao Mal e ao Sofrimento. Com a consciência desperta e com a visão aberta para a Verdade, o Ser então entende que o que ele chama de Mal e de Sofrimento são apenas partes do Conjunto do Todo. O Mal e o Sofrimento fazem parte da Consciência Suprema, Deus.

O Mal é uma manifestação da Consciência Suprema, assim como tudo que existe é.

O período da evolução em que o Ser experimenta e sente o Mal, faz parte de seu processo evolutivo rumo à Essência.
Quando a Consciência Cósmica, a Consciência do Um, de que Tudo é Um, é atingida pelo Ser, ele então entende que a existência do Mal é necessária, pois tudo que existe faz parte do Todo e não há a imperfeição, não há nada que não exista por uma causa, por uma razão Superior.

Com a consciência limitada não se pode entender que tudo está certo, que o que chamamos de "Mal" é apenas uma manifestação do próprio Ser Supremo.

As atitudes que as pessoas julgam de más são apenas o reflexo do nível consciencial do Ser. No estágio evolutivo do Reino Animal Racional, o Ser age conforme a sua condição de Ser cego pela ilusão, ou seja, o Ser não sabe quem ele é, não sabe o que faz e nem porquê faz.
O Ser apenas "sofre" as conseqüências de suas ações de acordo com a Lei de Causa e Efeito.
Na verdade, o Ser que sofre, que sente dor, que sente o mal, não sabe nem que existe, ou melhor, ele sabe que existe, mas essa percepção não dá a consciência de SER, ele sabe que existe mas não É.

Quando a Consciência da Verdade é atingida, quando o Ser evolui e chega a Consciência Plena, ele vê que o Mal não existe. Esse "Mal" que tem um sentido pejorativo, de discriminação, de inferioridade, não existe, pois tudo é perfeito e Divino. Mas, o "Mal" como sendo reflexo da ignorância e da cegueira ilusória existe, é um estágio na evolução do Ser.

Todos os Seres, todas as individualizações e manifestações da Consciência Suprema, Deus, ao entrarem no Mundo da Forma, passam pelo estágio da ignorância, sentem e fazem o que chamam de "Mal". Isso é uma Lei e uma condição que todas as manifestações da Consciência Suprema passam e "sofrem".

Deus se auto-manifesta, se torna muitos e Ele mesmo "sofre" a Si Mesmo, pois Ele é o Ser que sente o mal e sofre, e é o próprio Mal e Sofrimento.

terça-feira, 28 de julho de 2009

TRABALHO DE EXU

Tentando Explicar o Trabalho de Exu na Umbanda

Na Umbanda a origem de Exu está em função da necessidade de existirem guardiões, encaminhadores e combatentes das forças trevosas. Trabalho básico da Umbanda. Por isso se diz que “Sem Exu não se faz nada”. Isso não porque Exu não deixa, porque é vingador, traíra ou voluntarioso como querem fazer pensar algumas lendas sobre Exu, mas sim porque não há como combater forças trevosas sem defesa e proteção.

Então pode vir a pergunta: “Então nossos guias (caboclos e pretos velhos) não nos protegem e defendem?” Claro que protegem e defendem, entretanto cabe a Exu o primeiro combate, o combate direto contra as energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exu, pois conhece profundamente os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua função primeira, assim como a dos Caboclos e Pretos Velhos é a de nos orientar e aconselhar.

Tudo na Umbanda é organizado, coerente e lógico.

Tendo isso em mente, um segundo mito a ser desfeito diz respeito a confiabilidade de Exu. Como disse anteriormente, Exu não é traíra! Qual a lógica de Orixá e entidades de luz o colocarem como guardião, defensor se ele fosse “subornável”, se ele não fosse confiável?

Seguindo o mesmo raciocínio outro mito que não tem base alguma é “Exu tanto faz o mal quanto faz o bem e depende de quem pede. Nós é que somos os maus na história”. Não existe “defesa” pior para Exu do que esta, pois trata-se de outra incoerência! Se uma criança sabe diferenciar o bem do mal, como Exu, conhecedor de segredos de magia, manipulador de magia, defensor, combatente de forças trevosas possa ser tão imbecil a ponto de não diferenciar o bem e do mal e o que é pior trair a confiança de Caboclo e Pretos Velhos? E ainda por cima não ter nenhum tipo de aspiração evolutiva, ou seja, ficar sempre entregue a mercê de nossa vontade nunca aspirando evoluir?

Aí vem outra pergunta: “Mas eu fui num terreiro e disseram que o trabalho contra mim foi feito por um Tranca Ruas”. Resposta: o trabalho foi feito por um obsessor se passando por Tranca Ruas. Aliás, obsessor se passa por tudo, inclusive por enviado de Orixá, como Caboclo e Preto Velho.

E por que isso acontece? Por causa de médiuns invigilantes. Médiuns pouco compromissados com o Astral Superior, médiuns e dirigentes ignorantes. Médiuns e dirigentes que buscam os terreiros de Umbanda para satisfazer as suas baixas aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados” o que não tem coragem de fazer de “cara limpa”! Médiuns de moral duvidosa que gritam, xingam, bebem, dançam de maneira grotesca para uma casa religiosa e imputam a Exu esses desvarios. Caso estejam realmente incorporados estão na realidade é sofrendo a incorporação de kiumbas (que são espíritos moralmente atrofiados ou que buscam apenas tumultuar o ambiente). Nunca um Exu ou Pomba Gira de verdade irá se prestar a um papel desses.

Outro ponto que gera muita confusão diz respeito a incorporação de Exu, pois já ouvi a pergunta: “Se ele é guardião, quando está incorporado não está “guardando” nada.” Novamente a lógica e a coerência devem falar mais alto do que a ignorância e a incredibilidade.

O Exu Guardião não é o que incorpora nos terreiros. Os que incorporam são Exus de Trabalho (como eu costumo chamar), de defesa pessoal do médium. Esses Exus também participam dos trabalhos junto aos Exus Guardiões e Amparadores no combate as forças do Astral Inferior, mas os Exus de Trabalho tem um outro tipo de compromisso que é com a Banda do médium e para com a Casa a qual o médium está. Por isso respeitam o templo religioso e não induzem o médium a embriagues, algazarra ou a comportamentos chulos e deselegantes.

São espíritos de luz em busca de evolução. Que estão altamente compromissados com as esferas superiores, com os guias e protetores do médium e com toda a egrégora de luz da Casa na qual o médium está inserido. Trabalhando diretamente com esta egrégora eles auxiliam no combate e encaminhamento dos espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do terreiro que fazem parte. A exemplo de Nossa Casa os Exus de Trabalho de cada médium participam diretamente dos trabalhos realizados pela Corrente de Desobsessão e Cura de Caboclo Pena Branca.

Entretanto, cabe lembrar, que o estágio evolutivo de Exu de Trabalho está abaixo de Caboclo e Pretos Velhos. Isso não significa que não sejam evoluídos apenas encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa. Conseqüentemente a sua vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou mais similar) a vibração de terra, exigindo do médium um nível de elevação diferenciado do que quando vai incorporar um Caboclo ou Preto Velho ou até mesmo outro enviado de Orixá. Ou seja, quando o médium se prepara para a incorporação, ele tem que se concentrar e elevar a sua própria vibração, enquanto a entidade incorporante baixa a sua. Quanto mais evoluída for a entidade incorporante, mais sutil é a sua energia e mais exigirá do médium concentração e elevação para a incorporação.

Outro aspecto a ressaltar é que esse estágio evolutivo não impede Exu de trabalhar conjunta e harmoniosamente com entidades mais evoluídas, até porque além de trabalharem sob as suas ordens, ou seja, sob as ordens de enviados de Orixá, a questão “hierarquia” é muito bem resolvida no Astral Superior. Lá não existem “disputas” pelo “poder” ou se questiona quem “manda”. Todos estão conscientes de seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado, além de trabalharem com um mesmo objetivo, a Caridade!

A palavra de ordem de Exu é “compromisso”! Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do “mal”.


SOBRE A INCORPORAÇÃO DE EXU

Exu e Pomba Gira quando incorporados em seus médiuns, podem se apresentar de duas maneiras básicas: alegres ou sérios. Mas mesmo na alegria não há desrespeito ou comportamentos inadequados a um templo religioso.

E ainda vou mais longe, e o que vou dizer agora visa justamente desmistificar outro mito ligado a Exu. Quando o Exu é deselegante o médium também o é, só que disfarça quando não está “incorporado”.

Esse médium invigilante e portador de moral duvidosa ao receber a energia de incorporação de Exu (que começa a se dar através da aproximação do mesmo), por ser uma energia bastante similar a nossa e justamente por estar mais próxima a crosta terrestre, onde o combate com o Astral Inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores, influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exu, que assiste a tudo desconsoladamente. Transferindo para Exu sentimentos e comportamentos que são seus.

Isso não chega a ser mistificação, ou seja, fingimento, porque existe a energia de Exu ao lado ou perto do médium. A mistificação envolve o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de entidade alguma. Mas trata-se de animismo.

A incorporação de Exu e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chacras inferiores, e o que acontece no caso descrito acima é que o médium deliberadamente utiliza mal essa energia. Digo deliberadamente, porque isso envolve intenção, moral e mal aproveitamento da energia de Exu.

Com a continuidade da insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus desejos e aspectos menores, em pouco tempo há a queda do médium... O Exu se arranca e fica o que? Kiumba que assume o nome do Exu e aumenta os desvarios... E o médium não percebe porque no fundo usa a influência do kiumba (aliás, um usa o outro) para brigar com a mulher, encher a cara de cachaça, falar palavrão, fazer pedidos de oferendas nas encruzilhadas da vida, matança de animais e outras aberrações.

Cabe a direção da Casa coibir veementemente esses comportamentos no seu nascedouro, ou seja, no médium e assim que começam acontecer. Chamando-o a realidade, orientando e desestimulando atitudes desse tipo. Tentando recuperar o médium. Mas se for o caso não deve pestanejar em tomar medidas drásticas para a solução do problema.


SOBRE A CAPACIDADE DE MANIPULAÇÃO ENERGÉTICA DE EXU

Voltando a questão energética de Exu, já falamos que ele é um grande manipulador de energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente em que está.

A exemplo disso vemos Exu se apresentando aos obsessores que irão combater em configuração que desperte medo e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar a um “inimigo” como se fosse uma linda Cinderela... Isso não assustaria ninguém, então ele assume sim formas rudes, entretanto ele o faz por estratégia e não por serem deformados, e muito menos eles tem chifres, rabos e pés de bode como são tão mal retratados nessas imagens que encontramos em casas de artigos religiosos.

Como Exu manipula energias para assumir outra configuração “física”? Em primeiro lugar há que se dizer que a forma original de Exu é humana, nada tem de partes de animais, porque os espíritos que compõe a falange de Exu são espíritos como nós, muitos são contemporâneos inclusive.

Então Exu tem dois braços, duas pernas, uma cabeça, dois olhos, enfim... Assim como nós. Foram homens e mulheres normais das mais variadas profissões.

Bem, em primeiro lugar em função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar Exu estuda o ambiente que irá entrar, em seguida vibrando numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda os seus “adversários”, suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão, seus medos, etc.

Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater. Lembrando que Exu não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão direta de um enviado de Orixá.

Com isto vemos outra capacidade de Exu, vibrar em faixas diferentes de energia.

E detalhe importantíssimo:
tudo isso sem a necessidade de sacrifícios de animais e despachos em encruzilhadas, porque quem “recebe” tudo isso é kiumba!


Iassan Ayporê Pery
- Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery

SANTO ANTONIO DE PEMBA

Falar de Santo Antonio na Umbanda, não é tarefa fácil, ainda mais de Santo Antonio de Pemba , de Lisboa, de Ouro fino, de Pádua. Temos consciência que Ogum é Ogum, e Santo Antonio é Santo Antonio.

Antonio, que largou tudo pelo sacerdócio da caridade e luta justa pelos valores dos humanos, seja o padre, ou o padeiro, o padre que alimentava seus fiéis pela palavra de Deus ou o padeiro que matava a fome dos pobrezinhos da aldeia de Pádua.

Antonio, que quando vivo já era um Santo para o povo, após sua passagem se transforma em Santo Antonio Milagreiro. Santo Antonio de Pemba, na Umbanda, que é o Patrono de Exú, que rege as legiões desses espíritos guerreiros e mensageiros dos Anjos Superiores (orixás), que preside as batalhas navais e terrestres.

Santo Antonio que protege as pessoas dos espíritos malignos e que traz o que estava perdido. Zé pelintra do Catimbó, ora muito a Santo Antonio.

Em uma das suas cantigas, pergunta-se:
- Zé Pelintra, cadê Santo Antonio;
Estava rezando e fazendo oração;
Santo Antonio que gira e retira, que quebra as demandas de toda a nação.

E assim, Zé Pelintra, invoca ao Santo, trazendo sua força, inspiração e proteção à Umbanda e aos seus filhos de fé.

Salve Santo Antonio


Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.

Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.

Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos.

-O primeiro porque tinham que acompanhar o credo católico;
-o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano;
-e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.

O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.

Larô-Yê Exu Emojubá....

domingo, 26 de julho de 2009

O TERREIRO É O HOSPITAL

MEUS IRMÃOS UMBANDISTAS!
ESSE É O MELHOR TEXTO QUE JÁ LÍ DENTRE TODOS OS MEUS ESTUDOS!
SERÍA MARAVILHOSO SE NÓS UMBANDISTAS COMPREENDESSEMOS ISSO!!!!
Aurea Oliveira

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo.

Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra.

Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo?
E, aí é que complica!
O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora
pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente "hospitalar".

Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais
erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.

Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado.
Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima,exigindo da corrente igual compromisso.

Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será "comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal,amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração.

Tarefa mais difícil ainda, pois esses "filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos, viciados e com personalidade formada.

Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.

E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança. É pepino torto.

Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui.
Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa rara.

Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.
Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto.

Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão.

Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.

A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se
corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.

Vovó Benta
por Leni Winck Saviscki
Templo de Umbanda Vozes de Aruanda - Erechim - RS

quarta-feira, 22 de julho de 2009

OS VERDADEIROS UMBANDISTAS

Falam em tantas Umbandas:
branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolokô, umbandomblé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática e outras mais.

