domingo, 19 de abril de 2009

O QUE É PATUÁ?

O patuá é um objeto consa­grado que traz em si o aché, a força mágica do Orixá, do santo ca­tólico ou Guia de luz, a quem ele é con­sagrado.

Entre os ca­tólicos já era há­bito usar um frag­mento de qual­quer objeto que houvesse perten­cido a um santo ou a um papa, até mesmo fragmento de ossos de um mártir ou lascas de uma su­posta cruz que teria sido a de Cristo.

Até mesmo terra, que era trazida pelos cruzados que volta­vam da Terra Santa e que a utiliza­vam nesses relicários, considera­dos poderosos amuletos, que de­ve­riam atrair bons fluidos e prote­ger dos azares.

O nome relicário é originário de latim relicare-religar, que aca­bou formando a palavra relíquia.

Logo o clero percebeu que não po­deria impedir o uso dos patuás pelos negros, que os tiravam an­tes de entrar na igreja, mas vol­tavam a usá-los ao afastar-se de­la.

Decidiram, então, substituir o patuá africano (o autêntico), que tra­zia trechos do Alcorão, por outro que trazia orações católicas, me­da­lhas sagradas, Agnus Dei (uma espécie de medalha com o forma­to de coração, que se abre ao meio, onde se encontram as figu­ras de Jesus e Maria ou ainda sím­bolos da Igreja tradicional).

Com a formação dos primei­ros templos de Umbanda e a possibilidade de um contato mais estreito com diversas Entidades es­pi­rituais, as pessoas que bus­ca­vam proteção começaram a en­con­trar nesses objetos sagrados um apoio (era algo material que continha a força mágica vibratória da entidade que o trabalhara e que o crente poderia ter sempre con­sigo).

A partir daí, as entidades de luz passaram a orientar sua ela­boração, indicando quais objetos seriam incluídos na confecção do patuá e como se deveria proceder com eles para que recebessem o seu aché, isto é, a força mágica.

Os ingredientes geralmente mais utilizados para a confecção dos patuás são os seguintes:
Figas de guiné; Cavalos ma­rinhos; Olhos de lobo (raros e ca­ros); Estrela de Salomão; Estrela da guia; Cruz de caravaca; Couro de lobo; Pêlo de lobo; Santo Anto­nio de guiné; Imagens de Exu e Pom­ba Gira da Guiné; Pontos di­versos; Orações; Sementes varia­das; Imãs, etc.

Não nos esqueçamos que es­sas coisas singelas não têm ne­nhum valor se não forem pre­paradas pelas entidades incorpo­rantes.

Somente estas podem dar o aché ao patuá.

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