Há os que padecem de uma espécie de labirintite espiritual, assim como há aqueles que, no plano material, sofrem da labirintite orgânica, sofredores de severa disfunção do aparelho auditivo, que, “enigmaticamente” (*1) atrapalha os processos de equilíbrio do corpo, perdendo facilmente, a criatura, assim, o seu eixo de gravidade. Da mesma forma, por analogia, aqueles que têm dificuldade de ouvir, criteriosamente, os reclamos de sua consciência e de seus mentores espirituais, por ela sintonizados, terão dificuldade de manter-se no eixo do equilíbrio psicológico e espiritual, vida afora.
Se você se sente, volta e meia, incurso em processos de desequilíbrio que não julga mais adequados ao seu nível de maturidade e de esclarecimento, pondere se talvez o orgulho não lhe esteja impedindo de ouvir aquilo que seja importante para seu processo de crescimento interior. Mais do que imagina, a criatura humana é obnubilada em seus processos mentais, pela praga medonha da vaidade, da pretensão e da presunção. Atente-se, destarte, para verificar se um exagerado senso de auto-estima não lhe dificulta a percepção fidedigna das paisagens em torno de si, dos objetos, pessoas e situações que lhe são dados observar. Notará a presença da hybris(*2) toda vez que pervagar seu coração e descobrir acusações a outras pessoas (com negligência para com a própria parcela de responsabilidade nos acontecimentos em que anda envolvido), cobranças e reclamações insistentes para com iniciativas dos outros, com paralelo relaxamento complacente em relação a si mesmo.
Tanto quanto o indivíduo deve saber se perdoar (e o ser humano médio da Terra costuma ser, inclusive, exageradamente auto-indulgente), importantíssimo que saiba relevar os deslizes ou as omissões dos seus irmãos em humanidade, sobremaneira quando se sabe que cada um recebe aquilo que precisa e até, amiúde, merece – portanto ninguém podendo se sentir vítima deste ou daquele fator agressivo, e sim um agente passivo, quando não indiretamente ativo, a provocar o ataque ou o prejuízo sofrido.
Deste modo, a partir de hoje, esforce-se por ouvir, ler e sentir as repreensões mais severas da Vida, como avisos para si mesmo, antes de apontar para os outros ou associar às falhas de outras pessoas, porque as falhas dos outros são de responsabilidade deles, ao passo que suas limitações ou seus equívocos correm por conta de sua própria responsabilidade.
A Divina Providência permite que o mundo exterior constitua um palco, onde seus problemas são projetados; suas neuroses, espelhadas; bem como seus traumas, dramas e pendências mais impostergáveis são ali atuados, pelos personagens das circunstâncias e pessoas atraídas pelo seu próprio carma, para que você possa mais fácil, direta e imediatamente enxergá-los e corrigi-los, a bem de você mesmo.
(*) (Mensagem recebida pela psicofonia – método de comunicação mediúnica conhecido vulgarmente por “incorporação” -, pelo médium Benjamin Teixeira, em 21 de dezembro de 2004, em reunião mediúnica fechada, na sede do Projeto Salto Quântico.
(Notas do Médium):
(*1) A autora espiritual não desconhece os mecanismos da patologia. Apenas já chama atenção, desde esse ponto de seu discurso, para a metáfora do fenômeno orgânico em relação a seu correspondente no plano psicológico e espiritual.
(*2) Orgulho.
Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário