É imprescindível ter ciência que o médium, antes de médium é uma pessoa comum, nem melhor, nem pior que as outras. E como tal, tem seus problemas, suas psicopatias, suas neuroses, etc. como qualquer outra pessoa.
Muitos fazem do terreiro um lugar onde podem “colocar o papo em dia”, um grupo social onde muitos se vestem de branco e dizem que louvam a Deus, por isso estão ali. Não raro vemos nos terreiros de Umbanda situações como esta.
Muitos médiuns (pessoas) pensam assim: se este meu pequeno grupo (panelinha) pode incorporar então eu também posso. Se eles têm essa capacidade então eu também vou ter.
E vemos situações como: o “meu” Caboclo é assim… o “meu” Exú disse isso, fez aquilo… o “meu” Cigano tem uma capacidade enorme, parece-me ser melhor que os outros… “Meu” Preto-Velho é o chefe da falange e é um dos mais importantes de Aruanda… Pura vaidade! O que alimenta constantemente uma grande mentira que, dentro do ramo espiritualista chama-se mistificação. É comum encontrarmos fora do ambiente do terreiro médiuns enaltecendo os valores das entidades que com eles trabalham, mas infelizmente de forma muitas vezes exagerada. Entidade não precisa de propaganda, quem precisa é o médium para sentir-se melhor que os outros, massagear seu ego e “dar de comer” à sua vaidade e orgulho exagerados.
Há que se saber também que alguns terreiros parecem ser verdadeiros centros de “pagodão”, verdadeiras pândegas, onde os atabaques tocam em volume ensurdecedor e em ritmo de pagode, sambão ou semelhantes, fazendo do centro do terreiro uma verdadeira pista de dança e, da corrente, os integrantes de um grupo de dança, o que leva os médiuns à prática da mistificação causada pelas próprias psicopatias e desejos mundanos de integração social com os outros integrantes.
Um bom trabalho espiritual não pode ocorrer onde há balbúrdia. Num grupo qualquer, seja do tamanho que for, onde a energia gerada não é de ascendência à Deus, espíritos zombeteiros farão parte da festa e trabalharão incessantemente para que a mistificação seja algo comum, atrapalhando enormemente para o desenvolvimento de médiuns que ainda têm uma boa índole e boa vontade para com o próximo. Existem nessas casas um estímulo incontrolável à mistificação, à vaidade, à arrogância, ao orgulho o que, por muitas vezes, é re-estimulado por espíritos de baixa-vibração, de pouca elevação, que se alimentam destas energias, fazendo-se um mórbido ciclo vicioso.
Também precisamos observar que os necessitados que procuram estas casas o fazem por basicamente dois motivos: ou o desconhecimento total do que realmente ocorre nestes lugares, ou por afinidade vibratória, pois estes somente se encaixam em lugares de baixa vibração pela própria vibração que geram ou que carregam nesta encarnação.
Também vejo a mistificação causada pelos “achismos” e pela falta de instrução do dirigente das casas.
Os “achismos” são ferramentas maravilhosas para o desajuste dos médiuns. Aquelas famosas frases começadas com “eu acho que é assim porque…” mostram o verdadeiro despreparo de quem fornece uma informação muitas vezes errônea e o descaso da pessoa que recebe essa informação em não checar a sua veracidade. Este tipo acaba formando um médium baseado nos achismos que mais têm de verdadeiras mentiras e pouquíssimas verdades. Lembre-se que as mentiras, muitas vezes ditas tornam-se perigosas verdades.
Existem fraudes de médiuns e de espíritos que nada têm a ver com o animismo e o mediunismo. Pode ocorrer o desejo de promoção pessoal e de grupos. Existem a dos espíritos que usam nomes falsos para desequilibrarem aqueles que se esquecem de estudar e julgam assim serem superiores demais e aos demais. Devemos conservar a humildade e agradecer constantemente a oportunidade de servir.
Enquanto o médium alimentar a vaidade, a arrogância e o orgulho doentio sempre estará fadado a mistificar!
Médiuns, acordem!!! A freqüência vibracional gerada pela pessoa que mistifica somente trará para sua proximidade espíritos de baixa vibração, mistificadores, fascinadores, vampirescos, malfazejos, etc. Não pense que isso só acontece com os outros! Todos estão sujeitos a isso e você também!
Consulentes, acordem!!!
Percebam os lugares onde entram, onde pisam.
Onde se louva a Deus não pode haver mistificação.
Onde se louva a Deus não pode haver falta de caráter.
Uma casa de oração é um lugar onde se elevam os pensamentos e as energias (vibrações) ao plano superior. É onde nos encontramos para o nosso religare. É onde procuramos espíritos de luz que possam nos curar e nossas mazelas e que nos ajudem a aceitar o que carregamos como cruz nesta vida, não é lugar para festas e testes sombrios de pseudo-capacidades espirituais.
Onde se louva a Deus não há espaço para arrogância, para vaidades, para luxúria.
Casa de Deus não é lugar onde atabaques ensurdecem os integrantes, não é lugar de dança sensuais, não é lugar onde se cometem erros crassos como a matança de animais!
Não sejam cobaias!!!
Combatendo a mentira…
Não se combate a mistificação senão pelo caráter do médium.
Não se combate a mistificação senão pela índole das pessoas.
Não se combate a mistificação senão pela desconfiança dos próprios necessitados.
Não somos mais tão incultos com relação ao mundo espiritual. Temos muitas e muitas obras que relatam com maestria o que realmente acontece e como realmente é o além-túmulo. Temos internet e muitos outros meios de comunicação, o que faz com que as informações nos sejam mais fáceis. Então somente se está inculto aquele que realmente deseja, aquele que insiste em permanecer na ignorância dos fatos do universo, aquele que absurdamente prefere estar longe da verdade.
A única maneira de combater a mistificação é talhando o caráter de cada um através de ensinamentos, de religiosidade, de aprendizado sobre o que realmente é a caridade, a humildade e o amor ao próximo.
Um bom médium somente se consegue através da sua boa índole, da sua humildade, do seu bom caráter. E essas qualidades muitas vezes devem ser despertas dentro de uma casa séria, onde o objetivo principal é a senda que leva a Deus.
Não acredito em bons médiuns dentro do terreiro, mas que em suas vidas cotidianas expõem um alto grau de arrogância, vaidade e orgulho.
Não acredito em bons médiuns que em seu dia-a-dia usam a mentira e o descaso absoluto para com o próximo.
Não acredito em bons médiuns que explicam dentro do terreiro o que é caridade e no seu dia-a-dia não são capazes de estender a mão a quem mais precisa de ajuda quando este lhe aparece.
Não acredito em bons médiuns que fazem da traição dos valores dos outros e de seus próprios valores parte do seu dia-a-dia e tratam isso como parte integrante do seu “bom viver”.
Não acredito em bons médiuns que usam o famoso termo “mironga de congá” para segurar seus médiuns mistificando algo que sequer sabem o que é.
Não acredito em bons médiuns que escondem o conhecimento como um livro fechado na estante ou servindo de peso de papel.
Lapidando o diamante bruto…
Quando se fala de mistificação, vem logo à mente o trabalho do médium.
Este deve estudar com atenção, seriedade e responsabilidade a doutrina que se encontra explanada nos diversos livros já trazidos ao nosso plano por espíritos evoluidíssimos, estudá-los no geral e, em particular, a parte específica da mediunidade, enriquecendo a sua armadura intelectual e espiritual, em sua própria defesa, porque é de grande responsabilidade o ingente trabalho que presta à humanidade, como intermediário dos espíritos do Astral Superior.
É do conhecimento de todos quantos militam no Racionalismo Cristão que “os bons ou maus pensamentos se atraem, na razão direta de sua afinidade, e o seu instrumento de captação é a faculdade mediúnica”.
Com os pensamentos direcionados para o Bem, o indivíduo prepara o seu arsenal de defesa e, concomitantemente, ascende a planos cada vez mais elevados e de luz mais rutilante.
O médium, consciente dos seus deveres como porta-voz dos espíritos do Astral Superior, procura estar sempre bem humorado, de bem para consigo mesmo, formando um psicoambiente adequado, evitando assim maus elementos, que nada mais fazem senão provocar distúrbios predisponentes à aproximação dos espíritos do astral inferior, os quais estão permanentemente vigilantes nos seus postos estratégicos e prontos para assaltar, por meio de suas intuições, as pessoas desprevenidas que, por este fato, fraquejam no cumprimento dos seus deveres. Nessa situação de fraqueza, os médiuns são os mais alvejados por serem mais sensíveis e dóceis instrumentos para receber intuições, sendo as dos espíritos inferiores de natureza e índole maldosa e destruidora.
Quanto mais sensível for o médium, mais perseguido será pelos espíritos inferiores.
Por isso, impõe-se-lhe investir na mais valia dos seus conhecimentos, cumprindo os princípios doutrinários, que o conduzem à sua valorização espiritual e intelectual, como ápice e/ou meta a atingir enquanto prisioneiro da matéria, para, quando do seu desenlace, poder galgar a seu mundo de origem.
O médium atento ao cumprimento dos seus deveres sabe o que deve fazer, porque está consciente do Bem que pratica como instrumento das Forças Superiores, que o encorajam com fluidos benéficos. Todo cuidado é pouco. Nenhum militante da Doutrina está imune a perseguições do astral inferior, tendo em conta que os bem intencionados são potenciais inimigos dos espíritos inferiores.
Estudo constante e metódico da Doutrina, em grupo; evangelização do médium e dos demais integrantes; cultivo dos valores morais; mente equilibrada; senso de autocrítica; prática da caridade; humildade; altruísmo; tolerância; desinteresse material nas atividades mediúnicas; não alimentar conflitos e discussões estéreis são alguns dos recursos para evitar-se as mistificações.
Quando o médium entender muito bem o que quer dizer responsabilidade, a palavra mistificação será somente uma pequena abordagem nos dicionários de sinônimos.
O verdadeiro sentido da palavra caridade:
Benevolência para
com todos;
Indulgência para as imperfeições dos outros;
Perdão das ofensas.
Esclarecer é também amar.
(Emmanuel - Consolador - pág. 161)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Para iniciar posso dar algumas definições: MAL CARATISMO, DESPREPARO, VILANIDADE e por ai vai, mas acho que o problema da mistificação principal, esta na falta de diálogo dentro das casas.
Pois uma casa bem fundamentada na informação e formação dos seus médiuns não terá problemas desta ordem nunca, claro que isso é utópico ja que estamos falando de má formação de caráter de quem o faz.
Por tanto acho que o principal alerta são aos nossos dirigentes, sim a eles mesmo que tem a missão maior não só de tocar suas casas, e suas giras, mas seu papel fundamental é formar seus médiuns, deter conhecimento sem compartilhar é crias um bando de pessoas bitoladas em torno de si.
Axé irmãos.....
Postar um comentário