domingo, 26 de abril de 2009

EM TORNO DA MEDIUNIDADE

O processo mediúnico ainda não está compreendido em sua totalidade, mesmo, porque, o pensamento do homem ainda é bastante diversificado e embaraçado pelas equações filosóficas em vigor.

Apesar de tudo, boa parte da humanidade já aceita a idéia sobre mediunidade, sendo bastante restrito o número daqueles que penetram na mecânica do processo.

Podemos asseverar que a mediunidade, representando um quadro expressivo de paranormalidade, é fenômeno que se passa na mente humana com especificas e avançadas características psicológicas.

Os fenômenos mediúnicos podem despontar de modo lento e progressivo, como, também, por meio de características ostensivas; ainda mais, nestas duas posições, em graus bem variáveis.

Esses fenômenos podem responder, pela sua inusitada e tão expressiva mecânica, como um valioso processo dentro da evolução humana. Acreditamos mesmo, que as futuras civilizações participarão desse processo psicológico com bastante riqueza de detalhes e de modo natural, como hoje se observam as equações psíquicas nas estruturações intelectuais.

Podemos perceber que esses delicados e sutis processos se mostram, de modo bem comum, nas crianças até 7 anos de idade em média. Nesta fase da infância, os laços perispirituais ( organizador biológico) com as células físicas por se encontrarem como que levemente atados e de fácil desligamento, propiciariam a mais fácil perceptibilidade da dimensão espiritual. Muitas crianças participam desses mecanismos, porém sem tradução exata dos mesmos; confundem a realidade física com a espiritual. Um observador atento, diante das atividades infantis pode catalogar muitos fatos de interesse, embora nem todos estejam ligados a uma participação espiritual.

Após os 7 anos de idade, época, aproximadamente, em que os laços fluídicos do Perispírito já se encontram bem definidos ( atados), a realidade do mundo físico passa a ser a tônica dominante;

contudo, alguns médiuns ostensivos, mesmo dentro desse período até a conclusão da adolescência, apresentam atividades mediúnicas sem óbices de qualquer natureza.

O mais comum seria o despertar mediúnico, após a conclusão da adolescência, quando o organismo adquiriu a evolução física necessária, a fim de que as telas nervosas, bem mais amadurecidas e perfeitamente nutridas pelo conjunto das glândulas endócrinas, se possam adequar com mais precisão ao processo em pauta.

Assim, entre os 17 e 20 anos seria a época do despertar mediúnicos nos mais sensíveis, a conservar-se de acordo com as possibilidades de desenvolvimento e exercícios, tanto mais positivo quanto mais expressivo for o esquema ético e moral.

Os fenômenos mediúnicos, quando obedecendo a um plano adrede preparado, dentro de componentes morais bem acentuados, podem tomar as características de missão, valendo a denominação de mediunato.

Quando o processo se torna eventual, quase sem finalidade e alcance, sem aquela característica dinâmica do mediunato, valeria a denominação de simples mediunismo ou mediunidade estática, generalizada, pela inexistência dos valores que lhes dariam estruturação evolutiva.

Todo processo mediúnico representa um estado psicológico especifico, às custas do deslocamento das energias psíquicas, em especial textura e vontade dos participantes do processo:

O Espírito comunicante e o médium ( intermediário), receptor. É claro que a energética em ação é psíquica, de uma fonte psíquica para outra, de um campo mental para outro, a representar uma das grandes forças cósmicas.

A Física moderna considera a existência de 4 forças no Universo:

1.. Interação forte - limitada às partículas do núcleo atômico, mantendo unidos, principalmente os prótons e os nêutrons.

1.. Força eletromagnética - 140 vezes mais fraca que a primeira, atuando sobre as partículas atômicas portadoras de carga; o elétron do átomo sofre sua direta influência.

2.. Interação fraca - também denominada de pequena força nuclear atômica, é 100 trilhões de vezes mais fraca que a interação forte. É a força que regula e orienta os saltos dos elétrons e dos fótons dos núcleos, observados nos átomos radioativos.

3.. Força de gravitação - a mais fraca das 4 forças, entretanto parece bem forte quando notamos a queda dos corpos em direção ao solo. É a força que mantém o sistema solar unido e o sistema galáxico.

Esta força nos chama mais a atenção, porquanto as 3 outras são como que aprisionadas nas estruturas da matéria, enquanto que a gravitacional, infinitamente mais fraca, se expande a incomensuráveis distâncias.

Neste quadro cósmico poderíamos incluir mais 3 forças:

1.. Força PSI - desenvolvida na própria organização do ser. A força em que os vórtices do Espírito orientariam o Perispírito e este, por sua vez, o corpo físico. Portanto, seria uma variedade de campo energético limitada à organização dos seres; uma força que propiciaria ao EU ou Individualidade ( Espírito) orientar e manipular a Personalidade ( Corpo Físico), refletindo-se num determinado biótipo ou arcabouço psicológico.

1.. Força Psíquica - força de nosso intercâmbio, comunicação e atendimento, força de envolvimento nas diversas criações e orientadas pela vontade. Seria a força do psiquismo, como processo criativo, transformando-se e interpenetrando os seres. Nestas condições entenderíamos as criações intelectuais, os mecanismos psíquicos em suas expansões externas, onde a manifestação do processo mediúnico teria assegurado a sua posição.

2.. A Força Divina - um campo infindável de energias a representar a imanência de Deus (@. O centro transcendente divino sempre a esparzir as suas irradiações pêlo Universo, como campo-imanente@, onde nos encontramos mergulhados em nossa reduzida gleba cósmica.

Considerando este esquema das forças, situamos a mediunidade como resultado de um processo que tomaria nascimento no campo de energias da 6ª força - a força psíquica.

Não sabemos que elementos seriam estes, se corpúsculos ou ondas, ou mesmo uma associação sob forma de " PACOTES DE ONDAS" responsável por tão especifica dinâmica.

Conhecemos sim, os resultados, os fatos e alguns ângulos de manifestações de suas interações, mas desconhecemos a estruturação do processo mediúnico.

Seria bem certo dizermos que o nosso intelecto ainda não se encontra preparado para definir e avaliar tal posição.

@ Imanência - que existe sempre num dado objeto ou ser; que não pode se separar dele. Permanente, constante.

O processo mediúnico sofrendo, como referimos, influências de acordo com a idade do ser, mostrar-se-á, também, com tonalidades e coloridos de muitos matizes.

Podemos asseverar que não existe uma manifestação igual a outra, embora o processamento se assemelhe e se mostre dentro de condições aparentemente idênticas.

A energética psíquica que participa do processo investe a condição de afinidade e sintonia, levando-se em consideração o grau qualitativo do fenômeno e que estará relacionado com o grau evolutivo do comunicante e do médium.

O fenômeno mediúnico, ao desenvolver-se na organização material ( encarnado), necessita de telas psíquicas adequadas e, por serem materiais, sofrem influências do sistema nervoso vegetativo, do sistema cérebro-espinhal e da cadeia glandular; portanto, do arcabouço neuro-endócrino que o médium carrega.

Ainda não sabemos o modo como essa estrutura neuro-endócrino poderá influir na fenomenologia mediúnica, mas, pelo conhecimento que já possuímos a respeito dos biótipos psicológicos, podemos tirar as necessárias ilações dessas influências.

As glândulas endócrinas, por intermédio de suas elaborações hormonais, regularizam e ordenam as manifestações do psiquismo.

Essa influência é de tal ordem que, hoje, os cientistas estão no encalço de certas manifestações psicológicas diretamente ligadas à glândula pineal.

Acham mesmo, que a epífise ou pineal representa um relógio biológico e, como tal, os fenômenos psicológicos estariam coligados em suas telas específicas.

André Luiz nos tem fornecido, pela mediunidade de F. Xavier, informações dignas de registro, em que a pineal estaria comprometida com as manifestações mediúnicas e, de tal forma, que seria responsável, no nosso entender, pela orientação e respectiva transmutação dos dados espirituais, em dados intelectivos, na zona nobre talâmica da base cerebral e, daí, partindo para os respectivos centros nervosos da córtex, onde as informações alcançarão o entendimento da comunicação.

As mensagens mediúnicas variarão em suas expressões e manifestações, e serão tanto mais sérias e qualitativas quanto maior for o estofo moral do médium; este, qualitativamente situado, só sintonizará com forças psíquicas construtivas e ordeiras.

As estruturas profundas do psiquismo humano, diante dos exercícios mediúnicos, vão, como que, no dia-a-dia, abrindo comportas e absorvendo aptidões que o processo em pauta pode determinar.

A absorção dessas aptidões, sedimentando-se nas íntimas estruturas do Espírito, vão criando zonas específicas que responderão como fontes ativas e sempre facilmente despertadas pelas influências espirituais externas; seriam campos-energéticos encravados no psiquismo de profundidade e despertados por influências especiais e na mesma gama vibratória em que o médium se situa.

Reforçando a idéia, poderíamos dizer que estes campos, assim construídos, responderiam por autênticos reflexos-condicionados do Espírito. Precisamos entender, também, que as manifestações mediúnicas inundam a organização do médium, ficando com ele a essência que o processo propicia.

Quando o mediunismo é sério, obedecendo as regras de um mediunato, absorve o trabalho construtivo e avança na evolução. Não acontecendo o mesmo com o trabalho mediúnico desordenado e comandado pelas mentes em desalinho, em que o médium será palco de forças vampirizantes e obsessivas.

Com a mediunidade mal conduzida, o médium propicia uma série de reflexos em sua organização física, onde podemos salientar grupos de sintomas bem caracterizados a desembocarem nos diversos graus de obsessão:

1.. perda de vitalidade, desgaste físico com depressão;

2.. distúrbios neuro-vegetativos, mostrando as tão conhecidas reações psicossomáticas, assunto de profundo interesse científico;

3.. excitações constantes, a desenvolverem os múltiplos e extensos quadros de ansiedade;

4.. pontos máximos de obsessão a manifestar-se nos quadros histéricos, epilépticos e, posteriormente, nas severas psicoses

Jorge Ândrea dos Santos

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