quarta-feira, 29 de junho de 2011

O SEXTO SENTIDO SENSORIAL

Reflexões acerca da Mediunidade e sua real natureza

Todo aquele que nasce num corpo sadio traz consigo cinco sentidos sensoriais que chamamos de básicos: audição, visão, tato, olfato e paladar. É natural ao ser humano muitas vezes não dar tanta atenção à complexidade desses sensores, talvez porque sejam comuns a todos e são estimulados e vivenciados desde que nascemos.

A criança

Aos pais mais atentos, é possível perceber o processo de maturação destes sensores no indivíduo. A criança nasce com a visão muito turva, que vai "clareando" ou "amadurecendo" num prazo de até seis meses, após este período é que a criança realmente enxerga o mundo a sua volta. O tato é mais sensível pela boca, por isso é que a criança até seus dois anos terá o hábito de levar tudo à boca, pois é a partir da sensibilidade oral que a criança percebe, diferencia e processa texturas, formatos, consistências, bem como o paladar.

O adulto

Bem, para nós já adultos, andar e correr é algo "automático", não precisamos de esforços e cálculos, entretanto observe uma criança no início da aprendizagem, há medo, calcula-se bem um ou dois passos, é preciso ter algumas certezas, algo a se apegar para não cair, dar três ou quatro passos, por algum período é um desafio incrível e a sensação de satisfação e superação ao atingir o objetivo, que normalmente é sair do braço da mãe e andar quatro passos aos braços do pai, é impagável.

O assunto

Toda esta introdução é para que possamos refletir sobre a mediunidade como mais um sentido sensorial com o qual todos nascem, reservando suas particularidades e especificidades, a mediunidade está para todos e é um sensor como os acima citados, porém este "sexto sentido" vem à luz do indivíduo mais tardiamente, comumente na adolescência, sem regras; pode acontecer já na maturidade bem como em tenra infância.

Já superamos o período histórico em que a mediunidade fora tratada como histeria, loucura ou possessão demoníaca.

Quando a mediunidade se apresenta num meio familiar em que o ambiente é de espiritualistas, tudo será mais fácil, entretanto cabem algumas considerações em todas as circunstâncias.

Vemos a mediunidade ser tratada ao longo dos tempos como um "dom supremo", coisa de gente "super dotada espiritualmente", fantástico, seres superiores e coisa do tipo, há também aqueles que tratam a mediunidade como uma castigo, uma penitência, um karma, uma dívida...

A fantasia...

Respeito a credulidade alheia, mas desculpe... Mediunidade não é nenhuma das opções acima, tampouco se trata de coisa de mutantes, X-men, super herói, nada disso. Todavia, justamente por estas proposições acerca da mediunidade é que quando ela desabrocha num ambiente sem estudo e condução coerente acaba por dar vazão a uma fértil criatividade ilusória perigosa para a vida social e espiritual do indivíduo. É assim que vemos "incorporações" do cavalo de Ogum relinchando no meio do terreiro, vemos o corcunda de notre dame na linha de exus, caboclo cego, preto velho paralítico e tantas outras aberrações comportamentais...

Mediunidade enfim...

Retomando a ideia da mediunidade como um sentido sensorial como os demais básicos, a mediunidade deve ser observada com seriedade e bom senso.

Desenvolver a mediunidade é um processo natural, importante e necessário a todos. Entenda o sentido de desenvolver a mediunidade como um processo de conhecimento, aceitação, exercício e maturação do sentido.

Ilustrando o conceito...

Sempre costumo comparar o seguinte: eu tenho minha audição em perfeito funcionamento, também tenho um paladar funcionando etc. Mas meu ouvido não é como o de um músico estudioso, treinado e disciplinado.

Quando ouço uma música, simplesmente ouço o conjunto dos instrumentos que embalam minha audição, entretanto um músico percebe as notas musicais, os vários instrumentos e até pode indicar o que está ou não afinado ou no compasso ideal. Eu não sei tocar instrumento algum e, portanto, jamais, nesta condição, poderei escutar uma música e reproduzi-la em qualquer instrumento. Posso mudar isso, estudando música e instrumento, me dedicando, exercitando e praticando muito, daqui alguns anos poderei estar apto a isso, mas já que me coloquei como exemplo, neste caso me falta também talento (risos).

O que quero dizer é que audição todos temos, porém alguns exercitam mais este sentido, apuram a capacidade de ouvir e lidar com os sons.

Nem melhor, nem pior...

Por isso não existe mediunidade melhor ou pior, superior ou inferior. Existe sim a mediunidade no indivíduo, este pode ou não amadurecê-la, pode ou não entendê-la e pode ou não praticá-la conscientemente.

Tirar a mediunidade do foco da sobrenaturalidade penso que seja o principal caminho para iniciar um relacionamento maduro com este sentido, que precisa de cuidados importantes. Faz parte do nosso organismo.

Exercite...

Se os músculos não forem exercitados, poderão atrofiar e gerar graves doenças e limitações ao corpo. Com a mediunidade também, se não for exercitada no mínimo se mantém estacionada.

Há quem diga "Faz trinta anos que sou médium", no entanto faz vinte anos que não pratico!?!

Trinta anos de mediunidade mal praticada não valem cinco anos de uma mediunidade ativa, praticada com estudo e bom senso.

O tempo determina muita coisa na mediunidade, como o músculo, você não define um músculo indo à academia uma vez por mês por meia hora. Se não houver disciplina, rotina e cuidados, esqueça braços, peitorais e abdômen definidos. De modo que a vivência disciplinada e o exercício rotineiro da mediunidade permitem que a cada dia de prática mediúnica este sentido se fortaleça, amadureça, amplie e alinhe.

É com o tempo também que o médium vai criando estabilidade vibratória, confiança e autonomia mediúnica.

Afinal de contas...

A mediunidade é algo mais natural do que pensamos, são muitos os tipos de mediunidade, você não terá a mediunidade que quer, mas a que te pertence, então procure conhecê-la e faça dela o melhor uso possível.

Pense nisso:

Mediunidade não é angelical e nem maligna, o uso que você fará dela é que determinará sua utilidade!

Grande abraço!

Rodrigo Queiroz

A NOITE NEGRA DA ALMA

Que é a Noite Negra da Alma?

Trata-se de um termo há muito usado pelos místicos para denotar certo estado emocional e psicológico, assim como para indicar um período de testes por que todo mortal passa alguma vez em sua vida. Essa Noite Negra da Alma é caracterizada por uma série de fracassos; o indivíduo experimenta muitas frustrações. Qualquer coisa que o indivíduo se propõe a fazer parece carregada de incertezas e obstáculos. Não importa o quanto ele tente ou que conheci­mentos aplique, o indivíduo se sente amarrado. Quando prestes a se concretizarem, as oportunida­des parecem escapar de suas mãos. Coisas com as quais ele muito contava, não se realizam. Seus pla­nos tornam-se estáticos e não se concretizam. Ne­nhuma circunstância lhe oferece solução ou enco­rajamento quanto ao futuro. Este período é reple­to de desapontamento, desânimo e depressão.

Durante esse período, o indivíduo sente-se for­temente tentado a abandonar seus mais acalenta­dos ideais e esperanças, tornando-se extremamente pessimista. O maior perigo, contudo, é sua tendên­cia de abandonar todas aquelas coisas às quais atribuía grande valor e importância na vida. Ele pode achar que é inútil continuar seus estudos místicos, suas atividades culturais e sua afiliação a entidades filantrópicas. Caso ceda a essas tentações, estará realmente perdido. De acordo com a tradição mística, este é o período em que a fibra da personalidade-alma é testada. Suas verdadeiras convicções, sua força de vontade e seu merecimento de maior iluminação são colocados à prova. Se o indivíduo sucumbe a essas condições, embora a frustração e o desespero possam diminuir, ele não conhecerá o júbilo da verdadeira conquista na vida. Daí por diante, sua existência poderá ser medíocre e ele não experimentará verdadeira paz interior.

Não se trata de algum tipo de punição imposta ao indivíduo. Como evidenciam os ensinamentos místicos, não é uma condição cármica. É, isto sim, uma espécie de adaptação que o indivíduo deve fazer dentro de si mesmo para evoluir a um nível mais elevado de consciência. É uma espécie de desafio, uma espécie de exigência de que a pessoa re­corra à introspecção e promova uma reavaliação de seus ideais e objetivos na vida. Uma exigência de que a pessoa abandone interesses superficiais e se decida sobre o modo em que deve utilizar sua vida. Não significa que o indivíduo deva abandonar seu trabalho ou meio de vida, mas, que ele deve reestruturar sua vida futura. A Noite Negra o faz perguntar-se sobre quais as contribuições que ele pode fazer à humanidade. Faz com que ele descubra seus pontos fracos e fortes.

