quinta-feira, 18 de novembro de 2010

INFÂNCIA E FAMÍLIA NA VISÃO ESPÍRITA

O cuidado com a saúde mental da criança é tão importante quanto o que devemos ter com a saúde física, pois tem por objetivo preparar e proteger o seu espírito para que se desenvolva e se mantenha em condições sadias e normais, nos planos físico e psico-sócio-espiritual.

Um dos princípios da Declaração dos Direitos da Criança, elaborada em Assembléia Geral das Nações Unidas, diz que: “A criança, para o desabrochar harmonioso de sua personalidade, tem necessidade de amor e de compreensão, dispensados principalmente pelos pais, proporcionando-lhe atmosfera de afeição e segurança”.

O Espiritismo vem ampliar essa orientação com numerosos e bem fundamentados argumentos, conscientizando os pais de suas responsabilidades para com os filhos, especialmente na infância e adolescência, pois muitos seres que nascem em determinados lares são criaturas com as quais foram assumidos compromissos reencarnatórios de reajustes ou resgates.

Daí a profunda necessidade de compreensão dos pais de que a proteção à criança não deve ser feita apenas no campo material (saúde, alimentação, educação, vestuário, habitação etc.), mas que, de igual ou maior importância é a orientação moral e espiritual, dando ao menor o apoio afetivo, a confiança, a compreensão e o equilíbrio emocional, baseados na ternura e na firmeza que só podem ser adquiridos pelo desenvolvimento de um dos mais preciosos sentimentos que enobrecem a alma humana: o amor.

Na criança, as doenças do espírito, isto é, as perturbações em seu desenvolvimento espiritual provocam grande variedade de sofrimentos corporais e psíquicos, tanto nela própria quanto em seus pais, por vê-la sofrer. Existe um processo de identificação dos pais com suas crianças, de forma que os mesmos participam de seus êxitos e fracassos, se aquecem aos reflexos de sua glória e se deprimem com suas derrotas. Vivenciam o sofrimento da criança como se fosse o seu próprio.

Assim, são freqüentes as manifestações de angústia, como birra, inapetência, tiques nervosos, agitações, alterações do sono, cólera, desobediência, medo e até distúrbios orgânicos, como cólica, sudorese noturna, vômito, prisão de ventre, diarréia, suores frios e muitos outros. “Os sofrimentos corporais, de origem psicológica, mostram que o espírito e o corpo estão intimamente unidos um ao outro”, diz o prof. Pedro de Alcântara, e, continua, “para bem assistir o corpo, é preciso bem assistir o espírito e vice-versa”.

A criança, de um modo geral, terá maior serenidade e seu desenvolvimento psicológico será tanto mais equilibrado, quanto menos estiver exposta a sofrimentos desnecessários nos seus primeiros anos de vida e quanto mais adequadamente for sendo habituada aos sofrimentos inevitáveis que a vida irá lhe impor.

Entra aqui o desempenho marcante da família, principalmente dos pais, contribuindo com a sua presença carinhosa para combater a angústia de seus filhos, colaborando para a sua higiene mental, tão importante quanto as suas diversas modalidades de higiene física.

Alertando os pais para que protejam a saúde mental da criança, aqui são mencionadas as principais formas de sofrimento a que ela costuma ser submetida, às vezes inadvertidamente por inexperiência de seus progenitores, que são as seguintes:

Desconforto físico

É determinado por fome, frio, febre, calor, sede, dor, excesso ou escassez de roupas, de luz, de ventilação, de umidade, de ruído, vestuários incômodos (apertados, engomados, muito grandes ou muito pequenos), fraldas molhadas trazendo conseqüências psicológicas tanto mais graves, quanto maior for a ausência dos pais e quanto menor o relacionamento entre pais e filhos.

O espírita deve ser alertado em não desviar excessivamente o seu tempo aos serviços profissionais e trabalhos assistenciais de seus núcleos religiosos, faltando à caridade maior, que, mais do que isso, é o seu dever: proporcionar sua presença amiga à companhia de seus filhos, com quem assumiu compromissos anteriores, com grande responsabilidade no trabalho educacional e afetivo.

Sofrimento reencarnatório

Muitos casos de agressividade e desajustes da criança no lar, de distúrbios orgânicos e psicológicos, são reflexos de problemas e desequilíbrios em reencarnações anteriores, que devem ser encarados com paciência e compreensão.

Diz-nos Emmanuel, em Na Era do Espírito, que: “as criaturas que enganamos no terreno afetivo em outras existências, habitualmente retornam até nós como “filhos-problemas”, reclamando-nos carinho e atenção constantes para o reajuste emocional que demandam; frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje, são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração”.

Mais uma vez, notamos que os pais espíritas são freqüentemente advertidos pelos ensinamentos da própria doutrina, pelas entidades espirituais orientadoras, pelas mensagens dos desencarnados sobre o seu dever, às vezes árduo, difícil, repleto de obstáculos e sacrifícios de prestarem assistência espiritual aos seus filhos, evitando-lhes a carência afetiva e procurando compreender seus problemas reencarnatórios. A omissão dos pais nesse sentido origina sofrimentos dolorosos, atuais ou futuros, e esse tempo perdido só poderá ser recuperado através de trabalhos mais penosos e situações mais difíceis que as de agora, pois a infância é tão rápida que, constantemente, observamos lamentações de desperdício de tempo dos pais que deixaram de prestar a seus filhos o auxílio de que necessitavam nos seus primeiros anos de vida.

Aqui repetimos com o Dr. Freitas Nobre, em seu trabalho Problemas de Delinqüência Juvenil, que “é indispensável à criança a assistência e o carinho do adulto, na ocasião em que a sua personalidade se desponta, com suas recordações atávicas e suas reminiscências, as influências do meio familiar e social, num complexo de elementos atuantes sobre a sua personalidade em formação”.

Os desajustamentos na área da sociabilidade observados nos jovens, refletem, geralmente, a inadeqüação dos padrões educativos e afetivos familiares na primeira infância, principalmente, já que a família é a primeira unidade grupal através da qual a criança é submetida a fatores socialmente determinados pelo grupo social, capaz de influenciar na sua conduta dentro desse grupo.

Distúrbios de comportamento

Diz André Luiz, em Conduta Espírita, que “a orientação da criança é a profilaxia do futuro” e que “educar é sublimar a humanidade”.

Mas, como educá-la e orientá-la se as suas reações reflexas ou voluntárias, adquiridas ou não, são, às vezes, tão contraditórias? Alguns autores, pelos estudos da hipnose e mediunidade, psicologia profunda e neurofisiologia admitem que a alma, tal como o átomo, longe de ser uma estrutura simples, é um sistema dinâmico formado por múltiplos elementos, que, por assim dizer, gravitam em torno de um núcleo central. Daí a necessidade da criança ser um contínuo motivo para estudo cuidadoso e adequado, tal como multiplicidade de fenômenos ambientais e reencarnatórios que podem contribuir para alterar a sua conduta normal, levando-a àquilo que chamamos de distúrbios de conduta ou de comportamento.

Entendemos por conduta normal da criança o conjunto de atitudes que correspondam ao seu grau de desenvolvimento, em coerência com suas condições ambientais de vida. Desde que apresente reações de comportamento não compatíveis com seu ambiente social e faixa etária, pode ser incluída entre as crianças que sofrem distúrbios de conduta.

Dentre os distúrbios de conduta originados por reações emotivas aos fatores ambientais, podemos auxiliar muito o restabelecimento do pequeno paciente procurando corrigir-lhe os erros educativos e as perturbações do equilíbrio familiar, proporcionando-lhe melhores condições sócio-econômicas e espirituais, tentando diminuir os traumas psicológicos a que constantemente está submetido. No Espiritismo, com freqüência, somos solicitados a opinar em casos como esses.

Cabe-nos aqui grande responsabilidade de estudo, de trabalho e, além disso, real conscientização do que seja o nosso dever no desempenho eficiente de orientar e encaminhar a criança, à qual estamos ligados na vida presente por fatores reencarnatórios. Faz-se necessário, portanto, diante desses casos, analisar a sua etiologia, (carência afetiva, carência psico-social, carência sensorial), estudar as suas origens, dentro das quais as mais importantes são as seguintes:

Erros Educativos

Podem ser determinados por:

Técnicas alimentares errôneas (excesso de agrados, ruídos e promessas para a criança comer); ameaças com castigos físicos e agressões, uso abusivo de programas excitantes de televisão, educação sexual errônea ou ausente, assim como o excesso de manifestações afetuosas; atendimento incoerente a todos os caprichos da criança ou atenção deficiente às suas necessidades orgânicas e emocionais.

São problemas relativamente fáceis de serem corrigidos, desde que os pais se conscientizem de sua responsabilidade em mudar de atitudes para com os seus filhos. E quem é perfeito, perguntaríamos? Se estamos em um mundo de expiações e provas é para executarmos tentativas de reforma íntima, de mudanças de conduta interior que venham a nos beneficiar e refletir positivamente sobre nossos filhos e sobre todos os que nos cercam.

Perturbações do equilíbrio familiar

Podem ser causadas por:

Excesso de autoridade ou de indulgência; desigualdades no julgamento dos pais das atitudes da criança;

preferência dos pais por determinado filho; humilhação por tentativas frustradas; exigência de perfeccionismo em seus afazeres; hostilidade, rejeição ou superproteção pelos próprios pais ou avós ou quaisquer familiares etc.

A desarmonia conjugal, as discussões freqüentes em presença da criança e a ausência contínua dos pais no lar levam o filho à carência afetiva, que refletirá sobre ele, mais tarde, sob a forma de distúrbios de conduta de maior ou menor gravidade, que podem aparecer a curto ou longo prazo.

A família pode ser vista como um grupo de personalidades interatuantes que se sustentam e alteram através dessas interações. O “clima emocional” ou “tônica emocional” do lar e o modo como os pais aceitam a criança e agem em relação a ela são fundamentais para seu desenvolvimento psíquico.

Muitas vezes, a criança, dentro do lar, assume o papel de “bode expiatório” da família, o que acarreta um prejuízo ou atraso no seu desenvolvimento. É bastante comum as crianças absorverem toda a tensão e conflitos familiares e terminarem manifestando algum distúrbio somático ou de conduta como forma de expressão sintomática da tensão familiar existente. Outras vezes, as crianças são tomadas, pelos pais, como elo de aproximação entre eles ou como peça na concretização de uma separação, nos casos em que os pais não vivenciam uma relação sadia e harmoniosa, o que logicamente também comprometerá o desenvolvimento emocional da criança.

Criança em idade escolar que não freqüenta a escola, não se alimenta e vive em ambiente anti-higiênico; que convive com marginais e viciados; que se vê desprezada ou rejeitada por motivos raciais, sociais e econômicos, revoltando-se contra a sociedade em que vive, torna-se instrumento fácil da delinqüência infanto-juvenil. Aqui, as atividades assistenciais, educacionais, sanitárias e evangelizadoras, desenvolvidas por núcleos civis e religiosos, podem favorecer bastante a recuperação do menor.

Traumas Psicológicos:
Este é também um problema delicado e de difícil solução. É freqüente em filhos de pais separados, de mães solteiras, pais muito enérgicos ou muito condescendentes, pais ou mães viciados e de má conduta.

Esses problemas precisam ser contornados com muita habilidade para que a criança possa minimizar as conseqüências futuras nos distúrbios de conduta. Recomenda-se a terapia familiar (psicológica e religiosa). Incluem-se aqui, ainda, os traumas produzidos por moléstias graves, acidentes, cirurgias, agressões sexuais etc.

Também neste campo, a orientação espírita mostra a razão de ser das ocorrências atuais, o seu correlacionamento com vidas passadas, auxiliando o preparo psicológico da criança para enfrentar os problemas com menos angústia e agressividade; auxilia os pais a abordá-los com maior compreensão e equilíbrio.

Fatores espirituais

Estes fatores acarretam problemas que podem apresentar, entre outros, alguns dos sintomas já referidos. É muito importante que os espíritas sejam orientados sobre esses assuntos para que não venham a atribuir todos os distúrbios de conduta às causas espirituais, principalmente as mediúnicas e obsessivas, confundindo-as com fenômenos de outra natureza, como a das etiologias citadas, prejudicando ou retardando o tratamento psicoterápico indispensável e adequado, que, quando feito inicialmente, tem muito mais possibilidades de ter êxito.

Por: Walter Oliveira Alves-site: Panorama Espírita
A educação, conforme entende o Espiritismo, é a arte de manejar caracteres, é a formação de hábitos, tendo por base a imortalidade da alma e os ensinos morais de Jesus, e essa educação deve fazer a reforma moral do homem, sua auto-educação, trazendo para o mundo um homem novo, consciente dos seus direitos e deveres.

... A criança é o Espírito que retorna, trazendo necessidades individuais e um programa de vida estabelecido durante sua preparação para reencarnar. Essencialmente, podemos afirmar que o Espírito se prepara tendo em vista suas necessidades básicas evolutivas, levando-se em conta:

- Sua bagagem evolutiva conquistada nos milênios anteriores, até o momento presente;
- O potencial futuro, passível de ser desenvolvido na próxima encarnação, a partir das conquistas atuais;
- Da bagagem do passado, destacam-se as qualidades apreciáveis conquistadas pelo Espírito, bem como os defeitos, erros e viciações amealhadas em seu livre-arbítrio.

Todo o seu passado servirá de base para as conquistas futuras. As conquistas anteriores, as tendências nobres, as qualidades superiores, servirão de ponto de partida para novas conquistas no campo intelectual e afetivo.

Temos, pois, na criança, um Espírito que reencarnou com um programa de vida, elaborado no Mundo Espiritual, que prevê as necessidades básicas evolutivas do reencarnante. É fácil perceber que as necessidades variam imensamente de Espírito para Espírito. Cada espírito, pois, renasce no meio mais propício ao seu desenvolvimento interior, com um programa de vida traçado no Mundo Espiritual.

Por mais fundo tenha entrado nos liames da inferioridade, o Espírito recomeçará daí sua escalada evolutiva. A evolução é determinista. Variam as formas e os meios, mas todos os seres, filhos de Deus, evoluem incessantemente, alguns mais rapidamente, outros muito lentamente, conforme o próprio livre-arbítrio, mas todos caminham para frente e para cima, embora possa parecer aos olhos dos menos avisados que a Humanidade possa regredir.

Amigos imaginários melhoram linguagem da criança.
da Reuters, em Wellington (Nova Zelândia)

Pais, não se preocupem: os amigos imaginários são bons para a capacidade linguística de seus filhos, podendo inclusive melhorar seu rendimento escolar, segundo um estudo neozelandês.

Gabriel Trionfi e Elaine Reese, da Universidade de Otago, investigaram a capacidade linguística de 48 meninos e meninas com cinco anos e meio de idade - 23 deles tinham amigos "invisíveis".

Os pesquisadores concluíram que as crianças que brincavam com esses amigos imaginários tinham habilidades narrativas mais avançadas do que as crianças que não mantinham esse tipo de atividade...

"Como a capacidade das crianças para contar histórias é um forte indicador da sua futura capacidade de leitura, essas diferenças podem ter mesmo repercussões positivas para o desempenho acadêmico das crianças", disse Reese em nota divulgada no site da universidade... Embora não houvesse diferenças significativas em termos de vocabulário, as crianças com amigos imaginários contavam com mais qualidade as histórias fictícias e reais.

"O mais importante é que as crianças com amigos imaginários adequavam suas histórias à tarefa. Para as histórias ficcionais, elas incluíam mais diálogos. Para as histórias realistas, elas forneciam mais informações sobre hora e lugar, em comparação com as crianças sem amigos imaginários", explicou Reese.

"Acreditamos que as crianças com amigos imaginários podem estar obtendo uma prática adicional no ato de contar histórias. Primeiro, podem estar criando histórias com seus amigos imaginários. Segundo, como seus amigos são invisíveis, as crianças podem relatar suas aventuras a adultos interessados", acrescentou.

O estudo foi publicado na mais recente edição da revista Child Development. Notícia publicada na Folha Online, em 12 de agosto de 2009.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta:
Um jornal americano publicou uma matéria que aponta que as crianças de até 7 anos de idade evoluem com ajuda de seus amigos e que alguns dos companheiros mais úteis podem ser os imaginários.

A psicologia do desenvolvimento explica que até essa faixa etária as crianças se encontram na fase mágica, da fantasia, é há procedimentos terapêuticos de algumas linhas psicológicas que se utilizam dessa fase para auxiliar a criança a controlar os esfíncteres, a vencer medos, a ganhar auto-estima e a sentir-se cada vez mais segura e confiante.

O percentual dos casos apurados em todo o mundo revela que o fato é mais comum do que se imagina, ou seja, seu número é muito grande. Principalmente, se a criança não dispõe da companhia de outra criança, dentro de casa, que possa trocar com ela sua realidade.

A dúvida que existe em relação a esse assunto é:os amigos, supostamente imaginários, são frutos da imaginação infantil ou seres reais que os adultos não veem, mas que as crianças veem e que com elas conversam como fazem com os amiguinhos encarnados?

À luz do Espiritismo, temos essa realidade vista pelo lado espiritual. A Doutrina Espírita, segundo os ensinamentos de Kardec, vem nos informar sobre esse processo de intercâmbio da vida espiritual para a vida corpórea mediante a faculdade mediúnica, entre outras, a da vidência.

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, nos itens 100 e 190, detalha sobre a vidência mediúnica, que é assunto pacífico no campo da fenomenologia espírita. A existência da mediunidade de vidência, informam os Espíritos, foi a primeira de todas as faculdades dadas ao homem para se corresponder com o mundo invisível. Em todos os tempos e em todos os povos, as crenças religiosas se estabeleceram sobre revelações de visionários ou médiuns videntes.

Essa faculdade permite que alguns espíritos, desencarnados, se permitam ver em estado de vigília, logicamente, com a permissão da espiritualidade superior.

Assim, alguns se deixam ver e outros não, o que não significa que eles não estejam entre nós; ou seja, desencarnados habitualmente estão entre nós.

O codificador reconheceu que a mediunidade de crianças era muito comum e que não deixava de ser um cuidado da Providencia Divina:

“Ao sair da vida espiritual - explicou Kardec -, os guias da criança acabam de a conduzir ao porto de desembarque para o mundo terreno, como vêm buscá-la em seu retorno. A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja transição muito brusca; depois se apagam pouco a pouco, à medida que a criança cresce e pode agir em virtude de seu livre-arbítrio... Então a deixam às suas próprias forças, desaparecendo aos seus olhos, mas sem perdê-la de vista. ” (Cf. Revista Espírita de 1866, pp. 286 e 287.)

Diante de situações em que não saibamos distinguir o que é fase mágica do que é mediunidade, o melhor a fazer é agir com naturalidade, sem levar a criança a um desenvolvimento precoce e nem supor que pelo fato de serem médiuns naturais terão no futuro missões grandiosas, mas, tão somente, tarefas abençoadas no campo da mediunidade com Jesus.

Vejamos o que nos diz O Livro dos Médiuns, cap. XVII, questão 221, item 6:

”Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?
Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobre excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das consequências morais.”

Até os sete anos de idade, o Espírito da criança encontra-se em fase de adaptação para a nova existência e ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica, fato que lhe permite emancipar-se e, eventualmente, ver vultos desencarnados que lhe faz companhia, o que nos permite deduzir que os amigos imaginários das nossas crianças só o são na aparência. Eles não são imaginários, mas, tão somente, invisíveis. Ninguém, pois, se assuste quando vir que seu filho anda a conversar com “amigos” que ele diz ver e que, no entanto, não vemos. * Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

Para complementar na questão da mediunidade na infância diz no Livro dos Médiuns, cap XVIII:

221/7 Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?
"Não; quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo."

221/8 Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade?
"Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo."

É preciso estudar os sentimentos das crianças e tentar perceber o que elas, muitas vezes, precisam nos falar. Muitas crianças tem vontade de falar o vêem, se vêem; o que sentem, mas os pais não as deixam a vontade porque dizem que tudo é fantasia, produto de suas mentes infantis... Na dúvida, melhor escutar primeiro o que a criança tem para falar antes de advertí-la ou criticá-la.

Caso a criança demonstre ter a medunidade, não se apavorem, mediunidade não é defeito e, se caso, a mediunidade não faça parte da crença dos pais, não tratem essas crianças como doentes mentais, emocionais... Trate-as com a dignidade que mereçam... Elevem seus pensamentos a Jesus e peça que Ele interceda por elas para que elas não sofram e as protejam mais do precoceito dos homens do que da inspiração dos espiritos

DIZ KARDEC...
A educação , convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação(...) "(Livro dos Espíritos - Questão 917)

"Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho(...)"(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIV, item 9)

1. Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S.Mateus, cap. V, v. 8.)

2. Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como
seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade,que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” – E,depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, cap. X, v. 13a 16.)

Do livro – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

Todos nós buscamos o aperfeiçoamento espiritual. Diante da bondade Divina, nos é dado a possibilidade de várias reencarnações como oportunidade de aprendizado.

A pureza do coração infantil reflete a humildade e a simplicidade. Por isso Jesus utiliza-se da criança como símbolo da pureza, mostrando assim que o reino dos céus aguarda os virtuosos, puros de coração, ricos de humildade, de caridade, de amor ao próximo.

Olhamos hoje as crianças através de uma nova perspectiva, não mais como seres ingênuos e pobres de conhecimento.

Ao contrário, como seres com uma grande bagagem espiritual em uma nova roupagem terrena, tendo a oportunidade da renovação espiritual pelo adormecimento das paixões inferiores, enquanto crianças. Nesse período elas revelam as suas tendências, mas com muito amor, dedicação e perseverança, podemos auxiliá-las na sua mudança interior através da educação moral.

Esse é o momento de introduzirmos a doutrina espírita, a educação espiritual como proposta da grande renovação das nossas atitudes, educando assim as crianças no verdadeiro caminho que é a evolução espiritual, com isso ajudaremos a própria sociedade na formação de adultos melhores. Saberão administrar os seus conflitos, buscarão o verdadeiro objetivo da vida que são as alegrias futuras fruto do trabalho árduo no caminho do bem, na prática da caridade, do amor ao próximo, da benevolência, do perdão incondicional.

Vale lembrar que Jesus não disse que o reino dos céus pertence às criancinhas, mas sim “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.”

Aquele que se assemelhar a pureza do coração de uma criança, entrará no reino dos céus, pois na verdade terá substituído o orgulho e o egoísmo, pai dos sentimentos inferiores, pelas virtudes enobrecedoras.

A responsabilidade dos pais é grande, corrigir as más tendências das crianças e dos jovens, através do exemplo de uma conduta de vida reta na moral cristã, denota empenho, perseverança e amor.

Conduto nem todos pensam assim, me surpreende os pais abandonarem prematuramente a responsabilidade assumida, deixando os sentimentos nobres da renuncia, da dedicação, da caridade e do amor em segundo plano vencendo assim os gozos terrenos envolvidos pela luxuria da vida moderna.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 58.

SOMOS TODOS APRENDIZES...

Assim como existe analfabetismo no Brasil, há também muitas pessoas, que espiritualmente, estão cursando a Universidade da Vida. São pessoas que não conseguem distinguir o certo do errado, a virtude do vício, o bem do mal, confundindo-se e comprometendo-se com as Leis...É isso, mais ou menos, o que Richard Simonetti diz... é mais...

...É evidente que cada indivíduo atua no meio social conforme o estágio de evoluçãoque lhe é próprio. Se imaturo, ainda que culto e inteligente, terá dificuldade em ajustar-se a padrões de virtude e discernimento.

Importante considerar, entretanto, que estamos na escola terrestre exatamente para superar nossa ingorância espirtual, nosso atraso moral. Desfrutando os benefícios do esquecimento temporário, que nos permite superar as paixões e fixações que precipitaram nossas quedas em vidas anteriores, podemos, desde que convenientemente preparados, operar nosso ajuste às Leis Divinas.

Sobretudo, é possível exercer benéfica influência em favor dos aprendizes que chegam na Terra pela porta da reencarnação...A Doutrina Espiririta explica que o estágio infantil é extremamente favorável a esse processo. Nessa fase o Espirito é muito sensível às impressões que colhe no contato com os adultos. Um trabalho bem feito, uma orientação saudável, um nível de escolaridade, poderá oferecer-lhe preciosa oportunidade de renovação, o que na idade adulta será muito mais difícil em face da milenar tendência humana de acomodamento às próprias mazelas...

... É bastante ilustrativo que nas mocidades espíritas, em instituições bem orientadas, raros jovens viciam-se E isso não é só no meio espírita não, muitos jovens evangélicos, que tem uma orientação bem feita, raramente tem vícios como do cigarro, do álcool ou se metem nas drogas... . Não que sejam submetidos a rigidas disciplinas , a uma proibição rigorosa.

Simplesmente os moços são esclarecidos, durante anos, desde as aulas de envangelização infantil, sobre o problema, preparando-se, inclusive, para enfrentar as pressões do ambiente escolar, dos clubes socias, das reuniões com os amigos, onde o adolescente adere ao vício simplesmente para não se sentir deslocado, diferente, inseguro...

... Daí a importância da iniciação religiosa em bases de escolaridade, desde a mais tenra infância, a fim de que o Espirito que inicia a romagem terrena seja preparado para a observância das Leis Divinas, aproveitando integralmente as oportunidades de edificação da jornada humana e vivenciando corretamente, na Universidade da Vida, os grandes temas morais, sem fazer confusão...

Richard Simonetti
- A Constiutição Divina.

A EDUCAÇÃO DO ESPIRITO

A educação assume caráter da mais alta importância como mola de todo o progresso humano no debaldar do 3º. Milênio. Mas não nos referimos apenas a educação no seu aspecto intelectual, mas a educação que compreende o homem no seu sentido integral, a educação que atinge o sentimento, que eleva, que aprimora, que auxilia a evolução do espírito. A educação por excelência, é a educação que olha o homem como ser integral, como Espírito eterno, criado para a perfeição, e a Educação do Espírito.

Receber o espírito que retorna, auxiliar na sua preparação interior, auxiliar o despertar de qualidades superiores, acordar em seu intimo os compromissos assumidos no Mundo Espiritual, abrir espaço e colaborar na ação deste Espírito para que ele encontre campo propício para a realização de sua tarefa, é trabalho importante (das instituições religiosas), assim como da família que estuda sobre a espiritualidade.

A criança necessita compreender que é um Espírito reencarnado, filho de Deus, que vem evoluindo milênios afora e que seu destino é a perfeição em mundos mais elevados. Necessita compreender as leis divinas que regem todos os seres, a Lei da Causa e do Efeito que rege nossa existência e nos impulsiona a evoluir, as conseqüências morais de todos os seus atos, bem como compreender que trás compromissos assumidos na Espiritualidade e tem tarefas a cumprir no nosso planeta.
A transformação da humanidade é trabalho educativo, como frisou Kardec, em Obras Póstumas:

“É pela educação, mais do que pela instrução, que se transforma a humanidade”.

“A educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar o caráter como se conhece e de manejar a inteligência, poder-se-á endireitá-los, como se endireitam as plantas jovens.”

Essa educação transforma, regenera, equilibra e conduz o desenvolvimento integral do Espírito, é tarefa de educação com Jesus.

extraído da internet

MELHORANDO NOSSOS ATENDIMENTOS

Pequenas sugestões para melhorar nossos atendimentos mediúnicos


Ter a oportunidade de conversar com uma entidade incorporada em um médium comprometido com a espiritualidade é um privilégio para o consulente, para o médium e até mesmo para o próprio guia. Independentemente da condição em que nos encontramos todos, sem exceção, estamos em evolução e o que diferencia a evolução de cada um são nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, enfim, as atitudes e posturas do nosso cotidiano.

Quando vamos ao terreiro sempre vamos em busca de algo e muitas vezes esquecemos que esse algo não vai vir de fora, não vai cair do céu. Com certeza vai depender do nosso merecimento e do nosso trabalho. Outra coisa comum de se esquecer é que nenhuma situação se forma da noite para o dia.

São longos períodos sem ação e sem reflexão que exigem persistência e equilíbrio para superação das condições adversas. Dificilmente uma situação que demorou muito tempo para se formar se resolverá numa única consulta mediúnica.

Dependendo da ótica que você lê esse texto pode ficar a impressão de passividade e de que sempre estamos errados. Que temos que ter paciência, que temos que ser resignados.

Sim, temos que trabalhar tudo isso, mas se você, assim como eu, prefere ter uma atitude mais participativa, mais ativa, podemos pensar em algumas ideias para melhorar nossos atendimentos com os guias espirituais.

Algumas sugestões:

1) Organize seus pensamentos
– Antes mesmo de chegar ao terreiro vá pensando nas suas prioridades. Durante a abertura dos trabalhos concentre-se e reflita (obviamente em silêncio) sobre o que você almeja e o que realmente você foi fazer lá. Na frente do guia sabemos que muitas vezes dá o “branco” e nem sabemos direito o que falar, mas se já é difícil pra gente imagina para o guia entender o que passa dentro da nossa cabeça tendo ainda o médium como intermediário. Não duvido da capacidade da entidade, porém se podemos facilitar pra quê complicar? Uma boa consulta não é aquela que demora horas e sim aquela que é objetiva.

2) Carregue somente sua cruz
– Estamos sempre pensando nos outros, nos nossos familiares, amigos ou mesmo inimigos. Concentre-se em você. Não, isso não é egoísmo, é um caminho para solução dos problemas, primeiro porque você não interfere no livre arbítrio de terceiros e segundo porque é você quem está lá e não os outros. Sei que pode parecer cruel “deixar de pensar nas pessoas” mas não dá para tirar os outros do buraco se você ainda estiver dentro dele. O máximo que vai acontecer é os outros subirem sobre você para tentarem sair do buraco. De forma prática, acenda somente suas velas, prepare somente seus banhos, faça somente suas orações e trabalhe seu íntimo. Nem precisa dizer que trocar informações sobre sua consulta com o próximo é tão idiota quanto usar a receita médica de outro paciente para curar a sua doença. Não sejamos hipócritas, se um quinto das pessoas realmente pensasse e agisse em prol do próximo nossa a sociedade seria outra.

3) Vista-se adequadamente
– Grande parte da população normal usa trajes de acordo com a situação ou ocasião. No matrimônio utilizam-se roupas de casamento, para nadar utilizam-se trajes de banho e é assim para o trabalho, para dormir, para passear no parque ou praticar esportes. Seguindo o mesmo raciocínio seria natural ir ao templo religioso com roupas adequadas para isso, ou seja, claras e sem decotes. Sim, vivemos num país predominantemente tropical e o calor beira ao absurdo, mas nada impede você de levar uma camiseta branca na sua bolsa ou mala e vesti-la instantes antes do atendimento. Não fique preocupado se essa camiseta extra combina com o restante de seu traje, o atendimento é para o espírito e não para a etiqueta da vestimenta. Terreiro não é passarela ou lugar de “azaração”.

4) Não seja curioso
– Durante o atendimento procure prestar o máximo de atenção no que está sendo dito para você. Não tente escutar conversas de outras consultas e nem fique olhando para o que acontece do lado, mesmo que seja um descarrego daqueles “bem barulhentos”. Quanto mais atenção você prestar no guia que está falando com você mais rápida e eficiente será sua consulta, você terá menos dúvidas e, de quebra, você não leva pra casa carga dos outros consulentes devido ao merecimento por ser xereta.

5) Não fique de sacanagem
– se você não puder fazer os banhos, defumações, oferendas e tudo mais, diga logo ao guia. Ele não vai te bater e nem ficar ofendido. Juntos vocês vão buscar outras alternativas viáveis. Agora se você se comprometeu a fazer o que lhe foi proposto então FAÇA e FAÇA DIREITO. Tudo que lhe é passado para fazer em um atendimento tem um propósito, um objetivo e muito provavelmente tem prazo de validade. Não dá para fazer neste carnaval o que foi pedido na Páscoa do ano passado. Ah, e tem outra… não fazer e falar que fez é tão infantil quanto dizer que estudou pra prova e na hora H ganhar aquele zero. Mais cedo ou mais tarde a verdade aparece e quem sofre as maiores consequências é você e as pessoas que gostam realmente de você.

6) Vibre sempre energias positivas
– O número da sua ficha de atendimento é 80 e ainda estão chamando o número 10? Parabéns! Isso significa que você terá mais tempo para refletir e pensar em como melhorar sua vida rezando num templo religioso! Reclamar, ficar levantando para fazer nada, cochichar e falar sobre futilidades é um grande favor que você faz ao baixo astral. Sim, toda energia trabalhada tem que fluir para algum lugar e graças à lei da afinidade você pode entrar no terreiro com um probleminha e sair com 80 novos problemões. Seja esperto, vibre sempre energias positivas, em silêncio e no seu quadrado.

7) Sua consulta terminou?
Vá embora – Encontros sociais, conversas com parentes, discussões sobre política, religião e futebol ou mesmo matar saudade de conhecidos são coisas para serem feitas em lugares mais apropriados como uma lanchonete, um churrasco de domingo ou mesmo lá na padaria ou no café do supermercado 24 horas.
O baixo astral é persistente e age sempre na sutileza, portanto, quanto menos brechas você der melhor será pra você e para os guias que se esforçaram bastante para buscar soluções no seu atendimento. Faça por merecer!

Procure saber mais a respeito – Há quanto tempo você é assistido num terreiro? Muito? Parabéns de novo!

Ou você está com medo de responsabilidade ou então está acomodado demais esperando os “banhos da semana”. Procure cursos, participe dos grupos de estudos, leia um bom livro, vá estudar! Entendendo mais sobre o assunto aumentam as chances de você fazer mais e melhor. Os problemas não vão acabar mas quanto mais desafios você superar nesta vida mais pleno ficará seu espírito e maior será sua contribuição para a evolução dos seres.

9) Contribua materialmente com seu terreiro
– Todo terreiro usa velas, pembas, ervas e artigos de charutaria. Todo estabelecimento consome água e utiliza energia elétrica. Todo local com muita gente precisa ser limpo também na matéria e para isso são utilizados vassouras, panos e produtos de limpeza. O trabalho espiritual acontece num local físico que precisa ser mantido em ordem para a boa continuidade dos trabalhos. Converse com os responsáveis pelo seu terreiro e veja como você pode contribuir mesmo que esporadicamente. Ao ver uma caixa de doações não finja que não viu. Não importa o valor e sim sua boa vontade e compreensão de que o trabalho espiritual é grandioso e deve alcançar seu irmão, o seu próximo.