O que é Umbanda então?

Se são tantas, porque cada qual teima em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?

Origens, respondem todos em unísono!
Esta seria a solução para os problemas!
E qual a origem da Umbanda verdadeira?

Lá vamos nós novamente viajar por inúmeras teses.
Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros, Planetas Diversos, Seres Extraterrenos, Anjos Celestiais, etc...

Mas será que isso tudo é importante?

Por que temos que precisar ou determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta?
Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras. Ou, ainda por outro lado quem sabe, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações!

E porque seria assim?

Afinal de contas todas as demais religiões não são únicas?
Serão mesmo?

Vejamos:
a Igreja Católica divide-se em um sem número de ramificações, das tradicionais às mais atuais. Tem a Apostólica Romana, Apostólica Brasileira, Carismáticos, Ortodoxos e outras.
E todos se denominam como?
Católicos! Nada mais!

Se as conversas convergem para fundamentos religiosos, aí sim quando sabem, denominam-se especificadamente.

E os Evangélicos?
Se autodenominam Cristãos!
Antes eram Crentes, agora não gostam mais dessa denominação, afinal de contas, os
praticantes das demais religiões também o seriam, já que todos os que crêem em Deus, Crentes como eles seriam.

Mesmo que seja aplicada de igual forma em relação a Cristãos o entendimento sobre outras religiões, parece esta denominação genérica a que mais os diferenciam das demais.
Mas e entre eles próprios, existem diferenças entre as denominações?
Sim e não são poucas.
Batista, Adventista, Assembléia de Deus, Testemunha de Jeová e outras mais novas.

E nós, os Umbandistas, e porque não dizer Espíritas, não podemos ter também várias denominações ou entendimentos?

Opa!
Espere um pouco!

Umbandistas ou Espíritas?

Lá vamos ter outra briga séria com alguns de nossos irmãos Kardecistas.
Afinal de contas, de acordo com alguns deles, somente são espíritas os que seguem a doutrina espírita desenvolvida por Allan Kardec.

Mas qual a definição de Espírita?
De acordo com o próprio Allan Kardec, que no livro dos médiuns, assim define Espírita.

"Espírita, é aquele que crê no espírito e nas suas manifestações".
Assim todo aquele que acredita nesta máxima, do ponto de vista do próprio Kardec, então será espírita.

Devemos apenas nos preocupar em sermos bons espíritas.
Coisa que, infelizmente muitos irmãos, sejam Umbandistas, Kardecistas ou outros, ainda não se preocupam como deveriam.

Mas voltemos aos nossos próprios problemas.
Já temos bastantes deles entre nós para que nos preocupemos com outros externos!

O que é mais importante numa religião?
De onde ela vem ou para onde ela vai?
Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro. Será mais importante a caridade do irmão de poucas posses do que a oração do mais abandonado?

Se formos olhar bem a fundo cada uma das diversificações de nomes ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás.
Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos.

Discutem se o Caboclo pode ou não pode usar cocar, se o Preto-Velho pode ou não pode usar chapéu, se Exu é guardião ou apenas mensageiro e deixa-se muitas vezes de perceber e até mesmo de cobrarem a si próprios se a caridade que estão praticando ou intermediando é real.

Será que chegar ao centro já olhando que horas são, pois o médium tem um compromisso inadiável mais tarde, permitirá ao Caboclo praticar uma boa caridade utilizando aquela matéria tão apressada?

Será que a humildade do Preto-velho terá capacidade de influenciar uma pessoa acometida de mau momento ou dor física, a ter calma ou perdoar a quem a tenha ofendido, vibrando numa cabeça que o encara não como um escravo simples, que pela dor alcançou a luz, mas sim como um majestoso soberano que não poderia imaginar como tamanha fraqueza de pensamentos pode assolar estas ínfimas criaturas.

E ainda sobre o Caboclo, o qual na concepção daquele médium não é índio, mas médico ou um antigo rei de uma civilização ainda desconhecida, poderá atuar sobre quem o considera apenas um índio forte e garboso?

E Exu?
Ele que em algumas casas mais sofisticadas é Guardião, entidade de alta luz que tem trânsito livre entre todos os ambientes vibracionais, liberando ou aprisionando almas ainda em decomposição moral, e que nas casas mais populares é apenas um enviado de entidades, ou mesmo um serviçal incumbido de levar e trazer as cascas grosseiras dos restos dos trabalhos espirituais, descarregando-os nos lodaçais espirituais no baixo astral de onde ele pode até sair, mas não poderá ir tão alto, para que as luzes espirituais dos ambientes muito elevados não o ceguem.

E se saísse, o que faria?
Sua fraqueza espiritual não o permitiria enxergar mesmo os seres iluminados de outras diretrizes.

Será mesmo que as entidades se preocupam com estas diferenciações?
Não! As entidades espirituais são seres de luz, são apesar de ainda imperfeitos na evolução espiritual, conhecedores da visão mais iluminada da caridade.

Eles não se preocupam com as roupas que a eles queremos impor.
Para eles o que importa é o amor, a união, a elevação.

Irmãos! Que divisão nada!
A Umbanda é única!
Ela é perfeita!
Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações, tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida.

E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: Caridade, Humildade e Amor.

Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.

Ao invés de subdesenvolvido, que tal tradicional?
Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos?
Ao invés de discussão, que tal aceitação?

Não seremos menor se Africanistas, ou maior se Iniciáticos!
Mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana!

Seremos sim maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar!
Muitos se mostram prontos para uma verdadeira luta na intenção de resgatar a verdadeira Umbanda, outros pretendem livrá-la de influências negativas de outras religiões.

Vamos fazer mais que isso!

Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade. Vamos mostrar esse amor a todos os nossos irmãos.

E aí quem sabe, teremos uma Umbanda única e verdadeiros Umbandistas.

Marcelo

A RODA DAS ENCARNAÇÕES

Se a reencarnação é um fato, porque não nos lembramos das vidas anteriores?

Há pessoas, que em determinadas condições lembram-se ou podem ser levadas a relatar suas vidas passadas com grande exatidão.
Entretanto a absoluta maioria das pessoas encarnadas, não se lembra de suas vidas anteriores enquanto corpo físico.

Isto é uma grande benção !

como explica Max Heindel:
Porque há em nossas vidas passadas (quando éramos muito mais ignorantes do que agora) negras ações que exigem retribuição, e esse destino vai-se liquidando gradualmente; de modo que, se conhecêssemos nossas vidas saberíamos como e quando a Lei da Causa e Efeito nos traria a retribuição desses maus atos, veríamos a horrenda calamidade que sofreríamos e o medo nos tiraria toda a força que necessitamos para lutar na batalha contra o destino, e nos encontraríamos inertes e indefesos.

Por outro lado, não conhecendo o que se passou conosco, igualmente não conhecemos o que está por vir, e por conseguinte, aprendemos as lições sem que o medo nos prive de nossas forças. Além disso, para aqueles que verdadeiramente desejam, há certos meios de saber as lições que teremos que aprender, e como podemos fazê-lo da melhor maneira possível.

Por exemplo, nossa Consciência sempre nos indica o caminho a seguir, se conseguirmos parar para ouví-la...

Se estudarmos Astrologia, o Horoscopo nos mostrará as tendências em nosso mapa, bem como as linhas de menor resistência, assim que trabalhando com as Leis da Natureza, podemos nos adiantar mais rapidamente em nosso caminho.

Em Zanoni, Bulwer Lytton fala de um horripilante espectro com o qual se encontrou Glyndon, que estava tentando dar um passo no seu desenvolvimento, esse é chamado no Ocultismo de Guardião do Umbral.
No intervalo entre a morte e um novo nascimento, o homem não vê este Guardião do Umbral, que é na verdade a encarnação de todo o nosso mal passado, e perante ele tem que passar todo aquele que desejar entrar nos mundos internos conscientemente e alcançar um conhecimento completo de suas interdições; porém há também outro Guardião, que é a encarnação de todo o bem que tenhamos feito, e a este Guardião podemos chamar de nosso Anjo da Guarda.

Se tivermos a coragem de passar perante o horrendo espectro, ao qual percebemos primeiro por ele estar formado de matéria emocional densa, em breve obteremos a força e acoragem de permanecer sem medo, no meio das tormentas pelas quais tem que passar todo aquele que caminha pela Senda do desinteresse.
Porém antes de passarmos por este espectro, não estamos preparados para conhecer nossas vidas anteriores; temos que contentar-nos com a visão que tem o restante da Humanidade. A memória das vidas passadas não é dada aos homens para seu divertimento, ou para satisfazer a sua vã curiosidade, mas apenas para oferecer-lhe uma lição necessária e útil.

Só quando uma pessoa atingiu um degráu onde lhe é útil rever o passado, para evitar erros no futuro, recebe o dom de lembrar-se de suas vidas anteriores. Essa lembrança vem então geralmente na forma de sonho ou visão.

Também aí se cumpre a lei que diz:
- "Quando o discípulo está pronto para receber as lições do Mestre, este se lhe apresenta". Isto é, quando a personalidade chega ao degráu onde pode unir-se com a individualidade, esta amplia o seu horizonte de saber, mostrando-lhe o passado, a fim de elaborar o bom futuro.

Muitos pensam que se conhecêssemos o nosso passado, nossas existências anteriores, poderíamos melhor aproveitar a vida presente.

Como já mencionado, a lembrança dos erros ou pecados, às vezes até crimes, cometidos nas vidas anteriores, produziria na personalidade atual só desgostos; e muitas vezes a levaria a praticar novos atos maus, como vingança, atrasando assim o verdadeiro progresso da Alma.

Além destes motivos puramente morais, há um de natureza física: em cada encarnação.

A Alma reveste-se de um novo corpo, cujo cérebro atual nunca respondeu as condições das vidas anteriores, assim, não podendo-se lembrar-se físicamente dos atos e fatos passados em existências precedentes.

Somente quando o cérebro for capaz de responder à memória conservada no Eu superior (a Individualidade), pode esta memória ser impressa sobre a consciência da vigília.

Léo Del Pezzo
blog: Umbanda: O Reino da Paz

terça-feira, 21 de julho de 2009

FILHOS DA TERRA

Durante os séculos que marcaram a história das civilizações, a Terra vem sendo abençoada com a presença de mensageiros, que têm sido enviados para dar impulso ao progresso de todos os povos do planeta.

O homem tem aprendido muito ao longo desses milênios, e principalmente agora,nos últimos anos, o desenvolvimento das ciências tem elevado o pensamento,o conhecimento, a fronteiras até então inimaginadas.

Em todas as latitudes, tem-se presenciado a ação humana a fim de superar fronteiras para a conquista do progresso.

Não obstante todos os avanços, o homem ainda não conseguiu erradicar a guerra, nem mesmo logrou estabelecer a paz em si mesmo.
Trabalhou com partículas na intimidade do átomo, mas não conhece o próprio íntimo. Atulha-se de aparatos tecnológicos, mas ainda convive com a fome e a miséria, que atestam sua inferioridade.

É vítima de si mesmo:
em meio à competitividade, esquece-se de fomentar o cooperação,que poderia auxiliá-lo a preencher o vazio interior, dando sentido à existência.

Nesta sede de conquistas puramente materiais, nas lutas pelo domínio e pelo pretenso progresso, expõe-se ao perigo da auto-exterminação. Como aconteceu no passado com outros povos, corre o risco de acabar cedendo lugar, no grande palco planetário, a outros povos, outra civilização, que poderia sobrevir à sua no cenário
evolutivo do mundo.

A angústia, os conflitos pessoais, os dramas milenares são novamente vivenciados, levando o homem moderno a questio-namentos a respeito da felicidade e do objetivo da vida, sem que ele se aperceba de seu verdadeiro significado no contexto universal.

Embora quaisquer desafios, a embarcação planetária não está abandonada à própria sorte. As mãos invisíveis de emissários do Alto estão por detrás de todos os acontecimentos no cenário político e social de vosso planeta, sob a orientação da mente cósmica de Jesus, que tudo preside.

O objetivo?
Levar o homem terrestre a encontrar-se consigo mesmo e a promover a transformação de si, para que o planeta encontre a estabilidade e a elevação que caracterizarão a civilização do terceiro milênio.

A paz jamais será alcançada apenas com tratados e acordos internacionais — isso não é paz, é mero armistício.
Paz implica cessar os conflitos,abandonar a guerra.
É necessário despertar a consciência para os valores do espírito.
O futuro pertence ao espírito e ao homem terreno; é feito o convite para que ele se encontre, em meio ao aparente caos que domina atualmente o cenário do mundo.

Voltando-se para dentro de si,desenvolvendo os valores íntimos, estará o homem apto a empreendimentos objetivos. Mas é preciso que o homem se modifique.

O Apocalipse é um alerta à humanidade terrícola, para que refaça seus valores e posicionamentos ante a vida e se integre definitivamente ao concerto universal, elevando o hino da fraternidade como marca e lema de uma nova raça de homens.

Nas terras do Evangelho, um poder bestial se estrutura lentamente,subindo do abismo das realizações humanas no campo religioso e assumindo o domínio de consciências.

Esse poder mostra-se comoum Cordeiro, mas expele chamas como um dragão; fala de Jesus, mas alimenta o anticristo. Enquanto isso, como no silêncio de um sacrário,
a obra do Consolador prossegue sobre a Terra, preparando as almas para a emancipação espiritual, para um reino de amor e uma era de paz.

Breve vereis a Terra sendo liberada das chagas morais que a caracterizaram
por séculos, para ascender na hierarquia dos mundos.

Os filhos da Terra são convidados a modificar a situação atual de seu mundo, começando pelo mundo íntimo e ampliando a renovação em torno de si.

A doutrina espírita apresenta a proposta renovadora da vivência plena do amor, do despertamento das potências adormecidas da alma, da plenificação do ser pela elevação do padrão vibratório, que se dá pela prática incondicional do bem.

texto tirado do livro:
APOCALIPSE - Robson Pinheiro

NOSSA MEDIUNIDADE

A mediunidade de todos nós

Podemos nos referir à mediunidade como o canal que liga as criaturas vivas ao mundo dos espíritos.

Aprofundando um pouco mais, pensamos em mediunidade como oportunidade concedida ao espírito encarnado para melhor desempenhar sua experiência evolutiva na Terra.

Nesse sentido, a mediunidade é ferramenta das mais completas. Mas a pessoa só poderá se utilizar dela quando decidir se tornar um médium bem preparado.

A mediunidade cumpre sua função, enquanto se desenvolve, representando avanço significativo na evolução do ser através das reencarnações.

A mediunidade é uma faculdade humana.

Assim como temos memória e inteligência, temos mediunidade.

Todos nós estabelecemos contatos no dia-a-dia, na maioria das vezes, inconscientemente.

Crentes ou céticos usam constantemente dons naturais inerentes à condição humana para receber influência de espíritos.

É ilusão acreditar que só quem trabalha incorporando tem contato com espíritos.

Quando aprimorada, com doutrina, em uma casa honesta, a mediunidade vai significar acréscimo de compreensão e proteção para os pensamentos, alegria e força para o médium e para quem convive com ele. É, na verdade, a mais eficiente e rápida forma de desenvolvimento espiritual.

Todas as pessoas, independente de serem praticantes de alguma religião, são médiuns em maior ou menor grau.

No entanto, a pessoa poderá ser considerada um bom médium, conforme se tenha dedicado mais ou menos ao próprio desenvolvimento.

Digo isso, porque, sendo a mediunidade uma forma de ligação com o mundo dos espíritos, há muitas pessoas exercendo sua mediunidade dando espaço a espíritos obsessores.

Precisamos desmistificar algumas coisas a bem de gerar esclarecimento e confiança para que mais pessoas possam perceber a naturalidade que envolve um fenômeno mediúnico.

Encarando a mediunidade sem medo e com compreensão, é possível viver a maravilhosa e necessária integração com as entidades que nos protegem e assim facilitar a missão na terra de ambos, a nossa e a de nossos protetores.

Vejamos:

1). Ao nos referirmos à mediunidade, poderíamos começar por um termo desconhecido a muitas pessoas: psicofonia. Por que começar com este termo? Porque a maioria das pessoas relaciona diretamente mediunidade com incorporação, quando, na verdade, a incorporação é um dos muitos tipos de mediunidade. Muitas pessoas simplificam a mediunidade, traduzindo-a unicamente como um dom de comunicação entre o mundo físico e o espiritual. A psicofonia, por exemplo, é uma das mais comuns formas de incorporação. É a técnica de incorporação encontrada nas mesas de Kardecismo, onde o espírito comunicante utiliza-se apenas do aparelho fonador do médium para expressar seus pensamentos e dar suas mensagens. Veja que, esclarecendo o que é psicofonia, exemplificamos que uma das formas de mediunidade mais comuns sequer é conhecida pelo de seu nome – psicofonia – à maioria das pessoas. Assim mostro o quanto se desconhece a respeito de mediunidade. São muitos os tópicos relevantes que podemos abordar sobre o tema. Religião tem fundamento e é preciso que os médiuns se instruam.

2). O espírito do médium, nas incorporações, nunca sai do corpo para que a entidade incorpore. Se isso acontecesse, o médium morreria. Por meio de treinamento para estar em estado alterado de consciência, o médium permite que se acople, ao seu perispírito, o perispírito da entidade com quem irá trabalhar. Nesse momento, começa um processo de sintonia mútua. Com constante treinamento e doutrina, o médium vai elevando seu padrão vibratório, e o espírito vai baixando o seu, para que seja possível realizar o perfeito intercâmbio. Esse processo recebe o nome de desenvolvimento.

Durante um período de tempo que será maior ou menor, conforme a capacidade de entrega do médium e do exercício dedicado que fizer da humildade, este vai melhorando em sua capacidade de traduzir física e verbalmente o que a entidade vem trazer. Cada nova incorporação é oportunidade valiosa que o médium deve aproveitar para melhorar nesse sentido.

3). A mensagem do espírito sempre passa pelo pensamento do médium para somente depois ser verbalizada. Daí a importância da doutrinação do médium para que este possa traduzir, com clareza e verdade, as mensagens trazidas.

4).O médium, de forma consciente ou inconsciente, sempre saberá o que a entidade quer dizer. Isso é fundamental para que possa aprender com as comunicações.

5).Nos médiuns inconscientes, que são menos de 5%, o que é dito pelo espírito reverte-se como lição aprendida, mas o médium, quando desincorporar, não se lembrará do momento da verbalização da mensagem. Seria uma estagnação para o médium inconsciente, se ele fosse privado das lições que os outros recebem através de sua incorporação.

6). A mediunidade não se manifesta exclusivamente através da comunicação com espíritos desencarnados. Há mediunidade nos sonhos, por exemplo, nos quais recebemos informações. Não tenho nenhum receio em dizer que a mediunidade leva à ativação de dons psíquicos que, por várias razões, muitas pessoas ignoram. São dons ilimitados que ficam adormecidos durante toda a vida para a maioria das pessoas. Desenvolvendo a mediunidade de forma saudável e responsável, estaremos nos capacitando para acessá-los.

7. Conforme o que foi decidido pela pessoa antes de encarnar, a sua mediunidade de incorporação poderá não ser desenvolvida durante toda a vida. Mas, se for sua missão, caso se recuse a trabalhar, esta “explodirá”, causando transtornos na saúde, na vida sentimental e na vida profissional.

Entretanto devemos esclarecer que não é a mediunidade que causa estes transtornos e sim o comportamento emocional instável de cada um, que leva a captar vibrações nem sempre boas das pessoas com quem convive e dos ambientes que freqüenta. Como conseqüência, a pessoa se indispõe com a família e com colegas. É comum atrapalhar também a saúde, tendo em vista que normalmente assumirá um estado mental negativo.

Procurei, neste texto, mostrar aos médiuns que o que a vida lhes oportuniza não é apenas uma ocupação nova na semana ou uma distração a mais.

Um trabalho espiritual não é só mais um dia de sessão, no qual muitos às vezes até deixam de comparecer por motivos quaisquer: desânimo, uma festa, ou qualquer outra coisa.

Um trabalho espiritual é muito mais do que um lugar em que se pode pedir amor, prosperidade e saúde.

Um trabalho espiritual é compromisso e não é compromisso com o plano espiritual como muitos pensam, ou com os seus protetores. Estes já estão muito bem com a luz que adquiriram.

E também não é compromisso com o diretor da casa. É compromisso de cada um consigo mesmo, com o seu crescimento, com o seu desenvolvimento e com o desenvolvimento dos seus.

Por isso tudo, que fique claro que médiuns não estão prestando favor algum a ninguém além de si mesmos, quando levam com seriedade seu trabalho. E digo mais: sorte de quem tem uma casa para trabalhar que seja séria, responsável, honesta e que respeita seus médiuns.

Jorge Menezes

ATUAÇÃO DOS PROTETORES

É oculta a ação dos Espíritos sobre a nossa existência e quando nos protegem, não o fazem de modo ostensivo.

Se vos fosse dado contar sempre com a ação deles, não obraríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que este possa adiantar-se, precisa de experiência, adquirindo-a freqüentemente à sua custa.

É necessário que exercite suas forças, sem o que, seria como a criança a quem não consentem que ande sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira que não vos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se confia às suas próprias forças.
Sobre ele, entretanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do perigo.

Quando um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida, não é porque não possa lutar contra os Espíritos_maléficos, mas porque não quer. E não quer, porque das provas sai o seu protegido mais instruído e perfeito. Assiste-o sempre com seus conselhos, dando-os por meio dos bons pensamentos que lhe inspira, porém que quase nunca são atendidos. A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes resistência.

Quando o Espírito protetor, consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, constitui isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade. Sente-se ditoso quando vê bem sucedidos os seus esforços, o que representa, para ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons êxitos do seu educando. Entretanto, não é responsável pelo mau resultado de seus esforços. Pois que fez o que de si dependia.

O Espírito protetor quando vê que seu protegido segue mau caminho, não obstante os avisos que dele recebe, compungem-no os erros do seu protegido, a quem lastima.

Tal aflição, porém, não tem analogia com as angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal e que o que não se faz hoje, amanhã se fará.

André Luiz

ENSINAMENTOS NO SONO

Poucos conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas, para assimilarem as lições do plano espiritual durante o sono.

O homem eterno guarda a lembrança completa e conservará consigo todos os ensinamentos, intensificando-os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio.

O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si, variando de alma para alma. Entretanto, na memória de todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília (acordado), não consigam positivar a origem. Isto é, não consigam identificar a origem dos ensinamentos.

Em despertando, na Crosta, depois das aulas recebidas durante o sono, os aprendizes experimentam alívio, repouso e esperança, a par da aquisição de novos valores educativos. É certo que não podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados, de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias imperfeições.

Seus pensamentos tornarn-se mais claros, os sentimentos mais elevados e
as preces mais respeitosas e produtivas, enriquecendo-se-lhes as observações e trabalhos de cada dia.

Enquanto o corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua liberdade.


"Por que não nos lembramos de todos os sonhos ?"

R : - "Nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros seja neste ou noutro mundo. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo."

Algumas considerações em torno da resposta acima:

No estado de vigília (acordado):

as percepções se fazem com o concurso dos órgãos físicos;

os estímulos exteriores são selecionados pelos sentidos;

são transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas;

no cérebro físico, são gravados para serem reproduzidos pela memória biológica a cada evocação.


Quando dormimos:

cessam as atividades físicas, motoras e sensoriais;

o Espírito liberto age e sua memória perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico;

tudo é percebido diretamente pelo Espírito;

excepcionalmente, por via retrógrada, as percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico;

quando lembramos, dizemos que sonhamos.


Conclusão:
A análise dos sonhos pode nos trazer informações valiosas para nosso auto-descobrimento. Contudo, devemos nos precaver contra as interpretações pelas imagens e lembranças esparsas. Há sempre um forte conteúdo simbólico em nossas percepções psíquicas que, normalmente nos chegam acompanhadas de emoções e sentimentos.

Se, ao despertarmos, nos sentirmos envolvidos por emoções boas, agradáveis, vivenciamos uma experiência positiva durante o sono físico.

Ao contrário, se as emoções são negativas, nos vinculamos certamente a situações e Espíritos inferiores.

Daí a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos espíritas, vivenciando o amor, o perdão, a abnegação, habituando-nos à prece, à meditação antes de dormir, para nos ligarmos a valores bons e sintonia superior. Assim, teremos um sono reparador e sonhos construtivos.

Central Espírita Brasileira

domingo, 19 de julho de 2009

O PODER DA ORAÇÃO

Quando o ser humano se aperceber das infinitas possibilidades de que dispõe
através da oração, conceder-lhe-á mais atenção e cuidados.

Força dinâmica, responsável pelo restabelecimento de energias, é constituída de
vibrações específicas que penetram o orante, mantendo-lhe a vinculação com as
Fontes Inexauríveis de onde procedem os recursos vitais.

Em razão da intensidade e do hábito a que o indivíduo se permita, torna-se
valioso instrumento para a conquista da paz e a preservação da alegria, nele
instaurando um estado de receptividade permanente das vibrações superiores que
se encontram espalhadas no Cosmo, preservando-lhe a saúde, gerando-lhe
satisfação íntima e proporcionando-lhe inspiração nas mais variadas situações do
caminho evolutivo.

Como consequência, nenhuma louvação, rogativa ou gratidão expressa através da
prece fica sem resposta adequada, desde que os sentimentos acompanhem-lhe o
curso oracional.

do livro Sexo e Obsessão

AS UMBANDAS DENTRO DA UMBANDA

Após 100 anos de fundação da Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, essa religião cresceu e se diversificou, dando origem a diferentes vertentes que têm a mesma essência por base:
a caridade, a fé e a humildade.

O surgimento dessas diferentes vertentes é conseqüência do grau com que as características de outras práticas religiosas e/ou místicas foram absorvidas pela Umbanda em sua expansão pelo Brasil, reforçando o sincretismo que a originou e que ainda hoje é sua principal marca.

A descrição abaixo foi elaborada por mim, como uma forma útil de condensar as diferentes práticas existentes, possibilitando um melhor estudo das mesmas. É importante frisar que ela não é fruto de um consenso entre os umbandistas e nem é adotada por outros estudiosos da religião.

UMBANDA TRADICIONAL

Outros nomes:
É também conhecida como Linha Branca de Umbanda e Demanda, Umbanda Branca e Demanda e Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Origem:
É a Umbanda original, fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por Pai Antônio e Orixá Malet, através do seu médium Zélio Fernandino de Morais (10/04/1891 – 03/10/1975), surgida em São Gonçalo, RJ, em 16/11/1908, com a fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Foco de divulgação:
O principal foco de divulgação dessa vertente é a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Orixás:
Nesta vertente existe uma forte vinculação dos Orixás aos santos católicos, sendo que aqueles foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de oito Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui as Crianças), de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum e Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Iansã e de Santo ou das Almas (onde inclui as almas recém-desencarnadas, os exus coroados e as entidades auxiliares).
Entidades:
Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as) e Crianças e não há giras para Boiadeiros, Baianos, Ciganos, Malandros, Exus e Pombagiras (estes três últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda).
Ritualística:
A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos riscados nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; e “O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda”.

UMBANDA KARDECISTA

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda de Mesa Branca, Umbanda Branca e Umbanda de Cáritas.
Origem:
É a vertente com forte influência do Espiritismo, geralmente praticada em centros espíritas que passaram a desenvolver giras de Umbanda junto com as sessões espíritas tradicionais, sendo uma das mais antigas vertentes, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos Orixás nem aos santos católicos.
Linhas de trabalho:
Nesta vertente não é utilizada essa classificação das formas de agrupar as entidades.
Entidades:
Os trabalhos de Umbanda são realizados apenas por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as) e, mais raramente, Crianças.
Ritualística:
A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e não são encontrados o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; “O céu e o inferno”; e “A gênese”.

UMBANDA MIRIM

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Esotérica e Iniciática, Aumbandã e Escola da Vida.
Origem:
É a vertente fundamentada pelo Caboclo Mirim através do seu médium Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 – 03/12/1986), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 13/03/1924, com a fundação da Tenda Espírita Mirim.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são:
a Tenda Espírita Mirim (matriz e filiais); e o Primado de Umbanda, fundado em 1952.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, das Crianças e de Yofá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as) e Crianças e não há giras para Exus e Pombagiras, uma vez que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística:
A roupa branca com pontos riscados bordados é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de fumo, defumadores e a imagem de Jesus Cristo nos trabalhos, porém as guias, velas, bebidas, atabaques e demais imagens não são usados nas cerimônias, havendo o uso de termos de origem tupi para designar o grau dos médiuns nelas.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Okê, Caboclo”; “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; e “O evangelho segundo o Espiritismo”.

UMBANDA POPULAR

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Mística.
Origem:
É uma das mais antigas vertentes, fruto da umbandização de antigas casas de Macumbas, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. É a vertente mais aberta a novidades, podendo ser comparada, guardada as devidas proporções, com o que alguns estudiosos da religião identificam como uma característica própria da religiosidade das grandes cidades do mundo ocidental na atualidade, onde os indivíduos escolhem, como se estivessem em um supermercado, e adotam as práticas místicas e religiosas que mais lhe convêm, podendo, inclusive, associar aquelas de duas ou mais religiões.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior. Entretanto, é a vertente mais difundida em todo o país.
Orixás:
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos santos católicos com os Orixás, associados a um conjunto de práticas místicas e religiosas de diversas origens adotadas pela população em geral, tais como: rezas, benzimentos, simpatias, uso de cristais, incensos, patuás e ervas para o preparo de banhos de purificação e chás medicinais.
Considera a existência de dez Orixás:
Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã e Ibejis. Em alguns lugares também são cultuados mais dois Orixás: Ossaim e Oxumaré.
Linhas de trabalho:
Existem três versões para as linhas de trabalho nesta vertente:
Na mais antiga, são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui as Crianças), de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
Na intermediária, também são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), das Crianças e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
Na mais recente, são consideradas como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-Mirins e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos.
Livros doutrinários:
Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

UMBANDA OMOLOCÔ

Outros nomes:
Não possui.
Origem:
É fruto da umbandização de antigas casas de Omolocô, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Começou a ser fundamentada pelo médium Tancredo da Silva Pinto (10/08/1904 – 01/09/1979) em 1950, no Rio de Janeiro, RJ.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Tancredo da Silva Pinto; as tendas criadas por seus iniciados; e o livro “Umbanda Omolocô”, escrito por Caio de Omulu.
Orixás:
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Omolocô. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Omolocô, incluindo o sacrifício de animais.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“A origem de Umbanda”; “As mirongas da Umbanda”; “Cabala Umbandista”; “Camba de Umbanda”; “Doutrina e ritual de Umbanda”; “Fundamentos da Umbanda”; “Impressionantes cerimônias da Umbanda”; “Tecnologia ocultista de Umbanda no Brasil”; e “Umbanda: guia e ritual para organização de terreiros”.

UMBANDA ALMAS E ANGOLA

Outros nomes:
Não possui.
Origem:
É fruto da umbandização de antigas casas de Almas e Angola, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior.
Orixás:
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Almas e Angola. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, do Povo d’Água (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, das Beijadas (onde agrupa as Crianças) e das Almas (onde inclui Obaluaiê e agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Exus e Pombagiras.
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Almas e Angola, incluindo o sacrifício de animais.
Livros doutrinários:
Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

UMBANDOMBLÉ

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem:
É fruto da umbandização de antigas casas de Candomblé, notadamente as de Candomblé de Caboclo, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Em alguns casos, o mesmo pai-de-santo (ou mãe-de-santo) celebra tanto as giras de Umbanda quanto o culto do Candomblé, porém em sessões diferenciadas por dias e horários.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás:
Nesta vertente existe um culto mínimo aos santos católicos e os Orixás são fortemente vinculados às tradições africanas, principalmente as da nação Ketu, podendo inclusive ocorrer a presença de outras entidades no panteão que não são encontrados nas demais vertentes da Umbanda (Oxalufã, Oxaguiã, Ossain, Obá, Ewá, Logun-Edé, Oxumaré).
Linhas de trabalho:
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens dos Orixás na representação africana, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas nos Candomblés, incluindo o sacrifício de animais, podendo ser encontrado, também, curimbas cantadas em línguas africanas (banto ou iorubá).
Livros doutrinários:
Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

UMBANDA ECLÉTICA MAIOR

Outros nomes:
Não possui.
Origem:
É a vertente fundamentada por Oceano de Sá (23/02/1911 – 21/04/1985), mais conhecido como mestre Yokaanam, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1946, com a fundação da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são a sede da fraternidade e suas regionais.
Orixás:
Nesta vertente existe uma forte vinculação dos Orixás aos santos católicos, sendo que aqueles foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas.
Considera a existência de pelo menos nove Orixás:
Oxalá, Ogum, Ogum de Lei, Oxóssi, Xangô, Xangô-Kaô, Yemanjá, Ibejês e Yanci, sendo que um deles não existe nas tradições africanas (Yanci) e alguns deles seriam considerados manifestações de um Orixá em outras vertentes (Ogum de Lei/Ogum e Xangô-Kaô/Xangô).
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho, fortemente associadas a santos católicos:
de São Jorge (Ogum), de São Sebastião (Oxóssi), de São jerônimo (Xangô), de São João Batista (Xangô-Kaô), de São Custódio (Ibejês), de Santa Catarina de Alexandria (Yanci) e São Lázaro (Ogum de Lei).
Entidades:
Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), e Crianças.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de uma cruz, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, velas, porém os atabaques, as guias, as bebidas e fumo não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“Evangelho de Umbanda”; “Manual do instrutor eclético universal”; “Yokaanam fala à posteridade”; e “Princípios fundamentais da doutrina eclética”.

UMBANDA ESOTÉRICA

Outros nomes:
É também conhecida como Aumbandã, Aumbhandan, Conjunto de Leis Divinas e Senhora da Luz Velada.
Origem:
É a vertente fundamentada por Pai Guiné de Angola através do seu médium Woodrow Wilson da Matta e Silva (28/06/1917 – 17/04/1988), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1956, com a publicação do livro “Umbanda de todos nós”. Sua doutrina é fortemente influenciada pela Teosofia, pela Astrologia, pela Cabala e por outras escolas ocultistas mundiais e baseada no instrumento esotérico conhecido como Arqueômetro, criado por Saint Yves D’Alveydre e com o qual se acredita ser possível conhecer uma linguagem oculta universal que relaciona os símbolos astrológicos, as combinações numerológicas, as relações da cabala e o uso das cores.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Matta e Silva; e as tendas e ordens criadas por seus discípulos.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de sete Orixás: Orixalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yemanjá, Yori, Yorimá, sendo que dois deles não existem nas tradições africanas (Yori e Yorimá).
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias feitas de elementos naturais, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais e tábuas com ponto riscado nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“Doutrina secreta da Umbanda”; “Lições de Umbanda e Quimbanda na palavra de um Preto-Velho”; “Mistérios e práticas da lei de Umbanda”; “Segredos da magia de Umbanda e Quimbanda”; “Umbanda de todos nós”; “Umbanda do Brasil”; “Umbanda: sua eterna doutrina”; “Umbanda e o poder da mediunidade”; e “Macumbas e Candomblés na Umbanda”.