Se a pessoa fizer esta auto-análise durante a Noite Negra ao invés de apenas lutar contra suas frustrações, toda a situação mudará para melhor. Ela passa a ter domínio sobre acontecimentos que concluiu serem meritórios. Mais cedo ou mais tarde, então, advém a condição que há muito os místicos chamam de Áureo Alvorecer. Subitamente, parece haver uma transformação: a pessoa torna-se efervescente de entusiasmo. Há um influxo de idéias estimulantes e construtivas que ela sente poder converter em benefícios para sua vida. Todo o novo curso de sua existência é promissor. Em contraste com as condições anteriores, sua nova vida é verdadeiramente áurea no alvorecer de um novo período. Acima de tudo, há a iluminação, o discernimento aguçado, a compreensão de si mesmo e de situações que antes não compreendia.

Aqueles que não têm conhecimento deste fenômeno mas que no entanto perseveram e superam a Noite Negra da Alma, tomam-se algo confusos pelo que lhes parece uma transformação inexplicável em seus afazeres e obrigações. Particularmente estranho lhes parece o que acreditam ser alguma energia ou combinação de circunstâncias externas que produziu a mudança.

Eles não percebem que a transformação ocorreu em sua própria natureza psíquica como resultado de seus pensamentos e vontade.

Quando é que começa a Noite Negra da Alma? Em que idade ou período da vida ela ocorre?
Podemos responder que normalmente ela se sucede ao fim de um dos ciclos de sete anos, como 35, 42, 49, 56, 63... anos de idade. Ela ocorre com mais freqüência no fim do ciclo dos 42 ou 49 anos, e muito raramente aos 63 ou além.

Quanto tempo ela dura?
Em verdade ninguém pode responder esta pergunta pois sua duração é individual. Depende de como a pessoa tenha vivido; de seus pensamentos e ações. Contudo, enfatizamos uma vez mais: A Noite Negra não advém como punição pelo que a pessoa possa ter feito no passado, mas, sim como um teste do merecimento de penetrar no Áureo Alvorecer. Talvez quanto mais circunspecto seja o indivíduo, quanto mais sincero ele seja na busca de realizar nobres ideais, tanto mais cedo sua determinação e seu verdadeiro caráter serão postos a prova pela Noite Negra da Alma.

Por quanto tempo tem a pessoa de suportar es­sa experiência?
Isto também varia de acordo com o indivíduo. Se ele resiste, se não sucumbe à tentação de abandonar seus hábitos, prática e costumes meritórios, a Noite logo termina. Se, porém, ele sucumbe, entrega-se à estagnação profunda e abandona seu melhor modo de vida, então a Noite pode continuar em diferentes intensidades pelo resto de sua vida.

Deve-se compreender, repetimos, que esta não é uma experiência ou fenômeno que ocorre somente para os estudantes de misticismo. Aliás, ela não guarda relação direta com o tema do misticismo, exceto pelo fato de ser um fenômeno natural, psicológico e cósmico. Os místicos o explicam; os outros, não. Os psicólogos, por exemplo, dirão que se trata de um estado emocional, uma depressão temporária, um estado de ânimo que inibe o pensa­mento e a ação da pessoa, o que explica os fracassos e as frustrações. Eles procurarão encontrar algum pensamento, alguma repressão subconsciente para explicar tal estado.

É bem provável que você tenha conhecido alguma pessoa que passou por esse período. As coisas para tal pessoa pareciam redundar em fracassos, a despeito de quanto esforço ela fizesse. Então, algum tempo depois, es­sa pessoa tomou-se bem sucedida, feliz, parecendo ter outra personalidade.

Entretanto, o indivíduo, por sua própria negligência, pode acarretar condições semelhantes às da Noite Negra. Uma pessoa preguiçosa, indolente, descuidada, indiferente e sem senso prático acarretará muitos fracassos à sua própria vida. Ela pode lastimar-se de sua sina a outros, e, se conhecer algo a respeito, poderá mesmo dizer que está passando pela Noite Negra. Mas saberá que a falha está em seu próprio interior.

A diferença entre esta pessoa e o indivíduo que está realmente passando pela Noite Negra está em que o último, pelo menos a princípio, sinceramente procurará enfrentar cada situação e aplicar seu conhecimento até que chegue a compreender que está bloqueado por algo maior que sua própria capacidade. A pessoa indolente, porém, sempre sabe que é indolente, quer isto admita ou não. A pessoa negligente sempre sabe que negligenciou o que deveria ter realizado. A pessoa descuidada que é as­sim por hábito, sabe que não vai muito longe e que comete muitos erros.

Ralph M. Lewis, Imperator, AMORC
rosacruzes.blogspot.com

FÉ E MEDICINA NO CANDOMBLÉ

Uma religião seja qual for é baseada, fundamentada em um princípio essencial: a fé. Sem a fé não há religiosidade, e sem religiosidade não há religião.

Os Orixás existem sim. Eles têm seus poderes e seus mistérios. Mas, até que ponto a nossa fé deve ir? Filosoficamente falando, eternamente. E quando se trata de saúde? Sim, é fundamental que a fé esteja presente!

Mas, hoje em dia, nós não devemos nos iludir com religião, no sentido de vendar os olhos e desacreditar nas demais alternativas.

Na África antiga, os negros faziam seus rituais aos Orixás para obter cura – de modo adaptado à realidade deles e suas condições, políticas e culturais.

Salve os nossos Orixás! Salve Omolú que é o rei da saúde, juntamente com Bára, mas, há certas ocasiões que não podemos dispensar a medicina! Vejo muitos adeptos dos Orixás se fecharem para medicina acreditando única e exclusivamente no poder de um Orixá.

Ter fé não é errado. Devemos ter fé para vida, para saúde, para o casamento e para a felicidade, mas... Se você, meu caro amigo, ou amiga, está com uma dor de dente, o melhor ebó para se fazer é uma obturação ou um canal. Se você está com câncer ou leucemia, o melhor ebó é a quimioterapia e tratamentos adjacentes. Se você tiver uma fé paralela aos tratamentos medicinais, ou seja, da matéria, você pode ter certeza que tudo correrá bem.

Amigo candomblecista ou umbandista:
nunca se feche única e exclusivamente para a fé, e nem para a medicina. Mantenha ambos em perfeita consonância.

Muito axé para todos.

Olukó Brad de Oxalá

RITUAIS SAGRADOS: SEGREDO OU MATÉRIA POPULAR?

Disponibilidade de material estudantil ou acadêmico no mundo do candomblé é um predicado formidável, mas, ao mesmo tempo paradoxal. Há muito vem se aventando essa questão. As basilares heterogeneidades ideológicas da teologia Yorubá, se compreendem entre dois públicos díspares: os velhos e os novos.

Há quem diga que o candomblé tradicional não se adapta com os novos conceitos, no que se refere aos estudos de respectiva doutrina. Por outro lado, pessoas que sentem vontade de descobrir seus segredos, defendem a idéia sobreposta ao argumento. Esse conflito de pensamentos é o fator gerador da principal indagação desta matéria: “Rituais Sagrados: Segredo ou Matéria Popular?”.

Pierre Edouard Leopold Verger, mais conhecido como Pierre Verger, ou ainda, Fatumbi é considerado um dos ícones do candomblé. Também escritor e pesquisador, relatou diversos acontecimentos de respectiva religião, utilizando-se de artifícios artísticos e acadêmicos. Em uma de suas obras, Verger relata sobre os rituais sagrados existentes no candomblé. Relatos estes ricos em detalhes que mostram alguns procedimentos sacros da religião.

Sim! Isso aconteceu no século XX, mas, seria injusto afirmar que ele fez mal.

A realidade do candomblé estudantil é uma: a precariedade dos materiais. Logicamente, não podemos negar que, existem materiais muito bons sobre o candomblé, como Lulla Oliveira (Luiz Carlos de Oxalá – fundador da Leqashy) inclusive de pesquisadores de outros países, como William Bascon.

Verger se manteve como ícone porque ele fez parte da história do candomblé, relatando tanto os procedimentos quanto algumas teorias. Não só literatura, Verger conseguiu com que suas obras virassem documentos, e, não exagerando – históricos, pois, o candomblé é de matriz africana; toda via – religião genuinamente brasileira.

Em nosso diálogo (Brad e Irani) – vimos uma mulher que escreveu em um livreco sobre os rituais da iniciação no candomblé. Não seria tão ruim se ela não mostrasse de cara os procedimentos como se fosse uma “receita de bolo”.

Não! Não é ruim escrever sobre, mas, profanar o que é sacro sim! Isso é mau!

Tivemos ai, mais um exemplo de diferença entre MODERNIDADE X DESRESPEITO.

O candomblé é uma religião – cuja filosofia se mantém profunda graças a certas passagens que se mantém em segredo.

É importante divulgar, estudar, saber? Sim! É muito importante! Nós aconselhamos estudar muito sobre o candomblé, mas, sempre saber separar o que é sacro e o que é profano. Nem tudo pode ser publicado.

Iwa, Abá, Asé!

Brad Pághanni

domingo, 12 de junho de 2011

POR QUE A ENTIDADE NÃO DIZ O NOME?

Bem, o nome da Entidade não é o mais importante no início.
O importante realmente, é o trabalho que a Entidade irá realizar,e não o nome,até por que a Entidade poderá se identificar com o nome que quiser.

O ´medium em desenvolvimento de sua tarefa mediúnica,poderá captar várias Entidades, pois sua "antena" ainda não se encontra bem "ajustada".
Assim, nenhuma Entidade, irá dizer que se apropriou de seu corpo, de forma a não induzir, seu aparelho a canalizar somente sua vibração.
As Entidades são sábias e sabem a importância de todas as vibrações.

No processo inicial do desenvolvimento muitas Entidades de Luz se aproximam do médium ao mesmo tempo,aos pouquinhos o médium aprende a sintonizar cada uma delas, no devido tempo,com paciencia,estudo e dedicação.

Portanto,é natural médiuns novatos incorporarem bem suas Entidades, mas no entanto não saberem seu nome. O fato de dizer o nome da Entidade denota em sinal de avanço no processo de desenvolvimento, devendo ser natural, as coisas devem vir sempre ao seu tempo, sem pressa, não devendo ser antecipado, sobre a pena de atrapalhar todo desenvolvimento.

Nesse caso,a ansiedade,a pressa,e muitas vezes a vontade de se estar pronto para o atendimento,e na maioria das vezes por falhas dos próprios dirigentes,pmds, o médium se acha pronto,coloca sua Entidade acima de outras,que sua Entidade é a melhor,faz melhor,e acontece rápido, é nesse caso que acontece a derrocada do médium,pois a soberba dá início a sua derrota.

Nenhuma folha cai da àrvore sem que seja o momento certo!

Dedique-se,busque conhecimento,procure evoluir cada vez mais,pratique a reforma íntima,tenha comprometimento,amor e humildade para que seu nível eleve-se cada vez mais, e possa ser um trabalhador da ceara de Umbanda com transparencia,honestidade e simplicidade.

Levemos ao mundo inteiro a Bandeira de Oxalá!

Aurea Oliveira

UMBANDA BRANCA? UMBANDA NEGRA?

Existe uma "Umbanda-branca" e outra "Umbanda-negra"?

Não, claro que não, o que existe é apenas uma única Umbanda, que não possui cor: Branca ou negra.

Nós seres Humanos é que possuímos uma essência bipolar.O Homem com sua mente bipolar, que pode ser voltada para o Bem e o mal, não consegue conceber uma religião que cultue somente as Forças ditas do Bem. Desta forma necessita inventar algo que se contraponha ao Bem , isto é o mal e assim surge a idéia de Umbanda-branca, do bem e seu oposto, Umbanda-negra, do mal.

Os "feiticeiros" que não possuindo uma ética , dirigem certas forças para fins duvidosos e nem sempre condizentes com a boa prática religiosa e mágica.

Existem ainda alguns autores que confundem Umbanda-negra, com Quimbanda...outro absurdo!

Devemos nos lembrar que a quimbanda é uma religião que se assemelha em muito aos rituais e prática Xamânticas(trabalhos de cura).Os Xamâs são totalmente voltados para os trabalhos das curas. Esses trabalhos são muito valiosos, visto que trazem benefícios para aqueles que padecem de algum mal ou desequilíbrio energético.

Mas como seres humanos com características bipolares,alguns feiticeiros, de posse desse saber e dessas práticas, dirigiam seus rituais com fins não éticos, o que veio a degenerar todo o ritual Xamâs e fazendo mais uma vez surgir a idéia de uma prática denominada por alguns de "umbanda-negra": que nada tem à haver com nossa querida Umbanda e nem tão pouco com a Quimbanda.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

MEDIUNIDADE E ANSIEDADE

Embora essa questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, aliás como a maioria das questões, explanarei algum pontos que julgo importantes.

Em primeiro lugar é fundamental uma avaliação do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É fundamental que o médium esteja absolutamente certo de que é isso que deseja para si, para sua vida. Que entende a Umbanda como uma forma de evoluir e não de resolver seus problemas.

Em segundo lugar vem a Casa que ele escolhe para realizar esse empreendimento. A Casa deve estar o mais próximo possível do que o médium entende, acredita e deseja para si. É fundamental que seja uma Casa séria e comprometida com a Caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.
As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atingir as diversas aspirações.

O médium deve, portanto, escolher com muito cuidado a Casa que irá tornar sua, pois ela deverá ser o sustentáculo físico, a provedora de oportunidades para a consecução dos objetivos de caridade, fraternidade e evolução, pois o sustentáculo espiritual é a própria Umbanda.

Freqüentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se, estudar… até ter certeza de que ali é o seu lugar.
Cada Casa tem um critério para ingresso na corrente mediúnica, procure saber qual é.
Ao ingressar para corrente, deverá seguir as orientações recebidas pelo dirigente ou pessoas a sua ordem.

Entender que não será apenas umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se sempre segundo as orientações recebidas pelo dirigente. A sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada, deverá lembrar-se que ao apresentar-se como umbandista fora do terreiro, terá a obrigação de honrar esse nome.

Participar de todas a sessões abertas aos médiuns novos, estudar com afinco e buscar sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente evoluir, para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento de entidades e guias que estão num patamar evolutivo muito superior ao nosso.

Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação das entidades. Entregar-se de corpo e alma verdadeiramente. Não sentir medo, não querer correr.
É fundamental lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se adaptando. Não pode haver pressa, pois
“A pressa é inimiga da compreensão“.

Agora, se você deseja saber em quanto tempo você estará incorporando, dando passes e consultas, eu respondo que só dependerá de você, da sua dedicação, empenho e preparo, seguindo sempre as orientações do dirigente da sua Casa, ou seja, da Casa que você escolheu.

LIVRO: Umbanda: Mitos e Realidades

IMPRESSÕES DE UM INICIANTE

Sentados nas fileiras dos consulentes, olhamos para dentro do congá e vemos nestes médiuns a espiritualização que almejamos.

São como que mensageiros, verdadeiros anjos, seres especiais, com uma grande missão: amparar e ajudar a humanidade! Por estar próximo a estes seres humanos diferentes sentimos a grande aura do espírito que se comunica, e um facho da essência de DEUS. Médiuns de UMBANDA e suas entidades, para quem olha de fora são médicos de DEUS, com poder de abrandar nossas dores físicas e curar os males do corpo. São advogados dos CÉUS, com missão de fazer a justiça de que necessitamos. São senhores da MAGIA capazes de transformar pó em ouro, escriturários em doutores, auxiliares em chefes, indiferença em AMOR, ignorância em SABER.

É ISTO MESMO?

Sentado nas fileiras dos consulentes, é isto mesmo!

Após adentrar para a corrente mediúnica observo como os médiuns de UMBANDA são pessoas comuns, com profissões comuns, com vida comum, pensamentos comuns. E em alguns casos me decepciono por que alguns guardam mágoas, são vingativos, fofoqueiros, maledicentes, orgulhosos, vaidosos, e indiferentes ao que acontece no astral. Como entender isto? Em pessoas especiais, médiuns que acoplam em seus corpos seres divinos, como entender que os conselhos, a sabedoria, a determinação e a coragem de seus guias não transformem seus mentais, não toque em seus corações, como entender isto?

Não espere resposta a este conflito nas próximas linhas, pois eu não entendo! Mas, refletindo sobre isto, um destes enviados divinos assopra aos meus ouvidos: Lembra-se do que é merecimento, liberdade de escolha, dívidas passadas, carmas e justiça divina? Lembra-se filho?

Conforme vamos seguindo neste caminho escolhido, o “caminho espiritual”, começamos a entender algumas das máximas Umbandistas de uma maneira intima: umbanda é a escola da vida, acolher a todos e a nenhum virar as costas, aprender com quem saiba mais ensinar a quem saiba menos.

Dentro do terreiro é o melhor lugar para exercitar a tolerância, aceitar as diferenças, propagar o perdão, respeitar os diferentes níveis de cada um, seja social, cultural, moral ou evolutivo. É o lugar certo para se aprender que a justiça divina existe e a esta justiça não se contesta, se aceita, pois desconhecemos os direitos e deveres de cada um perante DEUS.

E justiça não é aquilo que nos favorece, justiça é algo de DEUS para com todos.

O caminho espiritual é um caminho solitário onde alguns são tocados e outros não, mas todos estão no caminho e em algum momento nesta caminhada, em diferentes épocas e estágios, todos deveram ser tocados pelo respeito às diferenças e pela aceitação das mesmas.

Além da resignada lição de todos os dias que a escola da vida nos ensina.

