sábado, 18 de outubro de 2008

UM PASSO DE CADA VEZ

O desenvolvimento mediúnico é como o desabrochar de uma flor: um fenômeno sutil,
que acontece dia a dia, sem milagres ou grandes saltos em sua evolução.
Desenvolver a mediunidade é um processo que começa interiormente, buscando a
melhora íntima e o desenvolvimento das virtudes superiores, pois apenas através
delas, acessa-se o padrão de sintonia ideal com os bondosos mensageiros que a
Luz envia.

Mediunidade não é um bem para envaidecer-se, nem uma atividade que tem como
objetivo matar o tempo ocioso dentro da matéria. É sim, um trabalho sério, que
exige disciplina e maturidade, compaixão e carinho, para que o trabalho não se
perca nas áridas ilusões do materialismo exacerbado.

Todo servidor mediúnico é uma ponte de ligação entre os planos mais sutis e a
matéria. É uma porta de acesso. Mas, caso essa porta seja aberta, o que
transitará por ela? Em verdade, o médium antes de ser elemento passivo na
comunicação espiritual, é elemento ativo no processo de sintonia com as forças
superiores. A manifestação mediúnica é impressa sobre o conteúdo anímico que
todo médium traz, em sua mente e em seu coração.

Por isso o grande esforço dos mensageiros da luz, para que antes das faculdades
mediúnicas desabrocharem por completo, o médium passe por um período longo de
desenvolvimento, onde suas capacidades acompanharão a própria evolução interna
da alma, predisposta ao trabalho de intercâmbio espiritual. A todos esses
irmãos, que buscam na mediunidade, um oportunidade de trabalho redentor,
deixamos os seguintes conselhos:

Utilizem-se sempre da palavra amiga, para que a psicofonia reflita os
sentimentos trazidos no coração.

Tenham olhos bondosos, que antes de procurar os defeitos alheios, sirvam para a
compreensão dos próprios erros, fazendo da clarividência uma ferramenta para o
autoconhecimento.

Santifiquem suas mãos com o trabalho honesto e edificante, para que elas possam
trazer, através da psicografia, as palavras do mais alto.

Façam com que suas atividades diárias sejam norteadas pelo bom-senso e pela
alegria, aumentando a lucidez fora do corpo, quando das excursões noturnas
enquanto o corpo físico descansa.

Escolham bem as conversações as quais participam, para que seus ouvidos possam
ouvir o sutil.

Cultivem pensamentos elevados e carinhosos em relação ao semelhante, para que a
intuição flua, como um rio de bênçãos, a cair do altíssimo.

Não julguem com maldade e extremo rigor as manifestações mediúnicas do próximo,
para que não sejam traídos pelo animismo não edificante. Lembrem-se que o mesmo
rigor, descaso e sarcasmo destinado ao irmão, um dia poderá ser destinado a
vocês.

Estudem, leiam e se instruam, mas não se envaideçam, pois os verdadeiros
tesouros espirituais trazemos no coração.

Cuidado com o mau-humor. Ele acaba com qualquer tentativa de contato espiritual
elevado. Manter-se sereno e equilibrado perante as pelejas do dia a dia é a
maior prova de espiritualização que o ser pode dar.

Sejam simples. Não busquem o fenômeno ou o “show mediúnico”. Busquem sim, o
esclarecimento, os ensinamentos elevados, o consolo e a fraternidade com os
irmãos mais necessitados.

Cuidado com os excessos, trilhem o caminho do equilíbrio, para que suas
companhias espirituais também sejam equilibradas.

Façam da oração uma manifestação de fé e confiança verdadeira nas forças
celestes, para que o amparado delas nunca falte.

Não se martirizem, nem se tenham como pecadores. Ninguém é perfeito, todos temos
acertos e erros, débitos e créditos. Trabalhem e perseverem. Sejam críticos, mas
não exagerem. Melhore na medida do possível e não se cobre uma postura
impossível em relação à vida.

Cada um tem o que merece. Aceitem suas vidas, suas dificuldades, seus problemas,
pois eles estão aí por única e exclusiva responsabilidade sua.

Por último, confiem mais em si mesmos. Não desanimem com a aparente falta de
evolução em relação a mediunidade. Como dito anteriormente, o processo é lento,
sem saltos ou rápidas transformações. Um passo de cada vez. O caminho é longo,
mas todos temos a eternidade...

Um Espírito Amigo
– Recebido mediunicamente por Fernando Sepe

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