UMBANDA GUARACYANA

Outros nomes:
Não possui.
Origem:
É a vertente fundamentada pelo Caboclo Guaracy através do seu médium Sebastião Gomes de Souza (1950 – ), mais conhecido como Carlos Buby, surgida em São Paulo, SP, em 02/08/1973, com a fundação da Templo Guaracy do Brasil.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são os Templos Guaracys do Brasil e do Exterior.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas, havendo, entretanto, uma ligação dos mesmos com elas. Considera a existência de dezesseis Orixás, divididos em quatro grupos, relacionados aos quatro elementos e aos quatro pontos cardeais: Fogo/Sul (Elegbara, Ogum, Oxumarê, Xangô), Terra/Oeste (Obaluaiê, Oxóssi, Ossãe, Obá), Norte/Água (Nanã, Oxum, Iemanjá, Ewá) e Leste/Ar (Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá).
Linhas de trabalho:
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Exus e Pombagiras.
Ritualística:
Roupas coloridas (na cor do Orixá) são a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas e atabaques nos trabalhos, porém não são utilizadas imagens e bebidas nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

UMBANDA DO AUMPRAM

Outros nomes:
É também conhecida como Aumbandhã e Umbanda Esotérica.
Origem:
É a vertente fundamentada por Pai Tomé (também chamado Babajiananda) através do seu médium Roger Feraudy (?/?/1923 – 22/03/2006), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1986, com a publicação do livro “Umbanda, essa desconhecida”. Esta vertente é uma derivação da Umbanda Esotérica, das quais foi se distanciando ao adotar os trabalhos de apometria e ao desenvolver a sua doutrina da origem da Umbanda, a qual prega que a mesma surgiu a 700.000 anos em dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário, os quais teriam sido os locais em que terráqueos e seres extraterrestres teriam vividos juntos e onde estes teriam ensinado àqueles sobre o Aumpram, a verdadeira lei divina.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os livros escritos por Roger Feraudy; e as tendas e fraternidades criadas por seus discípulos.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yori e Yorimá) e mais Obaluaiê, o qual consideram o Orixá oculto da Umbanda.
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos 7 Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso da imagem de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, cristais e incensos nos trabalhos, porém as guias e os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Umbanda, essa desconhecida”; “Erg, o décimo planeta”; “Baratzil: a terra das estrelas”; e “A terra das araras vermelhas: uma história na Atlântida”.

UMBANDA DE SÍNTESE

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Iniciática, Ombhandhum e Proto-Síntese Cósmica.
Origem:
É a vertente fundamentada pelo médium Francisco Rivas Neto (1950 – ), surgida em São Paulo, SP, em 1989, com a publicação do livro “Umbanda: a proto-síntese cósmica”. Esta vertente começou como uma derivação da Umbanda Esotérica, porém aos poucos foi se distanciando cada vez mais dela, conforme ia desenvolvendo sua doutrina conhecida como movimento de convergência, que busca um ponto de convergência entre as várias vertentes umbandistas. Nela existe uma grande influência oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito, e há a crença de que a Umbanda é originária de dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o livro “Umbanda:
a proto-síntese cósmica”; a Faculdade de Teologia Umbandista, fundada em 2003; o Conselho Nacional da Umbanda do Brasil, fundado em 2005; e as tendas e ordens criadas pelos discípulos de Rivas Neto.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica, associados, cada um deles, a mais um Orixá, de sexo oposto, formando um casal: Orixalá-Odudua, Ogum-Obá, Oxóssi-Ossaim, Xangô-Oyá, Yemanjá-Oxumaré, Yori-Oxum, Yorimá-Nanã. Por esta associação nota-se que alguns Orixás tiveram seu sexo modificado em relação a tradição africana (Odudua e Ossaim).
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás principais do par: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras de Umbanda e a roupa preta, associada ao vermelho e branco, nas de Exu, sendo admitidos o uso de complementos por sobre a roupa dos médiuns, tais como cocares de caboclos. Nela encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais e tábuas com ponto riscado nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa o seguinte livro como principal fonte doutrinária:
“Umbanda: a proto-síntese cósmica”.

UMBANDA SAGRADA

Outros nomes:
Não possui.
Origem:
É a vertente fundamentada por Pai Benedito de Aruanda e pelo Ogum Sete Espadas da Lei e da Vida, através do seu médium Rubens Saraceni (1951 – ), surgida em São Paulo, SP, em 1996, com a criação do Curso de Teologia de Umbanda. Sua doutrina procura ser totalmente independente das doutrinas africanistas, espíritas, católicas e esotéricas, pois considera que a Umbanda independe dessas tradições.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, fundado em 1999; o Instituto Cultural Colégio Tradição de Magia Divina, fundado em 2001; a Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo; os livros escritos por Rubens Saraceni; e os colégios e tendas criadas por seus discípulos.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de catorze Orixás: Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê, Iemanjá, Oiá, Oxumaré, Obá, Iansã, Egunitá, Nanã, Omulu. Os sete primeiros são chamados Orixás Universais e os outros sete, Orixás Cósmicos, sendo que alguns deles seriam considerados manifestações do mesmo Orixá nas tradições africanas (Obaluaiê/Omulu e Oiá/Iansã/Egunitá).
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, chamadas de tronos divinos, que agrupam os catorze Orixás em casais: Fé (Oxalá-Oiá), Amor (Oxum-Oxumaré), Conhecimento (Oxóssi-Obá), Justiça (Xangô-Iansã), Lei (Ogum-Egunitá), Evolução (Obaluaiê-Nanã) e Geração (Iemanjá-Omulu).
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Exus-Mirins.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos riscados nos trabalhos, porém os atabaques e as imagens não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias:
“A evolução dos espíritos”; “A magia divina das sete pedras sagradas”; “A magia divina dos elementais”; “A magia divina dos sete símbolos sagrados”; “A tradição comenta a evolução”; “As sete linhas de evolução”; “As sete linhas de Umbanda: a religião dos mistérios”; “Código de Umbanda”; “Deus, deuses, divindades e anjos”; “Formulário de consagrações umbandistas: livro de fundamentos”; “Hash-Meir: o guardião dos sete portais de luz”; “Lendas da criação: a saga dos Orixás”; “O ancestral místico”; “O código da escrita mágica simbólica”; “O guardião da pedra de fogo: as esferas positivas e negativas”; “O guardião das sete portas”; “O guardião dos caminhos: a história do senhor Guardião Tranca-Ruas”; “Orixá Exu-Mirim”; “Orixá Exu: fundamentação do mistério Exu na Umbanda”; “Orixá Pombagira”; “Orixás: teogonia de Umbanda”; “Os arquétipos da Umbanda: as hierarquias espirituais dos Orixás”; “Os guardiões dos sete portais: Hash-Meir e o Guardião das Sete Portas”; “Rituais umbandistas: oferendas, firmezas e assentamentos”; e “Umbanda Sagrada: religião, ciência, magia e mistérios”.


publicado por Renato Guimarães