Antonio Biso dos Santos

EMISSÃO DE PENSAMENTOS

Toda mente tem um transmissor incomparável estruturado para emitir ondas longas ou curtas, metragem e microformas, com a sua linguagem específica, de acordo com as necessidades. Mesmo que queiramos, nunca conseguiremos parar de pensar, pois a mente é um dínamo sagrado ligado à suprema inteligência universal, pela qual flui, ininterruptamente, a vontade de Deus.

Procuremos analisar os pensamentos desde os seus princípios mais rudimentares, e notaremos que somente co-participamos, com muita eficiência, na sua engenhosa formação e transmissão de idéias. Contudo, quase somos realistas ao aceitarmos as nossas responsabilidades de ajudar na emissão dos pensamentos em direção aos nossos semelhantes.

Pensar é viver, e viver melhor é pensar conscientemente, fazendo o que nos toca com mais perfeição. A estupenda energia dos pensamentos cria formas admiráveis, alimenta uma gama de coisas sem precedentes, atuando em todas as linhas do metabolismo, harmonizando todos os mundos celulares, se sua formação congênita é o amor e a caridade em suas variadas extensões.

O espírito é o centro energético de atividades imensuráveis, reguladas por leis justas, de modo a manter o corpo na mais perfeita harmonia. Ele emite para suas formas diversas correntes sutis, potencializando todo o agregado do soma, tanto quanto dos corpos de mais alta freqüência vibratória. A projeção é feita pela mente, ante os canais sustentadores da vida. Reflitamos sobre o bem ou o mal que poderemos fazer, no uso daquilo que é mais sagrado na nossa vida - pensar, emitir idéias, e estas se consubstanciarem em valores pelo verbo, e este se identificar pela escrita, onde poderá se transformar em fonte sublimada para a paz da consciência e o bem de todos os semelhantes.

Vigiemos, pois, nossas emissões mentais. Todo esforço neste sentido é louvável, mesmo que não atinjamos totalmente a pureza desejada. Já é um pouco de luz a despontar no coração e na inteligência dos operários do bem, na reconstrução da personalidade envolvida no engano, por influência da ignorância, e para esse trabalho, divino por excelência, não é preciso nos reportarmos à puberdade do espírito, que está perdida na profusão do tempo e do espaço, porque a sua própria razão se esgota, quando tenta perceber a embriologia espiritual de si mesmo.

Avancemos com os conhecimentos que temos em mãos. Eles nos dão, mesmo na sua simplicidade, meios para iniciarmos os primeiros passos na grande escalada infinita da evolução. A mente só cria, igualmente, imagens compatíveis com a sua própria estrutura espiritual, na formação do eu. O Pai não Se esqueceu dos estabilizadores, de modo que as voltagens etéricas surgem no cenário do cérebro, conectadas no volume justo a ser suportado pelo ser pensante. Daí, é que ajustamos essa idéia aos ensinamentos do Evangelho, que comenta, em certo trecho: "Não são colocados fardos pesados em ombros frágeis".

A massa encefálica é o topo da cruz humana, e nela se encrava um astro divino, que se manifesta, em parte, por acanhados sentidos; e as idéias oriundas dessa claridade semeiam vida por toda a lavoura biológica. E essa vida se expressa por escalas infinitas, de acordo com a sua maturidade, que é conhecida pelo que a alma pensa, pelo que faz, pelo que vive.

A nossa mente atinge todo o corpo físico através dos pensamentos, que encontram seus reatores nos variados plexos, para depois acionar as glândulas responsáveis por todo o conjunto orgânico. Se as emissões dos pensamentos forem boas, todo o templo do espírito estará em paz. Se não, sofreremos, hoje ou amanhã, as nefastas conseqüências causadas pelas invigilâncias do inquilino do corpo.

Deveremos dar início, se não temos costume ainda, ao cultivo do amor, da alegria pura, das emoções superiores, da caridade e do perdão, da tolerância e da solidariedade para com todas as criaturas. Essas tentativas, por nós iniciadas, darão ensejo a um bom ambiente para a consciência interna nos ajudar a plasmar, no flóreo clarão divino que entra em nós, idéias de alta elevação espiritual, tornando-nos livres da velha sombra que nos acompanha há milênios, denominada ignorância.

Espírito Miramez

OS ESPÍRITOS RESOLVEM NOSSOS PROBLEMAS?

Muita gente procura o centro espírita em busca de uma conversa direta com os guias espirituais. Talvez acreditem que, se tiverem oportunidade de conversar, chorar suas mágoas e defender suas idéias de auto-piedade, os espíritos se mobilizarão para auxiliá-los e destrinchar suas dificuldades com toda a urgência e facilidade. Meu Deus, como muitos amigos(as) estão equivocados!

Espírito nenhum resolve problemas de ninguém.

Esse definitivamente não é o objetivo nem o papel dos espíritos, meu filho(a). Se porventura você está em busca de uma solução simples e repentina para seus dramas e desafios, saiba que os espíritos desconhecem quimera capaz de cumprir esse intento.
No espiritismo, não se traz o amor de volta; ensina-se a amar mais e valorizar a vida, os sentimentos e as emoções, sem pretender controlar os sentimentos alheios ou transformar o outro em fantoche de nossas emoções desajustadas.

Os espíritos não estão aí para “desmanchar trabalhos” ou feitiçarias; é dever de cada um renovar os próprios pensamentos, procurar auxílio terapêutico para educar as emoções e aprender a viver com maior qualidade.

Até o momento, não encontramos uma varinha mágica ou uma lâmpada maravilhosa com um gênio que possa satisfazer anseios e desejos, resolvendo as questões de meus filhos(as). O máximo que podemos fazer é apontar certos caminhos e incentivar meus filhos(as) a caminhar e desenvolver, seguindo a rota do amor.

Não adianta falar com as entidades e os guias ou procurar o auxílio dos orixás, como muitos acreditam, pois tanto a solução como a gênese de todos os problemas está dentro de você, meu filho. Ao menos no espiritismo, a função dos espíritos é maior do que satisfazer caprichos e necessidades imediatas daqueles que concentram sua visão nas coisas do mundo. Não podemos perder nosso tempo com lamentações intermináveis nem com pranto que não produza renovação. Nosso campo de trabalho é a intimidade do ser humano, e a cientização de sua capacidade de trabalhar e investir no lado bom de todas as coisas. Nada mais.

Tem gente por aí se deixando levar pelas aparências de espiritualidade. A grande multidão ainda não despertou para as verdades espirituais e acha-se com os sentidos embriagados e as crenças arraigadas em formas mesquinhas e irreais de viver a vida espiritual. Persegue soluções que lhe sejam favoráveis, e, em geral, tais soluções dizem respeito a questões emocionais ou materiais que meus filhos(as) não se sentiram capazes de superar.

Ah! Como se enganam quanto à realidade do espírito.

O aprendizado da vida é longo, amplo e exige um esforço mental de tais proporções que não torna fácil romper com os velhos hábitos de barganhas espirituais aprendidos com as religiões do passado.

Fazem-se promessas, cumprem-se rituais na esperança de que os espíritos ou Deus concedam-lhes um favor qualquer em troca de seus esforços externos, que presumem sobrepor-se aos valores internos. Pensamentos assim resultam de uma educação religiosa deficiente e advêm de hábitos seculares que perduram nos dias atuais e carecem de uma análise mais profunda. Os indivíduos que agem com base nessas premissas evitam reconhecer sua responsabilidade nos acontecimentos que os atingem e pensam enganar a Deus com seu jeito leviano e irresponsável de tratar as questões espirituais. Fatalmente se decepcionam ao constatar que aquilo que queriam não se realizou e que as focas sublimes da vida não se dobraram aos seus caprichos pessoais.

Os problemas apresentados pela vida têm endereço certo, e não há como transferi-los para os espíritos resolverem. Se determinada luta ou dificuldade chega até você, compete a você vencê-la. Na sede de se livrar do processo educativo ministrado pela vida, meus filhos(as) esperam que , os espíritos, possam isentá-los de seus desafios. Isso é irreal. Não detém o poder de transferir de endereço a receita de reeducação que vem para cada um. Nenhum espírito minimamente esclarecido poderá prometer esse tipo de coisa sem comprometer o aprendizado individual.

Foram chamados pelo Pai para auxiliar meus filhos(as) apontando o caminho ou a direção mais provável para alcançarem êxito na construção de sua felicidade.

Vejam como exemplo a atuação do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo matando a sede e a fome de multidões, ele não arranjou emprego para ninguém. Curou e restabeleceu a saúde de muitos que nele acreditaram, mas não libertou ninguém das conseqüências de seus atos e escolhas.
Sabendo das dificuldades sociais da época, não tentou resolver questões que somente poderiam ser transpostas com o tempo e o amadurecimento daquele povo. Em momento algum o vimos a prescrever fórmulas para dar fim a desavenças de ordem familiar, socioeconômica nem tampouco emocional, recomendando meios de trazer o marido de volta ou fazer a pessoa amada retornar aos braços de quem deseja. Uma vez que ele é o Senhor de todos os espíritos e não promoveu coisas nesse nível, como podemos nós, seus seguidores, sequer cogitar realizá-las?

