domingo, 18 de janeiro de 2009

ORIXÁS FUNFUN

Oxalufã

Êle é muito velho, idade avançada, aleijado, lento, move�se com muita dificuldade, associa�se à idéia de repouso, de imobilidade, dança curvado, apoiado no Opa Xoró, treme de frio e de velhice. Detesta a violência, disputas e brigas, evita tudo que é excitante, come sem sal e sem dendê, odeia cores fortes e particularmente o vermelho . A êle pertencem os metais e substàncias brancas como a prata. No reino vegetal o algodão. No animal o caracol, d'angola, martim pescador e o preá. Tem ódio ao cavalo, pois, foi por causa deste animal que ficou preso por sete anos e muito sofreu.

QUALIDADES

- BABA NILÀ
- BABA OJOBÈ
- BABA OTUN DUNDUN � Usa uma tira preta sob as vestes. Não se raspa.
- BABA OLóóKUN � É o responsável pelo fundo do mar. Pai de YEMONJA.
- BABA ORY
- YJALADÉ.

0 Opá Xoró, na África, é o bastão cerimonial feito de um galho fino da árvore Akóko . No Brasil é feito de metal prateado .

LENDA
Oshalufon, saudoso de seu filho Shangô resolveu visitá-lo, porém, antes consultou um Babalawó para saber se correria tudo bem nessa viagem. 0 Babalawó disse�lhe que não fosse, pois, haveria contratempos. Oshalufon, mesmo assim, quis aventurar�se. 0 Babalawó disse�lhe que a viagem seria muito perigosa. Se realmente quisesse ir, deveria seguir tudo o que ele dissesse. Oshalufon aceitou e êle disse que levasse três peças de roupas brancas e sabão e aceitasse tudo que lhe acontecesse sem reclamar. Oshalufon fez todas as oferendas que lhe foram confiadas e partiu. Como era muito velho ia lentamente, apoiado em seu cajado. Encontrou logo em seu caminho Eshú Elepó Pupa, dono do azeite de dendê, sentado à beira da estrada, com um barril de azeite de dendê ao lado. Após uma troca de saudações, Eshú pediu a êle que o ajudasse a colocar o barril sôbre a sua cabeça.

Êle concordou e Eshú aproveitou para, durante a operação, derramar, maliciosamente, o conteúdo do barril sôbre Oshalufon, pondo-se a zombar dêle. Este não reclamou, seguindo as recomendações do Babalawó, lavando�se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou a velha como oferenda, continuando a andar com esforço e foi vítima, ainda por duas vezes, de tristes aventuras com Eshú Eleedú, dono do carvão, e Eshú Alaady, dono do óleo de palma. Oshalufon, sem perder a paciência, lavou-se e trocou de roupa, após cada uma das experiencias. Enfim chegou aos arredores de Oyó e foi surpreendido pelo tropel de um cavalo que havia fujido. Tentando agarra-lo. Os guardas vendo aquêle velho agarrado ao cavalo, confundiram�no com um ladrão. Nessa época o roubo de cavalo era um crime inafiançável. Pegaram�no e como era costume na época, quebraram�lhe as pernas, porque era assim que faziam com os ladrões. Preso e imposibilitado de comunicar�se com seu filho Shangô, pelos maus tratos, acabou por ficar aleijado.

Logo as coisas começaram a decair em OYO, as colheitas secaram, as mulheres ficaram estéreis, as colheitas não mais produziam, os animais começaram a morrer, as calamidades e doenças invadiram o reino de Oyó. Shangô, muito preocupado procurou um Oluwó, adivinho, este disse�lhe que tudo estava acontecendo por causa de um velho que encontrava�se preso em suas masmorras, em seu castelo. Shangô então dirigiu�se imediatamente para as masmorras, pois, queria saber quem era esse velho que tantos danos a seu reino causara. Chegando ao calabouço, ordenou que abrissem as celas. Para sua surpresa, em uma delas, encontrava�se seu pai. Soltando�o imediatamente e suplicando desculpas, sendo perdoado. Então, como por encanto tudo começou a prosperar em Oyó. Shangô vestiu seu pai ricamente e banhou�o com as águas mais limpas das fontes sercando�o com belas mucambas.

