Desde os tempos mais remotos, o desconhecido sempre trouxe ao homem alguns sentimentos, principalmente o medo. A psique humana comumente se acostuma com o conhecido tende a não querer que nada mude. Com efeito, podemos perceber isso em nossas vidas. No cotidiano. A maioria das pessoas é um tanto resistente às mudanças. Acostumam-se até com situações sofríveis que poderiam ser mudadas.
O medo. O apego.
Apego a situações coisas e pessoas. Quem está preparado pra mudar de vida de um instante pra outro ????
Quem possui tanta fé em Deus a ponto de não preocupar-se com o que vai acontecer a seus filhos pequenos, por exemplo (isso para os que crêem em Deus) , haja vista que se a mudança (morte) aconteceu, certamente de uma forma ou de outra eles serão amparados e viverão as situações que necessitam viver ???
ENCONTRO COM A CONSCIÊNCIA
Intuitivamente temos a certeza que esse encontro ocorrerá quando deixarmos o corpo material. E isso também provoca medo.
Será que estamos preparados pra nos encontrarmos com nossa consciência. ?? E o seu (nosso próprio) julgamento. ???
Intuitivamente o espírito encarnado sabe que já passou por essas “separações” e esses julgamentos várias e várias vezes. Assim, uns dizem ter mais outros menos medo da morte. Outros nenhum.
O importante que sempre é tempo de nos instruirmos a respeito da espiritualidade, nos libertarmos da ignorância, que também nos traz esse medo e aprendermos como viver melhor.
Como disse o Mestre dos Mestres, conhecereis a verdade e ela vos libertará. Assim, os espírito que progride no conhecimento e na vivência das lições do Cristo vai se livrando de todos os seus medos.
ABAIXO SEGUE UMA TRANSCRIÇÃO DO LIVROS DOS ESPÍRITOS na parte que fala sobre esse tema e uma entrevista de Richard Simonetti extraída do site O Mensageiro
O NADA - VIDA FUTURA
Livro dos Espíritos
O Nada. Vida Futura
958. Por que tem o homem, instintivamente, horror ao nada?
“Porque o nada não existe.”
959. Donde nasce, para o homem, o sentimento instintivo da vida futura?
“Já temos dito: antes de encarnar, o Espírito conhecia todas essas coisas e a alma conserva vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual.” (393)
Em todos os tempos, o homem se preocupou com o seu futuro para lá do túmulo e isso é muito natural. Qualquer que seja a importância que ligue à vida presente, não pode ele furtar-se a considerar quanto essa vida é curta e, sobretudo, precária, pois que a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo permitida acerca do dia seguinte. Que será dele, após o instante fatal? Questão grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade. Aquele que tem de passar longo tempo, em país estrangeiro, se preocupa com a situação em que lá se achará. Como, então, não nos havia de preocupar a em que nos veremos, deixando este mundo, uma vez que é para sempre?
A idéia do nada tem qualquer coisa que repugna à razão. O homem que mais despreocupado seja durante a vida, em chegando o momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele e, sem o querer, espera.
Crer em Deus, sem admitir a vida futura, fora um contra-senso. O sentimento de uma existência melhor reside no foro íntimo de todos os homens e não é possível que Deus aí o tenha colocado em vão.
A vida futura implica a conservação da nossa individualidade, após a morte. Com efeito, que nos importaria sobreviver ao corpo, se a nossa essência moral houvesse de perder-se no oceano do infinito? As conseqüências, para nós, seriam as mesmas que se tivéssemos de nos sumir no nada.
INTUIÇÃO DAS PENAS E GOZOS FUTUROS
960. Donde se origina a crença, com que deparamos entre todos os povos, na existência de penas e recompensas porvindouras?
“É sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, trazido ao homem pelo Espírito nele encarnado. Porque, sabei-o bem, não é debalde que uma voz interior vos fala.
O vosso erro consiste em não lhe prestardes bastante atenção. Melhores vos tornaríeis, se nisso pensásseis muito, e muitas vezes.”
961. Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?
“A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.”
962. Como pode haver cépticos, uma vez que a alma traz ao homem o sentimento das coisas espirituais?
“Eles são em número muito menor do que se julga. Muitos se fazem de espíritos fortes, durante a vida, somente por orgulho. No momento da morte, porém, deixam de ser fanfarrões.”
A responsabilidade dos nossos atos é a conseqüência da realidade da vida futura.
Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço e perseverança.
A idéia que, mediante a sabedoria de Suas leis, Deus nos dá de Sua justiça e de Sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a Seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras.
ENTREVISTA
Entrevista com Richard Simonetti, funcionário aposentado do Banco do Brasil, residente em Bauru, SP. É orador, jornalista e escritor espírita, ocupando atualmente o cargo de presidente do Centro Espírita "Amor e Caridade". Livros publicados: "Quem Tem Medo da Morte?", "Uma Razão Para Viver", "Atravessando a Rua", entre outros.
P:– As religiões, de um modo geral, apregoam a continuidade do ser espiritual que sobrevive à matéria. Apesar disso, as pessoas temem a morte. Por que isso acontece?
R: – É que a morte ainda é a grande desconhecida. As religiões tradicionais exaltam a sobrevivência, mas perdem-se em especulações teológicas, fantasiosas, quando cogitam de como seria a vida além-túmulo, recusando-se à iniciativa mais lógica, que seria a de conversar com os próprios mortos. É como se pretendêssemos imaginar como é a vida na França sem nenhum contato com os franceses. A ignorância sobre o assunto gera o temor. O Espiritismo ajuda-nos a vencer esse problema, porquanto começa exatamente onde as outras religiões terminam, devassando para nós o continente espiritual.
P: – A criatura geralmente tem pavor da morte ou desencarnação, evitando comentar o assunto. Isso é um erro?
R: – Trata-se de uma atitude irracional, já que a morte é a única certeza da vida. Todos morremos um dia. O medo da morte, basicamente, é o medo do desconhecido. Por isso o Espiritismo elimina nossos temores “matando” a morte, na medida em que demonstra que ela é apenas um retorno à vida espiritual, nossa pátria verdadeira.
P: – Por que certos moribundos experimentam melhoras em seus quadros clínicos, a ponto de tranqüilizar os familiares, e instantes depois desencarnam?
R: – Quando a família não aceita a desencarnação, mergulhando no desespero, suas vibrações desajustadas promovem uma sustentação artificial do moribundo, que não evita a morte, mas prolonga a agonia. Os benfeitores espirituais promovem, então, com recursos magnéticos, uma melhora artificial. O paciente parece entrar num quadro de recuperação. Os familiares, mais tranqüilos, afastam-se, julgando que o pior passou. Afrouxa-se a sustentação fluídica retentora e inicia-se o irreversível processo desencarnatório. A sabedoria popular proclama: - “Foi a melhora da morte”. Na verdade, trata-se apenas de um recurso da espiritualidade para afastar familiares que atrapalham a desencarnação.
P: - A certeza da continuidade da vida após a morte e as noções sobre a reencarnação ajudariam as pessoas a vencerem o sentimento de desesperança?
R: – Sem dúvida. Tais realidades descortinadas pela Doutrina Espírita, muito mais do que simples esperanças, nos oferecem segurança diante da vida e alegria de viver.
Fonte: Site O Menssageiro
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