10) Não visite
– Se você está procurando um terreiro por curiosidade, pra ver como é ou pra ver “se é bom”, por favor, não perca seu tempo. O trabalho espiritual é voltado para quem realmente precisa, tem fé, acredita, trabalha, tem paciência e a compreensão de que tudo que acontece na vida é por puro merecimento. Quer resultados rápidos, amarrações e garantias? Procure por telefones nos postes da sua cidade, com certeza tem alguém vendendo o que você procura … só não vá falar que isso é Umbanda ou trabalho religioso porque respeito é o mínimo que um ser humano deve ter.

11) Confie em você mesmo e tenha fé
– ninguém é obrigado a ficar em um terreiro onde não se sinta bem, mas ficar indo em vários terreiros ao mesmo tempo é igual a iniciar o tratamento de uma doença em diversos médicos simultaneamente: além de gastar tempo e dinheiro seu corpo sofre com medicamentos diferentes. Terreiro não é hotel cuja classificação se faz por estrelas. É preciso ter fé, acreditar, ser racional e paciente, portanto confie na sua escolha, analise e seja crítico consigo mesmo para não perder o seu tempo, o tempo dos médiuns e o tempo dos guias. Ir em 7 terreiros diferentes na mesma semana significa que você, no mínimo, ocupou o lugar de outros 6 irmãos que precisam de consulta. Não seja egoísta.

Precisamos sair da passividade e assumir uma postura mais centrada e inteligente para fazer da nossa Umbanda uma religião de respeito.

Clareza e verdade é bom pra todo mundo e disciplina, ao contrário do que muita gente pensa, não é escravidão, é liberdade!

extraído da internet

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ENSINAMENTO TÂNTRISMO XAMÂNICO

há um ensinamento do tantrismo xamânico em que a mulher praticante,que deseja recuperar sua saúdemjuventude e longevidade deve evitar relações sexuais ditas normais(que a nosso ver,são anormais) onde há derramamento de sêmen em seu útero,pois nesse caso será contaminada pela energia masculina altamente prejudicial para sua capacidade mágica.

os iniciados no tantra afirmam que é por não compreenderem a função mágica e transcedental do seus uteros e por não se absterem da prática comum do sexo,que as mulheres acabam se desequilibrando e sendo submetidas a homens que por elas não tem nenhum respeito.

Porem, algumas poucas mulheres que atualmente experimentam as praticas do tantrismo brasileiro, recuperam a sua Real Hierarquia Espiritual e se tornam novamente reais representantes do Sagrado Feminino.

São essas mulheres e homens transformados que a partir de 2012,iniciarão as mudanças que culminarão por instaurar uma Nova Era sobre a Terra uma era onde o prazer sexual,será visto como um sagrado meio de auto-aperfeiçoamento e evolução espiritual,diferente do que é praticado pela maioria das pessoas hoje.

fonte:
curso circulo sagrado
- o portal da sabedoria esotérica

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Morte do Ego ou do Senso de Auto-importância

O ego, se o compreendermos como o nosso Senso de Auto-importância, não será dissolvido por qualquer uma das técnicas e disciplinas ensinadas pela maioria das escolas espiritualistas. O ego será dissolvido naturalmente quando colocado diante da amplidão cósmica do Universo, quando confrontado com a magnitude do Mistério Onipresente que nos envolve, quando vislumbramos a totalidade do Nagual (As infinitas dimensões ilimitadas do Cosmos).

Vivemos diariamente como que com a cabeça enterrada na areia, presos a nossos papéis de generais, psicólogos, arquitetos, médicos, professores, etc. Esquecendo-se da fragilidade das condições em que vivemos. Nós a raça humana,, em nosso conjunto, em toda a nossa história, somos um pequeno lampejo de vida, que vibra num átimo de tempo, num minúsculo planeta que flutua como um grão de poeira, orbitando uma estrela anã amarela, nosso sol, no qual orbita nosso diminuto sistema planetário, que orbita num dos braços de nossa galáxia que é apenas uma entre as muitas milhões de infinitas galáxias existentes na vastidão do Universo.

Quando confrontados, com as inúmeras possibilidades de um universo multidimensional, onde como dizia o astrônomo Carl Sagan “existem mundos de gelo, estrelas de diamante, átomos tão grandes quanto sóis e universos menores do que átomos”.

O que podemos dizer diante disso tudo, o que podemos afirmar é que estamos diante de um Mistério, a vida, o mundo e o Universo é um mistério magnifico. Diante dessa magnitude de infinita grandeza, só nos resta nos deslumbramos humilde e reverentemente.

Krisnha, Buda, Lao Tsé, Fo-hi, Joshua Ben Pandira (o Jesus Bíblico), Sócrates, Maomé, nos antecederam e o mundo continuou sua marcha. O mundo não muda, não há o que mudar no mundo, ele é perfeito, assim como o Universo e o homem.

O que mantêm o ego inflado é a ignorância. Quanto mais ignorantes, mais condicionados, mais cheios de si e cheios de Senso de Auto-importância somos. Quando obrigado a levantar a cabeça do monturo de preconceitos culturais e modismos sociais em que nos mantemos e colocado diante do Mistério Insondável e Imensurável que nos cerca o ego dissolve-se naturalmente, adquirindo suas reais proporções. As proporções que lhe são adequadas diante de tamanha grandeza.

O Universo é perfeito, o mundo é perfeito, a natureza é perfeita, o homem é perfeito, com todas as suas aparentes imperfeições.

Onde galáxias chocam-se e desaparecem, mundo onde seres inteligentes desenvolveram consciência e através das eras evoluíram e como muitas outras formas de vida deixaram de existir. Diante do Mistério incomensurável do Universo, nesse mundo de infinitas possibilidades, que mal podemos compreender e muito menos julgar através de nossos padrões morais limitados, o que podemos realmente o que podemos mudar, aperfeiçoar, tornar melhor, o que podemos fazer de realmente significativo diante da realidade avassaladoramente misteriosa que nos envolve?

Qualquer coisa que fizermos não será nada comparado a realidade que nos cerca. Assim a conclusão inteligente e lógica é que o que quer que façamos só poderá ser realmente significativo em relação a nós mesmos. Podemos aproveitar as múltiplas possibilidades que a vida nos oferece transformando-nos no que desejarmos, de acordo com o nosso Poder Pessoal. Essa é nossa última e verdadeira liberdade. Considerando isso, podemos compreender o que dizia Carlos Castañeda ao afirmar que; “A tragédia do homem não é sua condição social, mas a falta de vontade para mudar a si mesmo. É muito fácil desenhar revoluções coletivas, mas mudar a si mesmo genuinamente, acabar com a auto-compaixao, apagar o ego, abandonar o ego e nossos hábitos e caprichos... ah, isso é uma outra coisa! Os bruxos dizem que a verdadeira rebeldia e a única saída do ser humano como especie, é fazer uma revolução contra a sua própria estupidez. Como você compreendeu, esta é uma tarefa solitária. O objetivo dos bruxos é a revolução dos bruxos, o despego irrestrito de nossas possibilidades preconceituais. Eu não tenho conhecido alguém mais revolucionário do que meu mestre (Juan Matus). Ele não estava tentando mudar as tortas por pão, não! Ele foi fundo no assunto. Propôs o salto mortal do pensamente para o desconhecido, a libertação de todas as ataduras. E me mostrou que isso é possível!”.

Esse salto não só é possível como é necessário, pois a Terra é só um grande ninho de girinos, que pensam que atingiram o máximo de sua evolução.
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Nós não somos seres da Terra, da terra são os vermes e as minhocas. Nós somos Seres Luminosos e fomos depositados aqui, nesse ninho que chamamos planeta Terra, pelos nossos Ancestrais Divinos, nossos verdadeiros Pais Espirituais.
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Temos que nascer, crescer, transcender a forma humana, que é uma forma "larvática" que ocupamos no momento e retornarmos ao Grande Oceâno Cósmico do Espaço Sideral, nossa verdadeira morada.
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Algo muito semelhante aquelas tartaruguinhas depositadas na praia, que ao nascer e romper a casca tem ainda que cavar metros e metros, tem que cruzar toda a faixa de areia da praia e finalmente chegar ao mar. Só os que sobreviverem a todo o processo, completam o seu ciclo existencial e se tornam adultos, verdadeiros representantes da espécie, a imagem e semelhança de seus pais.
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Muitos porém ficam brincando, se iludem e perdem tempo as margens do oceâno da vida, pensando que o objetivo da vida é acumular dinheiro, objetos e poder e status social. Nosso problema é o mesmo dos demais seres vivos que ignoram como nós, a condição precária de sua atual fase de existência.

O problema não é morrer, o problema é morrer sem nem mesmo ter nascido totalmente, sem ter completado seu ciclo existêncial.
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Conosco, apesar de nos considerarmos diferentes do reino animal, acontece o mesmo. Apesar disso, a maioria prefere perder tempo e se distrair com bobagens, como se diz; "a vida é curta, não pelo tempo que dura, mas pelo pouco que se vive".
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Jamais esqueçam que o verdadeiro ser humano é aquele que vive em função de elevados ideais e por eles pauta sua vida.


-CIRCULO SAGRADO
O PORTAL DA SABEDORIA ESOTÉRICA

AROMAS,FLUIDOS PLASMADOS

Fluidos plasmados pelos espíritos que atingem o plano fisico... Podendo ser decorrentes a manipulações de fluidos e energia do ambiente ou em alguem , que se usou por parte de um espírito , algum tipo de propriedades de certos elementos plasmados, como velas, flores, graos, agua do mar, incensos, fumos ,etc...

Ou tb podem ser meramente plasmados como formas de aviso, de comunicação e resposta a um pedido, qdo há um significado para quem irá sentir o odor. Se um preto velho quer se fazer sentir presente para alguem, pode plasmar odor de café.. já que este é associado a ele.

Qualquer espírito , desde que saiba executar , pode produzir aromas /cheiros/odores aos sentidos de quem quer que seja. Quem os sente não quer dizer que seja dotado de algum tipo de mediunismo, já que é uma manifestação no plano físico, aos narizes de que estiver no ambiente.

Não é apenas reservado a espíritos bons ... mas aos 'pentelhos astralinos " tb podem sabem e produzem qualquer odor que queiram ...

Todavia , alguns odores podem ser naturais (não intencionais), decorrente da aproximação de algum espírito perturbado que esteja num estado mental (perispiritual) desordenado e preso a algum tipo de estado que pra ele, tem conotação física. Entretanto , estes odores são sempre desagradaveis, pois refletem , por ser tb projeções, mesmo que inconsciente , de seu estado mental.

Qdo somente nós sentimos odores é porque são direcionados intencionalmente apenas para nós. Qdo não sentimos , mas outras pessoas do ambiente sentem, pode ser que estejam sendo manipuladas energias do ambiente para o ambiente e naquele momento não estamos com uma sensibilidade maior para captar os odores.

Odores plasmados , assim como imagens plasmadas , estão tanto para o plano físico , como para o etérico. Ou seja, tem propriedades fisicas, elementos fisicos de manipulaçoes e fluidos materiais e eterios. E esta misturas pode tender mais para um , qto pra outro. Podendo ser mais físico ou não.

Um espírito por exemplo, pode plasmar uma imagem que pode ser visivel a qualquer um em um determiando ambiente. Podendo incluvise se tornar momentaneamente tangível. Ou pode tb se fazer visivel , porém de forma , digamos , mais eteria. E pessoas mais sensiveis que podem perceber a aparição. Ou se tb direcionada para uma única pessoa, ou seja, somente ela verá a imagem. Neste último caso, não se utiliza muitas propriedades densas e materiais, podendo inclusive ser uma projeção mental para uma determinada pessoa, sem passar muito pelo plano físico.

