Poucos conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas, para assimilarem as lições do plano espiritual durante o sono.
O homem eterno guarda a lembrança completa e conservará consigo todos os ensinamentos, intensificando-os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio.
O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si, variando de alma para alma. Entretanto, na memória de todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília (acordado), não consigam positivar a origem. Isto é, não consigam identificar a origem dos ensinamentos.
Em despertando, na Crosta, depois das aulas recebidas durante o sono, os aprendizes experimentam alívio, repouso e esperança, a par da aquisição de novos valores educativos. É certo que não podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados, de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias imperfeições.
Seus pensamentos tornarn-se mais claros, os sentimentos mais elevados e
as preces mais respeitosas e produtivas, enriquecendo-se-lhes as observações e trabalhos de cada dia.
Enquanto o corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua liberdade.
"Por que não nos lembramos de todos os sonhos ?"
R : - "Nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros seja neste ou noutro mundo. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo."
Algumas considerações em torno da resposta acima:
No estado de vigília (acordado):
as percepções se fazem com o concurso dos órgãos físicos;
os estímulos exteriores são selecionados pelos sentidos;
são transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas;
no cérebro físico, são gravados para serem reproduzidos pela memória biológica a cada evocação.
Quando dormimos:
cessam as atividades físicas, motoras e sensoriais;
o Espírito liberto age e sua memória perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico;
tudo é percebido diretamente pelo Espírito;
excepcionalmente, por via retrógrada, as percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico;
quando lembramos, dizemos que sonhamos.
Conclusão:
A análise dos sonhos pode nos trazer informações valiosas para nosso auto-descobrimento. Contudo, devemos nos precaver contra as interpretações pelas imagens e lembranças esparsas. Há sempre um forte conteúdo simbólico em nossas percepções psíquicas que, normalmente nos chegam acompanhadas de emoções e sentimentos.
Se, ao despertarmos, nos sentirmos envolvidos por emoções boas, agradáveis, vivenciamos uma experiência positiva durante o sono físico.
Ao contrário, se as emoções são negativas, nos vinculamos certamente a situações e Espíritos inferiores.
Daí a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos espíritas, vivenciando o amor, o perdão, a abnegação, habituando-nos à prece, à meditação antes de dormir, para nos ligarmos a valores bons e sintonia superior. Assim, teremos um sono reparador e sonhos construtivos.
Central Espírita Brasileira
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Um comentário:
essisgostei muito enterresante
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