"Cada um é tentado quando atraído e enganado pela sua própria concupiscência" – Tiago l:14.
Tentar é instigar para o mal. É a sugestão ou impulso que tende a levar à prática do mal. Definição do dicionário. Onde está a causa da tentação? Geralmente se pensa que está fora de nós, nas coisas, nas situações ou nas pessoas. Entretanto, a tentação está em nós mesmos, conforme afirma Tiago.
Sua causa reside em nossos pensamentos ou sentimentos, em nosso apego a sensações, interesses ou paixões. O que nos tenta é o gosto, o apetite ou atração que sentimos pelo que elas apresentam ou oferecem.
Todos estamos sujeitos a tentações, porque somos, ainda, Espíritos pouco evoluídos. Somos tentados por motivos diferentes. O que tenta a um, não produz o mesmo resultado em outro. Se oferecermos uma bacia com pérolas preciosas a um cavalo, ele permanecerá indiferente. Mas se lhe dermos, na mesma bacia, uma quantidade de milho, certamente terá muito interesse pelo saboroso alimento. As pessoas que pensam lucrar facilmente, à custa de outrem, são os que facilmente caem no chamado "conto do vigário".
Falamos de tentações como se fôssemos vítimas. Porém, muitas vezes, somos nós o instrumento de tentações para os outros. Nossos vícios, buscando companhias; nosso despotismo e orgulho, provocando revolta; nosso elogio interesseiro, insuflando vaidades. Nossa crítica impiedosa, levando ao desânimo.
Quem acredita em Espíritos, e desconhecendo como acontece a influência deles, costuma transferir o temor de tentação para com os desencarnados.
"Eles podem saber nossas fraquezas, podem nos induzir ao mal".
Isto pode ocorrer se a pessoa oferecer condições favoráveis para a atuação do Espírito. Este vai aproveitar os pontos falhos, as fraquezas da pessoa para realizar seu intento. Se a pessoa alimenta bons sentimentos, bons pensamentos, se está vigilante, o Espírito nada conseguirá. Mas, porque os Espíritos fazem isso?
No Livro dos Espíritos, questão 465-a, está a resposta. Fazem isto por inveja. Como sofrem, querem que outros sofram também. Não são felizes, não querem que o sejamos também.
Porque Deus permite que maus Espíritos nos excitem ao mal?
Resposta constante da questão 466 do livro citado:
Para progredirmos "na ciência do infinito".
Espíritos imperfeitos são instrumentos apropriados para pôr em prova nossa fé e nossa constância na prática do bem. E só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam (…) pelos seus pensamentos, os atraem. Bons Espíritos sempre procuram influenciar-nos para o bem.
Temos o livre arbítrio, e assim somos senhores de nossos atos.
Como podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Resposta:
"Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influencia dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, vos insuflam as paixões más, sopram a discórdia entre vós outros. Desconfiai, especialmente, dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco". (Questão 469, Livro dos Espíritos)
Jesus nos ensinou a pedir:
"Não nos deixes cair em tentação".
Oramos, mas as vezes não fazemos esforço para remover do íntimo as causas da tentação. A questão não é deixar de ser tentado, mas de, sendo tentado, não ceder. Não é continuar ignorando nossas imperfeições, mas, descobrindo-as, vencê-las.
A súplica não é para não ser tentado, mas para não sucumbir à tentação. Inevitável sejamos experimentados, a fim de, aos poucos, nos libertarmos das tendências inferiores, do mal que ainda reside em nós mesmos.
Reflitamos
autor desconhecido
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