O que podemos deduzir das atitudes de Nosso Senhor, meus filhos(as), é que, se ele não se dispôs a realizar tais demandas, que na época certamente existiam, é porque a natureza de seu trabalho era outra. Mesmo debelando os males, prestando o socorro que podia, ele não eximiu a população de enfrentar seus desafios. Quem recebeu o pão voltou a ter fome e inevitavelmente teve de trabalhar para suprir as próprias necessidades; quem foi curado teve de aprender a valorizar a própria vida, pois outras enfermidades viriam mais tarde; quem Jesus ressuscitou dos mortos desencarnou mais adiante.

Em suma, o processo de reeducação a que conduzem os embates da vida é tarefa de cada um. Cristo Nosso Senhor apenas indicou a direção, mas cabe a cada seguidor palmilhar o caminho com suas próprias pernas, avançando com passos seguros e resolutos em seu aprendizado.

Através desse raciocínio, meu filho(a), você poderá compreender a razão pela qual não há proveito em recorrer aos espíritos para livrá-lo do sofrimento ou isentá-lo de dificuldades. Esse é o caminho do crescimento na Terra, e não há como fugir às próprias responsabilidades ou transferir o destino das tribulações.

A dívida acorda sempre com o devedor, não há como se furtar a essa realidade.


Capítulo do livro Pai João, da Casa dos Espíritos Editora.
(livro Alforria reeditado)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ ???

Depois de alguns anos militando na umbanda, comecei a desenvolver um senso critico no diz respeito a minha religião.
Passei a observar as mudanças, as evoluções, os retrocessos, o comportamento, enfim tudo que se refere ao dia a dia da Umbanda.

Uma coisa tem me incomodado muito; a falta de simplicidade que tenho observado nos terreiros. Quando iniciei na Umbanda, pés no chão, uma roupa branca, algumas velas brancas no altar e o terreiro estava pronto para funcionar, as entidades sempre presentes, os consulentes atendidos, os médiuns felizes por estarem ali, enfim uma atmosfera propícia para pratica do bem.

Não existiam cursos como, por exemplo, formação de “sacerdotes” em dois anos, nosso aprendizado era dentro do terreiro, ouvindo o dirigente, as entidades, os mais experientes.

Muitos vão dizer que a evolução é importante e faz parte da vida, concordo, mas penso que deva ser uma evolução inteligente, coerente.
Infelizmente tenho visto muitos que inventam rituais, fundamentos praticas, muitas beirando o absurdo, outros vão buscar em outras religiões, praticas que nada tem haver com a Umbanda, em nome de uma pretensa evolução.

Vejo a subserviência, a idolatria à pessoa do “pai de santo” muito grande, vejo que em muitos casos a espiritualidade fica em segundo plano, hoje Orixá virou sobrenome e até propriedade pessoal, terreiros viraram desfile de moda ou concurso de fantasias.

Aprendi que quando se vai a outro terreiro devemos saber entrar e sair, minha Mão de Santo, nos ensinou que quando visitamos outra casa, salvo se somos convidados pelo chefe do terreiro, somos assistência, e nosso lugar é “na fila do passe” como ela dizia.

O que ocorre hoje é bem diferente, “pais de santo” que se acham no direito de exigir que se dobrem atabaques para ele, que se prestem reverencias, e muitas vezes ainda saem reparando, criticando ou caçoando do trabalho, e por que tudo isto? Justamente pelo fato de que a espiritualidade para eles é apenas um detalhe.

Não sei onde isto vai acabar, espero que acabe antes que a Umbanda acabe...
Amigos longe de mim querer generalizar ou ser o dono da verdade, como disse no inicio, sou apenas um observador do comportamento umbandista.

Ainda bem que temos terreiros que ainda mantêm a essência da Umbanda, onde a palavra de um Preto Velho ou de um Caboclo é ouvida e seguida. Onde o dirigente senta com seus filhos, ouve, explica, não tem vergonha de dizer “não sei, mas vou tentar aprender”.

Este texto nada mais é que um desabafo de um saudosista, que pisou muito em terreiro de chão batido, que limpou muito cinzeiro, que já caiu varias vezes de “bunda” no chão durante o desenvolvimento, que já levou muito “pito” de entidades, que teimou muitas vezes, mas que aprendeu a amar com todas as forças a Umbanda, e que depois de todo este tempo vivenciando a Umbanda tem uma pergunta aos Umbandistas:

POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ ???

Marco Boeing

terça-feira, 24 de maio de 2011

MITOS E REALIDADES PERTINENTES A OBSESSÃO

· Mito:
Minha banda cuida de mim.

Realidade:
é claro que a “sua banda” cuida de você. Mas e você “cuida” da sua língua? Você cuida da sua vida? Você cuida para que seja um bom instrumento de atuação do Astral Superior, ou se enche de vaidade por ser aparelho de tal ou qual guia?
Senhor(a) Médium, a vaidade é porta escancarada para a entrada de espíritos trevosos que visam nos desviar do caminho. Toda atenção é pouca.

· Mito:
Eu faço caridade, participo das sessões, portanto estou livre disso.

Realidade:
participar das sessões, dar passagem para as entidades, guias e protetores nunca foi “fazer caridade”, mas sim oportunidade de aprendizado e crescimento, pois que o maior beneficiado é o próprio médium.

Já tive o desprazer de ouvir médium dizendo que está doando o tempo dele, emprestando o corpo dele para o guia fazer caridade.

Quanta vaidade, empáfia e estupidez! Francamente!

Ainda bem que estou encarnada e sei que muito tenho que aprender ainda, pois se sou guia de trabalho desse médium mandava ele as favas!
Será que ele não vê nunca, não aprende nunca e não sente nunca? Será que está realmente com “guia na cabeça”?
Sinceramente acho que não, pois a bêncão que recebemos ao entrar
em contato com nossos guias e protetores é insubstituível e se renova a cada gira. Esse médium não merece isso, mas principalmente o guia não merece um médium assim!

· Mito:
Se eu estou sofrendo ataque de obsessor é por culpa do terreiro, as defesas da Casa estão fracas.

Realidade:
Isso é passar atestado de incompetência para as suas próprias entidades que fazem parte da egrégora protetora da Casa em que atua como médium. Nós médiuns é que ficamos fracos ao ceder às nossas mazelas, ao ceder a nossa indolência.
Fácil isso, não?
Culpar o outro por uma fraqueza que é exclusivamente sua!
Os protetores e guias estão constantemente nos guardando e protegendo, mas a intensidade dessa energia protetora está diretamente ligada a nossa capacidade de nos mantermos vibracionalmente compatíveis à sua atuação.

· Mito:
Faço todos os preceitos direitinho. Em mim nada pega.

Realidade:
Olha a “onipotência mediúnica”. Médium que pensa assim, geralmente também
não vê “nada demais” em atender em sua própria residência. Acha que meia dúzia de orações, pontos cantados e velas resolvem “qualquer parada”.
Ledo engano. Isso é vaidade,pura vaidade!

· Mito:
O meu terreiro é forte, resolve qualquer parada.

Realidade: Olha a vaidade novamente!
Fácil também jogar para o terreiro e geralmente para o dirigente a responsabilidade total, não?
Além do mais não é função de terreiro nenhum “resolver qualquer parada”.
A força de um terreiro reside principalmente na qualidade dos médiuns que pertencem ao corpo mediúnico.
Isso explica o fato de muitos médiuns quererem fazer parte de um determinado terreiro,entrarem, mas não conseguirem continuar nele.

“Muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos”.

Terreiro bom não é terreiro cheio de médiuns. Terreiro bom é terreiro que tenha bons médiuns, ou seja, médiuns compromissados verdadeiramente com o bem, com a caridade e que buscam constantemente ser um bom canal de comunicação com a espiritualidade superior.

do livro: Umbanda,Mitos e Realidade

FIRMEZA INTERIOR DO MÉDIUM

E qual seria essa firmeza?

A firmeza que me refiro meus filhos é a firmeza interior de cada médium de Umbanda.

Mas como se dá essa firmeza?

Se dá através da humildade, do exercício do amor ao próximo e da caridade prestada sem pedir ou esperar nada em troca.

A firmeza interior trabalhada na humildade permite ao médium o esclarecimento de que ele não sabe tudo, que sempre estará em aprendizado, pois a Espiritualidade por mais que ensine ainda não deu a palavra final.

Dessa forma o médium sempre estará acrescentando ao seu aprendizado
ensinamentos novos, iniciando-se assim para ele sempre novas etapas, que devem ser ultrapassadas com muito respeito, amor, dedicação, renúncia e fé.

A firmeza interior pautada no exercício do amor ao próximo fará o médium se ver novamente no lugar do outro que chega na Casa em busca de ajuda, auxílio, esclarecimento e compreensão como o próprio médium chegou um dia.

