Orixás são divindades.
Fagulhas de um sagrado que mistura o entendimento humano, nossa capacidade de
entendimento de tais seres, com a força emanada por eles que nos dão sustento.
Principalmente nos piores momentos de nossas vidas.
Orixás são vida.
Uma chama tranqüila de vida que nos desperta para uma outra consciência, em que não existe bem nem mau, mas um significado para todos os nossos atos e ações.
Fazendo com que saibamos que eles estão lá, em um lugar qualquer, nos orientando, nos guiando, nos enriquecendo de sabedoria.
Porém, não são responsáveis pelos nossos erros, nossas escolhas ruins, nossos infortúnios, nossas quedas, nossa ignorância, pois Eles avisam, alertam, orientam ...
Mas é nossa a vida e são nossas as escolhas.
Orixás são caminhos.
Que deveríamos seguir, mas acabamos desviando, tentando atalhos, uma maneira melhor e mais rápida ... Daí voltamos, e eles estão lá nos esperando. Sempre de braços abertos, mesmo que nos sacudam e nos dêem broncas, estão lá, aguardando por nós.
Orixás são temperança.
Têm vontade própria, caráter, glória, perseverança, bondade, carisma ...
Todas as características humanas, pois somente assim poderíamos definí-los; somente assim, poderíamos descrevê-los; somente assim, eles poderiam se revelar diante de nós.
Como um espelho onde é refletida a nossa imagem, mas que tem sua própria têmpera e brilho, os quais não podemos ver com os nossos frágeis olhos, porém, sabemos que Eles estão alí, pois a força que vem do olhar do reflexo é algo a mais que não enxergamos, mas que podemos apenas sentir.
Vemos, mas não enxergamos, apenas sentimos.
Orixás são idealizações.
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Onde eles se colocam tudo do que há bom, e onde não conseguimos alcançar esse bom.
Ao contrário, só sabemos pedir, arriar, oferecer, obrigações materiais, onde não vemos o retorno útil, pois somos egoístas demais, ignorantes demais, brutos demais e muitos não sentem o retorno daquilo que é oferecido e revertido em nossas vidas. A transmutação da matéria ofertada em energia geradora de uma construção interior que poucos ainda conseguem entender e utilizála em suas vidas.
Orixás são luta.
Luta pela vida, por viver, por continuar, por existir, pela família, pelos amigos, pela tribo, pela glória de ser humano ... Ser especial da criação, que luta desde o ventre e continua lutando, não se deixando subjulgar nem se derrotar pelo mau do sofrimento, do egoísmo, da ganância, do soberba, da exploração do homem pelo próprio homem.
Orixás são amor.
Amor de mães, de pais, de fraternidade, de dividir a comida, compartilhar as responsabilidades,
do ensinar as gerações futuras para que se possa preservar uma crença, os ritos, a doutrina, a fé.
Orixás são comunhão.
Entre Deus (Olorun ou Zamby) e os homens, nas pessoas das entidades. Dos pretos-velhos, dos caboclos, dos exus e pombogiras, dos boiadeiros, dos baianos, das crianças, dos marinheiros, dos ciganos, de tantos e tantos outros que se dispuseram a retornar para, munidos com a força de seus Orixás, orientar e guiar os homens no mundo da Terra, trocando o sofrimento pela alegria; a dor pelo alívio; a discriminação e o preconceito, pela liberdade e pelo respeito; a inveja pelo dividir e compartilhar; a ignorância pela consciência da humildade do conhecimento de ensinar e aprender ...
Orixás são a minha vida e sem eles eu não sou nada, eu não existo.
Etiene Sales – GhostMaster
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