Com os odores , é basicamente o mesmo processo.

A manifestação dos espíritos em nosso plano material , pode se dá de diversas formas e não somente através de capacidades mediunicas. E o que tempos atras foi definido como comunicação/manifestação de efeitos físicos ; tais como odores, sons - pancadas e vozes ouvidas, imagens projetadas, transporte de objetos sólidos, entre outros.

Na Umbanda , essas manifestações são reflexões de manipulações fluidicas dos diversos estados de fluidos que co-existem ao nosso redor, e que não percebemos. E este processo tem várias formas e intensidades em sua manipulação. Que muitas vezes é difcil entendermos , pois vivemos e conhecemos outras propriedades ; a densidade de nosso meio material, densa, grosseira e de dificil transmutação por nós , seres encarnados....

o que para nós , parece algo inexplicavel e fantástico, para os espíritos é como transforma açucar em calda derretida...é simples e natural mediante ao estado e o plano no qual se encontram.

Em suma , tantos os odores que sentimos tão comum entre nós umbandistas, dependem de alguns fatores para serem sentidos, tais como: intensidade e intenções , objetivos e direcionamentos diferentes. Daí resulta que uns podem ver e outros não. Uns podem sentir e outros não. Tudo dependerá dos fatores descritos acima. Aí somente quem está produzindo tais manifestações , pode dizer ao certo sobre a mesma; intenção, objetivo e significado.

Não adianta eu perguntar pra alguem :
"senti cheiro de mel, de rosa, de mirra, quer dizer o que ?
Não temos como saber.
Só mesmo quem foi o responsavel por produzir os odores.
Seria igual a eu tentar decifrar um sonho " sonhei com o mar, quer dizer o que ?"
Não temos como saber !

texto tirado da net,autor desconhecido

MÉDIUNS DE SUSTENTAÇÃO

ALGUNS REQUISITOS IMPORTANTES:

RESPONSABILIDADE
Tanto quanto o médium de incorporação, médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fi m de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não. Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos, o cambono médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.

COMPROMISSO COM A CASA,O GRUPO, OS GUIAS ESPIRITUAIS E OS ASSISTIDOS

O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:

• Com a casa que trabalha:
Conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de segui-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.

• Com o grupo de trabalhadores em que atua:
Evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.

• Com os Guias Espirituais:
Lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.

• Com os assistidos:
Encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.

AUSÊNCIA DE PRECONCEITO
O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc. Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.

O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa.

A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados,como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.

Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.

COERÊNCIA:
Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.
Como vemos , as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.

CONCLUSÃO
Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, a Umbanda, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.

Por Pai Juruá - Trechos retirados do livro:
O ABC do Servidor Umbandista - no prelo
Publicado no Jornal de Umbanda Carismática – JUCA edição XXIV

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O AXÉ ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE

Axé é o fluido cósmico universal.

Tudo tem axé:
os minerais, as matas, as folhas, os frutos, a terra, os rios, os mares, o ar, o fogo.

Todos nós, seres vivos, animamos um corpo físico que é energia condensada, e que também pode ser definido como "uma usina de fluido animal" (um tipo específico de axé), pois estamos em constante metabolismo energético para a sustentação biológica da vida, que é amparada por um emaranhado de órgãos, nervos e músculos, os quais liberam, durante o trabalho de quebra de proteína realizado no interior de suas células, uma substância etéreo-física de que os mentores espirituais se utilizam em forma de ectoplasma.

Durante a manifestação mediúnica no terreiro, são liberadas grandes quantidades de ectoplasma, decorrentes do próprio metabolismo orgânico dos médiuns e da multiplicação celular realizada em nível de plasma sanguíneo (na verdade, uma variedade de axé).
Portanto, estamos sempre produzindo novas matrizes celulares, e a cada sete anos, em média, temos um corpo físico "novo". Nossa fisiologia é sensível à produção de um manancial fluídico consistente e necessário, uma espécie de "combustível" indispensável às curas, desmanchos de magias e outras atividades espirituais que ocorrem nas sessões mediúnicas, inclusive as cirurgias astrais.

Essa força fluídica que em tudo está é da natureza universal, independentemente do nome que queiramos designá-la.
Os orientais a definem como prana.

Numa linguagem mais esotérica, é fruto de variações, no plano etéreo-físico, da energia primordial que sustenta o Cosmo, em maior ou menor nível de condensação, para se manifestar no meio materializado afim. Existe uma natural, permanente e constante permuta de axé entre os planos vibratórios e as dimensões.

Liberam axé processos químicos do tipo:
decomposição orgânica, evaporação, volatização e corrosão de certos elementos.

É possível a liberação de axé do plano físico para o éter espiritual intencionalmente, por meio da queima de ervas e macerações, ou nas oferendas rituais com frutas, perfumes, água, bebidas e folhas.

O axé é importantíssimo para a realização de todos os trabalhos mediúnicos.
Na umbanda, o método de movimentação dessa substância difere dos utilizados em outros cultos aos orixás, já que a mediunidade é sua ferramenta propulsora e condutora.

É por meio da força mental do médium, potencializada pelos espíritos-guias, que são feitos os deslocamentos de axé-fluido-energia.

Os elementos materiais também podem ser utilizados, e então funcionam como potentes condensadores energéticos. Mas não são indispensáveis, pois deve prevalecer o mediunismo, e precisam ser encarados como importantes elementos de apoio, sem que deles criemos uma dependência psicológica ritualística

Entendemos que o equilíbrio na movimentação de axé se deve ao fato de que são utilizadas quantidades precisas e necessárias à caridade, não existindo excesso ou carência.
Sejam os fluidos liberados pelos elementos materiais manipulados, ou pelo axé trazido pelos guias das matas e do plano astral, associado ao fornecido pelos médiuns, não há nenhum excesso. Há de se considerar que uma parcela da assistência é doadora natural de axé positivo, o que se dá em virtude da fé, da veneração e da confiança no congá e nos guias espirituais.

Toda a movimentação de axé é potencializada pelos espíritos que atuam na umbanda, falangeiros dos orixás que têm o poder mental para deslocar o axé relacionado com cada orixá e seu sítio vibracional correspondente na natureza. Todos esses procedimentos de atração e movimentação de axé não são baseados em trocas, obrigações, barganhas, "toma lá da cá", e sim na caridade desinteressada.

Falar em movimentação de axé sem citar exu é como andar de sapatos sem solas: um faz parte do outro. É exu, enquanto vibração, que desloca o axé entre os planos vibratórios; ele é o elemento dinâmico de comunicação dos orixás que se expressa quando o canal mediunidade é ativado.

Como o axé é o sustentáculo da prática litúrgica umbandista, precisa ser regularmente realimentado, pois tudo o que entra sai, o que sobe desce, o que abre fecha, o que vitaliza se desvitaliza, para haver um perfeito equilíbrio magístico entre a dimensão concreta (física) e a rarefeita (espiritual).

Sendo assim, mesmo que não manifestado pelo mecanismo da incorporação, pois existem terreiros que não permitem a manifestação dessa vibratória no psiquismo de seus médiuns, exu é o elo de ligação indispensável no ritual de umbanda. Por isso, não é necessário usar o axé do sangue nos trabalhos, hábito atávico que permanece em outros cultos, os quais respeitamos, sem emitir quaisquer julgamentos, pois não somos juízes de nenhuma religião, embora nossa consciência não aceite a prática de tais atos litúrgicos, mesmo com fins "sagrados".

Na umbanda, o aparelho mediúnico é o meio vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé, retro-alimentando-o. Sendo usina viva de protoplasma sanguíneo (ectoplasma específico gerado a partir do citoplasma das células), a cada batida do seu coração a energia vital circula em sua aura, através do corpo etérico, repercutindo em extratos vibratórios nos corpos mais sutis, e volatilizando no plano astral.

Assim, os espíritos mentores, quais pastores de ovelha tosquiando a lã nas quantidades exatas que se renovarão, apóiam-se nos médiuns que fornecem a energia vital indispensável aos trabalhos caritativos.
Entendemos que o amor dos guias espirituais, enviados dos orixás na prática da caridade umbandista, não combina com a imolação de um animal ou o sacrifício de uma vida para elaboração de uma oferenda votiva com a intenção de estabelecer o intercâmbio com o "divino", objetivando uma troca de axé, ou para atender pedidos pessoais acionados por trabalhos pagos.

Existem espíritos mistificadores, muitos dos quais fazendo-se passar por verdadeiros guias da umbanda, que pedem sacrifícios e comidas, a fim de vampirizar esses fluídos. Estes são dignos de amparo e socorro, que é o que fazem as falanges de umbanda.

fonte: livro Umbanda Pé no chão

RESPEITO À DIVERSIDADE

É comum presenciarmos irmãos Umbandistas falando:
– “o meu terreiro pratica a Umbanda Pura”; ou
–“o meu centro pratica a Umbanda esotérica”, ou tantas outros nomes utilizados para diferenciar os diversos rituais existentes dentro do movimento umbandista.

A diversidade presente na Umbanda é fruto de sua proposta universalista. Ela estrutura-se a partir de três pilares principais, os quais sejam a matriz africana, a matriz indígena e a matriz européia, abarcando conceitos e práticas advindos destes e fundindo-os em suas células para formar um ritual próprio.

A maneira com que cada Terreiro/Tenda/Centro organiza esses três pilares básicos é muito particular:
-existem terreiros que pendem para os rituais africanos, praticando o que chamamos Umbanda Traçada, Omolokô, “Umbandomblé?;

-outros pendem para as práticas indígenas, se aproximando muito do Toré, das religiões com forte influência nativa do Norte do Brasil, inclusive em certas ocasiões fazendo-se uso da famosa ayahuasca;

já outros aproximam-se do kardecismo europeu, daí decorrendo boa parte de seus rituais. Há ainda os terreiros que combinam igualmente, duas ou até mesmo as três matrizes.

Ou seja, há “n” formas de se cultuar a Umbanda, partindo apenas desse pressuposto inicial.

Não bastasse toda essa diversidade, ao longo dos anos, devido a própria capacidade receptiva que a Umbanda possui, outros aspectos foram incorporados à ela.

A Umbanda pode ser influenciada pelo Taoísmo, pelo Budismo, pelo Hinduísmo, pela Corrente da Fraternidade Branca, pela Projeciologia, enfim, por uma variada gama de religiões.

Surgem as mais diversas correntes, escolas, doutrinas que explicam a Umbanda de maneira diversa.

A Umbanda não tem um chefe, um líder, que diga como deve ser cultuada; seus líderes são os guias, os espíritos, que cuidam e dirigem nossos terreiros.

Contudo, apesar de ser tão diversa, apesar de ser influenciada por tantos aspectos, a Umbanda, em todas estas vertentes, apresenta características comuns: é a famosa unidade na diversidade.

A essência da Umbanda é a mesma!

Com se diz, “Umbanda é Umbanda”, não importando se é Umbanda Omolokô, Umbanda Branca, Esotérica ou qualquer outra denominação que se der.

Se guiada por espíritos de luz, comprometidos com o Cosmos, se voltada à caridade, se faz bem àqueles que a procuram, se há incorporação de caboclos, pretos-velhos, etc., é Umbanda.

Quem pode dizer que a Umbanda mais ligadas aos cultos de nação não é Umbanda?
Quem pode dizer que a Umbanda mais afim aos preceitos orientais não é Umbanda?

É justamente essa “unidade na diversidade” que vai caracterizar a Umbanda e também nos mostrar que ela é uma religião com características próprias e rituais comuns, a diferenciando de outras religiões.

