Muitos companheiros que militam no Movimento Umbandista já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro onde atuam incorporados em seus médiuns, dizem que vão para a cidade de Juremá.
Outros falam subir para o Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação, junto a psico-esfera da Terra.
São verdadeiras cidades onde se cumpre o mandato de Oxalá assim determinou, colaborando com a humanidade.
Estes agrupamentos se dividem em sete, pois sete são as faixas de atuação vibratória onde os Caboclos irão desenvolver e aperfeiçoar seus médiuns, para os trabalhos realizados nas sete esferas do espírito.
É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.
Portanto, Caboclo não se dilui no ar e depois volta a se agrupar em moléculas, para descer em seus aparelhos, a fim de dar prosseguimento aos serviços de caridade.
Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando o que muitos irmãos da Terra, que pensam que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo faz.
Enganam-se os que assim pensam, uma vez que o espaço é povoado de seres dos mais diferentes níveis de formação intelecto-moral.
O antigo habitante das matas quer ser mais do que guerreiro, quer alcançar seus antigos mitos pela transformação.
Os Orixás, que são emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria para ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.
Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.
Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos dementados, ora estão sobre algumas cidades do plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo Homem.
De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, das criaturinhas que compõem o reino dos encantados, os remédios para a cura dos males do corpo.
É preciso que os filhos de fé se aprofundem em conhecimentos espirituais para que seus Caboclos possam revelar o mundo invisível, segundo o que é permitido e necessário, para que os umbandistas conheçam melhor um pouco mais além do ritual e práticas física verificadas no terreiro.
Caboclo é mais que um espírito que pode ter sido um índio e que deixou a matéria pelos braços do desencarne.
Em nossas andanças pelo espaço, temos visto muitos Caboclos tristes com aqueles que somente buscam seus préstimos para a solução da vida material e, em alguns casos, para atender a pedidos efêmeros.
Alguns Caboclos ficariam felizes se pudessem levar seus médiuns até as cidades da Juremá.
Entretanto, a falta de compreensão, entendimento, desprendimento e o espírito de caridade de poucos, são os que os mantêm afastados até a hora derradeira.
Preparem-se meus filhos, a fim de seguir os passos de seus Guias de luz. Somente os que buscam exercer a mediunidade conscientemente, como verdadeiros sacerdotes humildes da Senhora da Luz, compreenderão que para chegar a Aruanda, terão primeiro que provar do cálice da amargura que o Senhor provou.
Somente assim poderão encontrar o caminho de volta, sem atalhos tenebrosos e interpretações errôneas sobre a Umbanda, que não divide seus filhos, mas sim vem para reuni-los em torno de uma só bandeira, a da Luz.
O único sacrifício que a Umbanda pede é o aperfeiçoamento moral de seus tutelados, na completa identificação com a caridade.
fonte:Jornal Umbanda Hoje
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