segunda-feira, 31 de agosto de 2009

INTUIÇÃO OU IMPRESSÃO

Boa noite fios,

Véia veio aqui tentar explicar algumas coisas que estão atrapalhando o desenvovedor dos médiuns de trabalho aqui nessa terra tão bonita.

Véia não sabia como ia começar e pediu ajuda de irmãos para fazer falador.

Nós tudo tem observado que fios num anda prestando atenção nas intuições que são dadas por nós.

Muitas vezes somos nós que estamos querendo dar recado, aviso e também mostrar que fio não anda agindo muito certo nas suas atitudes e decisões. Nós não podemos interferir no livre arbítrio de cada um de suncês, mas podemos ajudar em algumas coisas.

Mas suncês fios num dão atenção a nada que vem das entidades de luz. Quando fios têm intuição que é para seguir a estrada da vida por um lado, lado esse fios, que nem sempre o começo é fácil, mas lá no final nós já vimos que é o melhor para suncês. Aí suncês falam:

- Acho que estou ficando doido, como posso seguir por ali se tem uma montanha na frente do caminho?

Então suncês param e pensam que foi coisa do camutuê de suncês e acham que foi apenas uma impressão e que nunca as Entidades iriam deixar suncês ir pelo lado mais complicado e às vezes o mais doloroso. Agora, se um carnado diz prá suncês que outro carnado fez cafunga (macumba) prá suncês pronto! Todos suncês percebem a presença do irmão que ainda não teve a oportunidade de seguir sua caminhada até a luz, suncês percebem que o canzuá (casa) está cheio de esprito, percebem tudo, menos nós que estamos sempre querendo ajudar na caminhada.

Porque fios, isso cuntece?

É falta de confiança em si mesmo, é falta de querer ser independente e sabe por que? Porque é muito fácil ter Mãe ou Pai no Santo para recorrer em todas as situações em que suncês se vêem espremidos né fios? É só chegar no terreraco e falar:

- Mãe no Santo, eu não consigo dormir, estou vendo coisas no meu canzuá e tenho ficado todo rupiado (arrepiado), não sei porque!? Eu só sou médium de cantar, dá para participar da desobsessão hoje?

Fios, suncês estão dentro de um terreraco, fazem parte de um corpo mediúnico e não querem sentir nada? Muitas das vezes somos nós que estamos tentando aparecer prá suncês, porque se falar num tá diantando, nós tenta mostrar, e os rupios é nós que muitas vezes estamos pertinho para tentar acalentar um coração triste ou um camutuê confuso.

É difícil para nós, mas não é impossível. Nós espera o tempaco que for para fio de terra se equilibrar, mas nós só podemos esperar se fio de terra quiser nós do lado.

Então fios, comecem a prestar mais atenção aos nossos recados, não deixem que nenhuma folha caia no chão despercebida, confie em suncês e em nós, que aqui do outro lado vamos estar acreditando e cuidando de suncês.

Mas nunca se esqueçam que nem sempre o caminho mais limpo e mais curto é o melhor para suncês.

Não pensem que tudo é impressão e não intuição.

Que o Pai Maior abençoe todos suncês e que os corações de suncês se sintam envolvidos de amor, fé e esperança, pois é isso que tudo nós temos por suncês.

Saravá todo povo de Congo!
Saravá todo povo de Mina!
Saravá todo povo da Bahia!
Saravá todo povo de Nagô!
Saravá todo povo de Cabinda!
Saravá todo povo de Angola!
Saravá a falange de Santo Antônio!


Vovó Luiza da Bahia
Médium Elizabeth Caetano Drumond
Psicografado em 02/08/2008

O USO DO SABÃO DA COSTA

Por volta do início do século XVI (1501), navegadores ibéros, senhores dos 7 mares, passaram a designar toda a Costa Atlântica AFRICANA e seu interior imediato como COSTA e o que dali procedesse como DA COSTA.

Segundo relatos da época, de Cronistas e Viajantes portugueses, o SABÃO DA COSTA
era importado pelo Brasil desde pouco depois de 1620.

Era o preferido dos escravos e libertos. Ele era oriundo de uma área entre GANA e CAMARÕES, e principalmente da NIGÉRIA, da República do BENIM e do TOGO.

Há praticamente 400 anos, garantem relatos de Cronistas e Viajantes da época, o Brasil importava um SABÃO DA COSTA da África que era usado por escravos e libertos.

Por que SABÃO DA COSTA ?

Porque é antigo. A palavra SABONETE é incorporada ao português somente na virada para o século 19 quando no Brasil “tudo” era "francês" e o "SAVONETE" dos franceses é aportuguesado. Antes disso era SABÃO mesmo.

Mesmo os franceses continuam dizendo SAVON, os espanhóis dizem JABÓN (RABÓN) e os ingleses SOAP (SÔLP) e portanto não deveria haver esse tipo de 'distinção'.

O SABÃO DA COSTA mantém o nome SABÃO por uma questão de tradição.

O SABÃO DA COSTA é um sabão sólido, de cor parda-escura tendendo a preta,
feito com ervas medicinais ( nó de pinho, óleo de côco, benjoin, juá, etc) e além de ser usado prá descarrego promove uma profunda limpeza corporal sempre que usado normalmente durante o banho, combate a caspa, cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo além de controlar o mau cheiro produzido pelo suor.

Oxé dudu era o nome dado pelos africanos ao sabão da costa.

(mas é preciso muito cuidado ao adiquirir,pois muitos são feitos de maneira desconhecida,procure sempre um de confiança)

QUEM NÃO PODE COM MANDINGA NÃO CARREGA PATUÁ

Uma antiga expressão diz:
“Quem não pode com mandinga, não carrega patuá”.

Os Mandingas são grupos de africanos do norte que, pela proximidade com os árabes acabaram se tornando muçulmanos, religiosos que tem muitas restrições aos que não aceitam Alá como Deus ou Maomé como o seu profeta.

Com o crescimento do tráfico de escravos, vários negros mandingas vieram parar no continente americano, vítimas da ambição dos brancos. Muitos desses escravos sabiam ler e escrever em árabe. Esse estado superior de cultura desse grupo de negros fez com que fossem rotulados de feiticeiros, passando a expressão mandinga a designar feitiço.

Por outro lado, os negros que praticavam o culto aos Orixás eram vistos como infiéis pelos negros muçulmanos. Os senhores brancos, aproveitando-se dessa rivalidade e confiando aos mandingas funções superiores que aos demais, fazia a animosidade entre eles crescer. Os mandingas não eram obrigados pelos senhores brancos a comer restos de carne de porco e até mesmo permitiam que eles usassem trechos do Alcorão guardados em pequenos invólucros de pele de animais pendurados ao pescoço. Constantemente eram os negros mandingas que acabavam ocupando o lugar de caçadores de escravos fugitivos, recebendo a denominação de “capitães-do-mato”.

Quando um escravo pretendia fugir da senzala, além de se preparar para lutar sem armas através da capoeira e do maculelê, ele passava a usar o cabelo encarapinhado e pendurava ao pescoço um patuá, de modo que pensassem tratar-se de um negro mandinga, para não ser perseguido. Entretanto, se um verdadeiro mandinga o abordasse e ele não soubesse responder em Árabe, o verdadeiro mandinga descarregaria toda a sua violência nesse infeliz negro fugitivo. Assim nasceu a expressão “quem não pode com mandinga não carrega patuá”.

A vingança a quem se atrevesse a portar um falso objeto sagrado pelo muçulmano era algo muito terrível. Com o passar do tempo o hábito de utilizar patuás entre os negros foi se generalizando, pois eles acreditavam que o poder dos mandingas era devido, em grande parte, aos poderes do patuá. Por outro lado, os padres também utilizavam, e ainda utilizam, crucifixos e medalhas, agnus dei, etc., que depois de benzidos, a maioria das pessoas acredita possam trazer proteção aos devotos nelas representados. Na verdade, o uso do talismã perde-se na longa noite do tempo e confunde-se com a própria história do gênero humano.

Nos primeiros candomblés da Bahia era comum o pedido de patuás por parte dos simpatizantes e até mesmo por aqueles que temiam o culto afro, pois se dizia que o patuá poderia até mesmo neutralizar trabalhos de magia negra.

Mas afinal, o que é um patuá? O patuá é um objeto consagrado que traz em si o axé, a força mágica do Orixá, do santo católico ou guia de luz, a quem ele é consagrado.

Entre os católicos já era hábito utilizar um objeto ou fragmento que houvesse pertencido a um santo ou a um papa, até mesmo fragmentos de ossos de um mártir ou lascas de uma suposta cruz que teria sido a da crucificação de Jesus. Até mesmo terra, que era trazida pelos cruzados que voltavam da Terra Santa e que a utilizavam nesses relicários, considerados poderosos amuletos, que deveriam atrair bons fluidos e proteger dos infortúnios. Estes eram chamados de relicários. O nome relicário é originário do latim relicare-religar, que acabou formando a palavra relíquia. Logo o clero percebeu que não poderia impedir o uso dos patuás pelos negros, que os tiravam antes de entrar na igreja, mas voltavam a usá-los ao afastar-se dela. Decidiram, então, substituir os patuás africanos, que traziam trechos do Alcorão, por outro que trazia orações católicas, medalhas sagradas, agnus dei, etc.

Com a formação dos primeiros templos de Umbanda e a possibilidade de um contato mais direto com diversas entidades espirituais, as pessoas que buscavam proteção começaram a encontrar nesses objetos sagrados um apoio (era algo material que continha a força mágica vibratória sempre consigo). A partir de então, as entidades passaram a orientar sua elaboração, indicando quais objetos seriam incluídos na confecção do patuá e como se deveria proceder com eles para que recebessem o seu axé, ou seja, a força mágica.

Na verdade, a procura do patuá ou talismã é feita principalmente por quem se sente inseguro e conseqüentemente necessitado de maior proteção.
Os componentes mais utilizados para a confecção dos patuás são os seguintes: figas de guiné, cavalos marinhos, olho de lobo, estrelas de Salomão, estrelas da guia, cruz de caravaca, couro de lobo, pêlo de lobo, Santo Antonio de Guiné, imagens de Exu e Pomba-Gira, pontos diversos, orações, sementes variadas, imãs, dentes de cavalo, etc.

Não podemos esquecer que esses componentes singelos não têm valor se não forem preparados pelas entidades incorporantes.
Somente estas podem dar o axé do patuá.

publicado no site do terreiro tio antonio
(Pai André de Xangô)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DEFENDA-SE DAS ENERGIAS NEGATIVAS

1. NÃO TEMER NINGUÉM
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo. Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques. Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais; temer significa falta de fé. O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso.
Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.

2. NÃO SINTA CULPA
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem. Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor. A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade. Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas. Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido.
Sustente as suas vitórias sempre!

3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação. Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido. Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso. Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente? Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem? Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?
Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor.

