Podemos dizer que a Umbanda é um sistema religioso fundamentalmente naturista, isto é, trabalha com as forças da natureza, assim como com espíritos contemporâneos, ou não, pesando expressivamente em seu exercício as vibrações das Almas.
Nossa religião possui muitas co-irmãs, o leigo muitas vezes confunde a Umbanda com outras religiões que possuem nomenclaturas semelhantes a Umbanda, no entanto a semelhança é meramente aparente e termina aí. Neste ponto é que gostaríamos de colocar alguns itens que consideramos fundamentais. O fato de termos raízes africanistas, e cultuarmos Orixás, gera muita confusão e sobressai a necessidade imperiosa de definir limites bem claros. Não temos a intenção de comentar outros credos, temos sim, intenção de vincar nossas assertivas.
Trabalhamos exclusivamente visando o bem, a caridade e a evolução espiritual de todos.
A Umbanda não faz despacho em encruzilhadas, não faz matança de animais, não suja a natureza, não cobra consultas e trabalhos, não faz trabalho de "amarração"!
Não temos feituras de cabeça, raspagens, camarinhas, roncó, corpo fechado, ebós, orunkô, feitura de santo, bascos, firmo de nação, etc.
As sessões obedecem a horários pré-estabelecidos, para início e término.
Nas sessões ou em rituais fechados de Umbanda não há abate de animais ou de qualquer outro ser vivo.
As oferendas aos guias, ou entidades menores, são realizadas em locais determinados normalmente junto a natureza, ou reinos apropriados, ou até mesmo dentro do próprio terreiro quando é possível. Lembrando sempre de deixar o local limpo como foi encontrado. Somos absolutamente contra, por exemplo, acender velas perto de árvores (risco de incêndio) ou numa pedra (sujeira da cera). Nós amamos a natureza e as suas energias, como podemos sujar os locais sagrados para nós?
Na Umbanda a vestimenta básica é toda branca em todas as giras.
Não há retribuições financeiras por trabalhos executados, consultas, ou o que quer que seja.
A ascensão ao sacerdócio na Umbanda, se faz através do tempo, da propriedade individual, da constância, dedicação, estudo e seriedade com que o médium se propõe a caridade. O trabalho e o tempo, a dedicação e o estudo profundo é que fazem a firmeza do médium. E tudo isto não acontece de uma hora para outra.
A prática religiosa deve ser realizada em locais específicos, nos centros. Não aprovamos e não permitimos atendimentos nem na residência do médium ou em qualquer outro local, sem a devida vênia e conhecimento da Direção do nosso Centro.
Alertamos sempre que possível, sobre o julgamento, não devemos julgar, e pior do que isto, trabalhar em detrimento de quem quer que seja julgando a causa. Se temos um problema nas mãos, procuramos através da meditação, através da fé, o esclarecimento que seja específico. Imersos em emoções, não há quem se julgue errado, o adversário sempre está errado. A assertiva número 1 deve ser uma premissa fundamental para todo umbandista.
Não devemos receitar. Se for necessário, procuramos dentro dos elementos mágicos que nos são atinentes auxílio, não somos médicos.
O médium não deve precipitar independência mediúnica. É necessário estar bem certo do que se faz. O trabalho vinculado a uma Casa de Caridade é fundamental. Lembre-se que no Centro acodem falanges de trabalhadores, sozinhos não temos esta mesma proteção.
É comum também o médium acreditar que determinados ritos (externos aos ritos da Umbanda) vão lhe conferir maior força, ou maior propriedade de trabalho. Se isto for imperioso na sua vida, esse médium deve procurar outra religião que lhe seja mais cara. Na Umbanda o preparo se dá através dos anos de trabalho, dedicação, estudos e preceitos, e portanto procuramos compreender melhor os mecanismos sutis.
A oitava assertiva esclarece bastante tais dúvidas, não concordamos com mistificações, com adaptações, com misturas ritualísticas. Não fazemos "trabalhos" nos quais num passe de mágica o médium já é Chefe de Terreiro! Não meus amigos, não se iludam achando que com algumas velas e oferendas você estará preparado para chefiar uma casa de Caridade.
O trânsito de uma a outra religião é até certo modo compreensível, pois o homem sempre busca algo que lhe complete, no entanto não vamos confundir, ou tentar adaptar circunstâncias, ou seja, se você acredita que o ritual de preparo de Umbanda não lhe é suficiente, procure outra religião. Nós não adaptaremos rituais ou fundamentos para atender necessidades individuais, maculando a Umbanda. Buscaremos sim, dentro dos rituais da Umbanda atender as suas necessidades, mas você tem o seu livre-arbítrio.
José Francisco Vianna Pereira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário