Excetuando-se os materialistas, que acreditam que tudo se acaba com a morte, todas as demais criaturas crêem que o ser sobrevive à morte do corpo físico.
Desde a mais remota antiguidade as criaturas cultuam seus mortos e ancestrais, demonstrando aí sua crença na existência deles após a morte.
Mesmo os povos primitivos como os indígenas do nosso Brasil, nas mais ermas paragens dos rincões da Amazônia, bem como os índios da América do Norte, África e em todos os lugares, prestam sua homenagem aos seus mortos.
Assim, é crença geral que as pessoas que já partiram se transformem em espíritos ou almas, mas de um modo geral não sabem exatamente como eles são.
O Espiritismo veio para aclarar este ponto crucial do nosso entendimento acerca dos nossos “mortos” queridos, trazendo-nos alem da convicção da sua existência, a forma como eles se constituem e se apresentam.
Informa-nos o Livro dos Espíritos na questão nº 93.
Kardec faz a seguinte pergunta:
“O Espírito propriamente dito tem alguma cobertura, ou, como pretendem alguns, está envolvido em uma substancia qualquer”?
Resposta:
“O Espírito está envolvido por uma substancia que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nos; suficientemente vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira”.
Kardec ainda observa abaixo:
“Assim como o gérmen de um fruto é envolvido pelo perisperma, o espírito propriamente dito é revestido por um envoltório que, por comparação, se pode chamar perispirito”.
Assim cunhou Kardec a expressão Perispírito para designar o envoltório do espírito.
Como depreendemos daí, o que vemos no espírito, quando temos a faculdade da vidência espiritual ou no caso das materializações, é o envoltório do espírito, e não o espírito propriamente dito.
Vamos esclarecer melhor.
O espírito não tem forma e não é material.
Portanto todos nós, encarnados ou desencarnados somos um espírito que não tem forma nem materialidade, constituindo-nos de uma flama, sopro da criação divina (Pergunta 88 do “O Livro dos Espíritos”).
Esta Flama, ou centelha é o nosso ser, a nossa individualidade e sede da inteligência.
Para nos expressarmos no mundo material necessitamos de um mecanismo intermediário entre o espírito e a matéria, que é o perispirito.
Este Perispirito tem forma - a humana, como a conhecemos aqui na Terra.
Quando a criatura desencarna pela morte do seu corpo físico, o espírito emerge do corpo com a exata forma do seu corpo físico moldada no seu corpo perispiritual, inclusive sua roupa.
Por isso é que quando vemos um espírito podemos reconhê-lo pelo seu perispirito, que é exatamente igual quando o víamos aqui na Terra, junto a nos.
A propósito, a expressão Bíblica que diz que somos feitos “à imagem e semelhança de Deus”, refere-se não ao perispírito, mas ao espírito, que agora sabemos ser uma Flama ou Centelha, sem forma física humana.
Portanto não se deve imaginar Deus com a forma humana, como um velhinho de longas barbas brancas sentado em um trono, porque Deus não tem forma física. Dessa maneira podemos entender melhor a expressão bíblica “à imagem e semelhança de Deus”, não é verdade?
Somos semelhantes a Deus em nosso Espírito, e não em nosso corpo ou Perispírito.
Tampouco devemos crer que Jesus é Deus, como apregoam algumas religiões cristãs tradicionais.
Jesus não é Deus!
Ele é filho de Deus como todos nós - nosso irmão - mas um irmão mais velho e muito mais experiente e evoluído.
Com este conhecimento eliminamos mais uma dificuldade de entender a expressão Bíblica, pois não temos mais a imagem de Jesus como Deus.
Mas, voltando ao tema Perispirito, podemos acrescentar que após o desencarne, o perispirito pode apresentar-se mais jovem.
Créditos da matéria: Espírito e Perispírito
Henrique Fracalanza
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