4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão".A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo. Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos. "Auto-Obsessão" significa não se gostar, não se apoiar, se autoboicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós. Auto-obsediar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros.Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo sua força pessoal e abrem as portas para toda sorte de pessoas dominadoras e energias de baixo nível.
A força interior é nossa maior defesa.

5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS
As flechas não alcançam o céu. Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros.Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam. Essa é a melhor forma de criar "incompatibilidade" com as forças do mal.
Lembrem-se: energias incompatíveis não se misturam.

6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a mente e o coração. Mantenha ambos sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos, e fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas. Evite lugares densos e de baixo nível. Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida.
O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível

terça-feira, 25 de agosto de 2009

SOMOS OBSERVADOS

Irmão, há muitos olhos espirituais observando tua labuta.
Eles te acompanham dos planos da alma e sabem dos teus labores.
São olhos amorosos que te amam incondicionalmente.
Quando tu estás cansado, eles velam por ti.
Quando tu te alegras, eles também se alegram.
Eles te conhecem profundamente, há muitas vidas.
Tuas viagens espirituais são monitoradas por eles.
Mesmo nos teus momentos de turbação, eles jamais te condenaram.
E nem poderiam, pois a serenidade caminha com eles.
Eles observam e emanam as energias serenas em teu coração.
Eles te amam no silêncio, mesmo quando tu pensas estar sozinho.
O amparo deles é invisível e intangível, mas conciso e preciso.
Eles te inspiram, mesmo que tu não os perceba.
E quando os teus olhos brilham, o brilho deles está junto.
Em tuas lágrimas e em teus sorrisos, eles estão!
Nada no universo pode impedir deles te amarem.
Eles vêem as tuas falhas e os teus acertos e sabem da dualidade disso.
Sabem dos enganos sensoriais elaboradas por Maya ** no reino do ego.
Mas também sabem do UM que habita em teu SER.
Sabem do AMOR que acende tua alma e dignifica os teus passos na jornada.
Percebem o despertar da consciência em teus chacras.
Sabem que tu nunca trairás os princípios espirituais que são tua razão de ser.
Pois sem eles tu estarias vazio de consciência e vida lúcida.
Estarias pobre de espírito, seco de coração e faminto de amor.

Por isso eles confiam em ti:
Tu és filho da LUZ!
E jamais estarás sozinho, mesmo que tu não percebas os olhos que te amam.
E o AMOR será sempre o teu eterno guia...

PS: No silêncio dos olhos que amam incondicionalmente, surgiu uma mensagem aos estudantes e trabalhadores espirituais:
"Mesmo sob as intempéries cármicas que assediam o vosso viver, ainda assim é preciso perseverar na jornada espiritual.
Sem ela, o viver torna-se opaco.
Confiem mais em si mesmos. Sejam objetivos e dedicados na senda.
Os mentores espirituais não cobram santidade de ninguém, apenas insistem na manutenção dos bons propósitos por parte de quem entra na senda da LUZ.

Não é ao mundo nem aos homens que os trabalhadores espirituais devem se reportar. Nem é com alguém da Terra a mensuração do nível de consciência alheio. Só O Grande Arquiteto Do Universo é que sabe o nível real de cada um. Só Ele é o Senhor dos caminhos e das jornadas dos seres.

Portanto, jamais se deixem abater pelas injustiças e pelas críticas maldosas desferidas em vossa direção. PERSEVEREM NA SENDA!

Renovem as forças na meditação e na prece espontânea que brota do coração.

Agradeçam ao Alto pelos olhos espirituais que acompanham vossa jornada aportando os bálsamos da compaixão e da paciência em seus passos.

Quando as trevas assediarem o vosso viver tentando minar vossa confiança no estudo e no trabalho, lembrem-se dos olhos que vos acompanham em silêncio.

Meditem nisso!

Há olhos sutis que abençoam vosso viver sem que o mundo saiba disso.

Confiem, trabalhem, estudem e se alegrem, pois eles se alegram com a vossa alegria."

LEIS UNIVERSAIS

Existem Leis que nos regem independentemente de termos consciência delas!
São leis segundo as quais criamos e manifestamos nossa realidade.

Lei da Atração Magnética

Atraímos a nós o que desejamos.
Atraímos também o que consideramos indesejável
(se nos concentrarmos nisso)
Se nos concentrarmos em doença, manifestaremos mais doença.
Se nos concentrarmos em pobreza, manifestaremos mais pobreza.
Se nos concentrarmos na falta de amor em nossas vidas, manifestaremos apenas mais carência.
É impossível criar amor quando nos concentramos no medo.
É impossível criar prosperidade quando nos concentramos na pobreza.
Trata-se da lei da atração magnética.

Lei da Manifestação Criativa

Concentre-se intencionalmente no que deseja!
Evite se concentrar no que considera indesejável em sua vida.
Se você estiver em um ambiente onde pessoas estão entretidas numa conversa sobre algo que considera indesejável em sua vida, educadamente se desculpe e vá embora.
Permanecer nessa energia negativa apenas atrairá mais dela para sua vida.

Lei da Permissão

A lei mais difícil de todas.
Ponha seus pensamentos na consciência universal fortalecidos pelo desejo.
Então, retire-sene permita que o universo os manifeste para você.
Se você tiver esperança, não estará permitindo.
Se tiver expectativa, não estará permitindo.
Quanto mais esperar, quanto mais esperança tiver, mais tentará manipular ou controlar, então mais atrapalhará e retardará a manifestação de seus desejos.

A lei da "permissão" significa simplesmente isso: PERMITIR!

Lembre-se, tudo na criação é energia.
Todo pensamento por você pensado apresenta uma freqüência.
Cada sílaba, cada palavra ou forma de pensamento que você invoque tem seus próprios conjuntos de freqüências que ressoam por todo seu universo.
quando se concentra no medo, freqüências de raiva, depressão e caos são as mensagens recebidas por seu universo.
Quando você se concentra no amor as freqüências de alegria, harmonia e paz
ressoam por todo seu universo, elevando todo seu ser.

domingo, 23 de agosto de 2009

A TRAJETÓRIA DE UM VERDADEIRO ZELADOR DE UMBANDA

Sentado ali em frente de seu congá o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade.

Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais.
Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma:
um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.

O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças.

Cresce e acaba se tornando médium Umbandista.
Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas "giras de desenvolvimento".
Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais...
Até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.

Já não é mais médium de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro. Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola.
Não vai a bailes, festas...
Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade.

Os anos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.
Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta.
Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam, criticando o que ontem lhes era sagrado...

Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pelos trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").

Solteiro permanecia até hoje, pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas agüentou ficar a seu lado, pois para ele a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena.

Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino.
A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra:
Umbanda, este era o nome da esposa.

Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do Preto-velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos...

Enfim, sente-se útil ao trabalhar.

Hoje não tem gira.
O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca. Ele está de costas para todos e de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas...

Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos. Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.

Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê Caboclos,Boiadeiros, Pretos Velhos, Marujos, Baianos, Erês e toda uma gama de Guias... Até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.

Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles, mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro... Os demais o acompanham. O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado... As lágrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados...

Nota uma luz brilhante em sua direção, Iansã e Omulu se aproximam, seu Caboclo os saúda e é correspondido. A luz o envolve completamente.
Já não se sente mais velho.
Na verdade sente-se jovem como nunca.
Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz.
Todos os guias fazem reverência...
O terreiro vai ficando longe envolto em luz...
Ele sorri alegre... A missão estava cumprida...

No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá.
Tinha nos lábios um sorriso...

( Autor Desconhecido)

sábado, 22 de agosto de 2009

BORÍ

Bori vem da junção BO + ORI, onde bo podemos traduzir como encontrar ou alimentar.

Falando de Ori:

O ser humano, espiritualmente falando, não é corpo, mas só cabeça.

Exemplo:

José ou Maria não é cabeça, tronco e membros, mas apenas cabeça. Tudo que vem abaixo da cabeça (Ori) são partes prestadoras de serviço (funcionárias) da cabeça. Acredito que a cabeça é à base de tudo, tanto no Orun (mundo espiritual) como no Aiye (mundo material). No Aiye, a cabeça é responsável pelos projetos, pela ira, amor e a fé.

No Orun, a cabeça (Ori) é a responsável pela continuidade no plano terrestre. É como se tivesse duas dimensões chamadas de Orun e a outra Aiye, onde teríamos uma cópia fiel de cada um de nós e, quando fazemos o ritual do Bori (alimento a cabeça), unimos o corpo físico com o corpo astral, ligando assim as duas metades Ori-Aiye e Ori-Orun (cabeça material e espiritual), e assim centralizamos nosso eixo, sintonizando os seres dos dois universos.

Desta forma, mantemos nossa estadia neste mundo por mais tempo. Porém, quando chagado o momento dos dois seres Ori-Aiye e Ori-Orun se unirem, nada é capaz de evitar este encontro. É neste momento que o Orixá (Òri s á) Ikú (morte) vem fazer sua parte e deixando grande dor para os que ficam no Aiye. Em outro momento falaremos deste Òrisá chamado de Ikú . A cabeça tem a mesma forma de uma cabaça, umas mais ovais e outras arredondadas, mais ainda em forma de uma cabaça. A cabaça dentro da cultura Nagô esta ligada à criação do mundo e tem o mesmo formato de um útero e este é um dos motivos que os vodunsses são proibidos de comer a abóbora (cabaça comestível). Sobre a cabaça falaremos em outra oportunidade.

Somos nós que escolhemos o que queremos viver no Aiye. Muitas vezes usamos o termo “este é o meu destino”. Em alguns casos, este bordão se aplica; em outros é usado erroneamente. Quando é chegado o momento de virmos para o Aiye, tem um determinado momento em que nos é perguntado o que vamos fazer neste mundo. Neste momento não existe Ori-Aiye, só duas pessoas denominadas de Ori-Orun. Ambos escolhem quais suas missão no mundo dos homens, esta escolha é chamada de odu-labori.

Odu-Labori é o destino que escolhemos para nós, isso é muito fácil de compreender e darei um exemplo muito simples.
Alguém que nasce em berço de ouro e tem todas as oportunidades para ser uma pessoa grande e fica em absoluta miséria.

Matéria da Revista Orixás:

( Uma iniciação à religião, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais e passagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio )

Da fusão da palavra bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode – se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é ( Iésè órìsà ).

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas do outro. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.

Exu, por exemplo, nos mostra a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é tarefa que cabe a cada ori, por isso o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por meio do bori que tudo é adquirido.

Os mais antigos souberam que Ajalá é o orixá funfun responsável pela criação de ori. Dessa forma, ensinaram – nos que Oxalá sempre deve ser evocado na cerimônia de bori. Yemanja é a mãe da individualidade e por essa razão está diretamente relacionada a orí, sendo imprescindível a sua participação no ritual.

A própria cabeça é síntese de caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabem, muitas vezes, se configurando como sinônimos) começam no ori, que ao mesmo tempo apota para as quatro direções.

OJUORI – A TESTA
ICOCO ORI – A NUCA
OPA OTUM – O LADO DIREITO
OPA OSSI – O LADO ESQUERDO

Ajalá é orixá muito antigo. Olorum deu a Ajalá a tarefa de modelar o ori ( a cabeça) das pessoas. Todos os dias, Ajalá faz muitas cabeças que depois de prontas, são colocadas ao sol.
Quando uma pessoas esta para nascer, ela antes vai até Ajalá para escolher uma cabeça.

O material usado para modelar cada cabeça dá, á pessoa que a escolher, seu destino e seus ewós ( proibições). Ori, portanto, e a parte pessoal da existência de cada um. Ao escolher uma cabeça, a pessoa esta também escolhendo o seu odu. O odu é semelhante ao signo astrológico e rege a vida da pessoa durante sua permanência no aiyê. Só Ajalá e Orumilá conhecem o odu de cada um. Por isso, o odu só pode ser desvendado através do jogo.

A cabeça nasce antes do corpo, sendo mais velha que a pessoa e até mesmo que o orixá que a tomou no momento em que ela nasceu. Por isso, antes de mais nada as pessoas devem adorar seu ori, cuidar dele. Cada pessoa tem o seu ori, não existindo dois iguais. Mas mesmo sendo único, o ori trás com ele a marca da ancestralidade.

O local de onde Ajalá tira a massa para modelar Ori é chamado ipori e aí se encontra a herança de cada um, especialmente do pai da mãe. Assim, tendo Ori em si um componente de ancestralidade, as pessoas devem, antes de tudo, venerar seus antepassados.

O alimento preferido da cabeça é o obi ( noz de cola ). O obi pode ser oferecido á cabeça sozinho ou acompanhado de outros alimentos. A obrigação na qual se “dá comida á cabeça” é o Bori.

Bori significa “festejo a cabeça, assim como outras obrigações são festejos aos Orixás ou aos ancestrais. Mesmo uma pessoa não iniciada pode dar um bori, desde que o jogo assim o recomende. Assim como qualquer outra obrigação, o bori deve ser precedido por um jogo, que indicará não só sua conveniência, como também tudo que deverá conter a obrigação, inclusive a descriminação dos alimentos a serem oferecidos.

A cabeça está no nascente e os pés no poente,. Por isso, durante o bori os ancestrais da pessoa são invocados, batendo no pé direito para chamar o pai e no pé esquerdo para chamar a mãe. O simbolismo dos pés, em contraposição ao simbolismo da çabeça, é importante. Os pés estão em contato direto com a terra.

Assim como a cabeça recebe o Orixá, o pé a parte do corpo que permite a comunicação com os ancestrais. É na terra que os mortos são enterrados e é da terra que saem os eguns – espíritos dos mortos, que são os ancestrais cultuados nos terreiros de Kêtu.

O bori é uma obrigação que visa fortalecer a cabeça para que ela esteja preparada para sustentar a pesoa, seja na vida particular, seja na vida religiosa. Por isso, quando uma pessoa está atravessando uma fase difícil, usa-se recomendar um bori. Na vida religiosa, o bori tem também uma função determinante: é uma participação , uma forma de pedir licença a Ori para fazer qualquer coisa na cabeça da pessoa.

Outro aspecto importante é que o Orixá não pode atuar de forma positiva sobre a cabeça de um filho se essa pessoa estiver com a cabeça “fraca”. Como o agricultor prepara a terra onde a semente deverá germinar, também a Yalorixá ou Babalorixá prepara Ori para receber os axés que serão dados pelos seus filhos.

Texto do livro
As nações Kêtu – origens, tiros e crenças de Agenor Miranda Rocha
( considerado um dos últimos Oluwo, nascido em 08/09/1907,
e conhecedor da herança cultural afro-brasileira).

ABIKÚ (nascer e morer)

Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes.

Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos.

Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam os abikú de ogbanje, os hauças de danwabi e os fanti, kossamah.

Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação dos yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá).
Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó
(chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta
sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo.

Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun , seus companheiros vão com ele até o local onde
eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas,
crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.

Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela
atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam.

Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu.

Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro, que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar.

Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em pé.

Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles.

É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas:

"Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por três abikú quanto à época do seu retorno ao céu."

"Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo."

"O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido."

As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela Segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele.

Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho.

Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos.

Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias:

- Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae)
- Agídímagbayin (não identificada)
- Ídí (terminalia ivorensis, combretacae)
- Ijá àgborin (não identificada)
- Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha)

Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias:

- Olobutoje ( jatropha curcas, euphorbiaceae)
- Òpá eméré ( waltheria americana, sterculiaceae).

A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos).

Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro.

A ação protetora buscada nas folhas, expressa nas fórmulas de encantamento, é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra.

Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios.
Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu.

Os corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo.

Essas criança abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de saudações tradicionais.

Eles podem ser classificados:
quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo.
A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.

ALGUNS NOMES DADOS AOS ABIKÚ

Aiyédùn - a vida é doce
Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo
Akúji - O que está morto, desperta
Bánjókó - Senta-se comigo
Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida
Dúróoríìke - Fica, tu serás mimada
Èbèlokú - Suplica para que fique
Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo)
Kòjékú - Não consinta em morrer
Kòkúmó - não morra mais
Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui
Omotúndé - A criança voltou
Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar)

Fonte:
http://www.oriaxe.com.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SILÊNCIO NO TERREIRO

Atente para o que você fala.

Boas palavras são as que edificam, elevam e agradam.
Más palavras são as que destroem, rebaixam e machucam.
O que sai de sua boca é força criadora.
Os Orixás se expressam pelo som e a Palavra é um dos meios de manifestação do Divino na Terra.
Os Orixás, provindos de Olurum - Deus - são os Grandes Criadores.
A palavra proferida passa a produzir efeitos.
Não há como fazê-la retornar.
Por isso, ao adentrar um terreiro de Umbanda, pense antes de falar.
Pense novamente e Evite excessos.
Falangeiros dos Orixás muito antes de vossa chegada já estão no local fazendo no Astral os aprontes necessários para a sessão.
Todo o aparato para socorrer e curar espíritos doentes e sofredores está pronto.
Os meios necessário para a defesa deste hospital de almas - um terreiro de umbanda - estão ativados, com a finalidade de refrear e conter os ataques trevosos que a casa receberá antes, durante e depois da sessão.
Não seja você porta voz das sombras, trazendo desarmonia.
Facilite nosso trabalho: não julgue nada, não omita opinião, seja imparcial com o momento existencial e a dor de cada um.
Você não sabe do seu passado, então vigie seus pensamentos e as suas palavras.
Regre-se pela verdade e pela sensatez.
Regule o tom de sua voz.
Fale baixo, e seja delicado com as pessoas.
Médiuns trabalhadores, é dever transmitir paz, certeza, carinho e alegria aos que chegam.

Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do lado de cá, singelos
obreiros dos Orixás.

Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando direto com Olurum - Deus - ao adentrar um terreiro de umbanda na Terra.

Texto inspirado por Exu Tiriri

Enviado por Norberto Peixoto

A PSICOLOGIA DA UMBANDA E A EDUCAÇÃO DOS MÉDIUNS

Como psicólogo não posso deixar de perceber como a personalidade do médium vai
sendo moldada com o desenvolvimento das incorporações, como sutilmente vai modificando o interno do médium com o decorrer do tempo.

Muitos já me perguntaram porque na Umbanda não tem um trabalho de preparo íntimo
para os médiuns, porque os dirigentes simplesmente desenvolvem os médiuns e não preparam seus íntimos.

Penso que os dirigentes deveriam desenvolver um trabalho de desenvolvimento interior dos médiuns, com raras exceções, a maioria dos terreiros não há uma preocupação em desenvolver um trabalho específico para a melhoria do íntimo dos médiuns.

Mas ao refletir sobre o assunto percebi que este trabalho é realizado de forma
silenciosa pelos guias espirituais.

A reforma íntima do médium acontece na incorporação e nos contatos com os Guias. A
possibilidade de trabalhar várias linhas diferentes, permite ao médium a possibilidade de incorporar à personalidade o princípio do arquétipo que rege a linha.

Assim ao incorporar um preto velho ou preta velha, o médium vai desenvolvendo em si
a paciência, a bondade, o carinho, a empatia, o amor, a compreensão ao outro. Se estas características já eram uma tônica no seu ser, então aprimora ainda mais estas qualidades, trazendo a tona uma energia amorosa, que flui naturalmente em si, permitindo que as qualidades do guia possam fluir naturalmente.

Quando estas qualidades não estão desenvolvidas o guia vai aos poucos incutindo no
médium estas qualidades até que possa fluir naturalmente. A consciência destas possibilidades de aprimoramento, pode facilitar a entrega do médium ao seu preto velho ou preta velha, mais o seu chacra cardíaco vai se abrindo permitindo uma intensa luminosidade no seu ser.

Ao incorporar um caboclo ou cabocla, o médium aprende a ordem, a disciplina, o ritual, a eficiência do trabalho, a priorizar o que é importante, a trabalhar com ervas, com os vegetais, com as pedras, a quebrar demandas, sempre sem falar muito, somente o necessário, sem querer aparecer, trazendo uma força grande em si, aprende a conhecer o seu próprio poder, a força que possui.

O arquétipo dos caboclos e das caboclas é o do poder da luz, no auxílio ao humano,
aos espíritos em evolução, e saber que tem força interna, suficiente para suportar as provações que certamente o médium passará, assim cada caboclo vai aos poucos moldando a energia do seu médium, tornando o disciplinado, atento a ritualística, ao companheirismo aos seus irmãos que sofrem, e suportando em si muitas vezes as dores do outro.

Aprende a resignação quando recebe os ataques em decorrência do seu trabalho
mediúnico, aprende que ao suportar as aflições sem reclamar dos guias, está fortalecendo seu íntimo, criando uma estrutura psíquica forte em si com capacidade, de relacionar com os adventos da vida de forma harmoniosa.

Os baianos trazem a descontração, o aprendizado de como trabalhar as adversidades, a alegria, a flexibilidade, a magia, a brincadeira sadia. Assim médiuns que são introspectivos, quando incorporados em seu baiano ou baiana, soltam-se liberando sua alegria interna, a descontração. Outros, já são descontraídos por natureza, e desenvolvem outras qualidades junto com seu baiano, como a flexibilidade diante das situações, como amparar o irmão com alegria, trazer a alegria para o próximo. Transmutando a tristeza do outro transmitindo alegria e esperança. E muitas outras coisas aprendemos com os baianos. Descubra o que o seu baiano
está aprimorando em você.

Os ciganos também aprimoram seus médiuns, trazendo a suavidade, a beleza, o
encantamento, o envolvimento, a intuição, a paixão pela vida, pelo belo, pela música, a cura.

Os marinheiros permitem aos médiuns, desenvolverem o equílibrio emocional, entrar em contato com as emoções mais íntimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios.
Desenvolvendo no médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso
aprimorando as relações com o seu irmão.

Os boiadeiros trazem para o médium a força necessária para caminhar no mundo, para
lidar com as adversidades da vida, fortalecendo-o diante do mundo, mostrando que a luta sincera, o bom combate, leva a luz.

A linha do grande oriente, onde incorporam guias orientais, hindus, mulçumanos,
chineses, entre outros, estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo. Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso.

Exú e Pomba-gira, trazem a tona a sombra do médium, aquilo que necessita ser
trabalhado e está escondido no seu ser. A ganância, a soberbia, a ira, o ciúme, os medos indizíveis, o orgulho, o perfeccionismo entre outras coisas. Exú tem a capacidade de espelhar o que está no íntimo do médium, mostrando o que está no seu interior. E só perceber como seu Exú ou Pomba-gira e terá uma pista do que traz no seu íntimo.

O trabalho com a própria sombra é facilitado com a incorporação dos Exús e Pombagiras.

Assim quando o médium diz:
meu Exú é galanteador, é importante o médium ver o quanto traz de Don Juan. Quando a Pomba-gira é indisciplinada, o quanto o médium tem de rebeldia não trabalhada. Exús orgulhosos, médiuns necessitando trabalhar a soberbia, Pombagiras vaidosas em excesso, médiuns necessitando trabalhar a vaidade.

Muitas vezes também Exú e Pomba-gira espelham qualidades íntimas dos médiuns, tais como:
Exús eruditos, médiuns que buscam o conhecimento, Pomba-gira trabalhadora, médium esforçada, Exús guerreiros, médiuns batalhadores e assim por diante as qualidades e defeitos dos médiuns são espelhadas por Exú e Pomba-gira.

Aprendem com eles o médium que tiver coragem de se olhar sem medo, e perguntar o
que seu guia de esquerda traz que desagrada, sem medo, pois Exú está ai pra isso mesmo, mostrar o que não queremos esconder, trazer a tona aquilo que precisa ser trabalhado.

José Antônio de Souza – Psicólogo

Mensagem da lista da Choupana do Caboclo Pery - Porto Alegre – RS
Enviado por Norberto Peixoto

MENSAGEM DE UM EXU

“Muitos dizem para nossos médiuns que Exú precisa de “um agrado” para que
possa ajudar e dar caminho material.

Porque não perguntam a nós, quando estamos incorporados em nossos médiuns?

Como, esses que fazem tal afirmação,podem saber o que quer ou precisa a entidade do seu irmão de terreiro?

Nós é que falamos aos nossos médiuns o que precisamos e o que não precisamos pois esse é um trabalho entre médium e entidade.

Procuramos nossa evolução para alcançarmos a luz maior e para isso precisamos cumprir nossa tarefa no astral e em terra ,quando trabalhamos com nossos escolhidos.

Permitam, chefes de terreiro, zeladores, comandantes que façamos o que nos foi incumbido mas para que isso aconteça precisamos de médiuns sérios, que nos respeitem e nos deixem trabalhar dentro das leis que regem a Umbanda.

Precisamos de médiuns inteiros, que não nos usem para falar coisas sem fundamentos ou fiquem a devanear em nome de Exú.

Médiuns, aquietem seus corpos e suas mentes para que possamos, por seu intermédio, passar as mensagens e assim realizar nosso verdadeiro trabalho dentro da Umbanda.

Não se preocupem com nomes, que tipo de marafo ou roupa iremos usar pois isso acontecerá dentro do tempo correto, mas lembrem-se de sentir no âmago de seus corações a vibração que emitimos pois se não souberem a diferença vibratória entre um Exú da lei de Umbanda e um Kiumba, se fazendo passar por um, então ainda não estão preparados para o real e verdadeiro trabalho.”

Um Exú trabalhando para alcançar a luz maior!

autor desconhecido

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CONDUTA ESPIRITUAL

A vida do espírito na Terra é cheia de tropeços, de aborrecimentos e de dificuldades que martirizam intimamente a criatura. Preparado porém o espírito, bem disposto, passa a encarar tudo como uma necessidade que atinge todo mundo e, assim sendo, lutará com mais suavidade.

O mundo permanece num estado bastante triste: desordens, incompreensões e desentendimentos reinam por toda parte. Ainda não se conseguiu uma Paz verdadeira, aquela Paz que traz a tranqüilidade do espírito, a facilidade para a luta pela vida, a cooperação mútua. Dificuldades e mais dificuldades atingirão as criaturas, se não estiverem preparadas para elas, encarando todas as coisas sem se prenderem a futilidades e aborrecimentos que acabam por fazer gastos anímicos, concorrendo para a alteração do sistema nervoso e para o envelhecimento antes do tempo.

Sejam otimistas, encarem as coisas como de fato são, tratem de ocupar o tempo o melhor possível, de distrair o espírito, não se prendam a dificuldades. Antes procurem vencê-las, e, assim fazendo, todos passarão a viver inteligentemente, alegremente e serão compreensivos, porque existirá a tolerância.
O Racionalismo Cristão, através das suas explanações ou de seus conselhos, procura expor às criaturas a forma para saberem viver. Viver como muita gente vive não custa, porque é vegetar, mas saber viver com inteligência, com compreensão, aproveitando o tempo, vencendo as dificuldades, nem todos o querem fazer, porque dá trabalho.

Sejam criaturas sensatas, ponderadas, moderadas e justas, e a vida se tornará mais suave e tudo passará, porque o tempo é o melhor mestre. É ele que ensina, é ele que coloca as coisas nos seus devidos lugares. Saibam dar tempo ao tempo, para que a Paz espiritual volte ao mundo!

À medida que forem despertando, caindo na realidade da vida, à medida que forem analisando os fatos e procurando deles tirar as lições que oferecem, à medida que a humanidade se for esclarecendo, passará a ter uma concepção de vida diferente daquela que vinha tendo.

Em tudo na vida é preciso comedimento.
Há criaturas que desejariam a vida de uma maneira exclusiva para elas.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra!
É preciso que vivam dentro de um meio-termo e, para isso, há necessidade de compreensão, discernimento e raciocínio.

A criatura, desde que tenha caráter bem formado e possua personalidade moral, sabe o que é e o que vale, nunca desce e jamais se confunde com aqueles que não possuam caráter nem dignidade! O modo de se conduzir, a sua maneira elevada de compreender a vida, faz com que se afaste daqueles seres que não têm noção da honra, nem do dever. A criatura que possui qualidades morais não deve viver reclusa, mas, sim, apresentar-se e estar em toda e qualquer parte onde seja preciso estar. Pelas atitudes pessoais, pela maneira de ver e de compreender as coisas, demonstra a sua educação e o seu caráter.

Não adiantam os puritanismos, os exageros, porque isso nada significa. O que é preciso é saber ter moral, saber ter caráter, saber trajar, saber enfim, se conduzir dentro dos moldes de uma boa educação e perfeita moral. É preciso que haja sinceridade, lealdade e franqueza. Porque encobrir-se o ser com o manto de santidade e dar maus exemplos não tem valor algum para os espíritos.

As criaturas devem ser preparadas para viver, para enfrentar todos os meios onde seja preciso estar, sem perder a linha de boa conduta.

INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS

Pode uma pessoa praticar o mal, influenciada por espíritos?

Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também, influenciada por espíritos.
Tudo depende de como esta pessoa vibra, vive, busca a vida e da moral dela.
Não existe isso de que a pessoa sempre foi “boazinha” e de uma hora prá outra, estupra, rouba,mata alguém sob a influência de espíritos trevosos ou demoníacos.
O que pode acontecer é que,desta vez a pessoa cedeu as influências, ou ainda que sempre teve “vontade” (desejo oculto,inconfessado) de cometer esses atos, e aí passou a atrair uma gama de espíritos que também querem a mesma coisa.

Mas estejam certos de que para que as influências negativas, tanto quanto as positivas, atuem em nossas vidas é fundamental haver sintonia.
Lembrem-se irmãos, o corpo é seu, a mente é sua,portanto nenhuma força tomará conta de você se você não o permitir ou sintonizar com ela.

Às vezes as pessoas fazem pequenas concessões a maldades, “pequenas” maldades do tipo:
atirar uma pedra na vidraça do prédio que trabalha (revolta com relação ao chefe ou emprego), chutar um animal doente (ciúme da atenção que o animal está recebendo), riscar com prego um carro estacionado na rua (inveja)...
aos poucos essas pequenas maldades vão se avolumando, porque são sentimentos menores e mesquinhos que estão sendo alimentados pela pessoa, e a pessoa não reage a elas.

Imediatamente, começa a atrair para si, uma categoria de espíritos que se sintonizam com estes sentimentos, deixa-se envolver, deixa-se dominar, e faz isso porque não quer tentar reagir, não aceita ajuda de ninguém, não busca melhorar ou ainda porque simplesmente até sente um certo prazer com as companhias que lhes são afins e o que é pior, não acha que esteja errada, ou seja,completamente cega.

Então ao ouvirmos dizer que alguém cometeu determinado ato porque estava sofrendo a atuação de espíritos, mesmo que isto seja verdade, não a exime de forma alguma da culpa integral por tal ato,porque o espírito só atuou porque encontrou ali respaldo para as suas intenções maléficas, porque encontrou sintonia.

A pessoa pode dizer que não percebeu a influência dos espíritos, incitando-a ao crime. Se ela disser isto o quadro é mais grave ainda, porque a sintonia é tão perfeita que chegou a haver uma simbiose, onde a troca de sentimentos, de energias e de intenções íntimas ou reveladas, é tão símile que não houve resistência alguma.

Portanto cuidado!
Orai e Vigiai!

Você tem o seu livre arbítrio e é o único responsável pelas
companhias invisíveis que atrair e que permitir atuar.


-Então não é verdade que uma mulher pode se tornar prostituta influenciada pela Pomba Gira dela?

Não existe absurdo maior do que esta crença.
Coitada da Pomba Gira, Ela não merece isto!

Em primeiro lugar nem toda Pomba Gira foi prostituta, e as que foram, já atingiram grau de evolução suficiente para estarem atuando como Pomba Giras, portanto com as funções de defesa e proteção, já tendo superado as mazelas de qualquer encarnação pouco louvável que tenham tido.

Em segundo lugar Pomba Gira tem mais o que fazer.
Em terceiro lugar arrumar desculpa para ser libertino é o que todo ser desviado deseja.
Em quarto lugar a Umbanda é Sagrada, e jamais, por questões lógicas, poderia ser conivente com um absurdo escatológico como este.

Em resumo, qualquer um que afirme um absurdo desses tem total desconhecimento do que seja esta linha de trabalho chamada Pomba Gira.

Não tem coisa mais incoerente e absurda do que uma mulher dizer que vai mentalizar com a Pomba Gira dela para fazer o homem dela ter uma noite inesquecível.

