quarta-feira, 22 de julho de 2009

A RODA DAS ENCARNAÇÕES

Se a reencarnação é um fato, porque não nos lembramos das vidas anteriores?

Há pessoas, que em determinadas condições lembram-se ou podem ser levadas a relatar suas vidas passadas com grande exatidão.
Entretanto a absoluta maioria das pessoas encarnadas, não se lembra de suas vidas anteriores enquanto corpo físico.

Isto é uma grande benção !

como explica Max Heindel:
Porque há em nossas vidas passadas (quando éramos muito mais ignorantes do que agora) negras ações que exigem retribuição, e esse destino vai-se liquidando gradualmente; de modo que, se conhecêssemos nossas vidas saberíamos como e quando a Lei da Causa e Efeito nos traria a retribuição desses maus atos, veríamos a horrenda calamidade que sofreríamos e o medo nos tiraria toda a força que necessitamos para lutar na batalha contra o destino, e nos encontraríamos inertes e indefesos.

Por outro lado, não conhecendo o que se passou conosco, igualmente não conhecemos o que está por vir, e por conseguinte, aprendemos as lições sem que o medo nos prive de nossas forças. Além disso, para aqueles que verdadeiramente desejam, há certos meios de saber as lições que teremos que aprender, e como podemos fazê-lo da melhor maneira possível.

Por exemplo, nossa Consciência sempre nos indica o caminho a seguir, se conseguirmos parar para ouví-la...

Se estudarmos Astrologia, o Horoscopo nos mostrará as tendências em nosso mapa, bem como as linhas de menor resistência, assim que trabalhando com as Leis da Natureza, podemos nos adiantar mais rapidamente em nosso caminho.

Em Zanoni, Bulwer Lytton fala de um horripilante espectro com o qual se encontrou Glyndon, que estava tentando dar um passo no seu desenvolvimento, esse é chamado no Ocultismo de Guardião do Umbral.
No intervalo entre a morte e um novo nascimento, o homem não vê este Guardião do Umbral, que é na verdade a encarnação de todo o nosso mal passado, e perante ele tem que passar todo aquele que desejar entrar nos mundos internos conscientemente e alcançar um conhecimento completo de suas interdições; porém há também outro Guardião, que é a encarnação de todo o bem que tenhamos feito, e a este Guardião podemos chamar de nosso Anjo da Guarda.

Se tivermos a coragem de passar perante o horrendo espectro, ao qual percebemos primeiro por ele estar formado de matéria emocional densa, em breve obteremos a força e acoragem de permanecer sem medo, no meio das tormentas pelas quais tem que passar todo aquele que caminha pela Senda do desinteresse.
Porém antes de passarmos por este espectro, não estamos preparados para conhecer nossas vidas anteriores; temos que contentar-nos com a visão que tem o restante da Humanidade. A memória das vidas passadas não é dada aos homens para seu divertimento, ou para satisfazer a sua vã curiosidade, mas apenas para oferecer-lhe uma lição necessária e útil.

Só quando uma pessoa atingiu um degráu onde lhe é útil rever o passado, para evitar erros no futuro, recebe o dom de lembrar-se de suas vidas anteriores. Essa lembrança vem então geralmente na forma de sonho ou visão.

Também aí se cumpre a lei que diz:
- "Quando o discípulo está pronto para receber as lições do Mestre, este se lhe apresenta". Isto é, quando a personalidade chega ao degráu onde pode unir-se com a individualidade, esta amplia o seu horizonte de saber, mostrando-lhe o passado, a fim de elaborar o bom futuro.

Muitos pensam que se conhecêssemos o nosso passado, nossas existências anteriores, poderíamos melhor aproveitar a vida presente.

Como já mencionado, a lembrança dos erros ou pecados, às vezes até crimes, cometidos nas vidas anteriores, produziria na personalidade atual só desgostos; e muitas vezes a levaria a praticar novos atos maus, como vingança, atrasando assim o verdadeiro progresso da Alma.

Além destes motivos puramente morais, há um de natureza física: em cada encarnação.

A Alma reveste-se de um novo corpo, cujo cérebro atual nunca respondeu as condições das vidas anteriores, assim, não podendo-se lembrar-se físicamente dos atos e fatos passados em existências precedentes.

Somente quando o cérebro for capaz de responder à memória conservada no Eu superior (a Individualidade), pode esta memória ser impressa sobre a consciência da vigília.

Léo Del Pezzo
blog: Umbanda: O Reino da Paz

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