domingo, 6 de dezembro de 2009

O QUE É NAÇÃO

NAÇÕES

Os escravos brasileiros pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os Yoruba, os Ewes, os Fons, e os Bantus. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas “divisões” ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:

O Candomblé de nação Ketu, classificado pelos estudiosos como Jeje-nagô, é de certa maneira o modelo adotado pelos candomblés das demais nações.
É possível que como correr do tempo e dada a dinâmica própria do fato cultural, outras formas de candomblé, sobretudo o Jeje seja assimilado pelo candomblé de nação Ketu.
Há um certo movimento dos sacerdotes de nação angola na direção de uma retomada dos fundamentos de origem banto, sobretudo a língua ritual, procurando um renascimento do esplendor de outrora dos candomblés de origem banto.

A primeira casa de Candomblé Ketu-Nagô foi fundada em Salvador na Bahia, ainda no século passado. Contam que três mulheres, ex-escravas, que pertenciam ao reino de Ketu, onde ocupavam posição de destaque na corte antes de serem transformadas em escravas, foram suas fundadoras. Essas três valorosas mulheres fundaram essa casa de Candomblé, ao lado da Igreja da Barroquinha, no centro da cidade de Salvador.
Depois de várias mudanças, estabeleceu-se num bairro chamado Engenho Velho, onde permanece, por isso é conhecido como Candomblé do Engenho Velho, ou Casa Branca do Engenho Velho. É uma casa antiga e venerável, cuja mãe de Santo, atualmente, é uma velha Yalorixá da Oxum, chamada carinhosamente por todos de Mãe Tatá.

São oriundas do Engenho Velho, duas outras casas importantes.
Era filha-de-Santo do Engenho Velho, uma senhora de Xangô, por nome Eugênia Ana dos Santos, que ao completar seu tempo de iniciação deixa o Engenho Velho, e funda o Candomblé do Axé Opô Afonjá.

A outra casa importante que saiu de lá, foi o Candomblé do Gantois, cuja mãe-de- Santo atual é mãe Cleusa de Nanã, filha carnal da famosa Mãe Menininha do Gantois. Estes dois candomblés que foram fundados a partir do Engenho Velho, são, junto com o Engenho Velho, as três casas de Candomblé mais antigas do Brasil, e todas as casas de Candomblé Ketu, de uma forma ou de outra tem sua origem aí.

Há uma outra casa também nagô-ketu, que teria sido fundada por uma outra dignitária africana, cuja herdeira, Olga de Alaketu é mãe de santo dos principais políticos brasileiros. Essa casa fica em Brotas de Matutu, e segundo uma inscrição na parede do barracão, foi fundada em 1631.

Além das casas fundadoras de Candomblé de nação Ketu, há também as casas fundadoras de outras nações, como o Bate-Folhas de nação Angola, e o Bogum, de nação Jeje.

No Candomblé de nação ketu, chamado Ketu-nagô, a língua utilizada para o ritual é o Yorubá, língua até hoje falada na África, pelo povo da região de Yorubá.

Ketu é o nome de uma cidade, ainda hoje importante, localizada no Benin, antigo Daomé, vizinho da Nigéria. Chama-se candomblé de ketu, pois grande parte da população de origem africana, na Bahia, que fundou o candomblé, era proveniente dessa região da África. (TRINDADE:1995)

Os estudiosos, inclusive um francês, babalawô do Ilê Axé Opô Afonjá, chamado Pierre Verger, fez várias viagens à África, onde pode observar e constatar a semelhança dos rituais, cantigas, uso de folhas, assentamentos, entre as nossas práticas religiosas aqui no Brasil e no continente africano. O candomblé de nação Ketu talvez seja o que mantém os rituais mais próximos das raízes africanas, pois o intercâmbio entre o Brasil e a África dos Yorubás foi sempre muito constante

Um comentário:

regi disse...

Escolhi entrar para uma casa de nação,tem 7 meses.Só que de um tempo pra cá aconteceram certas coisas que me deixaram chateadas e hj me sinto um pouco distante.Não quero sair da casa,muito menos a religião.O que posso fazer para me fortalecer como membro e principalmente fortalecer minha fé,para que eu possa aprender cada vez mais e sentir tudo aquilo que hj sinto que está faltando em mim?
Grata pela atenção!