(Uma Grande Mironga)
Os astros são constituídos de elementos químicos.
Hoje em dia, a Ciência oficial pode determinar, com precisão, por meio de análise espectral, quais os elementos de que se compõe um astro.
Trata-se de um ramo novo da Química, entrosado com a Astronomia: a Astro-Química.
Cada elemento químico tem sua luz própria, ou, em outros têrmos, emite uma radiação de determinada côr.
Por meio de um instrumento de alta precisão, o espectroscópio, decompõe-se um raio de luz em suas côres constituintes.
Sabe-se, assim, quais os elementos químicos existentes no
astro de onde veio a luz.
Até aí a Ciência oficial, que nos merece o maior respeito, pela influência benéfica que exerce sôbre o progresso da humanidade.
Agora, a Umbanda.
Cada orixá domina um elemento químico, com a sua côr própria.
É a Química Astral, ou a Química no plano espiritual, que nos ensina isso.
Em livro anterior, “Doutrina e Ritual de Umbanda”, já explicamos a função e o significado dos pontos riscados dos orixás. Êsses pontos podem ser riscados com a pemba branca ou da côr correspondente à do orixá.
Os pontos riscados de cada orixá podem ou não se combinar com os de outro, conforme coincida ou não a missão dos respectivos orixás. Se a missão de um não coincidir com a do outro, queimados os pontos riscados, pode se verificar um resultado maléfico.
Suponhamos, por hipótese, que uma pessoa mande fazer um “trabalho” para o mal,utilizando uma falange de espíritos das trevas com a finalidade de provocar doença e desespêro na casa de um inimigo.
Procede-se assim:
- risca-se o ponto de Exu Malê, que é o dono dos espíritos das trevas, atrasados, combinado com o de Omolu, que é o que traz a
doença. Bota-se a pólvora (tuia) nesse ponto riscado, com todos os preparos, num dia indicado pela fase da Lua. Faz-se, assim, um ponto de fogo em intenção aos desejos de quem encomendou o “trabalho”.
Queimado o ponto, forma-se uma falange má no astral, que vai direto à casa do inimigo do consulente.
Os entendidos no assunto, quando, por acaso, sentem cheiro de vela, flôres, charuto,parati, sem que êsses materiais estejam perto, tratam de encruzar a porta e “despachar” para diante o que apareceu.
Ora, as falanges entram e saem por onde entram e saem os sêres humanos.
Assim, se houver no meio da porta ou na cabeceira da cama um copo d´água, as falanges não podem atravessá-lo.
Encruzando a porta, devolve-se as falanges para onde vieram.
Pode acontecer, no entanto, que as falanges não sejam destinadas à pessoa, mas a outrem, mas a precaução é sempre conveniente.
Outro exemplo, para o bem.
Uma pessoa tem de ir a determinado lugar, em missão perigosa, e necessita de proteção espiritual.
Procede-se assim:
- risca-se como acima descrito, o ponto de Ogun Megê com Exu Tirirí, pedindo proteção para a pessoa aludida.
Querendo, porém, que a missão seja mal sucedida, queima-se o ponto de Exu Tirirí com Exu Malê, porque as missões dos dois são diferentes.
Querendo que o indivíduo encontre uma mulher que o prejudique e desencaminhe, risca-se o ponto de Pomba-Gira, Exu malê e Exu Tirirí.
Querendo que os caminhos da pessoa fiquem fechados, que tudo lhes sejadifícil, queima-se o ponto de Exu Tranca-Gira com o do Exu contrário ao que se quer fazer.
Daí as influências benéficas ou maléficas, produzidas pela queima ou uso dos pontos riscados, juntamente com a pólvora.
Há duas espécies de pólvora: puras e temperadas com
pimenta, etc.
Queima-se também pólvora na mão, em intenção a pedido, tudo
acompanhado de palavras mágicas apropriadas.
É claro que a Ciência oficial desconhece ou não toma conhecimento da Química Astral dos umbandistas.
Mas para o crente, o que importa é que seja satisfeito em seus pedidos.
Não se brinca com as fôrças ocultas. Quem não estiver preparado, não se atreva a tentar reproduzir os “trabalhos” que acima descrevemos, em linhas gerais.
Pessoas inexperientes,mas audaciosas, têm se dado mal com a baca-tuia, o trabalho com pólvora.
Explosões e incêndios têm servido de lição a centros sem orientação firme e cuidadosa.
Lembrem-se do ensino da Bíblia:
“quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
O Bem e o Mal têm a mesma fôrça. Mas procuremos fazer sempre o bem, para que acabemos bem.
Todos os verdaderios iniciados de Umbanda são obrigados a conhecer o Bem e o Mal,para que possam se defender.
Há muita gente que deseja seguir o culto com a intenção de fazer o mal. Outros com a intenção de “receber” os orixás.
O que importa todavia, é conhecer as mirongas de Umbanda.
Pode-se ser um grande babalaô sem nunca “receber” os orixás. O que é necessário é conhecer bem as cerimônias do culto. Saber a atuação dos 4 grupos de espíritos elementais da natureza:
do ar, da água, da terra e do fogo.
As falanges respeitam o campo de ação umas das outras, no mar, na terra, no ar, etc.
“Trabalho” depositado no fundo do mar só pode ser desfeito por uma falange que trabalhe também no fundo do mar.
Assim, o fogo destrói tudo o que foi feito em terra, mas não no
mar.
O conhecimento dos segredos da Natureza é a ciência do babalaô. Saber “olhar o invisível” é a sua missão terrena.
do livro: As mirongas de Umbanda
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