O feiticeiro trabalha sem ou com o auxílio de espíritos, de sua categoria,
pelos princípios, mas dotados de formidável poder de atuação física,
favorecidos pela invisibilidade, que os torna clandestinos.
Essas entidades são, freqüentemente, colaboradoras espontâneas
dessas práticas, e por isso, muitas pessoas, sem que o preTendam,
cometem atos análogos aos da feitiçaria, pois atraem com pensamentos vigorosos esses auxiliares intangíveis, que logo se transformam em
agentes de vontades hostis ao próximo.
É por essa causa, e pela força ativa do pensamento que a inveja,
sobretudo comprimida, e o ódio, principalmente o calado, causam, não
raro, danos reais, sem que os seus cultores os manifestem em ações
materiais.
Assim, qualquer indivíduo pode descer a essas práticas, que não
exigem, nos casos vulgares, conhecimentos especiais, bastando
atenção, muita atenção para realizá-las.
Quem as efetua, porém, se expõe a perigos, pois se o dardo que lançou encontra resistência e é repulsado, retorna, com redobrada violência, contra quem arremessou.
Quando o praticante se aventura a cometimentos que se aproximam da
magia, que é regulada por uma liturgia conhecida de determinadas
entidades imateriais, multiplica-se aquele perigo, pois às vezes um erro
de insignificância aparente, desencadeia, no espaço, forças que o
punem com o esmagamento.
O feiticeiro é um trabalhador empírico. Desconhece as causas, em seus
fundamentos, e conhece os efeitos, em seus resultados.
do livro:O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS
SETE LINHAS DE UMBANDA
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