segunda-feira, 13 de abril de 2009

ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Animismo - Sistema fisiológico que considera a alma como causa primária de todos os fatos intelectuais e vitais (latim: anima - alma; ismo - doutrina)

Mistificar - Enganar, burlar, trapacear, iludir. O primeiro sentido foi o de iniciar alguém nos mistérios de um culto, torná-lo iniciado. Deriva do grego “mystés”, donde procede “mystérion”, mistério. Passou, depois, a abusar da boa fé dos incautos, enganar, iludir, etc. Mistificar vem de “mystés”, iniciado, e de “ficare”, do tema de “facere”, fazer, tornar.


ANIMISMO

O Espiritismo expõe o fenômeno anímico como a manifestação da alma do médium. A alma do médium pode manifestar-se como qualquer outro Espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de Espírito e fala como tal e não como encarnado.
Para que se possa distinguir, se é o Espírito do médium ou outro que se comunica, é necessário observar a natureza das comunicações, através das circunstâncias e da linguagem.
André Luis conceitua Animismo como: “conjunto de fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação”
A cristalização da mente, hoje, em determinadas situações, pode motivar, no futuro, a manifestação de fenômenos anímicos, do mesmo modo que tal cristalização ou fixação, se realizada no passado, se exterioriza no presente”.
André Luis descreve ainda uma espécie de manifestação anímica que mostra, muitas vezes, o que se assemelha a um transe mediúnico, nada mais é do que o médium desajustado revivendo cenas e acontecimentos no seu mundo subconsciencial, fenômeno esse motivado pelo contato magnético, pela aproximação de entidades que partilharam as remotas experiências.
Nessa hora, o médium se comporta e se expressa como se ali estivesse realmente um Espírito a se comunicar.
“A idéia de mistificação (diz André Luis) talvez nos impelisse a desrespeitosa atitude, diante do seu padecimento moral. Por isso, nessas circunstâncias, é preciso armar o coração de amor, a fim de que possamos auxiliar e compreender. Um doutrinador sem tato fraterno, apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro é preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa”.
Mesmo nesse estado de desequilíbrio, o médium pode e deve ser socorrido e restituído ao serviço.

Esses médiuns necessitam de amparo moral, paciência, carinho, consolo e estudo evangélico, doutrinário cultural, para a renovação íntima, única base sólida para o reajuste definitivo, porquanto renasceram pela carne, sem se renovarem em Espírito.
Não se deve confundir esse desequilíbrio apresentado por alguns médiuns, com a participação constante do intermediário em toda e qualquer comunicação.
As comunicações com encarnados ou desencarnados se realizam unicamente, pela irradiação do nosso pensamento.
Dizem os Espíritos (LM, Cap. XIX, item 225) que “com um médium, cuja inteligência atual ou anterior , esteja desenvolvida, nosso pensamento se comunica instantaneamente, de Espírito a Espírito, graças a uma faculdade peculiar à essência mesmo do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos apropriados à roupagem de palavras correspondentes ao nosso pensamento”.
É por isso que, apesar de diversos Espíritos se manifestarem pelo mesmo médium, as comunicações recebidas trazem sempre o cunho pessoal dele, quanto à forma e ao estilo.
“Com efeito, embora o pensamento não seja absolutamente dele, embora o assunto não se enquadre em suas preocupações habituais, embora o que desejamos dizer não provenha dele de maneira alguma, nem por isso ele deixa de exercer sua influência na forma, dando-lhe as qualidade e propriedade características de sua individualidade” (LM, Cap. XIX, item 225).


MISTIFICAÇÃO

Pode ser de dois Tipos: Direta e Indireta
Direta: O Médium é quem mente, fingindo estar incorporado.
Indireta: O Espírito é quem mente, se fazendo passar por outro. O Médium neste caso realmente se encontra incorporado.

Diz o Espírito de Verdade (LM, cap. XXVII, item 303) “que as mistificações são os escolhos mais desagradáveis da prática espírita. Mas há um meio de evitá-los, o de não pedirdes ao Espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem evoque, sofre mistificações, se aceitar o que dizem os Espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os Espíritos levianos não o enganariam tão facilmente”.
Do que se conclui que só é mistificado aquele que o merece.
Por tudo isso, usar de toda a cautela com as providências escritas ou aconselhadas pelos Espíritos, quando os fins não forem claramente razoáveis; ainda, não se deixar ofuscar pelos nomes usados, para darem validade às palavras dos Espíritos.


VERDADES E FANTASIAS

Apreciável segmento da Humanidade geralmente aplaude os homens palavrosos, que prometem milagres, maravilhas, não hesitando em dar-lhes grande crédito, bastando que eles, com suas artimanhas, escondam a enfermidade, a fraqueza, a ignorância das pessoas. No entanto, o mesmo não acontece com aqueles que se abrigam sob o manto da verdade, ainda que esta seja das mais simples. Para estes, a sociedade geralmente tem reservado a fogueira, a cruz e outros gêneros de punições implacáveis.
O charlatão mais hábil na produção de mentiras brilhantes geralmente é aquele seguido pelo maior contingente de pessoas. Assim, é conveniente lembrar que, no intercâmbio com o mundo invisível, os novos discípulos devem precaver-se contra os perigos representados por criaturas desse gênero.
O orgulho e a ostentação têm sido sempre duas falhas de pessoas dessa espécie. A técnica de o homem se apresentar como o melhor, o mais bem aquinhoado, de salientar-se à frente dos outros, de ter a presunção de converter consciências alheias, representa grandes fantasias que são atributos divorciados da verdade. Torna-se imperioso não acreditar em seus argumentos. É muito mais razoável entender que o serviço de iluminação interior é extremamente difícil de ser realizado, devendo sempre começar pelo esforço de regeneração de si mesmo.
Nem sempre os porta-vozes da verdade são aceitos, e os que se sentem prejudicados por eles preferem catalogá-los como fanáticos e mistificadores. No entanto, nesse embate, é muito importante saber que, para a felicidade de todos, faz-se necessário assimilar a verdade o mais cedo possível, fazendo com que ela sempre prevaleça.
Jesus Cristo disse: “Mas, porque vos digo a verdade, não me credes”. Na realidade, o Mestre desceu dos Planos Superiores, a fim de trazer novos conhecimentos aos homens, para que eles tomassem ciência do que realmente é a verdade.

Porém uma apreciável parcela desses homens preferiu permanecer encastelada no obscurantismo, dando preferência aos errôneos conceitos prevalecentes na época, todos eles alicerçados na observância de vãs tradições. Para esse segmento dos homens era mais lógico continuar a apedrejar mulheres adúlteras, dar sentido religioso, rígido, ao resguardo dos dias de sábado, a conceber Deus como o IAVÉ, rancoroso e vingativo, Senhor dos Exércitos, repelindo, dessa maneira, as palavras do Mestre, não hesitando em levá-lo ao hediondo sacrifício do Calvário.

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