A firmeza originada na caridade fará o médium entender que não deve julgar quem quer que seja e que muitas vezes ele sofrerá ingratidão e descrédito por parte de algumas pessoas ao verem seus pedidos negados pelas entidades de Umbanda que não barganham e nem trabalham contra as Leis de Deus.

Se hoje meus filhos já caminharam mais um pouquinho, mais motivos tem para buscar o exercício dessa firmeza interior.

Ser médium dentro do templo é muito fácil! O difícil é colocar-se como médium no dia-a-dia onde a sociedade pede muitas vezes uma postura não tão condizente com os ensinamentos de paz, amor e fraternidade deixados pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.

Lembrem-se filhos de fé, é através de vossas atitudes que o templo do qual você faz parte será representado, é através das vossas condutas que a Umbanda será mostrada a outras pessoas.

Médium, sinônimo de ponte, meio, instrumento. Que o médium de Umbanda seja um instrumento dócil nas mãos de Pai Oxalá para que assim as bênçãos de amor e luz possam se fazer na Terra.

“Glória a Deus nas Alturas!”,
"Paz na Terra aos homens de boa vontade".

do livro:Umbanda Mitos e Realidade

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PEDRAS E CILADAS

A mediunidade, assim como qualquer outro caminho espiritual, é um caminho que deve ser trilhado com passos firmes, discernimento e esforço, para que ele realmente possa ser aproveitado e contribua para o engrandecimento do espírito. Muitas dificuldades assolarão o médium, desde seu desenvolvimento, até o fim de seu mandato mediúnico. Mas não esqueça, que são essas pedras e ciladas, verdadeiros professores da escola física.

A pedra da descrença, que testará sua fé e seu amor dentro do mediunismo. Que te ensinará a não esperar por milagres e fenômenos, mas sim, buscar o desenvolvimento interno, a evolução e melhoramento da consciência dentro dos trabalhos mediúnicos.
Essa pedra que muitos atirarão sobre você, e que fará você desenvolver o sorriso e a paciência verdadeira. Mais do que isso, fará você desenvolver confiança em si mesmo e no seu trabalho, passo primordial para o despertar da fé viva. Apenas com a descrença, aprendemos a confiar. Não mais com a mente, mas ouvindo e vivenciando o coração.

“Acredite em seu coração!
Nesse congá interno;
Jacutá lindo e belo,
As flores dos Orixás desabrocharão...”

A cilada da vaidade, que desmascarará o tolo ego, expondo-o ao ridículo do individualismo. Mediunidade é um trabalho coletivo, uma ação universal, que visa o Todo, nunca o eu. É vencendo a vaidade que o médium dá provas de maturidade dentro das lidas de intercâmbio espiritual. É atravessando esse pântano do orgulho humano, que desenvolvemos a simplicidade, qualidade tão negligenciada em dias de materialismo tão ferrenho, onde mais vale o que se vê e o que se tem, do quê, o que se sente e o que se é.

“Ego, ego, que quer dominar,
Ego bobo, que a realidade gosta de enfeitar.
Nego véio senta no toco,
Pra simplicidade ensinar.”

A pedra da crítica maldosa, que lhe mostrará como nossos olhos devem ser bondosos em relação ao semelhante e como palavras duras, impulsionadas pela imaturidade dos sentimentos, podem gerar grandes tristezas.

São as pedradas críticas que lhes farão compreender o valor do respeito em relação ao semelhante. Tranqüilo, vença essas críticas, não com força bruta, mas com a serenidade de Oxalá. Lembre-se, elas estão aí para te ensinar.

“Limpa os olhos meu filho,
Pra verdade você ver.
Limpa a boca menino,
Pra maldade perecer.”

A cilada do conhecimento, que se é muito bom e pode acabar com a ignorância, não santifica ninguém. Conhecimento não é um fim em si mesmo, mas um pequeno passo para a escola da sabedoria. Quando o conhecimento nos mostra que nada sabemos, faz com que sejamos mais tolerantes com a ignorância alheia e, muito além de ser material teórico, ganha forma prática em nossa vida. Mas, quando a arrogância faz morada nas palavras e a soberba nas posturas diárias, então o conhecimento será um grande empecilho para a realização espiritual.

“Aprender, estudar e conhecer,
Trilhar o caminho com valentia...
Mas afinal, que livro poderá conter,
A divina e verdadeira sabedoria?”

A pedra da ingratidão, que nos ensina o serviço desinteressado em recompensas, o agir pelo bem, puro e simples. A mediunidade é um milagre, uma dádiva amorosa dos Orixás, mas que não premia ninguém. O trabalho mediúnico é abnegação, desprendimento, altruísmo, caridade, mas não é uma cruz a ser carregada, ou uma missão sofrida. O mediunato deve ser cumprido com um sorriso alegre e uma expressão de felicidade no rosto. Ele é uma dádiva. Nada se ganha com ele, mas ele faz um bem danado!
Trabalhar, trabalhar e trabalhar...
Sorrir, sorrir e sorrir...
O que mais você quer?
O que mais a mediunidade pode lhe dar?

A cilada do lobo, disfarçado em pele de cordeiro. A negação da sombra psicológica, com posturas superficiais. O falso pregar, o agir hipócrita e doentio. Lembrem-se: Toda palavra que sair da sua boca, deve ganhar forma em sua vida. Caso contrário ela não tem razão de ser. É uma pérola jogada fora.

“Palavras e palavras...
Todas jogadas ao vento.
Mais vale as ações concretas,
Tomadas no meio do silêncio.”

Muitas outras pedras serão atiradas, ou vocês mesmos atirarão no semelhante. Mas são dessas ações imaturas que nascerá a reflexão séria que leva a maturidade. Não se julgue mal e perdoe seu irmão de jornada. A mão que atira a pedra é a mesma que lhe ensina. Já quando for a sua mão a criminosa, pense por mil vezes a respeito disso. Nesse caso, é o alvo que lhe ensina.

Ciladas, também serão constantes. Algumas tentadoras, outras misteriosas, mas todas perecíveis à luz do coração. Ele é seu guia. Acenda-o e guia-te pelos caminhos tortuoso da Terra. No amparo espiritual estará sua maior força. Confie, ore, vigie e acredite!

Pedras e ciladas não faltarão!
Mas é na dificuldade,
Que aprendemos a ouvir o coração...”

Pai Antônio de Aruanda
– Mensagem recebida por Fernando Sepe
em 22 de novembro de 2006.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O QUE É RELIGIÃO

Houve um tempo em que os descrentes, sem amor a Deus e sem religião, eram raros. Todos eram educados para ver e ouvir as coisas do mundo religioso e a conversa cotidiana confirmava que este é um universo encantado que esconde e revela um poder espiritual.

A exigência de um sentido para a vida trazia às religiões uma certa identidade e lhes dava vida.

Apesar do encanto ter sido quebrado, a religião não desapareceu. Mudou de foco e de moradia. Enquanto no mundo sagrado, a experiência religiosa era parte integrante de cada um, no mundo das ciências fora colocada para fora. No entanto, ela resistiu, surge forte quando se esgotam os recursos diante de um coração arrasado pela dor e insegurança.

A religião surge na vida humana como tentativa de transubstanciar a natureza e dar espaço aos seus desejos em busca dos horizontes. Enquanto o animal é o seu corpo, sempre produzindo a mesma coisa, os homens se recusaram a ser aquilo que o passado lhes propunha. Na sua inquietação e busca, produziram cultura e educaram. Criaram mundos imaginários e passaram de geração em geração através da cultura que se estruturou a partir de seu desejo.

Sendo o desejo sintoma de privação, a cultura cria exatamente o objeto desejado na busca de um mundo que possa ser amado. No entanto, a cultura não é garantia de que o desejo foi alcançado, mas é externalização do desejo em meio à sua ausência. Enquanto o desejo não se realiza, resta cantá-lo, dizê-lo, celebrá-lo.

Nascem então os símbolos, testemunha das coisas ainda ausentes, saudade de coisas que não nasceram, no ponto em que a cultura fracassou, como horizontes direcionadores. Nenhum fato, coisa, ou gesto, entretanto, é encontrado já com as marcas do sagrado. Eles se tornam religiosos quando os homens os batizam como tais. A religião nasce quando os homens dão nomes às coisas, atribuindo-lhes valores e dependurando neles o seu destino. Ela não está preocupada com os fatos, mas com os objetos que a imaginação pode construir em busca do esperado.
As entidades religiosas se identificam com as imaginárias que tornam o mundo humano uma realidade.
A natureza não depende da vontade humana para existir. Mas a cultura é diferente. Tudo que surgiu com a atividade humana (adornos, linguagem, etc) quando o homem desaparecer desaparecerá.

As coisas culturais foram inventadas, no entanto, aparecem aos nossos olhos como se fossem naturais pelo processo de reificação, ou, como prefere Rubem Alves, coisificação.

Isso se aplica de maneira peculiar aos símbolos. De tanto serem repetidos e compartilhados com sucesso nós os reificamos, passamos a tratá-los como se fossem coisas. Os símbolos que se mantêm vitoriosos recebem o nome de verdade, enquanto os derrotados são ridicularizados como superstições ou perseguidos como heresias.

O universo religioso encantado não poderia ser manipulado ou controlado pela burguesia que encontrou na previsibilidade da matemática, instrumento ideal para a construção de um mundo vazio de mistérios e dominado pela razão. O mundo religioso e seus símbolos foram lançados nas chamas.

Alinhada aos interesses da burguesia, a ciência se apresenta vitoriosa.

Determina que o conhecimento só pode ser alcançado através do método científico.

E o discurso religioso? Só pode ser classificado como engodo consciente.

Estabeleceu-se um quadro simbólico no qual não havia lugar para a religião.
Deus ficou confinado aos céus, dividindo-se áreas de influência:
aos comerciantes e políticos foram entregues a terra, os mares, as fábricas e até os corpos das pessoas.

A religião foi aquinhoada com a administração do mundo invisível, o cuidado da salvação, a cura das almas aflitas.

No entanto, os julgamentos de verdade e de falsidade não podem ser aplicados à religião, pois no mundo dos homens podem ser encontrados dois tipos de coisas: as coisas/símbolo, aquelas que significam outras e as coisas que são elas mesmas, não significam outras. Enquanto os símbolos carecem que comprovação as coisas são elas mesmas e não precisam passar pelo crivo de falso ou verdadeiro. A religião se apresenta como coisa e sua realidade não pode ser negada.

As religiões se estabelecem e subsistem a partir da divisão bipartida do universo entre o sagrado e o profano. Sagrado e profano não são propriedades das coisas. Eles se estabelecem pelas atitudes dos homens perante coisas, espaços, tempos, pessoas, ações. Enquanto o mundo profano se resume ao círculo do utilitário, o sagrado avança para o ideal. Se o homem é senhor do mundo utilitário, no sagrado ele é servo. O sagrado é apresentado como centro do mundo, a origem da ordem, a fonte das normas, a garantia da harmonia que se manifesta na e pela sociedade.

A religião como fato social não está completamente à mercê da análise sociológica, pois os sentimentos religiosos se encontram numa esfera de experiência indiferente à análise sociológica, por ser íntima, subjetiva e existencial.

A religião é o clamor daqueles que sofrem e sonham para acalentar a alma, definindo o mundo sagrado como um grito que ecoa a essência humana.

A religião tem um caráter ambivalente:
ela pode prestar a objetivos opostos, tudo dependendo daqueles que manipulam os símbolos sagrados. Ela pode ser usada para iluminar ou para cegar. Mas, na figura dos mártires tem sido expressão das dores e das esperanças dos que não têm poder, apresenta um Deus que é o protesto e o poder dos oprimidos dando o toque e o sentido para a vida, declarando que vale a pena viver.

fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology

MÉDIUM APRESSADO,ERRO GRAVE !

Esta semana vou tratar de um assunto que incomoda a mim e a muitos dirigentes que conheço.

O médium apressado. Você conhece algum?

Eu conheço vários. Vou descrever algumas das atitudes típicas que podem identificá-lo. Vamos lá:

- Chega ao terreiro e, no primeiro dia, quer se tornar intimo dos médiuns e das entidades;

- Se oferece para entrar na gira nesse mesmo dia;

- No segundo trabalho em que participa, está devidamente paramentado e achando tudo lindo e maravilhoso;

- Nesse mesmo trabalho incorpora um caboclo, por exemplo, e já se sente um médium antigo na corrente;
- No terceiro trabalho, passa a “questionar” tudo e todos, atitudes, fundamentos e formas de trabalho;

- No quarto, começa a “criticar” tudo e todos. Já incorpora, no mínimo, quatro entidades que, ao ver dele, são imprescindíveis para o andamento de qualquer terreiro;

- No quinto, passa a indagar sobre quando será feita sua coroa, batismo e, pasmem, quando poderá abrir seu próprio terreiro;

- No sexto, pede afastamento, ou simplesmente vai embora, com a firme convicção de que o dirigente falhou no direcionamento de sua mediunidade.

Você pensa que estou exagerando? Pode acreditar que não.

É exatamente assim que funciona a cabeça desse tipo de médium, que pode até vir a ser um excelente trabalhador da Umbanda, mas está totalmente equivocado quanto a real missão que nos leva frente ao congá.

Esse médium quer apenas a glória efêmera de estar a frente de uma casa comandando a todos, como se isso fosse muito fácil e qualquer um pudesse fazê-lo.

Se você é um desses médiuns, não o estou criticando, estou abrindo seus olhos. Estude, se dedique e entregue-se de coração, e sem pressa, ao chamado mediúnico. Um bom dirigente não se faz apenas com boas entidades, ele necessita de aprimoramento constante e um exercício pleno de incorporações dentro do terreiro. E isso, meu amigo, leva algum tempo.

Ah sim! Já ia esquecendo. Acima de tudo um bom médium deve ter “humildade”.
Entendeu?

Que Oxalá ilumine a todos, dirigentes e médiuns, que, de um lado ou de outro, estejam passando por algo parecido com o que foi tratado aqui! Axé!


Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ERVAS NA UMBANDA

Por quê estudar ervas na Umbanda?

Porque as ervas estão presentes em todas as religiões, dentro de todos os rituais religiosos, desde sempre. E a Umbanda é a religião da natureza. Da natureza elemental e da natureza humana.

As ervas são organismos vivos. Há uma vida espiritual contida em cada erva. Isso é chamado de *Imanescência Divina, o espírito vivo de Deus que anima tudo. Dos elementos da natureza o mais parecido com o da natureza humana é o vegetal, pois ele nasce, cresce, se reproduz e morre. Esse espírito vivo possui características energéticas definidas pela vibração passada aos organismos à sua volta. Essa vibração magnética é polarizada, ou seja, pode ser positiva ou negativa. Então, uma erva é atribuída a um orixá por analogia vibratória. Energia que está presente na vibração do orixá com a energia que está presente na vibração da erva.

Para o uso correto de uma erva é necessário saber: o nome da erva e o verbo atuante. **Verbo é o poder realizador divino, é o poder de transformação, consequentemente é magia. O que movimenta ou ativa o poder realizador é o propósito, a intenção.

Uma mesma erva pode proporcionar mais de um poder realizador. Como exemplo a hortelã que é antigripal, vermífugo, estimulante, refrescante, etc.

Uma mesma erva pode ser atribuída a varios orixás. Não pela sua cor, seu formato ou seu visual, e sim pela vibração. Afinal, os orixás estão ligados entre si.

Pode-se usar ervas frescas ou ervas secas. A erva fresca carrega em si a imanescência divina, o fator vegetal e o fator aquático. A erva seca carrega todos os fatores anteriores e mais ainda o fator concentrador, pois sofre o processo de desidratação. Qual é a melhor?

A melhor é aquela indicada pelo seu guia ou protetor de acordo com a necessidade. Ou ainda, nos dias corridos de hoje, a que está mais fácil de se obter. Também sempre lembrar que a lua influencia na quantidade de água na planta. Em luas cheias e crescente haverá mais água nas folhas, e em luas nova e minguante, nas raizes.

As ervas são classificadas como Quentes ou Agressivas, Mornas ou Equilibradoras e Frias ou Específicas. Isso não é uma classificação de acordo com a temperatura da erva, e sim de acordo com seus fatores.

As ervas quentes ou agressivas carregam o poder de agredir estruturas energéticas negativas. Dissolvem larvas astrais, miasmas e cascões energéticos. São muito usadas pelos exus, pelo campo de ação deles, pois atuam na natureza humana, nas linhas de choque (demandas, magias negativas, projeções mentais, etc.). Seus verbos mais utilizados são: limpar, consumir, purificar, dissolver, descarregar. Exemplos mais comuns de ervas quentes: cacto, urtiga, arruda, guiné, comigo-ninguém-pode.

As ervas mornas ou equilibradores carregam o poder de equilibrar, tornar magneticamente receptivo, adequar o padrão energético para não atrair o semelhante. Reconstitui a aura que pode ter sido “esburacada” por cargas negativas. Seus verbos mais utilizados são: equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar. Exemplos mais comuns das ervas mornas são: hortelã, alevante, sálvia, alfazema, alecrim.

As ervas frias ou específicas tem o seu poder de atuação depois de limpar e de equilibrar. São usadas para mediunidade, para atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc. Exemplos mais comuns de ervas frias são: rosa, anis, jasmim, malva, café, louro, melissa, manjericão.

Observar que uma erva pode ser ao mesmo tempo quente, morna e fria, pois carrega mais de um fator realizador. Os padrões energéticos se complementam, nunca se anulam. Então, por exemplo, pode-se associar o uso de todas elas na preparação de um banho. Neste caso volto a frisar a palavra mágica “intenção”. Sempre colocar intenção no uso de uma erva. E esperar o merecimento...

Quando é falado em erva subentende-se toda a planta: raiz, caule, folhas, frutos e sementes. Existem também as resinas, que são a seiva vegetal endurecida extraídas da casca das árvores, muito usadas em defumações.

Sabendo de tudo isso, estaremos mais qualificados para preparar nossos banhos, para entender o uso de uma defumação, entender o uso das ervas em um amaci, e o uso do fumo pelas entidades na Umbanda.

Simone Omolubá de Iansã

terça-feira, 26 de abril de 2011

INCORPORAR? QUANDO?

Não existe um tempo estimado, varía de médium pra médium.

Cada médium tem seu tempo de desenvolvimento, alguns se desenvolvem em pouco tempo e outros levam muito tempo, podendo levar até anos pra se desenvolver.

Existem médiuns que nascem preparados, outros que precisam ser lapidados, o fato é que não há uma regra, para isso, veja bem levando em conta a pluralidade das existências, um médium que desencarna com bastante idade ,ao reencarnar perdeu suas lembranças mas nunca seu conhecimento.

Cada caso é único e depende de uma série de fatores até que o tal desenvolvimento seja atingido.
O desenvolvimento faz parte da Evolução por isso a cada dia e a cada Gira estamos em desenvolvimento.

Há médiuns que estão há anos dentro de uma casa e não chegaram a ter uma incorporação,nesse caso é necessário que o dirigente procure saber o motivo do médium não ter incorporação,pode ser por sua mediunidade não ser de incorporação,ou até mesmo por que o médium bloqueia a Entidade,talvez por medo,insegurança,não consegue atingir a concentração necessária,ou qualquer outro motivo que possa estar atrapalhando a aproximação da Entidade.

Se faz necessário a dedicação dos PMDS estarem atentos as necessidades de seus médiuns iniciantes, para que possam ter orientações,esclarecimentos, para que venham a desenvolver suas faculdades mediúnicas conforme seu nível evolutivo.

Médium,procure dedicar-se,buscar conhecimento,estudar,desligar-se no momento certo,praticar meditação por alguns momentos,buscando a elevação espiritual,concentrar-se em coisas boas,direcionar seus pensamentos a Deus,a espiritualidade de luz,espíritos evoluídos,pratique isso e com certeza irá ter um resultado excelente.

Procure manter-se o mais equilibrado possível nos dias de trabalhos,o mais puro,abstendo-se de certos alimentos,energia sexual,mantendo seus pensamentos positivos, estar em oração,buscando sempre o auxilio espiritual.

Pratique a reforma íntima!

aurea oliveira

A ÉTICA NA MEDIUNIDADE

O médium como elo de ligação entre o visível e o invisível, deve se preocupar em manter a serenidade mental no seu dia a dia para que pensamentos difusos são sejam cultivados porque promovem uma sintonia com entidades espirituais de baixa estirpe moral.

E como médium devido sua abundante energia é alvo dos mais atrozes ataques provenientes do baxio astral desencarnado e encarnado, ele deve procurar manter um nível de pensamentos salutares procurando seleciona-los em companhia de pessoas de boa índole ( dize-me com quem andas, que eu te direi quem és ! ), para que sua corrente mental o proteja das ações do baixo astral, para que sua boca pronuncie palavras limpas, e para seus ouvidos ouçam palavras harmoniosas porque é de nossa boca que emana aquilo do que nosso coração está cheio.
E nesse ponto salientamos que, é também pela boca que ingerimos os alimentos, logo, esses alimentos também devem ser selecionados para que a harmonia impere em nosso organismo como um todo; Sabemos que a abstenção do consumo de carne vermelha pelos médiuns umbandistas têm que ser controlada porque somos alvos de ataques constantes e necessitamos de um sustentáculo material mais robuscado ( mais proteína ) porém, pensamos que ao menos a carne de porco pode ser suprimida de nossa alimentação com racionalidade.

Irmãos, a alimentação constitue um fator decisivo na atuação mediúnica porque quando ingerimos carne, quando comemos em excesso ou ingerimos álcool, o nosso organismo sofre alterações químicas que além de estimularem o animismo vicioso através da ligação instintiva intensa, ainda promovem uma eliminação via hálito e suor que, pode prejudicar os consulentes em uma consulta mediúnica.

Por todos esses fatores é que ao menos no dia da sessão de caridade, devemos nos abster de carne, de álcool, e até a diminuição do fumo por parte de quem cultiva esse infeliz hábito é aconselhável porque, o fumo carreia toxinas que dificultam a fluência energética no nosso organismo, bem como obscurecem nossa sensibilidade às vibrações superiores emanadas por nosso mentor espiritual.

Muitos devem estar fazendo a observação de que os as entidades de Umbanda utilizam o fumo e o álcool em seus trabalhos porém, ressaltamos que elas utilizam esses elementos justamente como amortecedores de cargas oriundas de baixas vibrações e que quando desencorporam, minimizam a atuação negativa dessas substâncias no corpo físico do médium e isso explica o motivo de muitos médiuns que atuam frequentemente em ambientes hostis com trabalhos pesados, ingerirem álcool (marafo) em quantidade e depois que desencorporam não apresentarem efeitos desse elemento;

Isso quando incorporam de verdade...

O médium no dia que vai atuar mediunicamente ainda deve se abster de sexo para preservar sua vibração original, o que será positivo no contato mediúnico pois, o sexo une dois seres a níveis mais sutis do que o físico...

Outro ponto importante não relativo a sexualidade mas a sexo, é o fato de que no período pré-menstrual e na menopausa, o organismo provocar alterações psíquicas decorrentes da t.p.m. ( tensão pré-menstrual )
ENTRE OUTROS FATORES , portanto, a mulher sofre fortes influências psíquicas regidas pelo ciclo menstrual que, como o ciclo lunar é de 28 dias.
E o fato da mulher ter ciclos negativos como a lua ( cheia e minguante ) é de conhecimento de culturas antigas pois, em tribos indígenas a mulher fica isolada no período menstrual, longe de seus afazeres habituais, e no próprio antigo testamento da Bíblia está escrito:

" Quando uma mulher tiver um fluxo de sangue e que seja fluxo de sangue do seu corpo, permanecerá durante sete dias na impureza de suas regras. ( Levítico 15,19 ) "

" Não te aproximarás de uma mulher, para descobrir a sua nudez, durante a sua impureza das regras. ( Levítico 20,18 ). "

Assim, é justamente por essa inconstância vibratória, que a mulher não pode exercer a função de comando em escolas de iniciação. Queremos deixar claro que não somos machistas e somos avessos ao preconceito, mesmo porque, a evolução psicológica em nossa sociedade não dá espaços para atitudes radicais e preconceituosas, a ponto de hoje entendermos que homem e mulher são igualmente filhos de Deus e cada um em seu caminho pode alcançar sua realização pessoal e transcedental em harmonia com seu par . Mas, como homem e mulher são diferentes a nível físico, emocinal e mental, na Umbanda, a mulher só pode assumir o comando em agrupamentos esotéricos ou terreiros onde não há uma manipulação efetiva da magia , desde que no período menstrual seja substituída por um homem ( sacerdote ).

Enfim, não queremos ser normalistas ou falso-moralistas, queremos expor os fatos à luz da razão com explicações lógicas e plausíveis, para que o médium não venha a prejudicar a si e aos outros.

fonte: mediunidade e umbanda

ADULTÉRIO E FIDELIDADE

qual a posição da Umbanda com relação ao Adultério e ou a fidelidade?

A Umbanda é totalmente contra a promiscuidade sexual, pois a multiplicidade de parceiros, é muito prejudicial a faixa vibratória de qualquer ser humano.Ela praticamente desintegra o campo energético do indivíduo promiscuo, e isso certamente lhe traz danos ao físico.

Para Umbanda qualquer ato de amor, e o ato sexual é visto como um profundo ato de amor, só deve ser praticado, quando ambos parceiros estão de acordo com a pratica.No caso de uma das partes não concordar com o ato, constitui falta gravíssima, pois está indo de encontro à lei do livre-arbítrio.Para nós, umbandistas o livre-arbítrio, é uma lei divina, que deverá ser sempre respeitada.

Para a Umbanda o que une dois seres humanos no casamento ou relação deve ser o Amor, Enquanto este perdurar, há relação.No entanto acabando esse sentimento de amor, a relação tende a ser desfeita, pois não sobreviverá a sua falta. Assim a Umbanda não é diretamente contra o Adultério, mas o é na sua essência, pois é contra a uma relação que se sustenta sem o principal elemento: o Amor.Caso ainda houvesse Amor, a relação se bastaria entre o casal e certamente não haveria necessidade de traição e ou adultério.

fonte:escola de umbanda