Oshalufon sentiu-se no paraíso, fartas colheitas e suntuosos banquetes foram-lhe servidos. Só tinha um porém, êle estava aleijado e não podia caminhar. Seu filho então presenteou�o com uma rica bengala de prata, ornada com pedras preciosas e pérolas, o Opá Xoró.

Quando Oshalufon teve que seguir para Ilé Yfé, cidade sagrada do povo Yorubá, devido ao seu estado alquebrado, Shangô pediu a Ayrá que o carregasse nas costas. Ayrá era um Orishá no fundamento de Shangô. Era um de seus servos de confiança. Shangô naquêle momento estava reconstruindo Oyó, não podia ausentar�se da cidade e nem de seu povo. Para redimir�se com Oshalufon, pediu a Ayrá que o levasse, pois, sentia�se indignado com o que havia acontecido com seu pai, mesmo sabendo que não havia sido de propósito.

Ayrá ia ser o preferido de Oshalufon no período de reconhecimento. Entretanto, Ayrá percebeu que Oshalufon era um Orishá muito especial, um ser de grande sabedoria, e sabendo que era da confiança de Shangô, aproveitou o momento para saber os segredos de Oshalufon. Então usou de má fé e tentou convencer a este que Shangô era o culpado pelos sete anos que passou na prisão em Oyó . Oshalufon, porém, estava ciente de que tudo que passou, pois, Olodumaré e o Babalawó o haviam prevenido. Ayrá então passou a ter uma grande rivalidade com Shangô. Por este motivo não se deve colocá�los juntos na mesma casa. Para shangô pôe�se o pilão e para Ayrá não, porque irá criar confusão entre Oshalufon e Shangô. Chegando a Yfé, Oshalufon agradecido a Ayrá deu�lhe o título de seu primeiro ministro, fazendo dêle seu mais fiel amigo. Por este motivo Ayrá come diferente dos Shangô, sendo suas oferendas levando todos os ingredientes que estavam na mesa de Oshalufon. Foi�lhe concedido comer em sua gamela o arroz, a canjica e o mingau de acaçá, sendo�lhe proibido o dendê, o sal e os caroços do quiabo, que quando secos prepara�se certos atins de Eshú .

OSHAGUIAN

Filho de Oshalufon, é jovem, guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omulú ou Shangô. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas de Seguy, e suas roupas brancas podem, às vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto de Yroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e o culto dos inhames.
É pai de Oshóssi Inlé, come com Ogúnjá, Oshóssi Inlé, Ayrá, Eshú, Oyá e Onira. Tem muito fundamento com Oyá, pois é o dono do Atori, fundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Oshaguian devem agradar muito à Oyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com Eshú . Seus filhos devem evitar brigas, confusões e mentiras, principalmente, não devem enganar Ogún ou aos seus filhos, pois, será castigado sem dó. Não devem comer ovo frito para não esquentar o Orishá, cachaça, sal e dendê. É um Orishá muito perigoso.


ORUNMILÀ IFÀ

0 oráculo africano. Deus dos destinos, que aparece no Candomblé como qualidade de Oshalá. Teria sido encarregado de estabelecer a ordem no mundo, de separar os elementos e instituir a paz entre os homens. É o dono das nozes que revelam a vontade dos deuses, o senhor da adivinhação, que exprime a palavra do criador. As mulheres não podem ser sacerdotizas de Ifá. Não se manifesta. Dono dos búzios, Ifá é um Orishá muito bom e importante. Acredita�se que o Deus todo poderoso mandou Ifá, que morava no céu para a terra, para que êle a consertasse, deu�lhe sabedoria, conhecimento e muita inteligência que lhe permitiu o poder maior entre os outros Orishás.

OBATALÁ

É o mais velho dos Orishás, o grande rei branco, raiz de todos os outros Oshalás. Êle não é feito. Faz-se Ayrá ou Oshún Opará. É o pai de Oshalufon, que por sua vêz é o pai de Oshaguian, tão grande e poderoso é Obatalá que não se manifesta. Sua palavra transforma-se, imediatamente, em realidade.
Representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo. Controla a formação de novos seres. É o senhor dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o responsável pelos defeitos físicos. Ele é corcunda porque recusou�se a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Eshú castigou�o pregando a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal. Comer sal para êle constítui um ato de alto canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala. Durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dêle.

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