Por que queremos tanto “fugir” do compromisso mediúnico?
Por que alegamos sempre que “é muita responsabilidade” e que não estamos prontos para ela?
Como saber quando estamos prontos?
Normalmente quando já nos fazemos essa última pergunta é porque a “responsabilidade” já não nos “assusta” tanto e conseqüentemente já estamos dando o primeiro passo em direção do serviço mediúnico.
Quanto as outras questões que dizem respeito ao “medo da responsabilidade”, parece que esquecemos que não estamos aqui na Terra a passeio, que temos um karma e ele precisa ser queimado.
Mas antes disso acontecer, é fundamental maturidade.
Não me refiro aqui à maturidade mediúnica, que somente será alcançada através dos anos de serviço, de estudo e de muita dedicação e compreensão do papel de cada um dentro de um Templo de Umbanda.
Refiro-me à maturidade de vida.
Então você poderá perguntar:
“Você aconselha que só entremos para um Centro ou assumamos a nossa mediunidade quando estivermos mais velhos?”
Não! Em absoluto maturidade tem a ver com idade.
Vemos muitos médiuns jovens muito mais maduros do que sexagenários.
Isso ocorre em função de que?
Certamente do aproveitamento que aquele espírito teve nas suas sucessivas encarnações.
Idade avançada não significa maturidade.
Novamente, relembro que não estamos na Terra em férias.
Antes de encarnar, assumimos inúmeros compromissos, e depois esquecemos deles.
Mesmo que o Alto faça de tudo para nos lembrar, fazemos questão de esquecer.
O nosso “medo da responsabilidade” é na realidade a reminiscência desse passado de dívidas que lutamos para esquecer.
É em muitos casos também, preguiça, porque o serviço mediúnico requer certos esforços que muitos de nós não estamos dispostos a fazer.
Para ingressarmos no corpo mediúnico de uma Casa, começamos a impor uma série de condições, como se estivéssemos fazendo um favor a espiritualidade ao entrarmos para um Terreiro, ou até mesmo em fazermos parte da assistência de uma Casa de Umbanda.
Isso é falta de maturidade, egoísmo, presunção e vaidade. Ou covardia.
Muitos de nós alegamos que “problemas familiares” são impeditivos da realização da tarefa, outros já alegam “problemas profissionais”.
E eu me pergunto:
será que estamos nos esforçando o suficiente?
Sim, até porque todos temos problemas.
Mas, uma coisa é certa, o Alto jamais irá nos solicitar qualquer coisa que estejamos impedidos de realizar.
Pensar assim é falta de maturidade.
Podemos é não ter habilidade suficiente para nos desvencilharmos dos problemas “impeditivos”. E aí? O que fazer?
Sugiro sempre que nos harmonizemos com o Alto, consultemos os Guias sobre qual o melhor caminho tomar, entretanto a decisão é nossa, pois isso dependerá de nossa maturidade.
Por isso consideramos fundamental um tempo na assistência antes do efetivo ingresso do médium na corrente.
Mesmo que a pessoa esteja apresentando sintomas de mediunidade.
A freqüência na assistência começará a despertar na pessoa disciplina, controle, conhecimento... enfim começará a equilibrar a pessoa.
Havendo por parte dela interesse em ingressar no quadro mediúnico, há que se verificar em si a maturidade para tal.
Acreditamos ser fundamental que a pessoa conheça os seus futuros irmãos em situações internas do Terreiro, assistindo as aulas da Escola de Médiuns e participando na assistência das sessões de desenvolvimento.
O tempo que isso requer irá variar de pessoa para pessoa de acordo com o aproveitamento da mesma em todas as atividades.
E de repente, quando menos esperamos, o “medo da responsabilidade” se transformou em vontade de ajudar o próximo, em cooperar, em somar... isso é maturidade.
É quando percebemos que temos problemas sim, mas eles não são impeditivos.
É quando deixamos de ser um pouco egoístas.
Lembrando ainda que não precisamos ser médiuns de incorporação para fazer nada disso.
A mediunidade de incorporação é do tipo mais comum, mas não é somente esse médium que faz caridade e que alcança a maturidade.
Para sermos maduros é fundamental equilíbrio e compreensão do que seja fazer parte de uma corrente mediúnica de uma Casa, e principalmente do que seja a oportunidade que recebemos da encarnação.
Ficarmos presos ao “medo da responsabilidade” é desperdício de tempo e o que é pior, desperdício de encarnação.
Medo da responsabilidade é o medo de amar, de se arriscar a ser feliz!
Seja lá qual for o tipo de mediunidade, o fundamental é o amor com que nos dedicamos a qualquer atividade e o nosso compromisso com a corrente, com a Casa e conseqüentemente com a vida!
Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery
17 de março de 2004
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