domingo, 5 de julho de 2009

O CARMA DOS SANTOS

Para se entender o tema dessa comunicação, precisamos aceitar que os atos materiais vividos pelo espírito humanizado já foram previstos para acontecer e que o nosso livre arbítrio, após a encarnação, é de fundo moral. Partindo desse pressuposto, podemos entender o que é o “carma do santo”.

Algumas pessoas para vencer o orgulho, a vaidade e outros atributos do ego foram programadas para fazer o “bem”, ou seja, vão se dedicar a cuidar de crianças, idosos, mendigos etc.

Em outras palavras, essa vontade e dedicação foram programadas em seu ego e Deus, ao longo da encarnação do espírito que vive o “carma do santo” vai oferecendo as condições para que o ato material seja composto, ou seja, o teatro da prova.

Assim, o “santo” estará em condições de viver sua prova que, resumidamente, consiste em vivenciar com amor fraternal (universal) ou com orgulho os atos materiais.

Existem muitos “santos” em prova, seja no meio espírita, católico, evangélico ou outro qualquer.

Temos desde freiras orgulhosas por “montarem” com o seu “esforço” e “suor” o orfanato que atende quantidade X de crianças até espíritas orgulhosos por distribuírem quantidade X de cestas básicas ou sopa para mendigos, graças, exclusivamente, ao seu “próprio” esforço e vontade.

Os “santos” em prova ignoram que toda a condição para o trabalho que realizam foi criado e fornecido por Deus. Foi Ele que providenciou os doadores, as condições materiais e até os espíritos humanizados que serão auxiliados, os instrumentos para a ação carmática do “santo”.

Quantos “santos” não se sentem injustiçados por não terem seu trabalho reconhecido pela sociedade ou pelos membros de sua igreja; quantos “santos” não acreditam que já herdaram o reino do céu por serem tão “bondosos”, mas que a humanidade não soube ainda reconhecer seu inestimável valor?

A maioria desses, um dia, acordará no umbral e o orgulho não os deixará ver porque foram “injustiçados” por Deus, se fizeram tanta “caridade”, se distribuíram tanto pão e sopa etc.

Como vocês leram na mensagem de Santo Agostinho, publicada por Kardec, vocês se prendem demasiadamente ao ato e se esquecem da intenção, que é onde reside o livre arbítrio do espírito humanizado.

E leram no Evangelho mensagem similar que comprova que não estamos transmitindo nada “estranho” à doutrina dos espíritos, apesar de soar “estranho” à doutrina espírita.

Então, se você também vive o carma do santo, pare de lamentar, de se sentir injustiçado ou sem reconhecimento.

Aprenda que todo o teatro material necessário para sua prova foi fornecido por Deus e não foi fruto do seu “trabalho” e “suor” e não critique aquele que não faz “caridade”.

Atente-se, desde já, para sua parte:
representar o seu papel de “santo” com amor e nunca com orgulho, vaidade ou altivez.

Lembrem-se que Cristo ensinou:
o bom samaritano ajuda o que foi agredido; não critica quem não ajuda e ainda estende a mão ao agressor.
E tudo isso feito sempre com amor desinteressado.

Texto canalizado na ONG Círculo de São Francisco
São Carlos/SP – 17/10/2006.

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