Além de passar um atestado público de incompetência, essa criatura vai mentalizar na realidade com algum espírito tão dementado quanto ela, e nunca com uma Pomba Gira de Lei!

fonte:livro Umbanda Mitos e Realidade

INCORPORANDO EM QUALQUER LUGAR

Se uma pessoa tem que trabalhar e se a mesma não entrar para o Centro, ela pode receber algum guia na rua, no trabalho ou em qualquer lugar?

Não! Um guia, protetor ou entidade de luz não irá jamais expor uma pessoa ao ridiículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos.

O fato é que a pessoa sendo médium e não desenvolvendo a mediunidade não faz com que deixe de ser médium.
O que ocorre é que a sua mediunidade ficará “embrutecida” e desamparada expondo-a a ação de espíritos trevosos, que, esses sim, podem se manifestar em lugares públicos
expondo a pessoa a situações embaraçosas.

Importante ressaltar é que ser médium é uma oportunidade que recebemos de Zambi (Deus) para expurgar parte de nosso karma. Negar ou fugir disso não ajuda em nada.
O importante é aprender a lidar com isso.
E a melhor maneira é desenvolvendo.

A religião ou a Umbanda deve entrar em nossas vidas para nosso crescimento enquanto pessoas.
Nunca deve ser imposta.
Não concordo com fórmulas impostas, entretanto sabemos que existem pessoas e pessoas.
Cada um com seu karma, merecimento, missão e vontade.
É claro que todo ato nosso tem conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas.

É óbvio também que se acreditamos que antes de encarnar assumimos alguns compromissos
com o objetivo de resgatarmos o nosso karma, e nesses compromissos assumidos estão envolvidas entidades de Umbanda que nos auxiliarão nesse processo, ao nos recusarmos a trabalhar num terreiro de Umbanda, ao nos recusarmos a ouvir os convites feitos pelas nossas entidades para obrarmos o bem, estaremos nos expondo a não cumprirmos com o prometido.

É claro que existem outras formas de fazermos caridade.
É bem verdade que com o concurso de um terreiro, de uma corrente essa tarefa fica facilitada, já que era isso que estava “combinado”.

Fazer parte de uma corrente facilita a nossa comunhão com Deus e com os espíritos do bem,mas não adiantará de nada o médium estar dentro de uma corrente contrariado.

Como dissemos anteriormente, nossos atos geram conseqüências, resta saber se estamos
dispostos a arcar com elas.

Ser umbandista deve ser uma opção e não uma imposição.

fonte:livro Umbanda Mitos e Realidade

PARA OS MÉDIUNS - MITOS E REALIDADES

MITO: Minha banda cuida de mim.
REALIDADE: é claro que a “sua banda” cuida de você.

Mas e você “cuida” da sua língua?
Você cuida da sua vida?
Você cuida para que seja um bom instrumento de atuação do Astral Superior, ou se enche de vaidade por ser aparelho de tal ou qual guia?
Senhor(a) Médium, a vaidade é porta escancarada para a entrada de espíritos trevosos que visam nos desviar do caminho.
Toda atenção é pouca.

MITO: Eu faço caridade, participo das sessões, portanto estou livre disso.
REALIDADE: participar das sessões, dar passagem para as entidades, guias e protetores nunca foi “fazer caridade”, mas sim oportunidade de aprendizado e crescimento, pois que o maior beneficiado é o próprio médium.

Já tive o desprazer de ouvir médium dizendo que está doando o tempo dele, emprestando o corpo dele para o guia fazer caridade. Quanta vaidade, empáfia e estupidez!
Francamente!
Ainda bem que estou encarnada e sei que muito tenho que aprender ainda, pois se sou guia de trabalho desse médium mandava ele as favas!

Será que ele não vê nunca, não aprende nunca e não sente nunca?
Será que está realmente com “guia na cabeça”?
Sinceramente acho que não, pois a bêncão que recebemos ao entrar em contato com nossos guias e protetores é insubstituível e se renova a cada gira.
Esse médium não merece isso, mas principalmente o guia não merece um médium assim!

MITO: Se eu estou sofrendo ataque de obsessor é por culpa do terreiro, as defesas da Casa estão fracas.
REALIDADE: Isso é passar atestado de incompetência para as suas próprias entidades que fazem parte da egrégora protetora da Casa em que atua como médium. Nós médiuns é que ficamos fracos ao ceder às nossas mazelas, ao ceder a nossa indolência.
Fácil isso, não?
Culpar o outro por uma fraqueza que é exclusivamente sua!
Os protetores e guias estão constantemente nos guardando e protegendo, mas a intensidade
dessa energia protetora está diretamente ligada a nossa capacidade de nos mantermos
vibracionalmente compatíveis à sua atuação.

MITO: Faço todos os preceitos direitinho. Em mim nada pega.
REALIDADE: Olha a “onipotência mediúnica”. Médium que pensa assim, geralmente também
não vê “nada demais” em atender em sua própria residência.
Acha que meia dúzia de orações, pontos cantados e velas resolvem “qualquer parada”. Ledo engano. Isso é vaidade,pura vaidade!

MITO: O meu terreiro é forte, resolve qualquer parada.
REALIDADE: Olha a vaidade novamente!
Fácil também jogar para o terreiro e geralmente para o dirigente a responsabilidade total, não?
Além do mais não é função de terreiro nenhum “resolver qualquer parada”. A força de um terreiro reside principalmente na qualidade dos médiuns que pertencem ao corpo mediúnico.
Isso explica o fato de muitos médiuns quererem fazer parte de um determinado terreiro,entrarem, mas não conseguirem continuar nele. “Muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos”.
Terreiro bom não é terreiro cheio de médiuns.
Terreiro bom é terreiro que tenha bons médiuns, ou seja, médiuns compromissados verdadeiramente com o bem, com a caridade e que buscam constantemente ser um bom canal de comunicação com a espiritualidade superior.

PARA OS CONSULENTES

MITO: Sou uma boa pessoa, não faço mal a ninguém.
REALIDADE: E desde quando “não fazer o mal” nos dá alguma garantia de que não sofreremos alguma ação obsessiva?
Se nem “fazer o bem, sem olhar a quem” nos dá essa garantia,quanto mais não fazer o mal.
Se assim o fosse Jesus não teria sofrido nada, não é mesmo?

MITO: Eu não mereço o que estou passando, isso só pode ser “trabalho feito”.
REALIDADE: A auto-piedade é porta aberta a ação de obsessor.
Com a auto-piedade nunca achamos que estamos errados, ou se achamos, o nosso erro é plenamente justificado por ela.
Nem tudo é “trabalho feito” mas se você cisma que é e se julga não merecedor do problema que está passando, você acaba mesmo é realizando (criando, gerando e nutrindo) um “trabalho feito” contra você mesmo. Pare de lamuriar e reveja a sua vida, as suas atitudes.

fonte:livro Umbanda-Mitos e Realidades

AÇÃO E REAÇÃO KÁRMICA: A VISÃO DA UMBANDA

As Leis de Causa e Efeito têm sido muitas vezes mal interpretadas em muitos setores filo-religiosos.
Alguns condicionam todas as graças ou infortúnios aos atos de divindades.
Outros acreditam que recebemos nossos sucessos ou dificuldades como prêmios ou castigos por nossas ações passadas, sentindo suas reações de maneira semelhante à Lei de Talião.

Há também os que atribuem ao acaso os eventos que vivenciamos, estes provavelmente encontram-se mais longe de expressar a realidade, levando-se em conta a recentemente desenvolvida teoria do Caos.
Enfim, o homem vem tentando compreender as diferenças existentes entre as pessoas, de onde vem a sorte ou o azar, a relação entre destino e livre-arbítrio, sua origem e seu objetivo.
A Umbanda permite todas a formas de compreensão destes fenômenos, conforme o entendimento individual, mas orienta para uma gradual compreensão da responsabilidade de cada um no seu destino.

Em linhas gerais, não podemos aceitar que as doenças que sofremos, as perdas que temos de suportar, as desigualdades sociais sejam todos obra do acaso; tampouco queremos crer que sejamos apenas bonecos do destino, submetidos à vontade de um ou vários deuses.
Acreditamos no poder do livre arbítrio, na capacidade que temos de escolher o caminho a seguir; entretanto, nem sempre as coisas acontecem como planejamos.

O que é isto que parece estar acima da nossa vontade e que nos influencia, como podemos controlar estas variáveis fora de nosso alcance?

Certamente, estamos submetidos a forças determinadas por um contexto no qual estamos inseridos, seja em nossa família, no bairro, no país ou no planeta.
Tudo o que acontece em nossa vida, na sucessão de ações e reações ao longo do tempo, é consequência de um processo no qual estamos sempre intimamente envolvidos, como indivíduos isolados ou como integrantes de uma sociedade na qual sustentamos uma posição de maior ou menor responsabilidade, uns sobre os outros.
Assim, pode-se dizer que cada um de nós possui um karma individual e um karma coletivo, este último subdivide-se em níveis correspondentes a grupos cada vez maiores, desde a família de casa até o karma de todo universo astral.

A questão fundamental para a compreensão do processo do Karma, em qualquer dos seus níveis de atuação, é a de que está diretamente relacionado com o conceito de Evolução.
Esta é a pedra angular para o entendimento de todo o sistema.
Ele não está para nos castigar, nem para nos trazer a experiência do sofrimento, por qualquer motivo que seja, didático ou não.

As leis Divinas apenas garantem que estejamos evoluindo constantemente em todo o Universo, esta evolução dá-se no sentido da Matéria para o Espírito.
Se caminhamos junto com este fluxo evolutivo, não sentiremos nada de negativo, mas se opomos às correntes do rio da vida, então sentimos seu poder vencendo nossa vontade. Ressaltamos que estar em concordância com este fluxo é participar ativamente, caminhando e dando sua própria energia para a formação do mesmo.

Para melhor entendermos este ponto de vista, digamos que caminhemos em uma estrada cujo fim nos conduz à libertação do Karma Constituído.
Se seguirmos em linha reta, com a perseverança de continuar nesta estrada que se nos apresenta como uma subida, iremos bem, sem maiores comprometimentos.

Entretanto, por estarmos com nossa visão embaçada, não enchergamos muito bem a estrada e, para que não nos desviemos do caminho, às margens das estradas são colocadas paredes que delimitam nosso campo de ação (há entidades no Plano Astral especializadas em estabelcer estes limites).
Se não formos cuidadosos e não tatearmos o caminho poderemos nos chocar até violentamente contra as paredes.
Receberemos um impacto de volta na mesma proporção da força que aplicamos no momento do choque, sofrendo seu danos .

Nesta situação podemos ter várias reações dos "viajantes" com olhos baços.
Algum pode julgar-se trancado em um quarto, sentindo-se sufocado, passa a se debater contra a parede sem perceber o caminho, mas deverá se cansar e, aos poucos descobrirá a trilha. Outro, como embriagado, andará cambaleante, em zigue-zague, valendo-se das paredes laterais que ainda lhe "desferem" golpes para se manter no caminho; apesar dos ferimentos as paredes lhe são benéficas.
Um terceiro, já enxergando algo, mas ainda vacilante, tateará levemente seus limites, tornando-os seu corrimão.

