É comum nos depararmos com a seguinte afirmação de alguns umbandistas:
“Tudo eu sei. Não adianta me trair, falar mentiras, que eu tenho um exú que faz com que a verdade de alguma forma chegue até mim. Cedo ou tarde eu fico sabendo de tudo”.
Geralmente, quando ocorre tal afirmação, a intenção de quem pronuncia este tipo de frase é de intimidar os ouvintes e forçar a fidelidade através do medo. Muitas vezes, já ouvimos isto da boca de dirigentes de terreiros.
O desejo das pessoas que falam este tipo de absurdo é tornar quem escuta, reféns de uma capacidade que elas na verdade não possuem.
Escolhem o Exú como a entidade que realiza este papel por alguns motivos:
1) o peso que a entidade Exú possui na imaginação das pessoas (força cega que faz o bem e o mal, dependendo da ordem que lhe for dada e do pagamento que lhe for ofertado), logo pode vir a ser usado para aplicar punições;
2) por considerarem esta entidade como aquela que trata dos assuntos mais terrenos (demandas, dinheiro, amor, magia etc.), o que referenda a sua capacidade de agir conforme ordenado.
3) Exú também é o mensageiro dos Orixás ou como dizem o escravo, logo servindo também de “menino de recados”.
4) as lendas e tradições que falam da necessidade de se aplacar a ira de Exú, antes de se iniciar qualquer ritual, para que o mesmo não provoque nenhum problema, o que faz de Exú uma entidade chegada a armar um maior barraco, como se diz no popular.
Baseado nestas crenças, Exú serve então, muito bem, para mensageiro e revelador de intrigas, mentiras, traições etc.
Nada mais absurdo e ignorante!
Exú é o executor da justiça kármica!
É uma entidade com hierarquia, direitos de trabalho dentro da Umbanda/Quimbanda bem definidos.
Tem responsabilidades e respondem por seus atos, assim como todos nós.
Exús são espíritos evolutivos e trabalham sim, para combater as demandas, bruxarias, feitiçarias e demais situações, que exijam o seus conhecimentos milenares nestes tipos de causas.
Não são forças cegas, como desejam alguns. São entidades justas, pois executam esta justiça. Cobram aquilo que é necessário cobrar e estão sempre sob a ação da Lei Kármica Divina.
Respondem aos Orixás como executores da Lei e não como seus escravos.
Para Exú não existe o que é certo e errado e sim o que é justo e merecido, seja isto aos olhos de quem recebe bom ou ruim.
Em outras palavras Exú é que faz as coisas acontecerem. Isto apenas para ficar em algumas de suas principais características e funções.
Agora, voltando ao caso acima descrito, realmente a pessoa que pronuncia a frase que iniciamos o texto, tem sim uma capacidade ou um dom…
Esta capacidade ou dom é chamado de FOFOCA. O mensageiro não é um Exú, mas sim uma entidade (ser humano) chamado de FOFOQUEIRO(A).
O que acontece é que as pessoas e locais onde normalmente ocorrem este tipo de situação, vivem e se alimentam constantemente de intrigas, confusões, leva-e-traz, disse-me-disse e toda sorte de artimanhas produzidas pelo mexerico e especulações.
Quando se trata do dirigente a situação se agrava e compromete toda a coletividade.
Ao se sentir traído, ao querer apurar uma história, ao se deparar com a mentira, por que não chamar os envolvidos e manter uma conversa franca, um diálogo aberto, na tentativa de que prevaleça a verdade e se encontre uma solução para o caso?
Não optando por este caminho, válido e saudável para a vida espiritual e material da coletividade, preferindo se informar e formatar o seu juízo de valor pela conversa de outros, o dirigente demonstra incapacidade, fragilidade moral, medo e extrema covardia.
Fatos como este provocam uma rede emaranhada de problemas em um terreiro. Quando se percebe, a desunião e a dispersão dos adeptos já está de tal forma, que não é mais possível fazer a união.
Alerta, irmão umbandistas! Se uma situação como esta existirem em suas casas espirituais, lembrem-se, que o objetivo da Umbanda é um só: a prática do bem, do amor, da caridade, a evolução espiritual dos adeptos e de quem bate a porta.
Exú não tem nada haver com esta rede de intrigas.
Exú não é fofoqueiro!!!
CAIO DE OMULU
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