quarta-feira, 10 de junho de 2009

O SUICIDA

VI - Desgosto Pela Vida. Suicídio

943. De onde vem o desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis?

— Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da saciedade. Para aqueles que exercem as suas faculdades com um fim útil e segundo as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente; suportam as suas vicissitudes com tanto mais paciência e resignação quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera.

944. O homem tem o direito de dispor da sua própria vida?

— Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

944-a. O suicídio não é sempre voluntário?

— O louco que se mata não sabe o que faz.

945. O que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida?

— Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada!

946. Que pensar do suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo?

— Pobres Espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não têm forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na sua impiedade, chamam de sorte ou acaso! A sorte ou acaso, para me servir da sua linguagem, podem de fato favorecê-los por um instante, mas somente para lhes fazer sentir mais tarde, e de maneira mais cruel, o vazio de suas palavras.

946-a. Os que levaram o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as conseqüências disso?

— Oh! Infelizes deles! Porque responderão como por um assassínio.

947. O homem que se vê às voltas com a necessidade e se deixa morrer de desepero pode ser considerado como suicida?

— É um suicida, mas os que o causaram ou que o poderiam impedir são mais culpáveis que ele, a quem a indulgência espera. Não acrediteis, porém, que seja inteiramente absolvido se lhe faltou a firmeza e a perseverança e se não fez uso de toda a sua inteligência para sair das dificuldades. Infeliz dele, sobretudo, se o seu desepero é filho do orgulho; quero dizer, se é um desses homens em que o orgulho paralisa os recursos da inteligência e que se envergonhariam se tivessem de dever a existência ao trabalho das próprias mãos, preferindo morrer de fome a descer do que chamam a sua posição social! Não há cem vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em enfrentar a crítica de um mundo fútil e egoísta, que só tem boa vontade para aqueles a quem nada falta, e que vos volta as costas quando dele necessitais? Sacrificar a vida à consideração desse mundo é uma coisa estúpida, porque ele não se importará com isso.

948. O suicida que tem por fim escapar à vergonha de uma ação má é tão repreensível como o que é levado pelo desespero?

— O suicídio não apaga a falta. Pelo contrário, com ele aparecem duas em lugar de uma. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso tê-la para sofrer as conseqüências. Deus é quem julga. E, segundo a causa, pode às vezes diminuir o seu rigor.

949. O suicídio é perdoável quando tem por fim impedir que a vergonha envolva os filhos ou a família?

— Aquele que assim age não procede bem, mas acredita que sim, e Deus levará em conta a sua intenção, porque será uma expiação que a si mesmo se impôs. Ele atenua a sua falta pela intenção, mas nem por isso deixa de cometer uma falta. De resto, se abolirdes os abusos da vossa sociedade e os vossos preconceitos, não tereis mais suicídios.

Aquele que tira a própria vida para fugir à vergonha de uma ação má, prova que tem mais em conta a estima dos homens que a de Deus, porque vai entrar na vida espiritual carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida. Deus é muitas vezes menos inexorável que os homens: perdoa o arrependimento sincero e leva em conta o nosso esforço de reparação; mas o suicídio nada repara.

950. Que pensar daquele que tira a própria vida com a esperança de chegar mais cedo a uma vida melhor?

— Outra loucura! Que ele faça o bem e estará mais seguro de alcançá-la, porque, daquela forma, retarda a sua entrada num mundo melhor e ele mesmo pedirá para vir completar essa vida que interrompeu por uma falsa idéia. Uma falta, qualquer que ela seja, não abre jamais o santuário dos eleitos.

Todos os suicidas vão invariavelmente parar no umbral e sofrer?

R: Umbral não é um local FIXO, é apenas uma passagem para Expurgos de energia densa, os locas são de acordo com o pensamento coletivo vigente, contudo não é de sofrimento eterno, somente condo o Espirito a necessidade de compreender o auto-perdão e perdoar ao próximo, mudará sua vibração e estará habito a outro local de vibração equilibrada e salutar.


Será que não existe nenhuma "atenuante", como a dor pela perda de um filho, que faça com que a pessoa que se mata não vá parar no umbral?

R: Claro, é levado em conta os verdadeiros motivos, pois não é Deus que pune, é a própria consciência nada mais, e aonde estiver ela vibrando (suas emanações Sentimento/energia) ali ela estará em tempo ideterminado. Até que ela mude suas vibrações.
.
O Pior pesadelo do suicida é saber que com a morte fisica nada se resolveu, pois os desquilibros vem da consciencia e não do fisico. É um processo bastante dolorido para o ser.

O Umbral (Passagem) TODOS nós passaremos, sem nenhuma exeção, até que nos desprovemos dos fluidos densos, o tempo vai de acordo com a evolução MORAL de cada um.


Quem já viu a alma de um suicida no astral?
R: Em Runião Mediúnica somente, e em situações lamentaveis, de muita dor e revolta, uma energia muito densa.
.
Contudo sabemos que são ESTÁGIOS TRANSITÓRIOS, e depende da força interior de cada um, e ninguém estará desamparado, e assim que se veem a necessidade de melhoramento...logo passa a vibrar de outra forma.
.
"O Pai nunca desampara seus filhos" Jesus

livro dos espiritos

Um comentário:

Xaxeila disse...

Quando Kardec escreveu este livro, a Psiquiatria ainda estava dando seus primeiros passos e hoje se sabe que existem moléstias que provocam depressão e suicídio. Os suicidas nem sempre são criminosos e em sua maioria são enfermos, assim como os cancerosos, por exemplo. O suicida não fica mais tempo no Umbral do que o assassino comum. Existe uma doença chamada Síndrome do Suicida Compulsivo, em que a pessoa tem que ser vigiada 24 horas por dia e tomar remédios antidepressivos.

xaxeila