E qual será o motivo disso tudo? Porque a Umbanda é tão variada?

Bom, isso é uma reposta que somente o Alto e os guias podem nos oferecer. O máximo que podemos fazer são suposições.

Seria talvez para abarcar o maior número de pessoas?
Ou para uma possível unificação de todas as religiões num momento ulterior?

Ainda não sabemos. O que se sabe é que, sendo uma proposta que vem do Alto até nós, deve ser reconhecida e respeitada. E é justamente essa consciência de “respeito” que deve aflorar primeiramente entre nós.

Como queremos codificar a Umbanda se não há ainda o respeito devido entre seus integrantes?
Como queremos codificar a Umbanda se há preconceitos, se há disputas, se há vaidade em seu seio?

Assim procedendo, formular-se-á o Código de UMA Umbanda e não o Código da Umbanda.

Penso que o mais importante a fazer é deixar A Umbanda seguir seus rumos pelos próprios pés; nós fazemos a nossa parte, ajudando os guias, praticando a caridade, aplicando a cada dia uma reforma íntima em nosso corpo e alma, respeitar cada forma de se cultuar nossa religião.

Eles fazem a deles. E se um dia for necessário uma Codificação, que ela parta do Alto e não de Baixo, porque, cá entre nós, “lá em cima” há um pouco mais de Amor e Sabedoria em cada coração umbandista.

Abraços fraternais

Diego Jörgensen
Centro de Umbanda Emissários da Luz – Caboclo Pena Verde
Curitiba/PR

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SABEDORIA DO SILÊNCIO

Fale simplesmente quando for necessário. Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair a palavra pela boca, deixa sair, ao mesmo tempo, parte da sua vitalidade. Desenvolva a arte de falar sem perder a energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe e não utilize em seu vocabulário palavras que projetem imagens negativas, porque isto produzirá ao teu redor tudo o que criou com suas palavras carregadas de Chi (energia criadora).

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor se calar e não dizer nada.

Aprenda a ser como um espelho; observe e reflita a energia.

Se você se identifica com o fracasso, terá fracasso. Se você se identifica com o êxito, terá êxito. Assim podemos observar que as circunstâncias que vivemos são, simplesmente, manifestações externas do conteúdo de nossa conversa interna.

Não se dê muita importância. Seja humilde, porque quanto mais se mostrar superior, inteligente e prepotente, mais se tornará prisioneiro de sua própria imagem, e viverá num mundo de tensões e ilusões.

Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta maneira você se libera da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente.

Ajude os outros perceberem suas qualidades, suas virtudes e a brilhar.

Não entre em competição com os demais; torne-se como a terra que nos nutre, que nos dá o necessário. O espírito competitivo faz com que o ego cresça, nos separa e cria conflitos, inevitavelmente.

Tenha confiança em si mesmo, preserve sua paz interna evitando entrar em provocações e nas trapaças dos outros.

Não se comprometa facilmente. Se agir de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação, vai acabar criando complicações.
Tome um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta a ti, e só então tome uma decisão. Assim desenvolverás a confiança em ti mesmo e a sabedoria.

Se realmente há algo que não sabe, ou não tenha a resposta a uma pergunta que tenham feito, aceite o fato.

O fato de não saber é muito incômodo para o ego porque ele gosta de saber tudo, sempre ter razão e sempre dar sua opinião muito pessoal.

Evite o hábito de julgar e criticar as pessoas. Cada vez que você julga alguém, a única coisa que faz é expressar sua opinião, e isso é uma perda de energia, é puro barulho.

Julgar, é uma maneira de esconder suas próprias fraquezas.O sábio a tudo tolera, sem dizer uma palavra.

Recorde que tudo que te incomoda nos outros é uma projeção de tudo que não venceu em si mesmo.Deixe que cada um resolva seus problemas e concentre sua energia em sua própria vida.

Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando você tenta se defender, na realidade está dando demasiada importância às palavras dos outros, dando mais força à agressão deles.

Pratique a arte do não falar. Tome um dia da semana para abster-se de falar. Ou, pelo menos, algumas horas no dia, segundo permitir a sua organização pessoal.

Graças a essa força, atrairá para si tudo que necessita para sua própria realização e completa liberação.

Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre. O poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio.

Se teu ego se impõe e abusa desse poder, o mesmo poder se converterá em um veneno, e todo seu ser se envenenará rapidamente.

Respeite a vida dos demais e de tudo que existe no mundo.

Não force, manipule ou controle o próximo.

Converta-se em seu próprio Mestre e deixe os demais serem o que são, ou o que têm a capacidade de ser.

Dizendo em outras palavras, viva seguindo a vida sagrada do TAO.

(Texto Taoísta)

São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar
e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio .

(Florian Bernard).

domingo, 24 de outubro de 2010

O VALOR DA CARIDADE

Que valor devemos dar a caridade?

“O encanto de um homem é a sua caridade” (Provérbios 19:22).Toda forma de caridade é bem vinda. A caridade ajuda o ser humano a enxergar mais cuidadosamente seus semelhantes, e a deslocar um pouco o foco exclusivo dos seus interesses para interesses mais coletivos.

Quando a sociedade humana evoluir da competitividade para o cooperativismo, ela subirá um degrau na escala dos mundos. O interesse coletivo deve sempre sobressair perante o interesse individual.
A caridade nos torna partífices e coadjuvantes da humanidade como um todo. Além disso, há um ensinamento com base numa lei natural que afirma que “Tudo aquilo que damos ao outro, retorna invariavelmente para nós.

Quanto mais damos amor, mais amor retorna para nós; quanto mais nos doamos ao outro, mais outros se doarão para nós; quanto mais vibramos o bem para o mundo, mais receberemos vibrações de bem”.

A caridade tem a capacidade de aumentar de tamanho na medida em que nós a dividimos. O conhecimento, que também é uma forma de caridade, também funciona assim. Quanto mais conhecimento transmitimos, mais ele aumenta.

O amor também é assim:
quanto mais amor irradiamos, mais ele aumenta.

O superior nunca se perde quando é dividido; o inferior, como os bens materiais, sempre que são passados a outrem, alguem os perde.

Imagine que você tem 10 pães e deu 5, só lhe restarão 5 pães. Mas se você tem amor e o irradia para os outros, mais amor brilha em você.

Tal como o amor, a caridade, e benevolência, a tolerância, a compaixão, as virtudes, quanto mais nós as transmitidos, mais elas aumentam dentro de nós. Visualize o amor como a chama de uma vela.

Quando a chama da vela acende outras velas, seu brilho não se perde. Mas a chama do amor se intensifica quando o amor é passado.
Se pudéssemos entrever a aura de uma pessoa que dá amor, ao observar seu brilho, veríamos que seu amor aumenta quando ele é transferido.

Escolha sempre dar daquilo que, quando concedido, aumenta de tamanho e de intensidade.

Que pensar de pessoas que ficam anos e anos prestando caridade à sua comunidade e continuam com suas vidas travadas e sem boas condições financeiras?

Em primeiro lugar, ninguém deve realizar trabalhos humanitários esperando receber algo em troca. Quando nossa intenção é pessoal, nosso mérito é extremamente reduzido.

Uma pessoa que ajuda o outro para cumprir uma obrigação ditada num preceito religioso, ou para ser admirada pelos outros, ou para fugir do “inferno”, ou mesmo com o único propósito de dissolver seu karma, a caridade não tem o mesmo valor.

O contexto favorável ou desfavorável de vida depende de nosso karma passado e dos desafios que devemos enfrentar dentro do nosso plano de vida.

Quando uma pessoa passa anos e anos dedicando-se ao trabalho da dádiva em sua comunidade, ela pode estar precisando reparar erros de vidas passadas até compensar o mal que tenha realizado. Sua recompensa será a tranqüilidade em sua vida interior.
Mas no caso dela não se importar consigo mesma e manter uma fé inquebrantável na prática da doação e superar as provações da vida, sua recompensa virá logo.
Porém, aquele que faz esperando essa recompensa não a receberá; aquele que faz sem qualquer expectativa pessoal e sem desejos, será o senhor de sua existência e tudo terá. Nosso ego desejante nunca se sacia completamente; se Deus o concede algo, ele não estará satisfeito e amanhã ele vai querer mais e mais. Diz Jesus:
-“Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4: 13-14). Quem tudo deseja, nada possuirá; quem nada deseja, tudo conquistará.

Essa é uma lei atemporal que sempre se concretiza na vida humana.

É preciso compreender que as condições precárias vividas por pessoas que fazem caridade são, na maioria das vezes, um teste de fé daqueles que realizam boas ações.

Somente aqueles que praticam a caridade esperando algo em troca é que não são bem sucedidos nessa empreitada.

“O ódio desperta rixas, a caridade, porém, supre todas as faltas” (pr 10:12)

(Hugo Lapa

sábado, 23 de outubro de 2010

VIBRAR EM OUTRA FREQUÊNCIA

O maior desafio de um ser humano não é encontrar o seu caminho. É saber trilhar o que escolheu de melhor para si. As dificuldades em cima de hábitos e vícios são os fatores determinantes para que se consiga superar o nosso maior inimigo: nós mesmos.

Tenho, além de mim, acompanhado algumas pessoas que travam verdadeiras batalhas com o seu eu interior na busca de uma vida melhor, mais regrada e, consequentemente, mais feliz e profícua.

Há uma estreita relação entre desistência, cansaço, justificativa e explicações sobre os insucessos. É muito mais fácil jogar a culpa nos outros do tipo: Deus quis assim... Esta argumentação é terrível porque fornece explicações categóricas para um caminho sem qualquer possibilidade de contestação, de argumentar em favor dos mais fracos.

É pior ainda para os excessivamente religiosos.

Na realidade, todos deveríamos prestar atenção nisso: Vibrar em Outra Frequência e na necessidade que temos de nos tornarmos os senhores de nosso Destino. Vibrar em outra frequência significa evoluir na busca de entendimento e no despertar de nosso deus interior. Este deus é a força máxima que nos impulsiona e não é aquele que foi criado pelas religiões no sentido de amedrontar, sendo o que julga, que castiga, que é poderoso...

Mas me refiro ao encontro com o seu deus, que obriga você a ser diferente e melhor a cada novo segundo de sua vida.


Uma das pessoas que acompanho à distância, em sua evolução, travou uma ferrenha batalha consigo mesma e com o meio em que vive. Durante esta batalha, chegou até ela um @ com a citação abaixo:

"A força que domina - dentro de você se esconde uma grande força de ânimo e uma grande potência física. Ainda que não sempre consiga percebê-las, essas potencialidades são presentes e você deve apenas aprender a cultivá-las e discipliná-las. Este é o momento certo para usar o que está dentro de si e que você não sabe possuir".

Ela me acionou, mais tarde, igualmente por @ dizendo:

Amigo, olha a mensagem que recebi para este dia. Incrível não, o que desconheço de mim mesma??

Respondi: Querida, concordo com isso e acrescento. Imagine uma pessoa acordando
pela manhã, depois de um sono agitado, cheio de pesadelos e de situações irreais. Ela sofreu durante o sono. Brigou, batalhou, se desgastou e quando tudo parecia perdido ACORDOU. Doou cor à sua vida pelo despertar... Quando se viu na nova realidade percebeu que tudo era fruto de sua mente...

Isso aconteceu com você. O segredo é vigiar os tropeços que fatalmente virão. Querer mudar é importantíssimo, mas exige fé, disciplina, controle emocional e DETERMINAÇÃO. Analisando você à distância encontro tudo isso em seu interior... Só que desfocado. Ajude-se.

Tirar o cachimbo de um fumante não remonta o beiço de imediato. O vício se foi, mas o hábito pode continuar e o beiço fica caído por um tempo. Tens duas coisas a vencer: O hábito de ser quem você não gosta e o vício de contrariar a sua pessoa naquilo que você quer ser...

A nova alma, a guerreira controlada. Torço por você. NAM-MYOHÓ-RENGUE- KYÓ... Beijo na alma.


Quando terminei de responder o e-mail e o enviei senti uma forte determinação de trocar esta informação com vocês e acrescentar...

A maioria das pessoas não muda por algumas razões:

a. É mais fácil desistir. Para isso o esforço é nulo.

b. Mau planejamento do que deve ser feito pela pessoa. Só querer mudar é muito pouco. É preciso exercitar o COMO MUDAR.

c. Não entender que para mudar eu preciso absolutamente trocar valores em minha vida; os antigos me acompanham até o dia presente, mas não servem. Não há como vibrar em outra frequência conservando as coisas antigas exatamente como são.

d. Insistência dos familiares perguntando o que foi que aconteceu contigo. Eles esquecem de perguntar se estamos mais felizes ou não com a nova postura.

e. Sair da zona de conforto exige determinação acima de qualquer coisa.

f. Entender perfeitamente a diferença entre hábito e vício. Muitas pessoas não conseguem deixar o vicio de fumar porque esquecem de combater o hábito. Muitas pessoas não conseguem mudar o hábito de vida porque esquecem de controlar seus vícios.

Enfim, vibrar em uma nova frequência não é tão fácil como parece, mas é enormemente gratificante.

A maior dica é esta: Não se preocupe com o que as pessoas pensam de você. Se preocupe com o que você acha de suas atitudes. O que os outros pensam de você é problema deles... mas, o que você pensa de suas atitudes é o que vai fazer a diferença em sua vida.

Mudar, vibrar em outra frequência é o que mais queremos, mas uma coisa é básica: primeiro temos que abandonar o que somos... abandonar o que queriam que fôssemos e não gostamos.


Sei que nos veremos.
Beijo na alma
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Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.
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fonte: Comunidade Umbanda Sem Medo
postado por:Ana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MENSAGEM DE EXU

“Muitos dizem para nossos cavalos que Exú precisa de “um agrado” para que
possa ajudar e dar caminho material.

Porque não perguntam a nós, quando estamos incorporados em nossos cavalos?

Como, esses que fazem tal afirmação,podem saber o que quer ou precisa a entidade do seu irmão de terreiro?

Nós é que falamos aos nossos cavalos o que precisamos e o que não
precisamos pois esse é um trabalho entre médium e entidade.
Procuramos nossa evolução para alcançarmos a luz maior e para isso precisamos cumprir nossa tarefa no astral e em terra ,quando trabalhamos com nossos escolhidos.

Permitam, chefes de terreiro, zeladores, comandantes que façamos o que nos
foi incumbido mas para que isso aconteça precisamos de médiuns sérios, que
nos respeitem e nos deixem trabalhar dentro das leis que regem a Umbanda.

Precisamos de médiuns inteiros, que não nos usem para falar coisas sem
fundamentos ou fiquem a devanear em nome de Exú. Cavalos, aquietem seus
corpos e suas mentes para que possamos, por seu intermédio, passar as
mensagens e assim realizar nosso verdadeiro trabalho dentro da Umbanda.

Não se preocupem com nomes, que tipo de marafo ou roupa iremos usar pois isso acontecerá dentro do tempo correto, mas lembrem-se de sentir no âmago de seus corações a vibração que emitimos pois se não souberem a diferença
vibratória entre um Exú da lei de Umbanda e um Kiumba, se fazendo passar por um, então ainda não estão preparados para o real e verdadeiro trabalho.”

Um Exú trabalhando para alcançar a luz maior

SEM ERVAS NÃO HÁ AXÉ

Sem erva não tem Axé. Se a mata possui uma alma além do mistério esta é a folha, que a mantém viva pela respiração, que a caracteriza pela cor e aparência, que sombreia seu solo permitindo, através do frescor, a propensão à semeadura. “Kosi Ewe, kosi Orisa”, diz um velho provérbio nagô: “sem folha não há Orixá”, que pode ser traduzida por “não se pode cultuar orixás sem usar as folhas”, define bem o papel das plantas nos ritos.
O termo folha (Ewe) tem aqui um duplo sentido, o literal, que se refere àquela parte dos vegetais que todos nós conhecemos, e o figurado, que se refere aos mistérios e encantamentos mais íntimos dos Orixás.

Mas o que isto tem a ver com o Orixá? É que o culto aos deuses nagôs se ergue a partir de três Ewes: o conhecimento, o trabalho e o prazer, um amálgama de concentração e descontração passível apenas de ser vivido, jamais de ser entendido em sua largueza e profundidade.

O Ewe do conhecimento é aquele que manipula os vegetais, conhece suas propriedades e as reações que produzem quando se juntam, é também aquele que conhece os encantamentos, sem os quais as energias, para além da química, não se desprendem dos vegetais. O Ewe do trabalho é aquele que, na disciplina e aparente banalidade do cotidiano da comunidade de terreiro, vai “catando as folhas” lançadas aqui e ali, pela observação silenciosa e astuciosa, com as quais vai construindo seu próprio conhecimento; sem o mínimo de “folhas” necessárias não se caminha sozinho. Só se dá “folha” a quem é digno e sabe guardar, a quem trabalha, a quem é presente. Só cata “folha” quem tem a sagacidade de entender a linguagem dos olhares.

O Ewe do prazer é aquele que produz boa comida, boa conversa, boa música e boa dança, todas quatro povoadas de folhas e “folhas” para quem tem olhos de ver. O Orixá só vive se for alimentado, só agradece pela comunhão, só se mostra pela dança, só se apresenta pela alegria da música e só fala por Ewe. Sem Ewe não se entende os Orixás.

NÃO EXISTE ORISÁ SEM FORÇA DA NATUREZA.

Falar das folhas no culto afro-brasileiro é muito complexo, pois nas diversas nações que existem dentro do culto, as folhas recebem nomes e funções diferentes.

As folhas de determinado orixá entram também no culto de outro, pois existem combinações de folhas de um orixá para o outro.

A nomenclatura das folhas, tanto em português quanto em yorubá, varia muito, mas vamos destacar os nomes mais populares.

Os pajés utilizavam ervas medicinais e rezas para afastar maus espíritos, esta prática tornou-se cada vez mais usual, porém com o aumento da população, os Portugueses começaram a enviar mais missionários e médicos para interromper estas práticas, e a população começou a procurar os pajés em menor freqüência e as escondidas. Muitas mulheres desta época se interessaram pelas ervas medicinais que os pajés utilizavam, e por não conhecer as rezas que eles faziam misturavam rezas de santos Católicos com estas ervas criando-se assim as famosas rezadeiras e curandeiras do Brasil.

Por isso que a influência indígena é tão forte na Umbanda, com seus Caboclos, entidades representantes destes índios que aqui estavam quando os colonizadores chegaram.

Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de Axé.

Temos que ter muita consciência de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da erva em contato com nosso corpo, quando a colhemos.

Porém folha é para trazer energias boas e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa.

As plantas são usadas para lavar e sacralizar os objetos rituais, para purificar a cabeça e o corpo dos sacerdotes nas etapas iniciáticas, para curar as doenças e afastar males de todas as origens.

Mas a folha ritual não é simplesmente a que está na natureza, mas aquela que sofre o poder transformador operado pela intervenção de Ossãe, cujas rezas e encantamentos proferidos pelo devoto propiciam a liberação do axé nelas contido.

Há algumas décadas a floresta fazia parte do cenário e as folhas estavam todas disponíveis para colheita e sacralização.

Com a urbanização, o mato rareou nas cidades, obrigando os devotos a manter pequenos jardins e hortas para o cultivo das ervas sagradas ou então se deslocar para sítios afastados, onde as plantas podem crescer livremente.

Com o passar do tempo, novas especializações foram surgindo no âmbito da religião e hoje as plantas rituais podem ser adquiridas em feiras comuns de abastecimento e nos estabelecimentos que comercializam material de culto. Exemplo maior, no Mercadão de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, pródigo na oferta de objetos rituais, vestimentas e ingredientes para o culto dos orixás, mais de vinte estabelecimentos vendem, exclusivamente, toda e qualquer folha necessária aos ritos. Bem longe da natureza.

O elemento vegetal é muito importante para a manutenção e equilíbrio dos seres vivos. Através de processos variados os vegetais retiram o Prana da natureza, seja através do Sol, da Lua, dos planetas, da terra, da água, etc. São, portanto, grandes reservas de éter vital e que através dos tempos, o ser humano, descobriu estas propriedades. Usamos os vegetais, desde a alimentação até a magia, sempre transformando a energia vital, através de processos e rituais.

EFEITO DA LUA: Os vegetais são diretamente influenciados pela natureza.

A lua e o sol são os astros que muito influenciam a absorção do Prana e devemos conhecer estas influências. Dentre as quatro fases lunares, que tem duração de sete dias cada, temos duas fases que chamamos de quinzena positiva, propícia para a colheita de ervas para rituais diversos na Umbanda (banhos, defumações, etc.) e nas outras duas temos a quinzena negativa, pois a concentração de éter, nas folhas, frutos e flores, é muito baixa.

Os vegetais são de maneira geral, condensadores das energias solares e cósmicas.

Há ervas que recebem influxos mais diretos de certos planetas ou luminares, sendo, portanto, ervas particulares desses planetas Os corpos celestes são a concretização de certas Linhas de Forças de um determinado Orixá, assim, por extensão, temos ervas de determinado Orixá.

Lua Nova:

Esta fase lunar caracteriza-se pela “ausência” da lua. É a primeira fase da quinzena positiva, pois o éter vital concentra-se na parte superior do vegetal, isto é, nas folhas, frutos, flores e caules superiores. Assim, é uma das fases propícias para a colheita de elementos vegetais.

Lua Crescente:

É a fase complementar, ou segunda fase da quinzena positiva. O éter vital, ou corrente Prânica, ainda está nas folhas, flores e frutos. Está se dirigindo das extremidades das plantas para o seu centro.

Lua Cheia:

É a fase que está na quinzena negativa, não sendo o melhor ciclo para a colheita de ervas, para efeitos ritualísticos, pois o Prana ou éter vital está no caule principal e dirige-se às raízes, para completar o ciclo.

Lua Minguante:

Nesta fase lunar, o Prana concentra-se na raiz, vitalizando-a, permitindo que ela extraia os nutrientes necessários do solo. Não é uma fase propícia para a colheita de ervas, pois está na quinzena negativa. COLETA: Se for possível coletar pessoalmente as ervas, o melhor horário será logo ao amanhecer. Pede-se licença ao Orixá Ossãe e Oxossi, pois esses são, respectivamente, os Orixás das plantas e ervas medicinais e ritualísticas e o Senhor das matas e florestas em geral. É importante, que no instante em que forem retirar as ervas, mentalizem e peçam para que, na finalidade desejada, possam usufruir todas as energias, que estão contidas nestes vegetais.

O BANHO DE ERVAS:

O banho de ervas, até como tratamento, não é de religião alguma, é da própria natureza. Se na Umbanda o utilizam, é porque os próprios espíritos desencarnados que se apresentam como pretos-velhos, caboclos, crianças etc., conhecem esses princípios e os utilizam largamente. Seus princípios iniciáticos estão relacionados a eles, mas não pode ser esse o motivo da não utilização correta e digna da energia vegetal também pelos espíritas.

As ervas detêm grande quantidade de Axé (Energia mágico-universal, sagrada) quem bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.

Um banho, com o Axé das ervas dos Orixás, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.

Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias negativas. Medicinas como a Ayurvédica (hindu), a chinesa, a tibetana, o xamanismo, a medicina alopática e a homeopatia fazem uso desses recursos naturais há tempos.

O uso correto e ético opera verdadeiros “milagres da natureza”.

Podemos usar a energia da natureza como auxílio no tratamento de depressões, insônia, ansiedade, angústia e uma série de doenças crônicas.

Com bom senso e é claro, com o acompanhamento médico necessário, tratando o espírito e o corpo (já que as doenças se propagam do perispírito para o corpo físico), nós todos podemos crescer como médiuns e espíritos mais conscientes, e por isso mesmo, mais abertos e livres.

A DEFUMAÇÃO:

No dicionário, defumar significa “queima, esp. sobre brasas, de ervas, resinas e raízes aromáticas (alecrim, benjoim, alfazema etc.) para perfumar ambientes; 2.1 essa mesma queima usada para espantar malefícios e atrair boa sorte”.

O que o dicionário não diz é que a Ciência está em se utilizar dos princípios ativos das plantas e de suas correlações energéticas para transformar padrões e registros densos em sutis, alterando toda a vibração do ar e da energia do ambiente. O fogo também tem seu aspecto eólico que fica impregnado pelos vegetais colocados sobre a brasa. Esse conhecimento é muito antigo e até hoje é utilizado pela Igreja, pelos umbandistas, rosa-cruzes, taoístas, tibetanos etc. Na Grécia Antiga, os sacerdotes tinham predileção pelas folhas de louro e no Antigo Egito pela Artemísia, entre outras. As ervas utilizadas ordenam as novas energias.

SACUDIMENTOS E DESCARREGOS:

As ervas também são usadas na forma de ramas e galhos que são “batidos” nas pessoas, residências e até mesmo objetos, com o objetivo de desprender as cargas negativas e larvas astrais que possam estar aderidas a estes.

Quando feito numa residência deve ser feito batendo as folhas nos cantos opostos de cada cômodo, fazendo um “X” no cômodo. Começa-se do cômodo mais interno para o mais externo do imóvel.

Quando feito em uma pessoa ou objeto, faz-se em cruz na ordem: frente, costas, lado direito e lado esquerdo. As folhas depois de usadas devem ser partidas e despachadas junto a algum lugar de vibração da natureza, de preferência direto sobre o solo.

ERVAS DOS ORIXÁS:

De uma forma geral, toda erva, toda folha, pertence à Ossãe, Ossaniyn, Ossaim, Ossain (como se escreve habitualmente), ou Ossanha! Segundo a mitologia africana, Yansã achando isso injusto, usou seus ventos para espalhar as ervas e desse modo cada Orixá poderia apanhar as que lhe interessasse. Contudo o conhecimento sobre o uso de cada uma delas pertence somente a Ossãe!

Ossãe é a folha em si mesma, seus mistérios, seus ingredientes que podem salvar ou matar, acalmar ou enlouquecer, elucidar ou alucinar. Ossãe é o movimento da inteligência humana, é o âmago das ciências médicas com suas “folhas” sintéticas, seus aparatos que vão muito além das possibilidades dos sentidos. Por isso se canta ao se colher folhas na mata, para propiciar nas folhas o que os olhos não vêem, para lembrar que a mistura de folhas escolhidas é fruto de um ato pensado.

A mata aos olhos do nagô é um convite à reflexão e a purificação e não um objeto de manipulação. Não se entra na mata sem antes pedir licença e presenteá-la, a mata é, antes de tudo, um deus vivo e com vontade própria, aliado com o resto da Natureza.

Só se encontra na mata aquilo que a mata mostra, portanto é preciso conversar, dialogar, entrar num acordo. Não se entra na mata em vão, não se pega mais folhas do que o preciso, não se caça o desnecessário, não se acende vela, não se usa vasilha que não seja feita de folha, não se destrói, não se suja, não se maltrata.

A importância de Ossãe é tal que nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua interferência.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MENSAGEM DE UM PRETO VELHO

Meu filho, com esses olhos, “que a terra não comeu”, pois são olhos espirituais, reais, já vi muita coisa. Algumas boas, outras nem tanto, e mais outras que não vale a pena contar.

O que passou, passou mesmo. O que ficou foi a experiência das diversas vidas na carne, aliás, muitas delas tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes. O que ficou foi o aprendizado e o conhecimento de como é o coração dos homens e suas emoções e vontades. Aprendi a ler a verdade de cada um, por dentro, lá na toca das coisas que não se falam, e que todos escondem muito bem. Tem muita zica dentro dos corações, meu rapaz.

É rolo que não acaba mais!

E coração rançoso e rancoroso, você sabe como é que é, está cheio de irmãozinhos das trevas agarrados a ele. Eles se alimentam das emoções podres e dos pensamentos maldosos.
E a zica é tanta, que só a pessoa rancorosa é que não vê a energia que está perdendo. Menino de Deus, como os homens sofrem por causa das emoções podres! Igualzinho ao corpo carnal, que pode apresentar escaras na pele, devido à falta de movimento em alguma área, o corpo espiritual também tem suas escaras astrais. Porém, essas são causadas pelas emoções podres, estagnadas no meio da alma atormentada e sem centro espiritual.

Falta movimento sutil ali!

Falta vergonha na cara para acertar o passo!
Muito disso vem de outras vidas, são escaras do passado, de coisas mal-resolvidas, ainda alojadas no corpo espiritual.
Mas, muita coisa é de agora mesmo, é coisa podre dos dias atuais.
E o mau cheiro psíquico exalado atrai os espíritos atormentados e atormentadores, que ficam agarrados em penca na aura da pessoa.

Isso é uma tragédia invisível!

É uma doença psíquica que amarra os encarnados e impede os desencarnados carentes de seguirem em frente. Nosso Senhor Jesus Cristo avisou muitas vezes sobre isso.

Ele disse: “Orai e Vigiai!”
– Ele sabia do mal que as emoções podres fazem ao ser humano.

Todavia, muitos oram de forma egoísta e mecânica, sem coração e sem alma, e outros nem isso fazem, passando ao largo das boas vibrações que poderiam ajudá-los e fortalecê-los.
E os que vigiam raramente se olham por dentro, pois policiam muito mais a vida alheia, e não foi isso que Nosso Senhor ensinou.

Meu amigo, tem tanto espírito agarrado nas pessoas, que há horas em que você não sabe mais quem é quem, de tão entranhados que estão.

É um fuzuê energético na aura desses infelizes.

Ô coisa feia de se ver! Mas Nosso Senhor é de uma compaixão infinita. Sob o seu comando, legiões de espíritos de luz vêm ajudando os homens nessas lides do invisível.

Sem eles, isso aqui já teria ido para o beleléu!

São eles que deslindam as ligações psíquicas daninhas e levam os irmãozinhos das trevas para o Espaço, para serem tratados pelos médicos da luz. Esses irmãos da luz são os verdadeiros anjos da guarda da humanidade.

Pena que os homens se esquecem tão facilmente das bênçãos que recebem. Esses guias e benfeitores espirituais são os trabalhadores de Nosso Senhor, não importa a linha espiritual na qual laboram.

Sempre agradeça a eles, pela proteção e luz.
Todavia, se os guias espirituais ajudam, também é verdade que os homens precisam fazer sua parte.
Que vigiem e orem, e exorcizem as emoções podres de seus anseios.

Que renunciem aos desejos torpes de vinganças.
Que esqueçam as ofensas e se dediquem a alguma causa nobre e verdadeira.

Ninguém é vítima do destino!

Todos são passíveis de falhas na jornada, como também de atos elevados. E todos são capazes de seguir em frente…

Tem muito coração zicado nessa vida dos homens terrestres, e muitos espíritos zangados na cola deles. Ainda bem que, lá da Aruanda, vem aquela luz que ilumina a fé dos filhos que querem a cura do próprio espírito.

Como você escreve sobre as coisas do espírito, fale para as pessoas daquela chuva luminosa que os guias produzem sobre as cabeças dos filhos que se esforçam na senda da luz e do bem.

Aquela luz de Aruanda…
Aquele amor que cura o coração.

Fale das egrégoras invisíveis que sustentam os bons pensamentos e os bons ideais, para que muitos outros se liguem a elas e se protejam das vibrações pesadas.

Filho, olhe essa estrela sobre a sua cabeça. É linda e brilhante.
Você sabe o significado dela, e sabe quem a enviou para iluminar o seu caminho.
Pense que o brilho e a proteção que dela emanam possam ser irradiados para outras pessoas.

Que Oxalá abençoe as pessoas zicadas e as cure do mal que trouxeram para dentro de si mesmas. Que Ele propicie um momento de despertar para elas.

Fique na paz de Nosso Senhor! Na luz de Aruanda. Na fé!

Um Preto Velho

fonte:Cidade Espiritual de Aruanda

SACERDOTE

Atualmente, muitos jovens trabalham nas casas como Ogãs, responsáveis pelos toques dos atabaques, e, em algumas ocasiões, como médium.
Não consigo mais separar a religião da vida particular e da profissional. É uma coisa só, completa.
Não importa qual é a religião e a doutrina que segue, o importante é respeitar todas, se encontrar, e praticar a caridade.

Acredito que a Umbanda deve ser também entendida e praticada dentro de seus princípios litúrgicos e para isso o Estudo se faz necessário.

O médium deve ter consciência de seus deveres e responsabilidades perante a Umbanda e o Astral Superior, pois só assim ele sairá da condição de simples praticante, aquele que tem a Umbanda como um fenômeno de incorporação apenas, para uma a condição de um Ser religioso, ou seja um Sacerdote.

Quando menciono a palavra Sacerdote, não me refiro aquele diploma que ficará pendurado na parede, mas sim aquele poder de cura que somente pessoas com auto-equilíbrio e total esclarecimento consegue ter e expressar ao próximo.

Sacerdote é aquele que tem o dom de ensinar, que toca no coração das pessoas, ensinando coisas mesmo, quando não quer dizer nada. Sacerdote é aquele que traz o dom do Astral Superior e que tem a humildade na alma.

Mas, não uma humildade de inferioridade, mas de misericordia.

No entanto, é importante esclarecer dois pontos:
-Primeiro, para se chegar ao auto-equilíbrio a pessoa deverá ter trabalhado muito o seu íntimo com grandes reformas intimas e é claro que o esclarecimento, o conhecimento e a religiosidade são os pilares para essas reformas.
-Segundo quando me refiro ao ‘Sacerdote - aquele que cura’, não me refiro a cura física, mas sim a cura da alma, das magoas e da tristeza, claro que curando o espírito o corpo físico responde rapidamente, mas o que me refiro é aquela cura capaz de encher o coração próximo de esperança, de alegria e de fé, isso sim é ter o poder sacerdotal.

E mais uma vez digo, para isso acontecer é preciso que o médium tenha conhecimento e responsabilidade, que tenha a alma pura, cheia de amor incondicional e que tenha a sua reforma intima sustentada pela sua religião.
Uma religião que traz os mais puros sentimentos de liberdade, de paz e de segurança como a Umbanda traz, basta conhecê-la.

Sempre afirmo:
“só se pode amar algo quando realmente se conhece, caso contrario é ilusão, é um amor sem sustentação e sem confiança, portanto logo se romperá o laço”, e infelizmente é isso que mais vemos acontecer na Umbanda, a maioria dos médiuns chegam na empolgação fazendo juras de amor, mas a primeira balançada é suficiente para romper todo esse “amor” e entusiasmo.

Guardião de Ogum