quinta-feira, 7 de maio de 2009

LAPIDANDO O DIAMANTE BRUTO

Quando se fala de mistificação, vem logo à mente o trabalho do médium.

Este deve estudar com atenção, seriedade e responsabilidade a doutrina que se encontra explanada nos diversos livros já trazidos ao nosso plano por espíritos evoluidíssimos, estudá-los no geral e, em particular, a parte específica da mediunidade, enriquecendo a sua armadura intelectual e espiritual, em sua própria defesa, porque é de grande responsabilidade o ingente trabalho que presta à humanidade, como intermediário dos espíritos do Astral Superior.

É do conhecimento de todos quantos militam no Racionalismo Cristão que “os bons ou maus pensamentos se atraem, na razão direta de sua afinidade, e o seu instrumento de captação é a faculdade mediúnica”.

Com os pensamentos direcionados para o Bem, o indivíduo prepara o seu arsenal de defesa e, concomitantemente, ascende a planos cada vez mais elevados e de luz mais rutilante.

O médium, consciente dos seus deveres como porta-voz dos espíritos do Astral Superior, procura estar sempre bem humorado, de bem para consigo mesmo, formando um psicoambiente adequado, evitando assim maus elementos, que nada mais fazem senão provocar distúrbios predisponentes à aproximação dos espíritos do astral inferior, os quais estão permanentemente vigilantes nos seus postos estratégicos e prontos para assaltar, por meio de suas intuições, as pessoas desprevenidas que, por este fato, fraquejam no cumprimento dos seus deveres. Nessa situação de fraqueza, os médiuns são os mais alvejados por serem mais sensíveis e dóceis instrumentos para receber intuições, sendo as dos espíritos inferiores de natureza e índole maldosa e destruidora.

Quanto mais sensível for o médium, mais perseguido será pelos espíritos inferiores.

Por isso, impõe-se-lhe investir na mais valia dos seus conhecimentos, cumprindo os princípios doutrinários, que o conduzem à sua valorização espiritual e intelectual, como ápice e/ou meta a atingir enquanto prisioneiro da matéria, para, quando do seu desenlace, poder galgar a seu mundo de origem.

O médium atento ao cumprimento dos seus deveres sabe o que deve fazer, porque está consciente do Bem que pratica como instrumento das Forças Superiores, que o encorajam com fluidos benéficos. Todo cuidado é pouco. Nenhum militante da Doutrina está imune a perseguições do astral inferior, tendo em conta que os bem intencionados são potenciais inimigos dos espíritos inferiores.

Estudo constante e metódico da Doutrina, em grupo; evangelização do médium e dos demais integrantes; cultivo dos valores morais; mente equilibrada; senso de autocrítica; prática da caridade; humildade; altruísmo; tolerância; desinteresse material nas atividades mediúnicas; não alimentar conflitos e discussões estéreis são alguns dos recursos para evitar-se as mistificações.

Quando o médium entender muito bem o que quer dizer responsabilidade, a palavra mistificação será somente uma pequena abordagem nos dicionários de sinônimos.

O verdadeiro sentido da palavra caridade:

* Benevolência para com todos;
* indulgência para as imperfeições dos outros;
* perdão das ofensas.

Esclarecer é também amar. (Emmanuel - Consolador - pág. 161)

O perdão é o remédio que nos recompõe a alma doente… Não admita que o desespero lhe subjugue as energias!… Guardar ofensas é conservar a sombra. Esqueçamos o mal para que a luz do bem nos felicite o caminho… (André Luiz)

Para ajudar na desmistificação de um bom trabalho, coloco a disposição os 10 MANDAMENTOS PARA O TRABALHO ESPIRITUAL

1. Não se desconectar da matéria. O excesso de espiritualismo pode criar uma descompensação com graves prejuízos para a vida pessoal e material de uma pessoa. A matéria é tão importante quanto o espírito; ambos são matizes, graus da mesma manifestação. Nenhum dos dois pode prevalecer sobre o outro.

Antídoto: equilíbrio.

2. Não despertar os poderes antes da consciência. Os poderes estão a serviço da consciência. Não é preciso buscá-los; quando chega o momento, eles surgem naturalmente. Buscar o poder antes do saber é inverter a ordem natural do processo. Para que sirvam a consciência, os poderes devem ser doados a partir de algo além de nossa vontade.

Antídoto: eqüanimidade.

3. Não fixar-se em pessoas em vez de em suas informações. Você não monta uma casa em um túnel. Ele é só um meio para se chegar até ela. Quem depende de um mestre volta à infância psicólogica. Em um processo de iniciação ou terapêutico isso pode ser necessário, mas somente como uma fase a superar, e não como um estado onde parar.

Antídotos: discernimento e moderação.

4. Não sentir excesso de autoconfiança. Quem se crê autosuficiente é uma presa fácil para os agentes do engano e não raro se vê envolvido por eles. Quem crê demais na própria capacidade está fadado a equivocar-se.

Antídoto: desconfiar de si mesmo.

5. Não sentir-se superior. Nunca julgue que a própria linha de trabalho é superior às demais. Essa superioridade é a antítese do esoterismo, que afirma justamente a omnipresença da consciência em todos os seres e caminhos. Essa postura desconecta uma pessoa das autênticas correntes da consciência amplificada, e é o ponto de partida para a via negra.

Antídoto: eqüidade.

6. Não deixar-se levar por impulsos messiânicos. A vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal. Sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança. Essa fobia paranóica rompe com os canais de conexão com o mestre interior, bloqueia o processo de autoconhecimento e lança a espiritualidade numa espiral involuta, além de inibir o direito ao “livre-arbítrio de cada um”.

Antídoto: confiança na existência.

7. Não tomar medidas inconseqüentes. O entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com seu círculo profissional e familiar sem necessidade. Com o “fluir” ou o “fechar os olhos e saltar” — axiomas que só deveriam ser usados em situações muito especiais —, os idiotas mais entusiasmados do mundo esotérico incentivam os recém-chegados a se arrebentarem logo na largada.

Antídoto: responsabilidade serena.

8. Não agir com demasiada rigidez. Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma pessoa pode-se tornar intolerante. Ela tem a tentação de impor sua forma de pensar e seus modelos de conduta aos demais. Limitando sua capacidade de ver a partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia conquistado.

Antídoto: tolerância e relaxamento.

9. Não se dispersar. Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber.

Nessa atitude, pode-se passar uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio.

Antídoto: concentração.

10. Não abusar. Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas convincentes para os piores atavismos. Usar essas informações para fins muito particulares é um crime. Ninguém profana impunemente o que pertence a todos.

Antídoto: retidão e integridade.

Equilíbrio, eqüanimidade, discernimento e moderação, eqüidade, tolerância e relaxamento, confiança na existência, responsabilidade serena, desconfiança de si mesmo, concentração, retidão e integridade são a grande proteção daquele que se aventura pelo mundo espiritual e esotérico. Por outro lado, quem se assegura dessa qualidades pode fazer o que quiser nesse campo que estará sempre num bom caminho.

Fabio Fittipaldi

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