A tendência é que aos poucos todos vão enxergando cada vez melhor o caminho, a névoa de seus olhos lentamente se desfaz e mesmo a luminosidade da estrada vai aumentando. À medida que nos estabelecemos em uma rota segura, direcionada ao objetivo proposto, a Lei Kármica faz com que os limites das paredes vão-se alargando e podemos ter uma visão mais ampla de todo o panorama. Precisamente, à largura da estrada delimitada pelas paredes chamamos de livre-arbítrio.

Quanto mais larga a estrada maior o livre arbítrio de seguir pelo meio, pelas laterais, em trajetória retilínea, em curvas, etc.

É claro que quem tem o maior livre arbítrio é quem melhor fará uso dele, pois não se desviará do caminho reto a não ser para ajudar os que estão à beira.
A maioria de nós, que estamos de olhos fechados, achando tudo escuro, precisa realmente de paredes estreitas, para não nos desviarmos muito.
Aos poucos a experiência nos fará mais hábeis e seremos mais livres.

Infelizmente, ainda há os revoltados, que julgam que está tudo errado e querem deter o fluxo e derrubar as paredes. Com o tempo, sentir-se-ão solitários, vazios, sofridos e também se renderão às evidências.

Assim, segundo o que podemos revelar da Tradição de Umbanda no momento, entendemos que o Karma não é uma Lei de punição ou prêmio, que o aperfeiçoamento contínuo é a meta, o sofrimento é uma ilusão decorrente da nossa interpretação dos fatos naturais, as Hierarquias Divinas têm os Guardiães dos Limites que determinam o livre arbítrio relativo segundo a Justiça e executam as reações kármicas; nossa parede mais estreita, nosso maior limitador consciencial é o corpo que apesar de abençoado intrumento é apenas uma etapa a vencer e devemos nos perguntar por que ainda nos demoramos tanto.

Caminhemos...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A RELIGIÃO DOS ESCRAVOS

Os escravos africanos eram proibidos de praticar suas várias religiões nativas. A igreja Católica Romana deu ordem para que os escravos fossem batizados, e eles deveriam participar da missa e dos sacramentos. Apesar das instituições escravagistas e da igreja, entretanto, foi possível aos escravos, comunicar, transmitir e desenvolver sua cultura e tradições religiosas. Houve vários fatos que nos ajudaram a manter esta continuidade: os vários grupos étnicos continuaram com sua língua materna; havia um certo número de líderes religiosos entre os escravos; e os laços com a África eram mantidos pela chegada constante de novos escravos.

Desde o começo pais e mães de santos buscavam reafricanizar a religião. Isto foi possível em parte, por que a rota dos navios entre a África e o Brasil conservou viva a conexão entre os povos. Isto continuou mesmo depois da abolição da escravatura em 1888. Escravos libertos que puderam viajar para as áreas iorubás foram iniciadas no culto dos orixás e então, ao retornar ao Brasil puderam fundar terreiros e revitalizar a prática religiosa.

A partir da segunda metade do séc. 19, surgiram grupos organizados, que recriavam no Brasil cultos religiosos que reproduziam não somente a religião africana, mas também outros aspectos da sua cultura na África. Nascia a religião afro-brasileira, primeiro na Bahia, conhecida como Candomblé, e depois pelo país afora, recebendo nomes locais como Xangô em Pernambuco, tambor-de-mina no Maranhão e batuque no Rio Grande do Sul. Os principais criadores dessas religiões foram negros de nações Yorubás ou nagôs, especialmente os provenientes de Oyó, Lagos, Queto, Ijexá, Abeocutá e Iquiti, os das nações Fons ou Jêjes, sobretudo os mahis e os daomeanos, e os Bantos de Angola e Congo. Os ritos se desenvolveram na Bahia, em Pernambuco, Alagoas, maranhão, Rio Grande do Sul e, posteriormente no Rio de Janeiro e mais tarde em São Paulo.

As religiões afro-brasileiras ainda carregam os efeitos de sua interação com outras tradições religiosas, especialmente o catolicismo. Os Orixás, Voduns e Inquices, foram justapostos com santos católicos e o interior dos terreiros possuía numerosos elementos católicos, incluindo estátuas de santos, enquanto os objetos religiosos africanos eram escondidos. As religiões afro-brasileiras eram proibidas , e os terreiros eram freqüentemente visitados pela policia. Por isso seus participantes deviam sempre buscar caminhos para fortalecer a aparência católica dos orixás e dos terreiros. O sincretismo se tornou assim estratégia de sobrevivência por um longo período.

A Mulher Escrava


A escravidão desenraizava o negro de seu meio social e desfazia seus laços familiares. O tráfico negreiro, enquanto pôde operar livremente, garantiu a reposição dos braços escravos indispensáveis ao funcionamento da sociedade colonial. Enquanto durou o tráfico, foram os senhores indiferentes à duração da vida de seus escravos. A situação da escrava empregada no trabalho produtivo, esteve necessariamente determinada pela sua condição de "coisa", propriedade do senhor. Mas esta condição, compartilhada com o homem escravo, soma-se a particularidade advinda do fato de ser mulher, isto é, ocupar um papel privilegiado de reprodução biológica. A realização combinada dos potenciais produtivos e reprodutivos da escrava privilegiou o lucro imediato e conduziu objetivamente ao consumo de escravos no processo de produção.

Compreende-se que sas "negras pejadas" e as que amamentavam não eram poupadas do trabalho: duras fadigas impediam em algumas o regular desenvolvimento do feto, em outras minguava a secreção do leite, em quase todas geravam o desmazelo pelo tratamento dos filhos, e daí as doenças e a morte das pobres crianças.

A negra quando grávida , não recebia condições mínimas necessárias ao desenvolvimento do feto; e quando a gravidez vingava, estas condições levavam, muito freqüentemente, a matarem os próprios filhos. A mulher escravizada, sobrepondo-se aos naturais impulsos maternos, interrompia sua gestação ou eliminava o recém nascido. Assim o fazendo, quebrava o implacável elo que prendia sua descendência à escravidão. O aborto voluntário e o infaticídeo eram tidos pelos escravistas como formas conscientes de oposição ao cativeiro

A mulher escrava fazia ponte entre a senzala e o interior da casa grande e representava o ventre gerador. As negras mais bonitas eram escolhidas pelo senhô para serem concubinas e domésticas. Objeto dos desejos sexuais sádicos dos homens, do senhor de engenho ao menino adolescente, a negra sofria por parte da mulher branca os castigos mais variados. Se a beleza dos seus dentes incomodava a desdentada sinhá, esta mandava arrancá-los. A escrava adoçava a boca do senhor e recebia chicotadas à mando da senhora, mas cumpria as tarefas que normalmente estariam destinadas à mãe de família.

A negação dos escravos enquanto seres humanos implicou necessariamente na negação de sua subjetividade, que foi violada, negada, ignorada, principalmente nas relações entre eles: mãe escrava - filhos, pai escravo - filhos e homem-mulher escravos. Era o senhor quem decidia sobre a possibilidade e qualidade da relação entre o homem e a mulher escrava, sobre se haveria ou não vida familiar, se casados ou concubinos seriam ou não separados, se conviveriam com os filhos e onde, como e em que condições morariam; não era certo a convivência em família. A legislação a respeito do casamento escravo era apenas mais um aspecto no qual prevaleceria o poder de fato do senhor sobre seus escravos. Ao ser mãe a mulher negra estava ameaçada com a separação eterna de seus filhos, pois o seu destino era incerto; se fosse vendida perderia a ligação com os filhos para sempre. Mesmo comprometida com um negro, a escrava, ainda assim, estava sujeita aos desejos sexuais de seu senhor, ; e um escravo não poderia queixar-se da infidelidade de sua mulher e vingar-se de seu sedutor.

A Mãe Preta

Enquanto a amamentação da criança escrava serve a preservação da "mercadoria escrava-leiteira", dela pode se beneficiar o filho da ama. A existência de mães pretas revela mais uma faceta da exploração da senzala pela casa-grande, cujas conseqüências inevitáveis foram a negação da maternidade da escrava e a mortandade de seus filhos. Para que a escrava se transformasse em mãe preta de criança branca, foi lhe bloqueada a possibilidade de ser mãe de seu filho preto. A proliferação dos nhonhôs implicava o abandono e a morte dos negrinhos. Além disto os pais - senhores - são por hábito bárbaros e castigam fortemente os seus escravos à vista de seus filhos, que facilmente também se habituam à crueldade: é assim que se viam meninos e meninas esbofetearem a cara da escrava-ama que lhes dava o leite, é assim, que milhares deles castigam com cruéis açoites aqueles mesmos escravos que lhe os carregaram, que os alimentaram, que os embalaram na infância. Numa sociedade cuja ideologia dominante atribui à maternidade o papel de função básica da mulher, a escrava transformada em ama de leite conhece, na negação de sua maternidade, a negação de sua condição de mulher. Mesmo em contato estreito e continuo com a família branca, a ama escrava não recebia benefícios sequer dos cuidados mínimos que lhe pudesse garantir uma boa saúde. Nem mesmo quando era constantemente acusada de ser portadora de doenças graves, principalmente a sífilis. No entanto, seria igualmente possível que muita mãe preta tenha sido contaminada pelo menino de peito, alastrando-se também por esse meio, da casa grande à senzala, a mancha da sífilis. A sifilização da ama de leite, entretanto, não teve origem unicamente na criança branca. À apropriação e a utilização da escrava como ama de leite da criança branca raramente deixaria de se acrescentar, assim para mucamas, cozinheiras, amas-secas etc., também a apropriação de seu corpo como objeto sexual do homem branco.

Objeto Sexual:

A sexualidade possível à senhora é aquela que lhe impõem as relações familiares patriarcais, norteadas pelos rígidos preceitos religiosos e morais. A escrava escapa a essas determinações que cerceiam as mulheres de classe dominante; sua sexualidade não está a serviço da procriação e da reprodução ideológica da família branca. Estar fora do círculo familiar e do jugo patriarcal sobre ele exercido representa, para a escrava, estar além dos limites e normas que regulam a sexualidade da mulher branca. A sexualidade da escrava aparece para o senhor livre de entraves ou amarras de qualquer ordem, alheia à procriação, às normas morais e a religião, desnudada de toda série de funções que são reservadas às mulheres brancas, para ser apropriada num só aspecto: o objeto sexual. As escravas aparecem aí sem honra e sem religião, ou seja totalmente à margem dos padrões morais e religiosos dominantes na sociedade. A utilização sexual da escrava pelos senhores, determinaria, em grande parte, o tipo de relação que cada membro da família patriarcal estabelece com ela. Assim, às escravas também passam ser as iniciadoras sexuais dos filhos do senhor. As relações sexuais entre o filho do senhor e a escrava parecem ter sido discretamente consentidas pela senhora. Mas, que tipo de relação sexual poderia emergir entre seres igualizados sob o chicote? A escrava era obrigada a ceder os desejos libidinosos se seu senhor para não se expor, com a recusa, a toda sorte de torturas; não poderia guardar a honra de sua filha, nem mesmo a sua contra tentativas do seu poderoso senhor e nem o escravo poderia queixar-se da infidelidade de sua mulher, e vingar-se de seu sedutor.

A Criança Negra e a Escravidão

Bem pouca atenção é dada ao estudo da criança escrava. Isto talvez se deva, em parte, ao fato de a população escrava, no Brasil, ter sido composta majoritariamente por homens e mulheres em idade produtiva. A baixa taxa de crescimento da população cativa, devido a menor proporção de mulheres do que de homens escravos, e as dificuldades de sobrevivência da criança escrava tem certamente contribuído ainda mais para ocultar este segmento.

Varias razões têm sido apontadas para a venda de crianças na África como escravas: eram consideradas como bocas inúteis em certas regiões e determinados períodos ; outras foram trocadas por prisioneiros; em épocas de carência, famílias se vendiam espontaneamente para não morrerem de fome, entre outros motivos. A falta de interesse por este tráfico devia-se ao fato de os escravinhos não serem imediatamente produtivos, aliado a isto, as altas taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil acarretavam riscos de grande prejuízos. Apesar desses fatores, o percentual de crianças embarcadas nos portos africanos chagou a representar, em certas épocas, cerca de 20% do total dos escravos traficados

No Brasil, as crianças nascidas eram logo batizadas e ainda assim consideradas gente sem alma. A Igreja, esteio dos poderosos, agia da mesma forma no tratamento dado aos negros. O moleque, pequeno escravo, companheiro do sinhozinho em brincadeiras e aventuras, servia também de saco de pancadas. A vida de trabalho da criança escrava começava cedo. Depois de cinco ou seis anos de idade, essas crianças eram entregues a tirania dos outros cativos que os domavam a chicotadas, habituando-se à força aos rigores da vida escrava. Muitas vezes, desde pequenas as crias eram obrigadas a acompanhar suas mães ao campo e com elas compartilhavam várias atividades agrícolas: tiravam ervas daninhas, semeavam, apanhavam frutos, cuidavam de animais domésticos.

Aos sete ou oito anos iniciava-se uma nova etapa na vida das crianças escravas: passavam a fazer os serviços mais pesados e regulares. Deixavam para trás as ultimas regalias infantis, aquelas que viviam na casa grande e começavam a desempenhar funções especificas para sua idade ou já eram treinadas para a função que desempenhariam posteriormente. As crianças que ficavam na casa grande eram empregadas no serviço do senhor e de seus familiares, trabalhando como pajem, moleque de recado ou criada. Buscavam jornal, encilhavam os cavalos, lavavam os pés das pessoas da casa e mesmo de visitantes, escovavam as roupas, engraxavam os sapatos, serviam a mesa, espantavam os mosquitos, balançavam a rede, buscavam água no poço e carregavam pacotes e outros objetos. Nas fazendas, nos engenhos e nas chácaras, aos oito anos as crianças eram enviadas às plantações, colhiam e beneficiavam café, descaroçavam algodão, descascava,m mandioca, fabricavam cestos e cordas.

Assim como as meninas eram enviadas às "escolas de mucamas", os meninos eram mandados para aprender algum oficio mecânico, como de sapateiro, barbeiro, marceneiro ou alfaiate. Meninas escravas carregavam os bebes brancos no colo, sendo obrigadas a cuidar das demais crianças. Mais barata, a criança escrava tornava-se uma mercadoria acessível às camadas intermediárias, dedicadas ao pequeno comércio e ao artesanato doméstico. Assim como havia mercado de trabalhos para as crianças africanas escravizadas, também havia para as crianças escravas nascidas no Brasil. Para muitos senhores era mais rendoso criar negros do que plantar café. Os rapazes de certa idade eram mandados para a cidade e entregues ao oficio pelos quais ganhavam dez vezes mais do que se fossem utilizados trabalhando na terra. Algumas crianças que trabalhavam descascando e lavando mandiocas, tinham os dedos duros, mutilados, tortos e calejados: "como as mãos dos escravos, pareciam haver perdido as características humanas.

A condição de criança escrava não livrava os escravinhos dos maus tratos: eram castigados, separados de seus familiares, trabalhavam duro, ficando muitas vezes com marcas físicas dos castigos e do excesso de trabalho. Alguns proprietários compravam crianças escravas como brinquedos para seus filhos; essas crias, transformadas em "tetéias por causa da pouca idade, ignoravam a distancia respeitosa que havia entre eles e seus senhores moços" e acabavam por se rebelar e fazer ameaças contra as dentadas, beliscões e outras tiranias em relação à idade mais ou menos avançada dos senhorzinhos; os pais , em vez de repreenderem seus filhos, castigavam rigorosamente a criança negra, cujo único crime o mais das vezes era fugir e não deixar o senhorzinho morder-lhe à vontade.

A Lei do Ventre Livre, na verdade não teve grande eficácia para melhorar as condições de vida da criança negra no Brasil. Ao lado da denuncia de perpetuação de fato de sua condição de escrava, destacou-se o prognóstico do aumento do número de abandono dos filhos de suas cativas, por parte dos senhores. No Rio de Janeiro, paralelamente à escravização de fato dos filhos de escravos após 1871, teve um significativo aumento do abandono de crianças negras, como conseqüência não desprezível da Lei do Ventre Livre.

Nas sociedades do antigo regime europeu era bastante difundido o costume de entregar recém-nascidos a amas de leite, que cuidavam da criança durante a primeira infância. Transplantada para o Brasil, esta prática tornou generalizados o aluguel e a compra de escravas para amamentarem os bebês das famílias brancas. Esse costume tinha como contrapartida a desintegração da frágil família escrava, separando as cativas de seus filhos. Desde a terceira década do século XIX, os médicos e sanitaristas da Academia de Medicina iniciaram uma vigorosa campanha contra o uso das amas-de-leite escravas, atribuindo dificuldades de aprendizagem, difusão de doenças como a sífilis e até mesmo apego a superstições, ao contato prolongado e íntimo das crianças brancas com as amas-de-leite negras, sobretudo as de origem africana.

Em suas teses esses médicos evidenciavam o papel utilitário da Roda dos Expostos para os senhores que comercializavam escravas amas-de-leite, dando assim, um extraordinário aumento de crianças enjeitadas, principalmente na cidade do Rio de Janeiro.

Não era de se estranhar que os senhores preferissem auferir os lucros proporcionados pelo aluguel das amas-de-leite do que arcar com o ônus da criação de seus filhos, correndo o risco de só poderem aproveitar-se mais tarde do trabalho de metade das crianças que havia sustentado, por causa das altas taxas de mortalidade da época.

autor:não foi postado a fonte

O RESPEITO

O respeito é um conceito relativo que, na maioria das pessoas, está diretamente relacionado aos valores pessoais de cada um. Tais valores são aprendidos na família, na escola, na sociedade ou nos programas de televisão como acontece com muitas crianças hoje em dia.

O conceito de respeito adotado por cada um influencia diretamente os relacionamentos que esta pessoa tem consigo própria e com o mundo à sua volta. Aqueles que estão apegados rigidamente aos seus valores pessoais provavelmente entrarão em conflito com outras pessoas que tenham valores diferentes e que também estejam rígidos em sua postura, criando assim um grande conflito interno em ambas as partes.

Na relação pai e filho, os conflitos em relação ao tema respeito vêm à tona frequentemente. Alguns pais foram educados a acreditar que a obediência é sinônimo de respeito. Esse tipo de atitude é constantemente observado também na relação mestre e discípulo, onde este se deixa guiar mentalmente, emocionalmente e até fisicamente pelo “mestre” em questão. Os conflitos se iniciam quando o(a) filho(a) começam a entrar em contato e incorporar outros valores pessoais vindos da escola, da sociedade e do convívio com outras pessoas.

Há uma outra forma de respeito que transcende os valores pessoais de cada um. Ele ocorre quando cada pessoa aceita o outro do jeito que é. Esse tipo de respeito não é uma obediência, e sim uma aceitação da manifestação do outro e de sua existência. É um respeito que nivela todos nós como iguais e faz com que cada um se conecte com sua própria força.

É um respeito que coloca cada um no seu devido lugar e delimita as responsabilidades de cada um para com sua própria vida. A pessoa que atingiu esta forma de respeito não quer mais mudar o outro, e sim confia naquilo que atua no outro.

Autor: Saulo Nagamori

TRANSFORMANDO A MENTE

"Os Oito Versos que Transformam a Mente"

Os oito versos são:

1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.

2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.

3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.

4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.

5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.

6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.

7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.

8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.

sábado, 15 de agosto de 2009

AS GUIAS

As GUIAS usadas na Umbanda são aqueles colares coloridos que os médiuns utilizam nos trabalhos, fazendo parte do uniforme do Umbandista.

Estes “colares” são verdadeiros pára-raios em defesa dos os médiuns.
É um objeto no qual os Guias e Protetores imantam com determinadas forças para servirem de instrumentos em ocasiões precisas.

A Guia é então, uma das muitas ferramentas utilizadas pelo médium que serve como defesa deste que, muitas vezes, se vê obrigado a entrar em contato com energias às quais ele não poderia suportar, daí a explicação para as guias que arrebentam de repente. Por ser de material altamente atrativo, a guia recebe toda a carga negativa que foi direcionada ao médium e arrebenta.

A guia não serve somente como proteção do médium. Esta tem muitas outras utilidades como, por exemplo;
-serve como instrumento de ligação psíquica entre Médium e Espírito,
-serve como instrumento de tratamento,
-serve como material de trabalho das Entidades, atraindo ou emitindo energias e etc.

CONFECÇÃO DAS GUIAS

As guias devem ser confeccionadas com produtos naturais, pois são imantáveis e condutores de energias.
Esses materiais podem ser: sementes, madeira como o bambu, pedras, conchas e outros objetos marinhos, pedras preciosas e semipreciosas (mesmo que lapidadas), cristais, porcelana, miçangas, dentes de animais, guizos e outros, como por exemplo, os metais.

Jamais se usa plástico ou outro produto artificial.

Usando-se os materiais citados acima, as guias serão confeccionadas de acordo com o pedido feito pelas entidades, de acordo com a doutrina da casa que você freqüenta ou de acordo com a necessidade daquela guia.

Não se pode montar uma guia só porque acha bonito, ou porque todos usam, ou porque você acha que deva usar.

Espere, tudo na sua hora!

Nas lojas especializadas encontram-se guias prontas dos mais variados modelos, mas existem casos em que a entidade pede para que você monte a guia pedida.

Porquê?

A guia é uma peça “benta” com força e irradiação para nos proteger e aumentar nossa força, nossa vibração e etc. São ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.

Geralmente, quando uma entidade pede para seu filho montar a sua Guia, a mesma estará presente naquele momento, ou para dar orientações na montagem por intuição, ou para ver se o filho realmente tem o devido respeito pela religião (objetos, entidades, rituais e etc.) ou por vários outros motivos como, por exemplo, testes de fé, de paciência, pois tem vezes que a guia se quebra várias vezes antes de ficar pronta, ou às vezes a entidade está desenvolvendo sua mediunidade através das intuições e muito mais.

Por isso, para montar uma guia, deve-se estar tranqüilo, sem agitação externa e sem preocupações, enfim trabalhando, meditando e se conectando com seus Guias espirituais.

As guias, depois de prontas ou compradas devem ser descarregadas e cruzadas (benzidas).

Dependendo da doutrina de cada casa, as guias serão colocadas no conga por um determinado tempo, as vezes serão colocadas em certos recipientes com misturas de ervas, ou colocadas em sal grosso, e etc. Só depois de feito isso é que a entidade chefe da casa ou seu próprio guia vai cruzá-la.

Lembre-se, se a guia não foi cruzada, a mesma não terá nenhum valor.

Como dissemos acima, a guia será imantada com energias de acordo com as necessidades de quem vai usa-la e a que finalidade será utilizada.

TIPOS DE GUIAS

Existem pelo menos quatro tipos de guias que são utilizadas freqüentemente pelos filhos de fé.

São elas:

•Guia de proteção
•Guia de tratamento
•Guia do Orixá
•Guias das Entidades

Cada guia tem seu formato e cores específicas, como já lemos acima, ela será de acordo com a necessidade a que se destina.

Veja a seguir algumas características das guias mais utilizadas.

GUIA DE PROTEÇÃO

Geralmente, quando um médium entra para a religião e começa a trabalhar numa casa de Umbanda, pede-se para que ele providencie a sua guia de proteção.
Essa guia, não é uma regra, mas geralmente pede-se uma Guia de Oxalá, ou de Sete Linhas, em algumas casas utiliza-se uma guia “incomum”, ou seja, uma guia com cores e formatos diferentes do tradicional, de acordo com as instruções do Mentor da Casa é preparada uma guia “Daquele Centro”.
A guia de Oxalá é de cor branca. Oxalá é o Orixá Maior representado por Jesus.
Essa é a mais usada nos casos de proteção e tratamentos.
Já a guia de Sete Linhas, é aquela que tem sete cores, ou seja, representa os sete Orixás da Umbanda.
É utilizada também para proteção, pois significa que o médium está sob a proteção das Sete Linhas da Umbanda.

GUIA DE TRATAMENTO

Como vimos acima, usa-se muito a guia branca, pois ela tem, “também”, um efeito psicológico no tratamento.
Quando uma pessoa vai passar por um tratamento utilizando essa guia, é dito ao paciente que é uma guia devidamente cruzada para aquele tratamento, e que essa guia branca é a guia que representa a força ou vibração de Jesus, Oxalá na Umbanda.
Dito isso, a pessoa acaba tendo sua fé aumentada, só por ter dito que é de Jesus; e com isso se obtém melhores resultados no tratamento, não que outras guias não sirvam, mas a parte psicológica conta e muito.
Existem casos em que a entidade lhe empresta ou te dá a guia Dele. Nestes casos, quando você for presenteado com uma, não precisa repor; mas, quando for solicitada a sua reposição, não se esqueça de faze-la, existe aí uma grande ligação entre paciente e entidade.
Não precisa pressa, não; mas a devolução é um meio pelo qual a Entidade tem a certeza de que você ao menos tem interesse pelo "teu caso" e respeita o que o Caboclo ou Preto-Velho falou.

GUIA DO ORIXÁ

É a guia que está ligada à faixa vibratória do médium e também é a guia que representa a linhagem das entidades que trabalham com esse médium.
A guia do Orixá é feita na cor relacionada ao Orixá, geralmente de uma cor só, apesar de existirem centros que trabalham com Orixás cruzados. Nesses casos as guias são de duas ou mais cores.
Por exemplo, um Filho de Ogum, usa uma guia vermelha e um Filho de Oxossi usa uma guia verde.
Ogum (guerreiro) tem sua vibração nos campos abertos, já Oxossi (caçador) tem sua vibração nas matas, então não sei como pode existir esse cruzamento de vibrações e Orixás, mas existe...

GUIAS DAS ENTIDADES

São aquelas guias que não tem um padrão, ou seja, cada entidade pede sua guia de trabalho de acordo com suas necessidades. Por isso é que temos tantos modelos de guias tão diferentes umas das outras; temos guias feitas com contas (bolinhas) coloridas e intercaladas com outros materiais, como dentes, olho de cabra, coquinhos e etc.

As guias das entidades devem ser feitas exatamente como elas pediram, pois tem grandes significados para elas que nós nem sequer imaginamos, é como um ponto riscado, cheio de mistérios. Algumas dão até para adivinhar, por exemplo, uma guia toda verde com sete flechas intercaladas e com o fechamento vermelho.
Bem, vamos lá... A cor verde quer dizer que é um Caboclo (jamais vi um Preto-Velho ou um Exu com uma guia verde), as sete flechas poderia indicar o nome desse Caboclo e o fechamento vermelho pode estar indicando a linha que a entidade trabalha, nesse caso linha de Ogum. Então teríamos aí o Caboclo Sete Flechas de Ogum.
Isso foi só um exemplo, bem fácil por sinal. Existem muitas outras guias que são indecifráveis para nós.

CORES DAS GUIAS

Existem cinco tipos de guias que tem cores e formato “padrão”.
•Branco e Verde - Caboclo
•Branco e Preto - Preto Velho
•Azul e Rosa - Crianças
•Vermelho e Preto - Exu
•Branco, Vermelho, Azul, Verde, Amarelo, Marrom e Roxo - 7 Linhas (Orixás)

Essas guias, modelo padrão, são encontradas nas lojas especializadas. E são feitas na contagem de sete contas de cada cor.
Outros modelos de guias, só a pedido das entidades.

UTILIZANDO AS GUIAS

Geralmente os médiuns usam as seguintes guias no trabalho:
•De proteção
•Do seu Orixá
•Dos seus Guias (entidades que trabalham com o médium)

As guias são geralmente usadas no pescoço, porém em alguns casos pode-se notar que alguns médiuns as usam atravessadas no peito, outros na mão e etc.
Isso ocorre por vários motivos.

Vejamos alguns:
•As guias usadas no pescoço servem como um elo de ligação entre seu Orixá (faixa vibratória) e a entidade atuante naquele momento.
Usa-se a guia no pescoço para dar mais intensidade no lado mental do médium, melhorando a comunicação ou transmissão daquilo que a entidade pretende passar ou até mesmo ajudando na ligação do médium ao espírito na hora da incorporação das entidades, onde o médium precisa elevar a sua faixa vibratória e a entidade descer a sua para que ocorra a comunicação.

•Quando um médium utiliza a guia atravessada no peito, geralmente do lado direito para o esquerdo, é por causa do coração (estado emocional).
A entidade percebe que seu filho está ou tem algum problema ou desvio emocional que poderia influenciar no trabalho, geralmente corações endurecidos, então a guia será imantada para agir na parte emocional do médium.

Utiliza-se a guia atravessada também em tratamentos de certas partes do corpo, mas somente quando for ordenado que seja dessa forma, caso contrário a guia deve ser colocada no pescoço normalmente.

•Guias nas mãos ou enroladas no pulso, somente quando o médium está incorporado. Nesse caso, a entidade utiliza a guia para dar passes.
Quando a entidade enrola sua guia na mão, às vezes nas mãos do consulente, ela está direcionando energias.
Uma guia enrolada na mão da entidade serve como um condutor de energia que será emitida àquela pessoa, quando enrolada nas mãos do consulente, pode ser que a entidade esteja retirando energias negativas daquela pessoa.

Lembre-se que nem todas entidades trabalham dessa forma, cada um com seu jeito de trabalhar. Muitas entidades, ao invés de usar a guia para retirar ou emitir energias, preferem trabalhar com seu charuto ou cachimbo.

•Existem entidades que colocam suas guias no chão e pedem para que o consulente entre dentro daquele círculo na hora que forem passar pelo passe.
Esse círculo forma um campo magnético, onde a entidade vai trabalhar as diversas energias que está sendo trazida pelo consulente.

Existem entidades que não colocam sua guia, mas fazem um círculo riscado no chão, e trabalham da mesma maneira.

•Algumas entidades usam suas guias no pescoço do consulente na hora do passe, outras usam as guias para formar um círculo no ponto riscado e etc.

Muito bem, aí foram algumas formas que as guias são usadas nos trabalhos. Podem existir muitas outras maneiras diferentes de se usar uma guia, mas tudo deve ser feito com orientação.

Uma guia cruzada, usada sem orientação ou de forma errada, pode causar problemas a quem as utiliza.

RELEMBRANDO

-As guias são elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser confeccionadas, manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam.

-Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente possuem um campo magnético e uma tônica vibracional próprios e individual (tanto positivo quanto negativo).

-A confecção ou manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional.

-Como elemento de atração e isolamento, funcionam como um tipo de "Para-Raios", atraindo para si, toda (ou quase) a carga negativa ou estranha ao médium, isolando-o até certo ponto. No entanto, as guias irão permanecer "carregadas", até serem devidamente "limpas".

-Excepcionalmente, podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição. Nestes casos, 10 a 15 minutos de uso são suficientes.

-Em qualquer dos casos, a guia ira proporcionar uma interferência no campo magnético do médium. Dependendo da situação ou circunstância, poderá até mesmo causar-lhe um certo desconforto aparente ou mal-estar, devido a um aceleramento de sua Faixa Vibratória.

-Mesmo durante um trabalho espiritual ou ritualístico, notadamente antes de uma incorporação, o uso indiscriminado de diversas guias ao mesmo tempo, poderá prejudicar a sintonia do médium, uma vez que, diversas falanges serão atraídas ao mesmo tempo.

-Apenas em casos muito raros e excepcionais, podem ser utilizadas em outra pessoa, como forma a favorece-la com uma vibração positiva específica (notadamente em relação à saúde), observando-se, contudo o cuidado de ao retira-las, limpa-las adequadamente antes de serem reutilizadas pelo médium.

Como vimos, as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados.

Seu uso deve se restringir ao trabalho espiritual, ao ambiente cerimonial (terreiro) e aos momentos de extrema necessidade por parte do médium.

Utilizar a guia em ambientes ou situações dissonantes com o trabalho espiritual, ou por mera vaidade e exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a vibração a qual representam.

A guia é um objeto muito sério e deve ser utilizado com seriedade.
Lembre-se que as guias são objetos sagrados e como tais devem ser tratadas.

Mas, o mais importante de fato, é que o Filho aprenda a ter fé e confiança nas Entidades e em Deus, não se apoiando em verdadeiras "muletas psicológicas" para se sentir protegido.

Lembre-se:
o que está escrito aqui não é regra geral para a Umbanda!