A filosofia fundamental do espiritualismo sadio nos diz que a nossa vida é de nossa inteira responsabilidade.
É necessário se ter consciência e descobrir que somos 100% responsáveis pela nossa vida, que tudo o que nos acontece é criado e permitido pela própria pessoa, dessa forma descobre-se o poder que temos de materializar coisas em nossos caminhos, sejam positivas ou negativas.
Isso destrói a crendice supersticiosa de que as coisas ocorrem conosco por culpa exclusiva de magias, obsessões ou energias negativas.
Esses eventos são passíveis de nos acontecer, sim, contudo temos que saber que eles não criam nada em nós ou a nossa volta, apenas dimensionam ou aproveitam as negatividades, medos, pensamentos e atitudes negativas já existentes em nós e criados por nós mesmos.
Somos filhos amados de Deus, amparados e regidos pelas Sagradas Vibrações dos Orixás, que em nome do Divino Oxalá, Jesus, nos acompanham e dirigem nossos passos, dando-nos suficiente suporte para uma vida sadia, em busca da vivência evangélica, terapia sublime de crescimento e felicidade.
Seria, e é uma blasfêmia acreditarmos que estamos à mercê das energias espúrias e dos espíritos inferiores sem que haja, de nossa parte, uma aquiescência oferecida pela nossa forma de crer na vida e no plano espiritual.
Temos o livre arbítrio. Somos e seremos sempre os responsáveis pelo que nos acontece.
Dizem os Espíritos Superiores, que o maior tratamento contra as obsessões e poderes negativos das sombras é o que chamam de "evangelhoterapia".
Isto quer dizer não ter medo, não canalizar com as energias das sombras através de nossa ignorância, crendice e medo supersticioso.
Impossível a atuação das energias negativas se estivermos escudados com a couraça da fé no amor de Deus, que se arremessa sobre nós pela atuação de tantos amigos espirituais que torcem pela nossa vitória nesta encarnação.
Se somos imperfeitos, e o somos, acabamos atraindo esse campo de energia, mas, de acordo com nossa fé e boa vontade, essas forças deletérias apenas deslizam em nosso aura, sem nos atirar no poço das suas engrenagens trevosas. Isso é fé.
Nos diz o Apostolo Paulo, em uma de suas cartas que está contida no Novo Testamento: "Mais em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o futuro, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Jesus cristo, nosso senhor (Rom.8:37-39)."
É a esta fé que os amigos espirituais querem nos conduzir.
Essa fé que não teme, mas acredita na vitória, porque é amado por Deus e guardado por Jesus, o nosso Divino Oxalá.
Quando a espiritualidade nos oferece os tratamentos espirituais, é no afã de nos ajudar na nossa fé, é a oportunidade de limpeza daquelas coisas que a nossa falta de fé permitiu que entrasse nossa vida e em nosso meio, sempre, repito, com o nosso aval, com a nossa participação.
As magias negras, as energias ruins passam ganham sua força a partir da nossa crença nelas, num poder que elas não têm.
Quando supersticiosamente acreditamos nesse poder inexistente, damos força às mesmas e oferecemos condições para que elas participem de nossa vida.
Lembremo-nos que não estamos encarnados em férias, mas em oportunidade de aprendizado e amadurecimento.
Os problemas e as enfermidades não são sinais de negatividade, mas de ressarcimento de dívidas, de oportunidade de crescimento, de reeducação, ou são condições provocadas pela nossa própria incúria na condução de nossa vida terrena, sem nenhuma ligação com problemas ou fatos espirituais.
Claro que a forma de nos comportarmos, ou de acordo com a nossa visão ignorante do sofrimento humano, atraímos essas energias sombrias, que virão acrescentar ao nosso programa cármico, dores e sofrimentos inexistentes.
Lembremo-nos também que todo ser humano sofre e tem problemas.
Cada um na medida das suas necessidades instrutivas e com o peso proporcional a seu momento consciencial evolutivo.
Não é, portanto, condição apenas do espírita ou umbandista.
Seja ele católico, protestante, budista, etc..., sofrem, enfrentam problemas e desencarnam, sem que isso seja visto como "macumba feita", "olho grande", espírito trevosos em ação, etc..., como é visto pelos ignorantes das lei espirituais e, infelizmente, tão espalhada nas formas vivenciais umbandistas sem doutrina e estudo.
Muitas vezes esses lugares se tornam quartéis generais das sombras, tendo em vista uma vivência religiosa distorcida, apoiada em crenças dúbias em relação ao sofrimento humano, fazendo com que encontrem grande campo aberto para suas atividades, face a crendice, medo e desânimo diante da pretensa "vitória" do mal.
O Apostolo João, também no Novo Testamento, nos garante essa vitória, quando nos diz" "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé (1Jo. 5:4)"
Todos somos nascidos de Deus, pois somos centelhas do seu amor, e estaremos sempre sintonizados com essa filiação quando temos fé, ou seja, confiança irrestrita no Seu poder e no Seu amor por nós.
Cada Guia espiritual que nos acompanha ou nos orienta é uma manifestação clara desse amor.
E a nossa luta pela reforma íntima, à luz do evangelho, é a manifestação, em nós, dessa fé.
Um grande espírito luminar, Tereza D'Àvila, nos deixou um grande legado nessas suas palavras: "Tudo passa. Só Deus não muda. A paciência tudo alcança.
Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta".
E aí, por quantas vai a nossa fé? Ser Umbandista não é sinônimo de ignorância espiritual, nem de crendices supersticiosas.
Quer enfraquecer as "mandingas" e ameaças do mal?
Não creia nelas, nem no seu poder.
Sabemos que se ainda somos, às vezes, alcançados pela sua sombra perniciosa não é porque elas tenham poder por si, mas porque aceitamos o seu poder e permitimos, pela falta de fé, que se alojem em nossa vida.
Tem um ditado popular que acho muito sábio que diz: "Você não pode evitar que os urubus voem sobre sua cabeça, mas pode evitar que pousem nela".
Como? Pela fé e discernimento inteligente sobre essas questões espirituais.
Diz um Caboclo que "Não existe mandinga mais forte, que a mandinga de Jesus em nossas vidas". Que verdade linda! Pena que em vez de acreditarmos nisso, nos posicionamos temerosos na crença no poder do mal, como se fosse maior que o de Jesus.
Àquele que busca, de forma séria, sadia, firme, ter uma espiritualidade sábia, à luz do Evangelho do mestre, sem sentimentalismos e beatitudes bobas, fruto da busca de esconderijo ou preenchimento de carências ainda doentias e vazias, nada tem a temer pois, repetindo a frase da grande Tereza: "Quem a Deus tem, nada lhe falta".
Irmãos Umbandistas, vamos construir uma religião que realmente nos leve à religação com Deus, e não nos aprisione ao medo, às crendices e superstições, tão a gosto dos nossos irmãozinhos desencarnados ainda presos à ignorância e à maldade, e às pessoas encarnadas que a usam em seu próprio benefício.
Trabalhar pela caridade é buscar as coisas do Alto e fazer tudo para conduzir nossos irmãos encarnados pela orientação e tratamentos espirituais, e desencarnados pela desobsessão e doutrina, para mares mais altos, onde livres possam respirar o ar da paz e alegria do Cristo.
Religião é religação com Deus. Se um movimento qualquer aprisiona em vez de libertar, aterroriza em vez de pacificar, não pode ser considerado uma religião, pois Deus é amor, Deus é liberdade, Deus é paz. E nós, como estamos vivendo a nossa religiosidade umbandista?
Como a temos apresentado ao mundo? Como religião ou como um grupo de ignorantes girando em torno do nada?
Termino com as palavras proferidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do seu médium Zélio de Moraes:
"Meus irmãos, sejam humildes. Tragam amor no coração para que vossa mediunidade possa receber espíritos Superiores, sempre afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que os necessitados possam encontrar socorro nas nossas casas de caridade. Aceitem meu voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade".
Nos lembremos, contudo, que humildade não é "umidade". Ela está baseada na disciplina, pois, como diz André Luiz:
"Caridade sem disciplina, é perda de tempo".
Paz e Alegria, na bênção de Jesus, nosso Divino Oxalá.
Pai Norevaldo
Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário