Ìbejì ou Ìgbejì - é Orisha protector dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba.
Da-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último.
Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.
Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà .
O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África Equatorial.
A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo real", que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses.
A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Na África , as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza. A preocupação com os sustento das crianças é freqüente entre os povos negros, haja a vista a miséria das cidades africanas e a situação do negro na escravidão e na diáspora.
A palavra Igbeji que dizer gêmeos e o orixá Igbeji é o único permanentemente duplo. Forma-se a partir de duas entidades distintas que coo-existem, respeitando o princípio básico da dualidade.
Contam os Itãs (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Igbejis são filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos. Doravante, os Igbejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa , também recebem oferendas.
Entre os deuses africanos, Igbeji é o que indica a contradição,os opostos que caminham juntos a dualidade de todo o ser humano, Igbeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstância, tem dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.
Na África, O Igbeji é indispensável em todos os cultos. Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Igbeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado. O poder de Igbeji jamais podem ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro orixá desfaz. E mais: eles se consideram os donos da verdade.
BRASIL
Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade.
Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, tudo enfim que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.
Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim".
Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade.
Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas.
• Crianças na Umbanda
• Ibeji no Batuque
• Bêji no Xambá
A grande cerimônia dedicada a estes orixás acontece a 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto aos orixás como aos freqüentadores dos terreiros.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji nas nações Angola e Congo.
É a divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância.
Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo.
É o orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes.
Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda desse orixá. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.
A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”.
O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
O Ere na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.
O Ere conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”.
O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá.
Após o ritual do orúko, ou seja, “nome de iyawo” segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas, brinquedos;
Plantas: jasmim, maçã, alecrim, rosa
Dia: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá;
Cor:azul , rosa, verde, mas na verdade gosta do colorido em si.
Metal: estanho. Seus elementos: fogo, ar.
Saudação:Omi Beijada! Ou Kao Kaobicile, pois é também um Xangô.
Domínios: parto e infância. Amor união.
Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces.
Animais: passarinhos.
Quizilas: morte, assobio.
Características: alegre, otimista, rincalhão, esperto, trabalhador, imaturo, birrento, voraz.
O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá harmonia na família, facilita uniões.
Riscos de saúde: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes.
LENDAS:
Existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.
Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão.
Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
LENDAS:
Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu.
Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa.
Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE
Quando Jesus declara:
“Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a divisão”, seu pensamento era este:
“Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão querido compreender.
Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade.
A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Consolador, que virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus.
Cansados, afinal, de um combate sem resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até ao seio das famílias, reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e ao outro.
Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranqüilidade deles. Todos então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado.”
Nesta sessão iremos falar do sentido religioso, da religião ou religiosidade.
Já vimos que a religião, no plano da Terra, é constituída de dois aspectos:
o aspecto humano e o aspecto divino.
O aspecto humano é a forma com o qual o homem entende a religião. É sua cultura, sua forma de viver, é o entendimento do que ele tem do aspecto divino da religião. Diante do exposto, lógico perceber que há uma diversidade muito grande de religiões, porque há uma grande diversidade de entendimento entre os homens.
O aspecto divino é a grande Lei da Vida, é a vontade de Deus, a harmonia universal, leis imutáveis que regem nossos destinos. De tempos em tempos, nascem seres com a missão de melhorar o entendimento humano para essa grande Lei da Vida, são aqueles que orientam as grandes massas humanas, direcionam seus pensamentos e tornam-se seus líderes espirituais.
Todos ouvimos dizer que somos (em Espírito) a imagem e semelhança de Deus. Mas nem todos os homens são iguais! Podemos ilustrar essa condição da seguinte forma: sendo um espelho, uns estão mais sujos que outros. Os espelhos mais sujos, são os homens com o entendimento mais material, mais egoísta e orgulhoso, nestes espelhos, a luz divina não reflete seu brilho em sua totalidade. Já os espelhos mais limpos, que são os homens com o entendimento mais espiritual, mais altruísta e humilde, conseguem refletir o brilho de Deus em sua totalidade.
Tomemos um grande exemplo: vejam que esses homens, em sua maioria, não fundaram religiões, todos falavam, ensinavam, demonstravam a Lei de Deus. Suas vidas foram dedicadas ao esclarecimento divino do amor universal. Poucos escreveram, a maioria realizou. Após suas mortes, o homem, por falta de condições de entendimento espiritual, formaram seitas com seus ensinamentos, fizeram a idolatria, reduzindo a luz de Deus e, muitas vezes, deturpando totalmente seus ensinamentos em nome da dominação. É só olharmos os espetáculos de pura crueldade, que em nome da religião, a história e a atualidade nos apresenta.
Nosso convite é deixarmos o aspecto humano da religião de lado.
Por princípio, toda a religião é boa se fizer seu adepto melhorar sua condição moral, fazendo com que ele se torne uma pessoa boa.
As religiões brigam porque uma acredita que Jesus é Deus encarnado, a outra discorda completamente disso. Uma acredita que Maria era Virgem do corpo, a outra diz que esse sentido era espiritual.
Uma diz que Jesus tinha um corpo que não era carne.
Uma briga porque diz que seus adeptos têm que se vestir de uma forma, a outra porque não admite certos alimentos. E por fim, não se preocupam com o que é mais importante. Vivem em disputas infrutíferas.
Se observarmos, veremos que os grandes seres, que nasceram para nos instruir, sempre falaram de um estado espiritual, de uma vida espiritual de solidariedade, de fraternidade, eles nunca disseram que nos planos elevados da vida existe divisão religiosa. Isso porque só há uma religião, uma religiosidade, que é a Lei de Deus, que Jesus sintetizou de forma magnífica:
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo".
Se você tem uma cultura religiosa de adoração a imagens, que adore sua imagem! O que importa isso? O importante é saber que se você adorar sua imagem e não fizer a caridade, a solidariedade, a fraternidade, ajudar o próximo, não estará fazendo nada de bom, estará jogando seu tempo fora. Então adore sua imagem, mas cumpra seu dever dentro da Lei de Deus.
Se sua religião diz que você não pode comer certo tipo de alimento, muito bem, não coma. Mas saiba que não é o que entra pela boca do homem que macula o homem, e sim o que sai da boca. Porque o que sai da boca do homem é o que ele tem no coração.
E é o que ele tem no coração que lhe dará elevação espiritual.
Pra que discutir sobre o que você come?
Pra que as religiões brigarem por isso?
Não perca tempo com discussões vãs, respeite a religião que você abraçou e seja um homem bom.
Enfim, poderíamos escrever páginas e páginas sobre o que é humano na religião. Mas escreveremos o que é mais importante, escreveremos sobre o que é divino.
Um excelente exemplo da interpretação dos homens colocaremos agora:
deixamos aqui a magnífica demonstração da Lei de Deus entregue pelo Mestre Jesus, o Sermão da Montanha. Nele, o Mestre, com palavras simples, falando para um povo rude, demonstra a lógica da Lei Divina. Demonstra o que, em verdade, devemos dar atenção.
Colocamos duas interpretações, a de Mateus e a de Lucas. Notamos que em Mateus, um publicano, um homem culto e que viveu diretamente com o Mestre Jesus, retira das palavras do Mestre sua essência espiritual. Notaremos como Mateus coloca as palavras com um sentido mais elevado, que nos deixa em estado de enlevo.
Exemplo:
Mateus: Bem-Aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Lucas: Bem-Aventurados os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
O primeiro associa nossa elevação a um estado de espírito elevado pela virtude. O outro, se fizermos simples leitura, associa nossa elevação a simples condição financeira. O que demonstra tremenda injustiça divina, coisa que é impossível.
Por esse motivo, ouvimos pessoas dizerem que não procuram a leitura do Evangelho por haver muito erro (manipulação) da tradução realizada.
Felizmente para nós, há um caminho claro. Precisamos associar todas as informações, todas as palavras, com os atributos divinos de toda perfeição e justiça de Deus. Neste caso, é só acrescentarmos a palavra espírito a palavra pobre que teremos um sentido espiritual e consonante com a Lei Divina. Poderíamos ler assim:
Bem-aventurados os pobres de espírito (da maldade, da avareza, do egoísmo, do orgulho, etc..., que são os humildes) que deles é o reino dos céus.
Apreciem as palavras ditas pelo Mestre Jesus. Vejam o que verdadeiramente temos que dar atenção.
Lembrem-se:
toda religião é divina, nela você encontra tudo o que você precisa saber para se elevar.
Procure nos textos que norteiam sua religião, nas palavras dos seus iniciadores, o sentido da vida deles, que você achará o caminho de "volta pra casa".
Não perca tempo com vãs discussões e vãos comentários.
Todos estamos cansados de guerras, lutas, discussões.
Precisamos fazer o que Deus espera de nós.
www.cura.metafisica.nom.br
“Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a divisão”, seu pensamento era este:
“Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão querido compreender.
Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade.
A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Consolador, que virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus.
Cansados, afinal, de um combate sem resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até ao seio das famílias, reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e ao outro.
Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranqüilidade deles. Todos então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado.”
Nesta sessão iremos falar do sentido religioso, da religião ou religiosidade.
Já vimos que a religião, no plano da Terra, é constituída de dois aspectos:
o aspecto humano e o aspecto divino.
O aspecto humano é a forma com o qual o homem entende a religião. É sua cultura, sua forma de viver, é o entendimento do que ele tem do aspecto divino da religião. Diante do exposto, lógico perceber que há uma diversidade muito grande de religiões, porque há uma grande diversidade de entendimento entre os homens.
O aspecto divino é a grande Lei da Vida, é a vontade de Deus, a harmonia universal, leis imutáveis que regem nossos destinos. De tempos em tempos, nascem seres com a missão de melhorar o entendimento humano para essa grande Lei da Vida, são aqueles que orientam as grandes massas humanas, direcionam seus pensamentos e tornam-se seus líderes espirituais.
Todos ouvimos dizer que somos (em Espírito) a imagem e semelhança de Deus. Mas nem todos os homens são iguais! Podemos ilustrar essa condição da seguinte forma: sendo um espelho, uns estão mais sujos que outros. Os espelhos mais sujos, são os homens com o entendimento mais material, mais egoísta e orgulhoso, nestes espelhos, a luz divina não reflete seu brilho em sua totalidade. Já os espelhos mais limpos, que são os homens com o entendimento mais espiritual, mais altruísta e humilde, conseguem refletir o brilho de Deus em sua totalidade.
Tomemos um grande exemplo: vejam que esses homens, em sua maioria, não fundaram religiões, todos falavam, ensinavam, demonstravam a Lei de Deus. Suas vidas foram dedicadas ao esclarecimento divino do amor universal. Poucos escreveram, a maioria realizou. Após suas mortes, o homem, por falta de condições de entendimento espiritual, formaram seitas com seus ensinamentos, fizeram a idolatria, reduzindo a luz de Deus e, muitas vezes, deturpando totalmente seus ensinamentos em nome da dominação. É só olharmos os espetáculos de pura crueldade, que em nome da religião, a história e a atualidade nos apresenta.
Nosso convite é deixarmos o aspecto humano da religião de lado.
Por princípio, toda a religião é boa se fizer seu adepto melhorar sua condição moral, fazendo com que ele se torne uma pessoa boa.
As religiões brigam porque uma acredita que Jesus é Deus encarnado, a outra discorda completamente disso. Uma acredita que Maria era Virgem do corpo, a outra diz que esse sentido era espiritual.
Uma diz que Jesus tinha um corpo que não era carne.
Uma briga porque diz que seus adeptos têm que se vestir de uma forma, a outra porque não admite certos alimentos. E por fim, não se preocupam com o que é mais importante. Vivem em disputas infrutíferas.
Se observarmos, veremos que os grandes seres, que nasceram para nos instruir, sempre falaram de um estado espiritual, de uma vida espiritual de solidariedade, de fraternidade, eles nunca disseram que nos planos elevados da vida existe divisão religiosa. Isso porque só há uma religião, uma religiosidade, que é a Lei de Deus, que Jesus sintetizou de forma magnífica:
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo".
Se você tem uma cultura religiosa de adoração a imagens, que adore sua imagem! O que importa isso? O importante é saber que se você adorar sua imagem e não fizer a caridade, a solidariedade, a fraternidade, ajudar o próximo, não estará fazendo nada de bom, estará jogando seu tempo fora. Então adore sua imagem, mas cumpra seu dever dentro da Lei de Deus.
Se sua religião diz que você não pode comer certo tipo de alimento, muito bem, não coma. Mas saiba que não é o que entra pela boca do homem que macula o homem, e sim o que sai da boca. Porque o que sai da boca do homem é o que ele tem no coração.
E é o que ele tem no coração que lhe dará elevação espiritual.
Pra que discutir sobre o que você come?
Pra que as religiões brigarem por isso?
Não perca tempo com discussões vãs, respeite a religião que você abraçou e seja um homem bom.
Enfim, poderíamos escrever páginas e páginas sobre o que é humano na religião. Mas escreveremos o que é mais importante, escreveremos sobre o que é divino.
Um excelente exemplo da interpretação dos homens colocaremos agora:
deixamos aqui a magnífica demonstração da Lei de Deus entregue pelo Mestre Jesus, o Sermão da Montanha. Nele, o Mestre, com palavras simples, falando para um povo rude, demonstra a lógica da Lei Divina. Demonstra o que, em verdade, devemos dar atenção.
Colocamos duas interpretações, a de Mateus e a de Lucas. Notamos que em Mateus, um publicano, um homem culto e que viveu diretamente com o Mestre Jesus, retira das palavras do Mestre sua essência espiritual. Notaremos como Mateus coloca as palavras com um sentido mais elevado, que nos deixa em estado de enlevo.
Exemplo:
Mateus: Bem-Aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Lucas: Bem-Aventurados os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
O primeiro associa nossa elevação a um estado de espírito elevado pela virtude. O outro, se fizermos simples leitura, associa nossa elevação a simples condição financeira. O que demonstra tremenda injustiça divina, coisa que é impossível.
Por esse motivo, ouvimos pessoas dizerem que não procuram a leitura do Evangelho por haver muito erro (manipulação) da tradução realizada.
Felizmente para nós, há um caminho claro. Precisamos associar todas as informações, todas as palavras, com os atributos divinos de toda perfeição e justiça de Deus. Neste caso, é só acrescentarmos a palavra espírito a palavra pobre que teremos um sentido espiritual e consonante com a Lei Divina. Poderíamos ler assim:
Bem-aventurados os pobres de espírito (da maldade, da avareza, do egoísmo, do orgulho, etc..., que são os humildes) que deles é o reino dos céus.
Apreciem as palavras ditas pelo Mestre Jesus. Vejam o que verdadeiramente temos que dar atenção.
Lembrem-se:
toda religião é divina, nela você encontra tudo o que você precisa saber para se elevar.
Procure nos textos que norteiam sua religião, nas palavras dos seus iniciadores, o sentido da vida deles, que você achará o caminho de "volta pra casa".
Não perca tempo com vãs discussões e vãos comentários.
Todos estamos cansados de guerras, lutas, discussões.
Precisamos fazer o que Deus espera de nós.
www.cura.metafisica.nom.br
ALÉM DA VIDA
O que nos espera depois da morte física?
Esta é uma pergunta que muitos se fazem ante o desconhecimento do que os aguarda, alimentam o terror da morte.
Pessoas há que sequer ousam mencionar a palavra, como se isso fosse atrair o fato para si ou para os seus.
Mas isso não impede que a morte chegue.
O medo de morrer está muito em função do desconhecimento de que para além da vida
corporal existe a verdadeira, a vida espiritual.
Embora alguns ainda duvidem, é uma certeza.
Dr. Raymond Moody Jr, com residência na Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, possui larga experiência sobre o assunto.
Com vários livros publicados, ele relata os casos de pacientes que tiveram experiências de quase morte.
Isto é, pessoas que sofreram problemas graves, que quase lhes assinalaram a morte e
retornaram, contando o que lhes aconteceu naquele período. Embora alguns tratem tais relatos como alucinação, não se pode conceber que ao retornarem ao corpo, após a morte aparente, tais criaturas relatem fatos, situações, quase sempre confirmadas.
Mais recentemente, Dr. Moody passou a analisar o caso de crianças que sofreram morte
aparente. Porque, diz ele, se o adulto teve tempo para ser influenciado e modelado pelas experiências de sua vida e crenças religiosas, as crianças não estão profundamente influenciadas pelo ambiente cultural e nelas a experiência adquire um certo frescor.
É o caso da garota de sete anos que, ao atravessar um trecho congelado do rio, caiu e
bateu a cabeça. Desmaiou e permaneceu inconsciente por doze horas. Durante esse tempo, o médico não sabia se ela iria morrer ou viver. A garota se viu em um jardim extraordinariamente belo, com flores semelhantes a dálias enormes.
Olhou em volta e viu um ser.
Sentiu-se amada e acalentada pela sua presença.
Foi uma sensação deliciosa, como jamais experimentara em sua vida.
O ser então lhe disse: você vai voltar.
E ela respondeu: sim.
Ele perguntou porque ela queria retornar ao seu corpo e ela disse:
-porque minha mãe precisa de mim.
Depois disso, sentiu-se descendo por um túnel.
Acordou na cama, levantou-se e disse: oi, mamãe.
Essa é uma boa evidência de que há vida depois da morte.
Prosseguiremos a viver sim, porque o espírito é imortal e haverá de retornar, muitas vezes ainda, ao cenário da Terra, até sua completa depuração.
Você sabia?
Você sabia que, quando as crianças relatam suas experiências de quase morte, constata-se que um número surpreendente delas se vêem em corpos espirituais adultos?
Tal fato está levando expoentes da psiquiatria, da psicologia e da psicanálise à conclusão de que o homem não é um ser físico, vivendo experiências espirituais, mas um ser espiritual, temporariamente ligado a um corpo físico.
É a ciência levando o homem a reconhecer as verdades já propaladas desde a remota
Antigüidade e divulgadas por Jesus.
Texto com base no cap. 3 do livro A luz do além, de Raymond Moody, Jr., Ed. Nórdica.
Mensagem divulgada na lista da
Choupana do Caboclo Pery – Porto Alegre – RS
Esta é uma pergunta que muitos se fazem ante o desconhecimento do que os aguarda, alimentam o terror da morte.
Pessoas há que sequer ousam mencionar a palavra, como se isso fosse atrair o fato para si ou para os seus.
Mas isso não impede que a morte chegue.
O medo de morrer está muito em função do desconhecimento de que para além da vida
corporal existe a verdadeira, a vida espiritual.
Embora alguns ainda duvidem, é uma certeza.
Dr. Raymond Moody Jr, com residência na Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, possui larga experiência sobre o assunto.
Com vários livros publicados, ele relata os casos de pacientes que tiveram experiências de quase morte.
Isto é, pessoas que sofreram problemas graves, que quase lhes assinalaram a morte e
retornaram, contando o que lhes aconteceu naquele período. Embora alguns tratem tais relatos como alucinação, não se pode conceber que ao retornarem ao corpo, após a morte aparente, tais criaturas relatem fatos, situações, quase sempre confirmadas.
Mais recentemente, Dr. Moody passou a analisar o caso de crianças que sofreram morte
aparente. Porque, diz ele, se o adulto teve tempo para ser influenciado e modelado pelas experiências de sua vida e crenças religiosas, as crianças não estão profundamente influenciadas pelo ambiente cultural e nelas a experiência adquire um certo frescor.
É o caso da garota de sete anos que, ao atravessar um trecho congelado do rio, caiu e
bateu a cabeça. Desmaiou e permaneceu inconsciente por doze horas. Durante esse tempo, o médico não sabia se ela iria morrer ou viver. A garota se viu em um jardim extraordinariamente belo, com flores semelhantes a dálias enormes.
Olhou em volta e viu um ser.
Sentiu-se amada e acalentada pela sua presença.
Foi uma sensação deliciosa, como jamais experimentara em sua vida.
O ser então lhe disse: você vai voltar.
E ela respondeu: sim.
Ele perguntou porque ela queria retornar ao seu corpo e ela disse:
-porque minha mãe precisa de mim.
Depois disso, sentiu-se descendo por um túnel.
Acordou na cama, levantou-se e disse: oi, mamãe.
Essa é uma boa evidência de que há vida depois da morte.
Prosseguiremos a viver sim, porque o espírito é imortal e haverá de retornar, muitas vezes ainda, ao cenário da Terra, até sua completa depuração.
Você sabia?
Você sabia que, quando as crianças relatam suas experiências de quase morte, constata-se que um número surpreendente delas se vêem em corpos espirituais adultos?
Tal fato está levando expoentes da psiquiatria, da psicologia e da psicanálise à conclusão de que o homem não é um ser físico, vivendo experiências espirituais, mas um ser espiritual, temporariamente ligado a um corpo físico.
É a ciência levando o homem a reconhecer as verdades já propaladas desde a remota
Antigüidade e divulgadas por Jesus.
Texto com base no cap. 3 do livro A luz do além, de Raymond Moody, Jr., Ed. Nórdica.
Mensagem divulgada na lista da
Choupana do Caboclo Pery – Porto Alegre – RS
SEGREDOS NA UMBANDA
Tenho ouvido falar muito em “segredos de Umbanda”, segundo alguns dirigentes, estes segredos não podem ser revelados, alguns inclusive se irritam quando são questionados sobre determinados assuntos, e quando não se recusam a responder, simplesmente o fazem de maneira vaga, com a famosa frase:
“..É assim mesmo...”
Tenho uma opinião sobre isto, acredito que dirigentes que criam segredos para a Umbanda o fazem por dois motivos:
Ou o fazem por não querer dividir seu saber com os outros, achando que assim vai conseguir manter sua superioridade, como “detentor dos segredos da Umbanda” , conseguindo assim manter seu pretenso poder sobre um grupo.
Ou o fazem por também não saberem as respostas, e não tem a humildade de reconhecer isto, como também não tem o interesse de as procurarem, achando que a obrigação disto é das entidades, ou que o estudo em nada vai contribuir para seu “desenvolvimento”.
Seja qual for o motivo, os tais “segredos de Umbanda”, são ao meu ver um dos grandes motivos da debandada de médiuns dos terreiros, pois os tempos hoje são outros, e temos em nossos terreiros pessoas cada vez mais ávidas por conhecimentos, e se não oferecermos isto a eles, com certeza eles vão procura-los em outros locais.
Pai Tomas, Preto Velho o qual tenho a honra de servir como aparelho, usa uma frase que sintetiza tudo isto:
“O verdadeiro sábio não é aquele que recolhe para si todo o conhecimento, o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre dividindo o pouco que aprende...”
Pensem nisto Amigos Dirigentes, acabem com estes “segredos”, antes que eles acabem com a Umbanda.
Marco Boeing
Dirigente da Assema - Curitiba
“..É assim mesmo...”
Tenho uma opinião sobre isto, acredito que dirigentes que criam segredos para a Umbanda o fazem por dois motivos:
Ou o fazem por não querer dividir seu saber com os outros, achando que assim vai conseguir manter sua superioridade, como “detentor dos segredos da Umbanda” , conseguindo assim manter seu pretenso poder sobre um grupo.
Ou o fazem por também não saberem as respostas, e não tem a humildade de reconhecer isto, como também não tem o interesse de as procurarem, achando que a obrigação disto é das entidades, ou que o estudo em nada vai contribuir para seu “desenvolvimento”.
Seja qual for o motivo, os tais “segredos de Umbanda”, são ao meu ver um dos grandes motivos da debandada de médiuns dos terreiros, pois os tempos hoje são outros, e temos em nossos terreiros pessoas cada vez mais ávidas por conhecimentos, e se não oferecermos isto a eles, com certeza eles vão procura-los em outros locais.
Pai Tomas, Preto Velho o qual tenho a honra de servir como aparelho, usa uma frase que sintetiza tudo isto:
“O verdadeiro sábio não é aquele que recolhe para si todo o conhecimento, o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre dividindo o pouco que aprende...”
Pensem nisto Amigos Dirigentes, acabem com estes “segredos”, antes que eles acabem com a Umbanda.
Marco Boeing
Dirigente da Assema - Curitiba
MEDO DA MORTE
Que os religiosos não espíritas tenham medo da morte, é até compreensível, pois deve ser extremamente tediosa uma existência onde não ajam ações, como aquelas que crêem que existirá depois do desencarne. Além do mais, a visão do sono profundo não deixa que este ser tenha a confirmação da existência da vida espiritual pós-morte.
Os espíritas, no entanto, que possuem o conhecimento sobre as atividades extras corpóreas e as comprovações da existência desta vida, possuírem o mesmo medo, é algo inadmissível. Apesar de todas as transmissões da espiritualidade descortinando o véu do esquecimento, os espíritas apegam-se à vida material.
Isto ocorre porque, tanto um quanto o outro ainda está preso à matéria carnal através de “elos”.
O Espiritualismo Ecumênico Universal ensinou as “Quatro Âncoras”, ou seja, quatro grupos de aspirações que os seres humanos possuem que dificultam a sua elevação espiritual. Estas “Quatro Âncoras”, no entanto, são presas por “Quatro Elos”, que fixam o ser na vida carnal. É destes dois conjuntos que provém o medo da morte.
Falemos um pouco sobre estes “elos”.
A morte do ser humano
Neste trabalho quando nos referimos à morte, não estamos abordando apenas o assunto “desencarne”, mas também o renascimento que Cristo ensinou a Nicodemus:
“Eu afirmo que ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. A pessoa nasce fisicamente de pais humanos, mas nasce espiritualmente do Espírito de Deus. Por isso não se admire de eu dizer que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer e ouve-se o barulho que faz, mas não se sabe de onde vem nem para onde vai. O mesmo acontece com todos os que nascem do Espírito”. (Evangelho de João – cap 03 – vers 05)
O medo da morte física (desencarne) advém da certeza que, ao morrer, nascerá um novo ser: o espírito ou alma, como queiram chamá-la. É desta certeza que advém o medo da morte que o ser humano sente.
O ser humano tem medo do processo de sua transformação em espírito, e, por isto, teme a morte. Ele teme a transformação porque tem medo da perda da sua identidade, ou seja, do seu “eu”.
Entretanto, Cristo nos afirma que este “eu” material deve ser eliminado ainda na própria existência corporal para que se entre no gozo da felicidade universal.
É preciso que o ser na carne “morra” (elimine o “eu” humano) para que renasça o espírito (a universalização dos conceitos) para alcançar o “Reino de Deus”. Este processo ficou conhecido como reforma íntima.
Eliminar o “eu” é deixar de utilizar as propriedades intrínsecas do ser – inteligência, amor e justiça – com objetivos individualistas. Quando isto acontecer, o ser não será mais o que é, ou seja, não terá a mesma consciência que possui hoje. Este é o temor dos seres humanos: deixarem de ser quem são.
A morte que estamos falando neste trabalho é exatamente o fim deste “eu” e isto não implica necessariamente em ter de sair da carne. É do temor da promoção da reforma íntima (fim do “eu”) que vamos falar.
Para se processar a reforma íntima é preciso quebrar os quatro elos que aprisionam as quatro âncoras ao ser humano.
Quatro Âncoras
São os seguintes os quatro grupos de situações (“Quatro Âncoras“) que dificultam a elevação espiritual:
Desejo de ganhar e medo de perder;
Desejo de se satisfazer e medo da insatisfação;
Desejo de ser elogiado e medo da crítica;
Desejo de obter a fama e medo da infâmia.
O ser humano é um ser universal que particulariza as suas propriedades intrínsecas: inteligência, justiça e amor. Esta particularização é representada neste ensinamento pelas quatro âncoras.
O ser humano que deseja sempre ganhar, satisfazer seus desejos, ser elogiado e obter a fama, utiliza no processo raciocínio conceitos que objetivem este fim. Determina os padrões de justiça de acordo com o seu objetivo e, desta forma, ama apenas a si mesmo.
As “Quatro Âncoras” levam o ser a não cumprir o segundo mandamento da “constituição universal” (amar ao próximo como a si mesmo), comprometendo a busca que ele vem realizar na carne: a evolução espiritual. É preciso que o ser livre-se destas amarras para poder navegar em direção ao porto da sabedoria, onde a utilização das propriedades é universal.
Libertando-se das âncoras
Para liberar-se das âncoras é preciso eliminar os quatro elos que as prendem ao ser. Sem quebrá-los é impossível livrar-se destas amarras.
A quebra, porém, não pode ser feita individualmente, pois as quatro âncoras estão aprisionadas nos “Quatro Elos”: todos os elos aprisionam todas as âncoras. Seria impossível se libertar de apenas uma âncora quebrando apenas um dos elos.
A reforma íntima, portanto, depende do ser quebrar os “Quatro Elos” para libertar-se das quatro âncoras de uma só vez, alcançando a universalização de suas propriedades e entrando no gozo da felicidade universal.
Os Quatro Elos
Baseado em um ensinamento budista.
Suta Anguttara Nikaya IV.184 – Abhaya Sutta.
Quando o brâmane Janussoni pediu a Buda ensinamentos sobre o medo que sentem aqueles que estão face à morte (fim do “eu”), o Iluminado apontou os “Quatro Elos” que aprisionam as “Quatro Âncoras”. São eles:
A paixão pela posse moral (sensualidade);
A paixão pelas coisas materiais (corpo);
O individualismo (prática de coisas “más”);
A falta de fé (incompreensão dos ensinamentos).
Estes são os “Quatro Elos” que prendem o ser universal à visão ser humano, não permitindo a evolução espiritual. São eles que aprisionam o ser no desejo de ganhar, se satisfazer, ser elogiado e alcançar a fama.
Primeiro elo
O primeiro elo que prende as “Quatro Âncoras” que aprisionam o ser na visão ser humano é a paixão pela posse moral.
O ser individualista imagina que apenas o que ele compreende das coisas é que está “certo”, é “bom” e “belo”. Tudo o que os outros acham diferente dele está “errado”, é “mau” ou “feio”.
A posse moral se caracteriza pela detenção da “verdade”. A paixão por possuir a “verdade” sobre as coisas é que leva o ser a querer ganhar sempre, se satisfazer, ser elogiado e ficar famoso.
O prazer gerado pela satisfação do cumprimento dos seus desejos é tão forte que Buda comparou-o ao prazer sexual. É por este motivo que ele fala deste elo como uma paixão sensualista.
Quebrar este elo é abrir mão de possuir a “verdade” sobre as coisas. É preciso acreditar que todos os acontecimentos do universo estão perfeitos porque partem da Inteligência Suprema, observados os parâmetros de Justiça Perfeita e Sublimação do Amor.
Este elo foi simbolizado na Bíblia Sagrada na história de Adão e Eva. A mulher foi tentada a comer a “maçã” (adquirir um conhecimento) para alcançar o poder de determinar o que é “bom” ou “mau” no universo.
As religiões que utilizam a Bíblia como livro básico afirmam que é necessário acabar com o pecado original (o ato de Eva) para alcançar o reino do céu. Estão falando, portanto, da quebra do primeiro elo.
Assim sendo, a informação da quebra deste elo não é exclusividade do budismo, mas também é ensinamento de toda religião que utiliza a Bíblia.
Segundo elo
O segundo elo que prende as quatro correntes é a paixão pelas coisas materiais. Chamamos esta paixão de posse.
O prazer advindo da posse das coisas morais é que leva o espírito a ter medo de perdê-las, pois desta forma ficará insatisfeito, sentindo-se difamado. A perda é considerada uma crítica aos seus desejos.
Para acabar com estes sentimentos é que o espírito precisa despossuir todas as coisas materiais. Para que isto aconteça é necessária a compreensão de que o universo é a casa de Deus e que tudo que aqui existe pertence a Ele.
Se o universo foi criado por Deus para servir aos seres no seu processo de evolução, podemos afirmar que as coisas materiais são instrumentos para esta busca. Assim, enquanto o ser necessitar delas, o Pai as colocará à sua disposição, tornando-o “guardião” temporário delas.
Portanto, se as coisas são instrumentos da elevação do ser, fazem da parte da “prova” que ele tem que fazer quando está encarnado para alcançar a elevação espiritual.
Aprendemos na “Segunda Verdade Universal” da Doutrina Espiritualista Ecumênica que a prova é alterar a visão sobre as coisas, não vendo a forma, mas a essência.
É baseado nesta Verdade Universal que Buda utiliza no seu ensinamento “a paixão pelo corpo”. Quem está preso a este elo se apaixona pela forma das coisas e não pela sua essência. Esta paixão é que leva à posse.
Ao demonstrar que a vida carnal nada mais é do que uma etapa da vida espiritual, Kardec ensinou que o ser humano deve abrir mão das posses materiais para poder alcançar a elevação espiritual. O espiritismo, portanto, pede o fim do segundo elo.
Terceiro elo
Para Buda, o terceiro elo é a apreensão quanto ao resultado da provação que o ser faz durante a vida carnal.
Pela consciência que possui de ter buscado apenas a sua satisfação pessoal ao invés de universalizar os acontecimentos durante a existência carnal, o espírito sabe que causou ferimentos aos demais seres. Pelo estudo, compreende que precisa expiar suas faltas seja em nova encarnação ou no “umbral”.
Para fugir deste “destino” prende-se ainda mais à visão ser humano, imaginando que desta forma estará fora do alcance da ação justa de Deus, que só ocorrerá depois da “morte”.
A expiação de erros é chamada de “carma”, ou seja, um acontecimento traçado no sentido de expiar o “sofrimento” que “causou” ao outro ser. O carma causa medo, porque o ser sabe que ele se constituirá de um acontecimento que não satisfará os seus conceitos, ou seja, não levará a um prazer individual.
Fala-se muito em carma de vida passada, ou seja, expiações de situações de sofrimentos causadas em vidas anteriores, mas existe também o carma da vida atual. Este último, na maioria das vezes, é expiado nesta própria vida. Como no ditado popular, “aqui se faz, aqui se paga”.
Deus providencia situações na vida do ser encarnado para que ele inicie a expiação de suas faltas nesta mesma vida. Apenas quando isto não é possível, o carma é transferido para uma próxima encarnação. Como o ser humano imagina que sua vida de encarnado independe da vontade de Deus, não compreende esta ação imediata do Pai.
Aquele que entende Deus como Causa Primária das coisas vê a ação do Pai a cada segundo na sua vida perde o medo de carmas futuros, pois compreende nas situações que está passando a expiação de faltas desta mesma vida.
Quem vê no Pai não um juiz severo que distribui penas, mas uma fonte de Amor Sublime que proporciona situações para que o ser possa evoluir, não tem medo do carma, quer desta vida ou de outra. Ao invés de sentir-se apenado, o ser participa da felicidade que é ter Deus como Pai.
Portanto, a forma de se quebrar este elo é alterar a visão sobre Deus: não vê-lo mais como Senhor Onipotente do universo ou um Juiz Severo, mas um Pai Justo e Amoroso que só quer que os filhos consigam evoluir na sua existência espiritual.
Este foi o ensinamento máximo que Cristo nos enviou. A “Boa Nova” trazida pelo Mestre é a compreensão da ação de Deus sobre seus filhos no sentido de proporcionar-lhes a entrada no reino do céu (felicidade universal).
Quarto elo
Este elo talvez seja o mais difícil de ser quebrado pelo ser, pois ele jamais será alcançado por comprovações materiais. Para alguns é mais fácil quebrar a posse moral; para outros, a espiritual ; muitos, ainda, conseguem perder o medo do carma, pois conseguem “enxergar” materialmente estes ensinamentos. O quarto elo, no entanto, jamais poderá trazer confirmações materiais, pois isto o tornaria mais forte e resistente.
A fé é um sentimento que foi descrito por Cristo no primeiro mandamento da constituição universal: “amar a Deus acima de todas as coisas”. A fé é expressa através do amor incondicional ao Pai e a resposta de Deus aos seus filhos é a felicidade universal alcançada.
Infelizmente não é esta a compreensão que os seres encarnados possuem da fé, pois eles a condicionam à satisfação dos seus desejos. Para amar a Deus (ser feliz), os seres humanos precisam de posses materiais, morais e de situações de não sofrimento. Não amam a Deus, mas a si mesmos.
Para que o quarto elo seja quebrado, ou seja, para que o ser humano alcance a fé em Deus, é preciso que todos os outros três elos (posse moral e material e a não existência de situações de sofrimento) sejam mantidos.
Como já explicamos, as “Quatro Âncoras” não podem ser eliminadas isoladamente, pois estão presas pelos quatro elos. Somente com a ruptura total destes elos é que o ser se libertará das âncoras.
Ninguém deve amar outra pessoa tendo “motivos” para isso, pois o amor não pode ter condições. Quem ama o outro porque é “belo”, ama a beleza e não o ser; quem ama porque o outro é amigo, ama a amizade; quem ama pela cultura, ama a sabedoria.
Em qualquer caso que exista uma condição para o amor, não há este sentimento pelo outro ser, mas pela condição que ele representa.
Para quebrar o quarto elo o ser necessita não mais impor condições para o exercício do amor. A ruptura do quarto elo passa pelo fim da “fé raciocinada”, ou seja, pelo fim da análise do “prazer” que resultará do trabalho do ser.
A quebra do quarto elo só será alcançada com a fé incondicional a Deus: entrega e confiança total no Pai.
Para isto é preciso a perfeita compreensão dos ensinamentos deixados por todos os mestres.
Nenhum deles criou condições para que se amasse a Deus, mas pediram que se tivesse uma fé incondicional no Pai. Todos os ensinamentos tiveram este objetivo, mas foram interpretados pelo ser humano de forma diferente, pois buscavam a satisfação pessoal.
Quebrando os elos
Para alcançar a elevação espiritual o ser precisa, então, quebrar os “Quatro Elos” para que se liberte das “Quatro Âncoras”.
Este é o trabalho que o ser terá que fazer algum dia, pois como ensinou Kardec, todos os seres um dia terão que evoluir, independente de sentirem medo ou não. Este processo de transformação foi que levou diversos seres à elevação em uma de suas encarnações.
É um processo inexorável que todo ser tem que passar. O medo de enfrentar o renascimento apenas retarda o momento, mas não pode eliminá-lo nunca, pois faz parte integrante da existência do ser, como a “morte física” faz parte da vida carnal.
Além do medo do desconhecido (em que se transformará depois do renascimento) o ser tem o conhecimento inconsciente de que os “Quatro Elos” não podem ser quebrados passo a passo, mas que precisam ser rompidos ao mesmo tempo, o que exige um grande esforço. Por isto, encarnação após encarnação, o ser tenta quebrar os elos, mas não consegue se desfazer deles todos ao mesmo tempo.
Todos os elos agem e são dependentes entre si. A posse moral nutre a posse material, pois o indivíduo “certo” quer determinar a forma das coisas morais. O fim destas duas âncoras depende exclusivamente do fim do carma, já que na maioria das vezes esta ação divina fere as posses do ser.
Como perder tudo isso sem perder o amor a Deus? Compreendendo Sua ação no universo, ou seja, tendo fé.
O ser que busca realmente quebrar os quatro elos precisa atacá-los todos de uma vez, abandonar o “poder” de determinar o valor das coisas, para poder abrir mão das posses materiais. Para isso precisa perder o medo do carma, amando a Deus mesmo que suas vontades não sejam satisfeitas.
Existem dois instrumentos para esta ação: espiritualismo e ecumenismo.
Para quebrar os quatro elos o ser precisa acabar com a divisão do universo em material e espiritual, pois esta divisão leva à busca da satisfação em um mundo (material), afastando para o outro (espiritual) a ação universal. Para colocar em prática esta visão, é preciso juntar os ensinamentos de todos os mestres em apenas um caminho para se amar a Deus.
Como fizemos questão de frisar, todos os enviados de Deus falaram dos quatro elos e trouxeram os ensinamentos necessários para que eles fossem quebrados. O ser humano é que separou estes ensinamentos, quando afirmou ou entendeu que a elevação espiritual só seria alcançada trabalhando-se em apenas alguns deles.
Mesmo a forma da ligação necessária com Deus para a quebra dos elos foi diversificada, pois já se entendeu que apenas a junção de todas elas facilitará esse trabalho.
Alguns afirmam que o trabalho da elevação será alcançado recitando os textos sagrados (islamismo), outros com a meditação (orientais) e outros ainda através da oração (cristãos). Na verdade, a elevação espiritual só será alcançada quando se viver a vida material em meditação, recitando para si mesmo os ensinamentos que os mestres deixaram, a cada segundo. Esta vida é uma vida em oração, ou seja, vivida de acordo com as palavras dos livros sagrados.
Tanto o espiritualismo como o ecumenismo leva o ser a universalizar suas propriedades intrínsecas, enquanto que o medo da morte surge do individualismo destas mesmas propriedades.
meeu.informe.com
Os espíritas, no entanto, que possuem o conhecimento sobre as atividades extras corpóreas e as comprovações da existência desta vida, possuírem o mesmo medo, é algo inadmissível. Apesar de todas as transmissões da espiritualidade descortinando o véu do esquecimento, os espíritas apegam-se à vida material.
Isto ocorre porque, tanto um quanto o outro ainda está preso à matéria carnal através de “elos”.
O Espiritualismo Ecumênico Universal ensinou as “Quatro Âncoras”, ou seja, quatro grupos de aspirações que os seres humanos possuem que dificultam a sua elevação espiritual. Estas “Quatro Âncoras”, no entanto, são presas por “Quatro Elos”, que fixam o ser na vida carnal. É destes dois conjuntos que provém o medo da morte.
Falemos um pouco sobre estes “elos”.
A morte do ser humano
Neste trabalho quando nos referimos à morte, não estamos abordando apenas o assunto “desencarne”, mas também o renascimento que Cristo ensinou a Nicodemus:
“Eu afirmo que ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. A pessoa nasce fisicamente de pais humanos, mas nasce espiritualmente do Espírito de Deus. Por isso não se admire de eu dizer que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer e ouve-se o barulho que faz, mas não se sabe de onde vem nem para onde vai. O mesmo acontece com todos os que nascem do Espírito”. (Evangelho de João – cap 03 – vers 05)
O medo da morte física (desencarne) advém da certeza que, ao morrer, nascerá um novo ser: o espírito ou alma, como queiram chamá-la. É desta certeza que advém o medo da morte que o ser humano sente.
O ser humano tem medo do processo de sua transformação em espírito, e, por isto, teme a morte. Ele teme a transformação porque tem medo da perda da sua identidade, ou seja, do seu “eu”.
Entretanto, Cristo nos afirma que este “eu” material deve ser eliminado ainda na própria existência corporal para que se entre no gozo da felicidade universal.
É preciso que o ser na carne “morra” (elimine o “eu” humano) para que renasça o espírito (a universalização dos conceitos) para alcançar o “Reino de Deus”. Este processo ficou conhecido como reforma íntima.
Eliminar o “eu” é deixar de utilizar as propriedades intrínsecas do ser – inteligência, amor e justiça – com objetivos individualistas. Quando isto acontecer, o ser não será mais o que é, ou seja, não terá a mesma consciência que possui hoje. Este é o temor dos seres humanos: deixarem de ser quem são.
A morte que estamos falando neste trabalho é exatamente o fim deste “eu” e isto não implica necessariamente em ter de sair da carne. É do temor da promoção da reforma íntima (fim do “eu”) que vamos falar.
Para se processar a reforma íntima é preciso quebrar os quatro elos que aprisionam as quatro âncoras ao ser humano.
Quatro Âncoras
São os seguintes os quatro grupos de situações (“Quatro Âncoras“) que dificultam a elevação espiritual:
Desejo de ganhar e medo de perder;
Desejo de se satisfazer e medo da insatisfação;
Desejo de ser elogiado e medo da crítica;
Desejo de obter a fama e medo da infâmia.
O ser humano é um ser universal que particulariza as suas propriedades intrínsecas: inteligência, justiça e amor. Esta particularização é representada neste ensinamento pelas quatro âncoras.
O ser humano que deseja sempre ganhar, satisfazer seus desejos, ser elogiado e obter a fama, utiliza no processo raciocínio conceitos que objetivem este fim. Determina os padrões de justiça de acordo com o seu objetivo e, desta forma, ama apenas a si mesmo.
As “Quatro Âncoras” levam o ser a não cumprir o segundo mandamento da “constituição universal” (amar ao próximo como a si mesmo), comprometendo a busca que ele vem realizar na carne: a evolução espiritual. É preciso que o ser livre-se destas amarras para poder navegar em direção ao porto da sabedoria, onde a utilização das propriedades é universal.
Libertando-se das âncoras
Para liberar-se das âncoras é preciso eliminar os quatro elos que as prendem ao ser. Sem quebrá-los é impossível livrar-se destas amarras.
A quebra, porém, não pode ser feita individualmente, pois as quatro âncoras estão aprisionadas nos “Quatro Elos”: todos os elos aprisionam todas as âncoras. Seria impossível se libertar de apenas uma âncora quebrando apenas um dos elos.
A reforma íntima, portanto, depende do ser quebrar os “Quatro Elos” para libertar-se das quatro âncoras de uma só vez, alcançando a universalização de suas propriedades e entrando no gozo da felicidade universal.
Os Quatro Elos
Baseado em um ensinamento budista.
Suta Anguttara Nikaya IV.184 – Abhaya Sutta.
Quando o brâmane Janussoni pediu a Buda ensinamentos sobre o medo que sentem aqueles que estão face à morte (fim do “eu”), o Iluminado apontou os “Quatro Elos” que aprisionam as “Quatro Âncoras”. São eles:
A paixão pela posse moral (sensualidade);
A paixão pelas coisas materiais (corpo);
O individualismo (prática de coisas “más”);
A falta de fé (incompreensão dos ensinamentos).
Estes são os “Quatro Elos” que prendem o ser universal à visão ser humano, não permitindo a evolução espiritual. São eles que aprisionam o ser no desejo de ganhar, se satisfazer, ser elogiado e alcançar a fama.
Primeiro elo
O primeiro elo que prende as “Quatro Âncoras” que aprisionam o ser na visão ser humano é a paixão pela posse moral.
O ser individualista imagina que apenas o que ele compreende das coisas é que está “certo”, é “bom” e “belo”. Tudo o que os outros acham diferente dele está “errado”, é “mau” ou “feio”.
A posse moral se caracteriza pela detenção da “verdade”. A paixão por possuir a “verdade” sobre as coisas é que leva o ser a querer ganhar sempre, se satisfazer, ser elogiado e ficar famoso.
O prazer gerado pela satisfação do cumprimento dos seus desejos é tão forte que Buda comparou-o ao prazer sexual. É por este motivo que ele fala deste elo como uma paixão sensualista.
Quebrar este elo é abrir mão de possuir a “verdade” sobre as coisas. É preciso acreditar que todos os acontecimentos do universo estão perfeitos porque partem da Inteligência Suprema, observados os parâmetros de Justiça Perfeita e Sublimação do Amor.
Este elo foi simbolizado na Bíblia Sagrada na história de Adão e Eva. A mulher foi tentada a comer a “maçã” (adquirir um conhecimento) para alcançar o poder de determinar o que é “bom” ou “mau” no universo.
As religiões que utilizam a Bíblia como livro básico afirmam que é necessário acabar com o pecado original (o ato de Eva) para alcançar o reino do céu. Estão falando, portanto, da quebra do primeiro elo.
Assim sendo, a informação da quebra deste elo não é exclusividade do budismo, mas também é ensinamento de toda religião que utiliza a Bíblia.
Segundo elo
O segundo elo que prende as quatro correntes é a paixão pelas coisas materiais. Chamamos esta paixão de posse.
O prazer advindo da posse das coisas morais é que leva o espírito a ter medo de perdê-las, pois desta forma ficará insatisfeito, sentindo-se difamado. A perda é considerada uma crítica aos seus desejos.
Para acabar com estes sentimentos é que o espírito precisa despossuir todas as coisas materiais. Para que isto aconteça é necessária a compreensão de que o universo é a casa de Deus e que tudo que aqui existe pertence a Ele.
Se o universo foi criado por Deus para servir aos seres no seu processo de evolução, podemos afirmar que as coisas materiais são instrumentos para esta busca. Assim, enquanto o ser necessitar delas, o Pai as colocará à sua disposição, tornando-o “guardião” temporário delas.
Portanto, se as coisas são instrumentos da elevação do ser, fazem da parte da “prova” que ele tem que fazer quando está encarnado para alcançar a elevação espiritual.
Aprendemos na “Segunda Verdade Universal” da Doutrina Espiritualista Ecumênica que a prova é alterar a visão sobre as coisas, não vendo a forma, mas a essência.
É baseado nesta Verdade Universal que Buda utiliza no seu ensinamento “a paixão pelo corpo”. Quem está preso a este elo se apaixona pela forma das coisas e não pela sua essência. Esta paixão é que leva à posse.
Ao demonstrar que a vida carnal nada mais é do que uma etapa da vida espiritual, Kardec ensinou que o ser humano deve abrir mão das posses materiais para poder alcançar a elevação espiritual. O espiritismo, portanto, pede o fim do segundo elo.
Terceiro elo
Para Buda, o terceiro elo é a apreensão quanto ao resultado da provação que o ser faz durante a vida carnal.
Pela consciência que possui de ter buscado apenas a sua satisfação pessoal ao invés de universalizar os acontecimentos durante a existência carnal, o espírito sabe que causou ferimentos aos demais seres. Pelo estudo, compreende que precisa expiar suas faltas seja em nova encarnação ou no “umbral”.
Para fugir deste “destino” prende-se ainda mais à visão ser humano, imaginando que desta forma estará fora do alcance da ação justa de Deus, que só ocorrerá depois da “morte”.
A expiação de erros é chamada de “carma”, ou seja, um acontecimento traçado no sentido de expiar o “sofrimento” que “causou” ao outro ser. O carma causa medo, porque o ser sabe que ele se constituirá de um acontecimento que não satisfará os seus conceitos, ou seja, não levará a um prazer individual.
Fala-se muito em carma de vida passada, ou seja, expiações de situações de sofrimentos causadas em vidas anteriores, mas existe também o carma da vida atual. Este último, na maioria das vezes, é expiado nesta própria vida. Como no ditado popular, “aqui se faz, aqui se paga”.
Deus providencia situações na vida do ser encarnado para que ele inicie a expiação de suas faltas nesta mesma vida. Apenas quando isto não é possível, o carma é transferido para uma próxima encarnação. Como o ser humano imagina que sua vida de encarnado independe da vontade de Deus, não compreende esta ação imediata do Pai.
Aquele que entende Deus como Causa Primária das coisas vê a ação do Pai a cada segundo na sua vida perde o medo de carmas futuros, pois compreende nas situações que está passando a expiação de faltas desta mesma vida.
Quem vê no Pai não um juiz severo que distribui penas, mas uma fonte de Amor Sublime que proporciona situações para que o ser possa evoluir, não tem medo do carma, quer desta vida ou de outra. Ao invés de sentir-se apenado, o ser participa da felicidade que é ter Deus como Pai.
Portanto, a forma de se quebrar este elo é alterar a visão sobre Deus: não vê-lo mais como Senhor Onipotente do universo ou um Juiz Severo, mas um Pai Justo e Amoroso que só quer que os filhos consigam evoluir na sua existência espiritual.
Este foi o ensinamento máximo que Cristo nos enviou. A “Boa Nova” trazida pelo Mestre é a compreensão da ação de Deus sobre seus filhos no sentido de proporcionar-lhes a entrada no reino do céu (felicidade universal).
Quarto elo
Este elo talvez seja o mais difícil de ser quebrado pelo ser, pois ele jamais será alcançado por comprovações materiais. Para alguns é mais fácil quebrar a posse moral; para outros, a espiritual ; muitos, ainda, conseguem perder o medo do carma, pois conseguem “enxergar” materialmente estes ensinamentos. O quarto elo, no entanto, jamais poderá trazer confirmações materiais, pois isto o tornaria mais forte e resistente.
A fé é um sentimento que foi descrito por Cristo no primeiro mandamento da constituição universal: “amar a Deus acima de todas as coisas”. A fé é expressa através do amor incondicional ao Pai e a resposta de Deus aos seus filhos é a felicidade universal alcançada.
Infelizmente não é esta a compreensão que os seres encarnados possuem da fé, pois eles a condicionam à satisfação dos seus desejos. Para amar a Deus (ser feliz), os seres humanos precisam de posses materiais, morais e de situações de não sofrimento. Não amam a Deus, mas a si mesmos.
Para que o quarto elo seja quebrado, ou seja, para que o ser humano alcance a fé em Deus, é preciso que todos os outros três elos (posse moral e material e a não existência de situações de sofrimento) sejam mantidos.
Como já explicamos, as “Quatro Âncoras” não podem ser eliminadas isoladamente, pois estão presas pelos quatro elos. Somente com a ruptura total destes elos é que o ser se libertará das âncoras.
Ninguém deve amar outra pessoa tendo “motivos” para isso, pois o amor não pode ter condições. Quem ama o outro porque é “belo”, ama a beleza e não o ser; quem ama porque o outro é amigo, ama a amizade; quem ama pela cultura, ama a sabedoria.
Em qualquer caso que exista uma condição para o amor, não há este sentimento pelo outro ser, mas pela condição que ele representa.
Para quebrar o quarto elo o ser necessita não mais impor condições para o exercício do amor. A ruptura do quarto elo passa pelo fim da “fé raciocinada”, ou seja, pelo fim da análise do “prazer” que resultará do trabalho do ser.
A quebra do quarto elo só será alcançada com a fé incondicional a Deus: entrega e confiança total no Pai.
Para isto é preciso a perfeita compreensão dos ensinamentos deixados por todos os mestres.
Nenhum deles criou condições para que se amasse a Deus, mas pediram que se tivesse uma fé incondicional no Pai. Todos os ensinamentos tiveram este objetivo, mas foram interpretados pelo ser humano de forma diferente, pois buscavam a satisfação pessoal.
Quebrando os elos
Para alcançar a elevação espiritual o ser precisa, então, quebrar os “Quatro Elos” para que se liberte das “Quatro Âncoras”.
Este é o trabalho que o ser terá que fazer algum dia, pois como ensinou Kardec, todos os seres um dia terão que evoluir, independente de sentirem medo ou não. Este processo de transformação foi que levou diversos seres à elevação em uma de suas encarnações.
É um processo inexorável que todo ser tem que passar. O medo de enfrentar o renascimento apenas retarda o momento, mas não pode eliminá-lo nunca, pois faz parte integrante da existência do ser, como a “morte física” faz parte da vida carnal.
Além do medo do desconhecido (em que se transformará depois do renascimento) o ser tem o conhecimento inconsciente de que os “Quatro Elos” não podem ser quebrados passo a passo, mas que precisam ser rompidos ao mesmo tempo, o que exige um grande esforço. Por isto, encarnação após encarnação, o ser tenta quebrar os elos, mas não consegue se desfazer deles todos ao mesmo tempo.
Todos os elos agem e são dependentes entre si. A posse moral nutre a posse material, pois o indivíduo “certo” quer determinar a forma das coisas morais. O fim destas duas âncoras depende exclusivamente do fim do carma, já que na maioria das vezes esta ação divina fere as posses do ser.
Como perder tudo isso sem perder o amor a Deus? Compreendendo Sua ação no universo, ou seja, tendo fé.
O ser que busca realmente quebrar os quatro elos precisa atacá-los todos de uma vez, abandonar o “poder” de determinar o valor das coisas, para poder abrir mão das posses materiais. Para isso precisa perder o medo do carma, amando a Deus mesmo que suas vontades não sejam satisfeitas.
Existem dois instrumentos para esta ação: espiritualismo e ecumenismo.
Para quebrar os quatro elos o ser precisa acabar com a divisão do universo em material e espiritual, pois esta divisão leva à busca da satisfação em um mundo (material), afastando para o outro (espiritual) a ação universal. Para colocar em prática esta visão, é preciso juntar os ensinamentos de todos os mestres em apenas um caminho para se amar a Deus.
Como fizemos questão de frisar, todos os enviados de Deus falaram dos quatro elos e trouxeram os ensinamentos necessários para que eles fossem quebrados. O ser humano é que separou estes ensinamentos, quando afirmou ou entendeu que a elevação espiritual só seria alcançada trabalhando-se em apenas alguns deles.
Mesmo a forma da ligação necessária com Deus para a quebra dos elos foi diversificada, pois já se entendeu que apenas a junção de todas elas facilitará esse trabalho.
Alguns afirmam que o trabalho da elevação será alcançado recitando os textos sagrados (islamismo), outros com a meditação (orientais) e outros ainda através da oração (cristãos). Na verdade, a elevação espiritual só será alcançada quando se viver a vida material em meditação, recitando para si mesmo os ensinamentos que os mestres deixaram, a cada segundo. Esta vida é uma vida em oração, ou seja, vivida de acordo com as palavras dos livros sagrados.
Tanto o espiritualismo como o ecumenismo leva o ser a universalizar suas propriedades intrínsecas, enquanto que o medo da morte surge do individualismo destas mesmas propriedades.
meeu.informe.com
O HOMEM HONESTO
O homem honesto segundo Deus ou segundo os homens
1. - Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
- R. Tudo que quiseres, querida filha. Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que atende às circunstâncias. Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra.
2. - Como? Pois não vivestes sempre honestamente?
- R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença.
Aí, entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita. Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas.
Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo.
O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo d'alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume "no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo".
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus.
Pois bem:
tê-lo-ia eu sido? Não.
Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a atividade necessária; que o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus. Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento.
Transmite, cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles.
Seus olhos paternais lhes calcularão as provações.
Sua mão potente lhes apagará as faltas.
JOSEPH BRÊ
(Falecido em 1840 e evocado em Bordéus, por sua neta, em 1862)
1. - Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
- R. Tudo que quiseres, querida filha. Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que atende às circunstâncias. Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra.
2. - Como? Pois não vivestes sempre honestamente?
- R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença.
Aí, entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita. Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas.
Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo.
O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo d'alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume "no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo".
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus.
Pois bem:
tê-lo-ia eu sido? Não.
Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a atividade necessária; que o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus. Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento.
Transmite, cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles.
Seus olhos paternais lhes calcularão as provações.
Sua mão potente lhes apagará as faltas.
JOSEPH BRÊ
(Falecido em 1840 e evocado em Bordéus, por sua neta, em 1862)
MALES ENCOMENDADOS
1 – Na questão 551, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta:
“Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?”
A resposta é surpreendente: “Não; Deus não o permitiria.”
Não contraria os incontáveis casos de pessoas perseguidas por Espíritos que atendem à evocação maldosa de gente que pretende prejudicá-las?
Há muita fantasia em torno do assunto, envolvendo médiuns supostamente capazes de “contratar” tais Espíritos, supostamente dotados de poderes para prejudicar as vítimas. Se isso fosse tão simples estaríamos todos “fritos”, conforme a expressão popular, à mercê dessas influências.
02 – No entanto, é comum nos depararmos com pessoas assustadas que foram informadas de que estão “amarradas” por artes desses “contratos”.
É a maneira desonesta usada por gente especializada em impressionar os incautos. Há muita ingenuidade da parte dos consulentes e muita malandragem da parte dos supostos “médiuns”, amedrontando-os para mais facilmente tirar-lhes dinheiro.
3 – Não obstante, toda obsessão envolve influências espirituais. Sejam evocadas por médiuns ou tenham a iniciativa de Espíritos malfazejos, não produzem males na vítima?
Consideremos que um Espírito pode nos ocasionar embaraços, envolvendo as pessoas que nos rodeiam ou pressionando nosso psiquismo, mas só será capaz de nos molestar na intimidade da própria consciência se reagirmos de forma desajustada. Então, não é o mal que nos faça que nos afetará, mas o mal que asilarmos em reação à sua influência. Se eu conseguir manter a calma e o equilíbrio, sintonizado com o bem e a verdade, não serei atingido.
4 – Digamos que o Espírito obsidie uma mulher, induzindo- a ao adultério. Não estará fazendo mal ao seu marido?
O mal está com quem o pratica, no caso a esposa que cedeu à influência do Espírito, por guardar tendências compatíveis com o adultério. Vai responder por isso. Se o marido, revelando comportamento machista, agredi-la ou submetê-la à execração pública, então, sim, estará se envolvendo com o mal.
5 – De qualquer forma, haverá sofrimento para ele. Isso não é um mal?
Não podemos confundir com o mal o sofrimento decorrente de algum prejuízo moral ou material que nos façam. Ele está nos sentimentos negativos, no ódio, no rancor, no desejo de vingança…Se não os asilamos no coração, esse mal “periférico” nos fará crescer.
6 – Então o mal acaba se convertendo num bem?
Sem dúvida, mesmo o mal que façamos porquanto, contrariando as leis divinas, somos penalizados por nossa própria consciência que, mais cedo ou mais tarde, nos imporá sofrimentos depuradores, que nos converterão ao Bem.
7 – Por isso Jesus recomendava o perdão?
Não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, perdão incondicional, que tira o sofrimento maior, quando nos causam prejuízos, ajudando-nos a manter a própria integridade, sem nos deixarmos arrastar ao revide, este sim, o verdadeiro prejuízo, inspirado pelo mal em nós, quando não relevamos.
8 – Em resumo…
Nenhum Espírito nos induzirá ao mal, se cultivarmos o bem. Mesmo diante de prejuízos que nos cause, conservaremos a própria integridade, evitando os comprometimentos do desequilíbrio.
Consideremos, ainda, a questão vibratória, quando assediados por Espíritos que venham por encomenda ou por iniciativa própria:
não seremos afetados, desde que mantenhamos uma conduta reta, firma, baseada em princípios de fraternidade e respeito pelo próximo.
Atendendo à lei de sintonia psíquica, nenhum Espírito mau nos envolverá se sempre encontrar o bem a reinar em nosso coração.
Simonetti
“Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?”
A resposta é surpreendente: “Não; Deus não o permitiria.”
Não contraria os incontáveis casos de pessoas perseguidas por Espíritos que atendem à evocação maldosa de gente que pretende prejudicá-las?
Há muita fantasia em torno do assunto, envolvendo médiuns supostamente capazes de “contratar” tais Espíritos, supostamente dotados de poderes para prejudicar as vítimas. Se isso fosse tão simples estaríamos todos “fritos”, conforme a expressão popular, à mercê dessas influências.
02 – No entanto, é comum nos depararmos com pessoas assustadas que foram informadas de que estão “amarradas” por artes desses “contratos”.
É a maneira desonesta usada por gente especializada em impressionar os incautos. Há muita ingenuidade da parte dos consulentes e muita malandragem da parte dos supostos “médiuns”, amedrontando-os para mais facilmente tirar-lhes dinheiro.
3 – Não obstante, toda obsessão envolve influências espirituais. Sejam evocadas por médiuns ou tenham a iniciativa de Espíritos malfazejos, não produzem males na vítima?
Consideremos que um Espírito pode nos ocasionar embaraços, envolvendo as pessoas que nos rodeiam ou pressionando nosso psiquismo, mas só será capaz de nos molestar na intimidade da própria consciência se reagirmos de forma desajustada. Então, não é o mal que nos faça que nos afetará, mas o mal que asilarmos em reação à sua influência. Se eu conseguir manter a calma e o equilíbrio, sintonizado com o bem e a verdade, não serei atingido.
4 – Digamos que o Espírito obsidie uma mulher, induzindo- a ao adultério. Não estará fazendo mal ao seu marido?
O mal está com quem o pratica, no caso a esposa que cedeu à influência do Espírito, por guardar tendências compatíveis com o adultério. Vai responder por isso. Se o marido, revelando comportamento machista, agredi-la ou submetê-la à execração pública, então, sim, estará se envolvendo com o mal.
5 – De qualquer forma, haverá sofrimento para ele. Isso não é um mal?
Não podemos confundir com o mal o sofrimento decorrente de algum prejuízo moral ou material que nos façam. Ele está nos sentimentos negativos, no ódio, no rancor, no desejo de vingança…Se não os asilamos no coração, esse mal “periférico” nos fará crescer.
6 – Então o mal acaba se convertendo num bem?
Sem dúvida, mesmo o mal que façamos porquanto, contrariando as leis divinas, somos penalizados por nossa própria consciência que, mais cedo ou mais tarde, nos imporá sofrimentos depuradores, que nos converterão ao Bem.
7 – Por isso Jesus recomendava o perdão?
Não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, perdão incondicional, que tira o sofrimento maior, quando nos causam prejuízos, ajudando-nos a manter a própria integridade, sem nos deixarmos arrastar ao revide, este sim, o verdadeiro prejuízo, inspirado pelo mal em nós, quando não relevamos.
8 – Em resumo…
Nenhum Espírito nos induzirá ao mal, se cultivarmos o bem. Mesmo diante de prejuízos que nos cause, conservaremos a própria integridade, evitando os comprometimentos do desequilíbrio.
Consideremos, ainda, a questão vibratória, quando assediados por Espíritos que venham por encomenda ou por iniciativa própria:
não seremos afetados, desde que mantenhamos uma conduta reta, firma, baseada em princípios de fraternidade e respeito pelo próximo.
Atendendo à lei de sintonia psíquica, nenhum Espírito mau nos envolverá se sempre encontrar o bem a reinar em nosso coração.
Simonetti
NAMASTÊ
A palavra Namaste (pronuncia-se Namastê) é composta de duas palavras sânscritas: Nama (reverência, saudação) e Te, que significa você.
Em síntese é saúdo a você, de coração, ao que deve ser retribuído com o mesmo cumprimento.
Pelos meios esotéricos acabou ganhando o significado floreado de "O Deus que habita em mim saúda o Deus que há em você".
O gesto do Namaste, conhecido pelos budistas como Anjali mudra, consiste no simples ato de juntar as palmas das mãos ante o coração (ou mais precisamente o chakra do coração), e inclinar levemente a cabeça. Metaforicamente, os cinco dedos da mão esquerda representam os cinco sentidos de karma, enquanto os da direita representam os cinco órgãos do conhecimento.
Significa então que mente e coração devem estar em harmonia, para que nosso pensar e agir estejam de acordo com o Dharma. Também é um reconhecimento da dualidade que existe no mundo e sugere um esforço de nossa parte para trazer essas duas forças unidas em equilíbrio.
Contando os dedos, um total de dez é alcançado. O número dez é símbolo da perfeição, da unidade, em todas as tradições antigas. As dez Sephiroth na Árvore da Vida, os dez Mandamentos, o símbolo da criação no sistema de Pitágoras e o número do equilíbrio perfeito para os antigos Chineses.
A mitologia por trás deste gesto é no mínimo curiosa:
O Prof. Wagner Borges conta que o Deus Krishna escondeu as roupas de algumas garotas que se banhavam no rio Yamuna. Elas suplicaram de todas as formas a ele para devolvê-las, mas Krishna permaneceu irredutível (sacana, não?). Somente quando elas fizeram o gesto do Namaste é que ele ficou satisfeito e devolveu as roupas.
Referência: Exotic India
Em síntese é saúdo a você, de coração, ao que deve ser retribuído com o mesmo cumprimento.
Pelos meios esotéricos acabou ganhando o significado floreado de "O Deus que habita em mim saúda o Deus que há em você".
O gesto do Namaste, conhecido pelos budistas como Anjali mudra, consiste no simples ato de juntar as palmas das mãos ante o coração (ou mais precisamente o chakra do coração), e inclinar levemente a cabeça. Metaforicamente, os cinco dedos da mão esquerda representam os cinco sentidos de karma, enquanto os da direita representam os cinco órgãos do conhecimento.
Significa então que mente e coração devem estar em harmonia, para que nosso pensar e agir estejam de acordo com o Dharma. Também é um reconhecimento da dualidade que existe no mundo e sugere um esforço de nossa parte para trazer essas duas forças unidas em equilíbrio.
Contando os dedos, um total de dez é alcançado. O número dez é símbolo da perfeição, da unidade, em todas as tradições antigas. As dez Sephiroth na Árvore da Vida, os dez Mandamentos, o símbolo da criação no sistema de Pitágoras e o número do equilíbrio perfeito para os antigos Chineses.
A mitologia por trás deste gesto é no mínimo curiosa:
O Prof. Wagner Borges conta que o Deus Krishna escondeu as roupas de algumas garotas que se banhavam no rio Yamuna. Elas suplicaram de todas as formas a ele para devolvê-las, mas Krishna permaneceu irredutível (sacana, não?). Somente quando elas fizeram o gesto do Namaste é que ele ficou satisfeito e devolveu as roupas.
Referência: Exotic India
ALMAS GÊMEAS
"Uma alma gêmea é alguém a quem nos sentimos profundamente ligados, como se a comunicação e a comunhão que ocorrem entre nós não fossem produtos de esforços intencionais, mas de graça divina.
Este tipo de relacionamento é tão importante para a alma que muitos já disseram que não há nada mais precioso na vida."
ALMAS GÊMEAS são imagens, refletidas em um espelho de cristal, de almas colocadas em corpos físicos diferentes.
ALMA GÊMEA é aquela parcela de um eu expressa de forma completa e perfeita em outrem, por quem nos sentimos atraídos e por quem nutrimos afeto e amor incondicional e total.
ALMA GÊMEA é a melhor parte ou parcela de alguém; alguém já evoluído , um ser já refinado e apurado, melhorado, lapidado e aprimorado refletido em outro alguém com quem guarda semelhanças e similaridade de sentimentos, atitudes, posturas e elevação.
Podemos encontrar almas gêmeas em muitas formas diferentes de relacionamento - amizade, casamento, trabalho, lazer, família. É um modo raro de intimidade, mas não se limita a uma pessoa ou forma.
Quando Almas Gêmeas encarnam como par amoroso, numa figura masculina e outra feminina, sua relação é fecunda, tranqüila, serena, harmoniosa e baseada fundamentalmente no amor, na compreensão, no respeito e ajuda mútua.
Dificilmente brigam e, quando isso acontece, a razão da briga é rapidamente solucionada, existe um enorme sentimento de perdão.
Em alguma oportunidade de suas vidas passadas elas foram aquilo que podemos chamar de CHAMAS ARDENTES.
Em um dia essas mesmas almas, que hoje são chamadas ou entendidas como Almas Gêmeas, evoluirão e se tornarão ainda mais unidas, mais próximas e mais divinizadas. Então poderão ser chamadas de COMPLEMENTOS DIVINOS.
Almas Gêmeas - Reencarnação
Ligações Cármicas e Ligações Amorosas
Luanda Kaly
Este tipo de relacionamento é tão importante para a alma que muitos já disseram que não há nada mais precioso na vida."
ALMAS GÊMEAS são imagens, refletidas em um espelho de cristal, de almas colocadas em corpos físicos diferentes.
ALMA GÊMEA é aquela parcela de um eu expressa de forma completa e perfeita em outrem, por quem nos sentimos atraídos e por quem nutrimos afeto e amor incondicional e total.
ALMA GÊMEA é a melhor parte ou parcela de alguém; alguém já evoluído , um ser já refinado e apurado, melhorado, lapidado e aprimorado refletido em outro alguém com quem guarda semelhanças e similaridade de sentimentos, atitudes, posturas e elevação.
Podemos encontrar almas gêmeas em muitas formas diferentes de relacionamento - amizade, casamento, trabalho, lazer, família. É um modo raro de intimidade, mas não se limita a uma pessoa ou forma.
Quando Almas Gêmeas encarnam como par amoroso, numa figura masculina e outra feminina, sua relação é fecunda, tranqüila, serena, harmoniosa e baseada fundamentalmente no amor, na compreensão, no respeito e ajuda mútua.
Dificilmente brigam e, quando isso acontece, a razão da briga é rapidamente solucionada, existe um enorme sentimento de perdão.
Em alguma oportunidade de suas vidas passadas elas foram aquilo que podemos chamar de CHAMAS ARDENTES.
Em um dia essas mesmas almas, que hoje são chamadas ou entendidas como Almas Gêmeas, evoluirão e se tornarão ainda mais unidas, mais próximas e mais divinizadas. Então poderão ser chamadas de COMPLEMENTOS DIVINOS.
Almas Gêmeas - Reencarnação
Ligações Cármicas e Ligações Amorosas
Luanda Kaly
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
PROTETOR ou ESPÍRITO PROTETOR
É qualquer espírito que aja na GUARDA ESPIRITUAL de alguém protegendo-o(a) contra possíveis ataques do baixo-astral, em princípio.
Aprofundando-nos no tema e observando como atuam os mais diversos espíritos em condição de serem PROTETORES, veremos que costumam ser zelosos em relação a seus médiuns, ajudando-os, inclusive, em muitas causas de cunho material, muito pelo fato de ser importante para eles, que seus médiuns estejam pelo menos relativamente equilibrados, material e psiquicamente, por decorrência, para que eles possam exercer seus trabalhos em ambiente adequado - médium tranquilo, sem muitos problemas na cuca!
É de seus interesses, pelo que foi exposto acima, zelar por essa tranquilidade, já que médium cheio de problemas acaba "dando-lhes trabalho" para bem cumprirem suas missões através de todas as formas de mediunidade.
Um Espírito na qualidade de PROTETOR pode ou não ter feito pactos pré-natais, onde, como costumam falar, assumiriam a proteção do encarnado enquanto estivesse "vivo", mas não necessariamente, pois entre as várias entidades que assumem esse posto (PROTETOR) existem também aquelas que se aproximam do médium, ou por terem sido arregimentadas por sua própria coroa e de acordo com os trabalhos e objetivo a serem alcançados, ou por necessidade delas próprias em usar o médium para seus trabalhos caritativos (às vezes até não e isso vai depender do grupamento em que o médium está), desde que lhes tenha sido dado o direito de usá-lo.
A diferença entre os "pactuados" e os não "pactuados" é muito clara em seus comportamentos. Enquanto os "pactuados" lutam mais por seus médiuns e costumam acompanhá-los até o fim da vida (pelo fato de terem feito pactos pré-natais) os não pactuados o protegem até certo ponto, abandonando-os e indo procurar outros médiuns, assim que o atual desvirtuar seus caminhos ou por qualquer razão, não lhes puder mais deixar usar-lhe o corpo, como nos casos de velhice e/ou doenças impeditivas que não sejam de âmbito espiritual e que por isto não possam resolver.
Quem já não ouviu falar de fulano ou beltrano que trabalhava com o caboclo"X", o exu "Y", o bugre "Z" e que, chegando a uma certa idade, só ficou ao seu lado mesmo o caboclo "B" e/ou o Preto "J", ou até mesmo a criança "M"? Por que isso ocorre?
Porque o corpo do médium não suporta mais a energia que essas entidades movimentam ou trazem em seus corpos espirituais e, tendo eles cumprido suas missões enquanto podiam, ou vão a oló(orun)* ou vão procurar outros médiuns que lhes faculte darem seqüência aos trabalhos aos quais estão afetos. De nada lhes adiantaria ficar ali se mais nada poderiam fazer por seu médium e, como a caminhada pela evolução é longa ...
Esses acima são os PROTETORES EVENTUAIS ou TEMPORÁRIOS. Farão qualquer coisa para defenderem seus médiuns enquanto lhes forem importantes e os deixarão nas mãos dos PROTETORES DE VERDADE (os que fizeram pactos e por isso possuem elos sentimentais) para que sigam por caminhos mais amenos.
Ah, mas você está achando que isso é um absurdo? Ponha-se então você no lugar de um deles e, precisando dar continuidade a seus trabalhos de desobsessão, demandas, magias, etc., SUAS ESPECIALIDADES, pense se vai ficar ali, coladinho no "cavalo" que não suporta mais sua incorporação, principalmente sabendo que junto a ele(a) poderão ficar os "mais amenos" e "pactuados" desde antes do nascimento, amparando-o no que for possível. Pense, mas pense bem, tirando de lado o egocentrismo tão comum a nós encarnados.
Ainda sobre PROTETORES EVENTUAIS ou TEMPORÁRIOS, encontramos algumas entidades que se achegam ao médium, para trabalho, por causa da Cúpula Espiritual do Terreiro ou Centro em que ele está, ou seja, por determinação desta Cúpula Espiritual. Mas você só vai ter experiência para sentir isto se, por algum motivo e durante sua vida mediúnica, vier a trocar de Centro ou Terreiro algumas vezes. Se assim for, poderá perceber que há vezes em que "dava passagem" a algumas entidades em um lugar que, no entanto, deixaram de vir no outro, vindo outra(s) em seu(s) lugar(es). O que acontece nestes casos é que essas entidades que "ficaram pra trás" eram entidades que pertenciam à Egrégora do Terreiro anterior e, por isto, não o(a) acompanharão ao próximo. E acontece que essas "novas entidades" que se apresentarem, muito provavelmente também pertencem à Egrégora da nova casa. Simples assim!
E para aqueles que saem de um Terreiro e não vão para outro, a percepção ainda é maior no fato de que passarão a sentir à sua volta, apenas aqueles que são seus PROTETORES DE FATO E DIREITO e que não vão largá-los nesta vida a menos que lhes façam algo que os magoem por demais como no caso de tratá-los como demônios e quiserem expulsá-los.
Como já expliquei antes, em outra postagem, os Espíritos na categoria de PROTETORES, mesmo os de fato, podem, às vezes, aplicar "corretivos" a seus médiuns, sob várias formas, se eles não lhe derem ouvidos. Primeiro porque, por serem "pactuados" ( e esse pacto é mútuo), assumem direitos de quase pai ou mãe e, nesse caso, depois de avisarem e não serem ouvidos, assumem os "direitos paternos" (ou maternos) armando-lhes certos "castigos". Mas ainda aí temos que observar que, manter o médium "no prumo" lhes é importante também para que suas manifestações mediúnicas possam se fazer da melhor forma. Em síntese: às vezes precisam "domar" seus "cavalinhos" para que lhes sirvam de meio de comunicação (MÉDIUNS) positivos.
E os GUIAS?
Pois é! Espírito que tenha alcançado DE FATO esse potencial - O DE SER GUIA DE ALGUÉM - tem que ser um espírito muito mais preparado, Espiritualmente falando. Tem que ser um Espírito que tenha um conhecimento maior sobre a vida na espiritualidade, que conheça bem mais sobre os caminhos da evolução, seus objetivos e maneiras de serem alcançados e, normalmente, como também já disse antes, NÃO SÃO ESPÍRITOS AFETOS A TRABALHO PESADO mas sim doutrinários ou de encaminhamento de seu médium e de todos os que a ele tiverem acesso, por decorrência.
Não é porque EU cismo e chamo o "Zé Malandrinho das Esquinas da Uca" de GUIA que ele é um GUIA DE VERDADE (se bem que para alguns, talvez ele até possa servir de Guia). O potencial para ser um GUIA DE VERDADE o espírito ganha NA ESPIRITUALIDADE e não somos nós que lhes damos, porque se fosse assim, na visão dos neo-umbandistas, até Exu e Pomba Gira poderiam ser GUIAS.
Espíritos GUIA não deixam de ser PROTETORES, porém em um nível acima dos interesses materiais. Normalmente não castigam ou "domam" seus cavalinhos. Em casos de muitos erros e descaminhos, apenas avisam , avisam, avisam e depois se afastam deixando-os nas mãos, em princípio, de seus PROTETORES (que não são GUIAS DE FATO) e depois, havendo insistência nos erros, nas mãos de quem mais se apresentar para tomar conta, seja quem for e da maneira que for.
E porque se afastam e não tentam "domar" seus "cavalinhos" como os PROTETORES NORMAIS?
Em primeiro lugar porque respeitam o Livre-Arbítrio e partem do pressuposto de que seu filho(a) deve saber o que fazer com o seu. Neste caso, compreendem até mesmo os descaminhos como DA VONTADE PESSOAL E CONSCIENTE, talvez uma forma mais árdua de chegarem às suas próprias conclusões, de livre escolha, desde que já tenham sido alertados sobre as conseqüências.
Em segundo lugar porque espíritos que já alcançaram a verdadeira qualidade de GUIAS, por estarem em condições evolutivas superiores aos demais PROTETORES, ou não encarnam mais ou o fazem apenas por MISSÕES (e não Karmas) a eles designadas, de forma que o médium em si, para eles, não é instrumento importante ou insubstituível para que dêem encaminhamento a essas MISSÕES, tanto quando estão no Plano Astral quanto no caso de terem de vir à Terra. Pelo contrário e diferentemente do caso dos apenas PROTETORES, são os médiuns que deles dependem se pretenderem realmente seguir por caminhos e experiências evolutivas.
E os chamados "Guias de Frente"?
Não são GUIAS?
Sintetizando sem hipocrisias:
Serão GUIAS ou Guias ou guias ou "guias", em princípio apenas por terminologia aplicada e usual, mas só serão GUIAS DE FATO E DIREITO se assim se mostrarem ao longo de suas "aparições" no tempo e de acordo com o que vierem fazer ou ensinar e não apenas porque assim os chamamos ou que assim se apresentem. Eis a questão!
Aproveitando-me de uma história que já é de domínio público, no caso do senhor Zélio de Moraes vemos com clareza essa distinção de PROTETOR EVENTUAL, PROTETOR DE FATO e GUIA.
Como se sabe, a primeira entidade a chegar pela mediunidade de Zélio foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas e após ele Pai Antonio. Somente cinco anos mais tarde houve a chegada de Orixá Malet (ou Malei, ou Malê) que veio, segundo relatos, chamado pelo Caboclo para assumir os trabalhos relativos a demandas e magias enquanto o Caboclo ficava com os trabalhos de orientação e doutrinação - os mais leves, visto por um certo ângulo. Na seqüência, e pelo envelhecimento da matéria do médium, foi também Orixá Malet o primeiro a deixar de incorporar permanecendo ao lado de Zélio, Pai Antonio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas até que desencarnasse.
Então, pelo que já expliquei lá em cima, percebamos que PROTETORES DE FATO E DIREITO eram O Caboclo e Pai Antonio que estiveram junto desde o início até o fim. Percebamos também que pelo teor dos trabalhos, tanto do Caboclo, quanto de Pai Antonio (que era bem diversificado em sua essência), o primeiro (que agia mais doutrinariamente) seria seu GUIA DE FATO (além de PROTETOR DE FATO) e o segundo seu PROTETOR DE FATO, enquanto Orixá Malet (e isto sem querer tirar uma vírgula da importância de sua vinda e de seus trabalhos) foi um PROTETOR EVENTUAL ou TEMPORÁRIO, partindo, não sei se por fim da missão com Zélio ou de sua própria missão, assim que o médium já não se sentia tão à vontade com a energia dele como entidade espiritual, por conta da idade avançada.
Esse é apenas um exemplo do que escrevi acima, mas você que chega até aqui, pode muito bem já ter observado isto, ouvido sobre fatos semelhantes ocorridos com outros médiuns ou até mesmo, quem sabe, estar percebendo consigo.
Claudio Zeus
Aprofundando-nos no tema e observando como atuam os mais diversos espíritos em condição de serem PROTETORES, veremos que costumam ser zelosos em relação a seus médiuns, ajudando-os, inclusive, em muitas causas de cunho material, muito pelo fato de ser importante para eles, que seus médiuns estejam pelo menos relativamente equilibrados, material e psiquicamente, por decorrência, para que eles possam exercer seus trabalhos em ambiente adequado - médium tranquilo, sem muitos problemas na cuca!
É de seus interesses, pelo que foi exposto acima, zelar por essa tranquilidade, já que médium cheio de problemas acaba "dando-lhes trabalho" para bem cumprirem suas missões através de todas as formas de mediunidade.
Um Espírito na qualidade de PROTETOR pode ou não ter feito pactos pré-natais, onde, como costumam falar, assumiriam a proteção do encarnado enquanto estivesse "vivo", mas não necessariamente, pois entre as várias entidades que assumem esse posto (PROTETOR) existem também aquelas que se aproximam do médium, ou por terem sido arregimentadas por sua própria coroa e de acordo com os trabalhos e objetivo a serem alcançados, ou por necessidade delas próprias em usar o médium para seus trabalhos caritativos (às vezes até não e isso vai depender do grupamento em que o médium está), desde que lhes tenha sido dado o direito de usá-lo.
A diferença entre os "pactuados" e os não "pactuados" é muito clara em seus comportamentos. Enquanto os "pactuados" lutam mais por seus médiuns e costumam acompanhá-los até o fim da vida (pelo fato de terem feito pactos pré-natais) os não pactuados o protegem até certo ponto, abandonando-os e indo procurar outros médiuns, assim que o atual desvirtuar seus caminhos ou por qualquer razão, não lhes puder mais deixar usar-lhe o corpo, como nos casos de velhice e/ou doenças impeditivas que não sejam de âmbito espiritual e que por isto não possam resolver.
Quem já não ouviu falar de fulano ou beltrano que trabalhava com o caboclo"X", o exu "Y", o bugre "Z" e que, chegando a uma certa idade, só ficou ao seu lado mesmo o caboclo "B" e/ou o Preto "J", ou até mesmo a criança "M"? Por que isso ocorre?
Porque o corpo do médium não suporta mais a energia que essas entidades movimentam ou trazem em seus corpos espirituais e, tendo eles cumprido suas missões enquanto podiam, ou vão a oló(orun)* ou vão procurar outros médiuns que lhes faculte darem seqüência aos trabalhos aos quais estão afetos. De nada lhes adiantaria ficar ali se mais nada poderiam fazer por seu médium e, como a caminhada pela evolução é longa ...
Esses acima são os PROTETORES EVENTUAIS ou TEMPORÁRIOS. Farão qualquer coisa para defenderem seus médiuns enquanto lhes forem importantes e os deixarão nas mãos dos PROTETORES DE VERDADE (os que fizeram pactos e por isso possuem elos sentimentais) para que sigam por caminhos mais amenos.
Ah, mas você está achando que isso é um absurdo? Ponha-se então você no lugar de um deles e, precisando dar continuidade a seus trabalhos de desobsessão, demandas, magias, etc., SUAS ESPECIALIDADES, pense se vai ficar ali, coladinho no "cavalo" que não suporta mais sua incorporação, principalmente sabendo que junto a ele(a) poderão ficar os "mais amenos" e "pactuados" desde antes do nascimento, amparando-o no que for possível. Pense, mas pense bem, tirando de lado o egocentrismo tão comum a nós encarnados.
Ainda sobre PROTETORES EVENTUAIS ou TEMPORÁRIOS, encontramos algumas entidades que se achegam ao médium, para trabalho, por causa da Cúpula Espiritual do Terreiro ou Centro em que ele está, ou seja, por determinação desta Cúpula Espiritual. Mas você só vai ter experiência para sentir isto se, por algum motivo e durante sua vida mediúnica, vier a trocar de Centro ou Terreiro algumas vezes. Se assim for, poderá perceber que há vezes em que "dava passagem" a algumas entidades em um lugar que, no entanto, deixaram de vir no outro, vindo outra(s) em seu(s) lugar(es). O que acontece nestes casos é que essas entidades que "ficaram pra trás" eram entidades que pertenciam à Egrégora do Terreiro anterior e, por isto, não o(a) acompanharão ao próximo. E acontece que essas "novas entidades" que se apresentarem, muito provavelmente também pertencem à Egrégora da nova casa. Simples assim!
E para aqueles que saem de um Terreiro e não vão para outro, a percepção ainda é maior no fato de que passarão a sentir à sua volta, apenas aqueles que são seus PROTETORES DE FATO E DIREITO e que não vão largá-los nesta vida a menos que lhes façam algo que os magoem por demais como no caso de tratá-los como demônios e quiserem expulsá-los.
Como já expliquei antes, em outra postagem, os Espíritos na categoria de PROTETORES, mesmo os de fato, podem, às vezes, aplicar "corretivos" a seus médiuns, sob várias formas, se eles não lhe derem ouvidos. Primeiro porque, por serem "pactuados" ( e esse pacto é mútuo), assumem direitos de quase pai ou mãe e, nesse caso, depois de avisarem e não serem ouvidos, assumem os "direitos paternos" (ou maternos) armando-lhes certos "castigos". Mas ainda aí temos que observar que, manter o médium "no prumo" lhes é importante também para que suas manifestações mediúnicas possam se fazer da melhor forma. Em síntese: às vezes precisam "domar" seus "cavalinhos" para que lhes sirvam de meio de comunicação (MÉDIUNS) positivos.
E os GUIAS?
Pois é! Espírito que tenha alcançado DE FATO esse potencial - O DE SER GUIA DE ALGUÉM - tem que ser um espírito muito mais preparado, Espiritualmente falando. Tem que ser um Espírito que tenha um conhecimento maior sobre a vida na espiritualidade, que conheça bem mais sobre os caminhos da evolução, seus objetivos e maneiras de serem alcançados e, normalmente, como também já disse antes, NÃO SÃO ESPÍRITOS AFETOS A TRABALHO PESADO mas sim doutrinários ou de encaminhamento de seu médium e de todos os que a ele tiverem acesso, por decorrência.
Não é porque EU cismo e chamo o "Zé Malandrinho das Esquinas da Uca" de GUIA que ele é um GUIA DE VERDADE (se bem que para alguns, talvez ele até possa servir de Guia). O potencial para ser um GUIA DE VERDADE o espírito ganha NA ESPIRITUALIDADE e não somos nós que lhes damos, porque se fosse assim, na visão dos neo-umbandistas, até Exu e Pomba Gira poderiam ser GUIAS.
Espíritos GUIA não deixam de ser PROTETORES, porém em um nível acima dos interesses materiais. Normalmente não castigam ou "domam" seus cavalinhos. Em casos de muitos erros e descaminhos, apenas avisam , avisam, avisam e depois se afastam deixando-os nas mãos, em princípio, de seus PROTETORES (que não são GUIAS DE FATO) e depois, havendo insistência nos erros, nas mãos de quem mais se apresentar para tomar conta, seja quem for e da maneira que for.
E porque se afastam e não tentam "domar" seus "cavalinhos" como os PROTETORES NORMAIS?
Em primeiro lugar porque respeitam o Livre-Arbítrio e partem do pressuposto de que seu filho(a) deve saber o que fazer com o seu. Neste caso, compreendem até mesmo os descaminhos como DA VONTADE PESSOAL E CONSCIENTE, talvez uma forma mais árdua de chegarem às suas próprias conclusões, de livre escolha, desde que já tenham sido alertados sobre as conseqüências.
Em segundo lugar porque espíritos que já alcançaram a verdadeira qualidade de GUIAS, por estarem em condições evolutivas superiores aos demais PROTETORES, ou não encarnam mais ou o fazem apenas por MISSÕES (e não Karmas) a eles designadas, de forma que o médium em si, para eles, não é instrumento importante ou insubstituível para que dêem encaminhamento a essas MISSÕES, tanto quando estão no Plano Astral quanto no caso de terem de vir à Terra. Pelo contrário e diferentemente do caso dos apenas PROTETORES, são os médiuns que deles dependem se pretenderem realmente seguir por caminhos e experiências evolutivas.
E os chamados "Guias de Frente"?
Não são GUIAS?
Sintetizando sem hipocrisias:
Serão GUIAS ou Guias ou guias ou "guias", em princípio apenas por terminologia aplicada e usual, mas só serão GUIAS DE FATO E DIREITO se assim se mostrarem ao longo de suas "aparições" no tempo e de acordo com o que vierem fazer ou ensinar e não apenas porque assim os chamamos ou que assim se apresentem. Eis a questão!
Aproveitando-me de uma história que já é de domínio público, no caso do senhor Zélio de Moraes vemos com clareza essa distinção de PROTETOR EVENTUAL, PROTETOR DE FATO e GUIA.
Como se sabe, a primeira entidade a chegar pela mediunidade de Zélio foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas e após ele Pai Antonio. Somente cinco anos mais tarde houve a chegada de Orixá Malet (ou Malei, ou Malê) que veio, segundo relatos, chamado pelo Caboclo para assumir os trabalhos relativos a demandas e magias enquanto o Caboclo ficava com os trabalhos de orientação e doutrinação - os mais leves, visto por um certo ângulo. Na seqüência, e pelo envelhecimento da matéria do médium, foi também Orixá Malet o primeiro a deixar de incorporar permanecendo ao lado de Zélio, Pai Antonio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas até que desencarnasse.
Então, pelo que já expliquei lá em cima, percebamos que PROTETORES DE FATO E DIREITO eram O Caboclo e Pai Antonio que estiveram junto desde o início até o fim. Percebamos também que pelo teor dos trabalhos, tanto do Caboclo, quanto de Pai Antonio (que era bem diversificado em sua essência), o primeiro (que agia mais doutrinariamente) seria seu GUIA DE FATO (além de PROTETOR DE FATO) e o segundo seu PROTETOR DE FATO, enquanto Orixá Malet (e isto sem querer tirar uma vírgula da importância de sua vinda e de seus trabalhos) foi um PROTETOR EVENTUAL ou TEMPORÁRIO, partindo, não sei se por fim da missão com Zélio ou de sua própria missão, assim que o médium já não se sentia tão à vontade com a energia dele como entidade espiritual, por conta da idade avançada.
Esse é apenas um exemplo do que escrevi acima, mas você que chega até aqui, pode muito bem já ter observado isto, ouvido sobre fatos semelhantes ocorridos com outros médiuns ou até mesmo, quem sabe, estar percebendo consigo.
Claudio Zeus
OGÃS E EKÉDIS
Uma casa de santo, seja de Umbanda ou Candomblé, além dos filhos de santo, tem outros participantes que dão suporte aos trabalhos, além de serem considerados, em alguns casos, autoridades na casa.
Tais elementos são os Ogãs e Ekédis. A principal características desses filhos, é a falta da capacidade de manifestarem o Orixá ou a Entidade Espiritual. Não são rodantes, como se diz normalmente sobre os filhos de santo que têm a capacidade de receberem a entidade, ou seja, de manifestarem através da matéria a personificação do espírito.
Ekéjì (em iorubá) e Ogán são na realidade "Ekéjì Òrìsà" (a segunda pessoa para o Òrisà). No caso, a primeira pessoa do Òrìsà é o babalorixá ou iyalorixá. Ekéjì é um cargo que se divide em algumas categorias e seus atributos (dependendo da categoria) sâo cozinhar para a casa de culto, puxar cânticos sagrados da casa, auxiliar o babalorixá ou iyalorixá, costurar e vestir os Órisà, preparar a pintura dos ìyàwó, etc. Algumas destas tarefas podem ser realizadas também por ìyawó, mas o mais comum é as ekéjí fazerem.
Os Ogãs, mesmo os de Umbanda, normalmente não incorporam, embora possa o mesmo ocorrer em alguns casos. Neste caso, não se trata de um Ogã propriamente dito, e sim de médiuns, que podem ser filhos ou não da casa, que estariam momentaneamente ajudando na festa ou sessão, tocando o atabaque. De qualquer forma, é um problema, pois o atabaque é o elemento que faz a chamada da Entidade, e se no meio do toque, o Ogã ao invés de manter a vibração do toque, manifesta-se com ela, poderá criar uma quebra de concentração e conseqüentemente uma quebra fluídica. Seguramente isso ocasionará transtornos em médiuns mais novos como nos mais velhos também.
Embora não incorporem, com freqüência possuem outras mediunidades, como intuição, visão ou Audição.
Em algumas casas de Umbanda costuma-se dar à pessoas de bom nível social ou amigos que se apresentam para o trabalho e ajuda da casa, títulos de Ogãs. Estes entretanto, que na verdade não participam da vida ativa do centro e comparecem eventualmente às sessões comuns e muito ativamente nas festas, são uma categoria especial e recebem funções específicas, tais como; fiscais da freqüência, servirem bebidas e comidas aos convidados e procurar manter a normalidade dos trabalhos, impedindo o acesso de elementos negativos que possam criar algum problema.
O Ogã e a Ekédi, são funções ou capacitações de indivíduos nas diversas nações de Candomblé. Nas diversas nações afro-descendentes recebem nomes específicos. Trataremo-os aqui como Ogã e Ekédi, levando em consideração serem esses os termos mais conhecidos por iniciados ou neófitos. Os Ogãs e Ekédis não são apenas iniciantes a espera da manifestação dos Orixás, ou pessoas que possam ajudar de alguma forma a casa. No Candomblé, Ogã e Ekédi, são cargos que já vêm determinados às pessoas.
O Ogã e a Ekédi, primeiramente são suspensos pelo Orixá e futuramente confirmados em iniciação particular, diferente em alguns aspectos, da iniciação dos demais Filhos de Santo. Possuem poderes específicos dentro dos barracões, pois são autoridades especiais, sendo considerados pais e mães por natureza.
A eles são atribuídos os atabaques, os sacrifícios animais, a guarda de elementos espirituais do culto, colheita de ervas, responsabilidade pela cozinha do santo, auxílio imediato ao Babalorixá/Yalorixá nos Ebós e obrigações dadas nos filhos. São Mães e Pais Pequenos, Mães Criadeiras, verdadeiras mães e pais a quem os filhos devem respeito e carinho.
É importante lembrar que guardada as proporções de cada uma das funções, tantos uns como outros, são importantíssimas em suas funções e seria muito difícil, quiçá impossível, vários objetivos do culto serem alcançados sem suas presenças.
Respeitem e tratem muito bem, com carinho, amor e devoção aos seus Ogãs, Ekédis, Mães e Pais Pequenos, são eles que de alguma forma, fazem com que o caminho a ser trilhado, por todos, dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.
Ogã
Médium do sexo masculino que não incorpora Orixá. Apesar de sua principal função ser a de auxiliar a manter o terreiro em ordem, fazendo pequenos consertos, a pintura, auxiliando nas despesas, fazendo serviços que exige força física e pelar os animais de quatro pés sacrificados, há vários Ogãs com diferentes funções num terreiro.
Ogã Calofé
É o responsável por toda a corimba à ser puxada no terreiro, é também instrutor de toques de atabaque. Só existe UM Ogã Calofé em cada terreiro.
Ogã AlabêOgãs que tocam atabaques, também chamados de “Ogã de couro”, subordinados ao Ogã Calofé.
Ogã-de-Corimba ou Ogã-de-Canto
Médium preparado, exclusivamente para a puxada da Corimba (Pontos Cantados), respondendo diretamente ao Ogã Calofé, à Mãe Pequena, ou em última instância, ao Chefe do Terreiro.
Pejigã
Ogã responsável pêlos cuidados com o orixá do peji (quarto de santo). É ele quem verifica, juntamente com a iakekerê, se tudo está em ordem no peji.
Axogun, Ogã-de-Faca ou Mão-de-Faca
Ogã responsável pelo sacrifício dos animais aos orixás, preparado especialmente para efetuar toda e qualquer matança de animais, (muito usado em Nação). Existem Axoguns que só podem sacrificar animais de 2 patas.
Olossain ou Mão-de-Ofá
Ogã responsável por encontrar nos matos as folhas necessárias para os rituais e Pelo culto de Ossaim no terreiro. Preparado especialmente para fazer a Colheita e a quinagem(maceração) das ervas usadas na Umbanda, para Amacís, assim como para remédios e banhos de descarga.
Ekede
Mulher que tem como função: auxiliar o orixá, dançar com ele, vesti-lo, enxugar seu suor durante a dança (por isso que trazem sempre uma toalha no ombro), etc. Geralmente é escolhida pelo próprio orixá incorporado. Tem como característica mediúnica o dom de favorecer a incorporação nos médiuns, sendo de extrema importância no desenvolvimento e na chamada dos guias na sessão. Também auxilia na organização da sessão durante a mesma.
Iatebexê
Ekede responsável pelos cânticos e reza dos orixás.
Dagã, Sidagã, Adagan ou Cambono-de-Ebó
Responsáveis pelos culto de Exu, especialmente pelo padê.
Subordinado diretamente à Mãe de Santo, sendo o único responsável, por todas as entregas negativas do Terreiro.
Tais elementos são os Ogãs e Ekédis. A principal características desses filhos, é a falta da capacidade de manifestarem o Orixá ou a Entidade Espiritual. Não são rodantes, como se diz normalmente sobre os filhos de santo que têm a capacidade de receberem a entidade, ou seja, de manifestarem através da matéria a personificação do espírito.
Ekéjì (em iorubá) e Ogán são na realidade "Ekéjì Òrìsà" (a segunda pessoa para o Òrisà). No caso, a primeira pessoa do Òrìsà é o babalorixá ou iyalorixá. Ekéjì é um cargo que se divide em algumas categorias e seus atributos (dependendo da categoria) sâo cozinhar para a casa de culto, puxar cânticos sagrados da casa, auxiliar o babalorixá ou iyalorixá, costurar e vestir os Órisà, preparar a pintura dos ìyàwó, etc. Algumas destas tarefas podem ser realizadas também por ìyawó, mas o mais comum é as ekéjí fazerem.
Os Ogãs, mesmo os de Umbanda, normalmente não incorporam, embora possa o mesmo ocorrer em alguns casos. Neste caso, não se trata de um Ogã propriamente dito, e sim de médiuns, que podem ser filhos ou não da casa, que estariam momentaneamente ajudando na festa ou sessão, tocando o atabaque. De qualquer forma, é um problema, pois o atabaque é o elemento que faz a chamada da Entidade, e se no meio do toque, o Ogã ao invés de manter a vibração do toque, manifesta-se com ela, poderá criar uma quebra de concentração e conseqüentemente uma quebra fluídica. Seguramente isso ocasionará transtornos em médiuns mais novos como nos mais velhos também.
Embora não incorporem, com freqüência possuem outras mediunidades, como intuição, visão ou Audição.
Em algumas casas de Umbanda costuma-se dar à pessoas de bom nível social ou amigos que se apresentam para o trabalho e ajuda da casa, títulos de Ogãs. Estes entretanto, que na verdade não participam da vida ativa do centro e comparecem eventualmente às sessões comuns e muito ativamente nas festas, são uma categoria especial e recebem funções específicas, tais como; fiscais da freqüência, servirem bebidas e comidas aos convidados e procurar manter a normalidade dos trabalhos, impedindo o acesso de elementos negativos que possam criar algum problema.
O Ogã e a Ekédi, são funções ou capacitações de indivíduos nas diversas nações de Candomblé. Nas diversas nações afro-descendentes recebem nomes específicos. Trataremo-os aqui como Ogã e Ekédi, levando em consideração serem esses os termos mais conhecidos por iniciados ou neófitos. Os Ogãs e Ekédis não são apenas iniciantes a espera da manifestação dos Orixás, ou pessoas que possam ajudar de alguma forma a casa. No Candomblé, Ogã e Ekédi, são cargos que já vêm determinados às pessoas.
O Ogã e a Ekédi, primeiramente são suspensos pelo Orixá e futuramente confirmados em iniciação particular, diferente em alguns aspectos, da iniciação dos demais Filhos de Santo. Possuem poderes específicos dentro dos barracões, pois são autoridades especiais, sendo considerados pais e mães por natureza.
A eles são atribuídos os atabaques, os sacrifícios animais, a guarda de elementos espirituais do culto, colheita de ervas, responsabilidade pela cozinha do santo, auxílio imediato ao Babalorixá/Yalorixá nos Ebós e obrigações dadas nos filhos. São Mães e Pais Pequenos, Mães Criadeiras, verdadeiras mães e pais a quem os filhos devem respeito e carinho.
É importante lembrar que guardada as proporções de cada uma das funções, tantos uns como outros, são importantíssimas em suas funções e seria muito difícil, quiçá impossível, vários objetivos do culto serem alcançados sem suas presenças.
Respeitem e tratem muito bem, com carinho, amor e devoção aos seus Ogãs, Ekédis, Mães e Pais Pequenos, são eles que de alguma forma, fazem com que o caminho a ser trilhado, por todos, dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.
Ogã
Médium do sexo masculino que não incorpora Orixá. Apesar de sua principal função ser a de auxiliar a manter o terreiro em ordem, fazendo pequenos consertos, a pintura, auxiliando nas despesas, fazendo serviços que exige força física e pelar os animais de quatro pés sacrificados, há vários Ogãs com diferentes funções num terreiro.
Ogã Calofé
É o responsável por toda a corimba à ser puxada no terreiro, é também instrutor de toques de atabaque. Só existe UM Ogã Calofé em cada terreiro.
Ogã AlabêOgãs que tocam atabaques, também chamados de “Ogã de couro”, subordinados ao Ogã Calofé.
Ogã-de-Corimba ou Ogã-de-Canto
Médium preparado, exclusivamente para a puxada da Corimba (Pontos Cantados), respondendo diretamente ao Ogã Calofé, à Mãe Pequena, ou em última instância, ao Chefe do Terreiro.
Pejigã
Ogã responsável pêlos cuidados com o orixá do peji (quarto de santo). É ele quem verifica, juntamente com a iakekerê, se tudo está em ordem no peji.
Axogun, Ogã-de-Faca ou Mão-de-Faca
Ogã responsável pelo sacrifício dos animais aos orixás, preparado especialmente para efetuar toda e qualquer matança de animais, (muito usado em Nação). Existem Axoguns que só podem sacrificar animais de 2 patas.
Olossain ou Mão-de-Ofá
Ogã responsável por encontrar nos matos as folhas necessárias para os rituais e Pelo culto de Ossaim no terreiro. Preparado especialmente para fazer a Colheita e a quinagem(maceração) das ervas usadas na Umbanda, para Amacís, assim como para remédios e banhos de descarga.
Ekede
Mulher que tem como função: auxiliar o orixá, dançar com ele, vesti-lo, enxugar seu suor durante a dança (por isso que trazem sempre uma toalha no ombro), etc. Geralmente é escolhida pelo próprio orixá incorporado. Tem como característica mediúnica o dom de favorecer a incorporação nos médiuns, sendo de extrema importância no desenvolvimento e na chamada dos guias na sessão. Também auxilia na organização da sessão durante a mesma.
Iatebexê
Ekede responsável pelos cânticos e reza dos orixás.
Dagã, Sidagã, Adagan ou Cambono-de-Ebó
Responsáveis pelos culto de Exu, especialmente pelo padê.
Subordinado diretamente à Mãe de Santo, sendo o único responsável, por todas as entregas negativas do Terreiro.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
DESCARREGO COM PÓLVORA
Toda a magia usada como ritual para afastar o “Mal”, é bem-vindo.
Os descarrego de pólvora, e muito usado na “Umbanda” e nas Linhagens de “Nagò e Bantos”, possuindo poderosa e grande força benéfica, desde uma vez, que a pessoa saiba utilizá-la!
Todo o descarrego com pólvora, deve sempre ser feito sob a orientação de um dirigente experimentado e mentores espirituais, e sempre a partir do “pôr do sol” e se estendendo até às 23.30 horas.
Só podemos realizar o descarrego com pólvora em residência ou estabelecimentos comerciais, quando autorizado pelos “Guias” ou “Òrìsàs”, e quando houver necessidade. Caso for realizado, devemos abrir todas as aberturas do local e deixar escorrer nas torneiras um fio de água, no local.Após, ter desaparecido a fumaça, devemos borrifar ou jogar perfume com açúcar em todas as peças do local.
Para elucidar, embora, de um modo geral, a utilização a todo instante, sem que haja necessidade, tal seja realizado como de fato o deveria, a pólvora queimada para diversas finalidades. Em outras maneiras, muitos são os “serviços” que são realizados com o uso da pólvora, porém, de uma maneira geral, o que se faz está por demais longe do correto e do direito e, justo por isso, se vê de vez enquanto alguém ser “atingido”pelo fogo da pólvora, ou seja, em outras palavras, pelo “retorno”da pólvora (fundanga).
Tenho toda a certeza, é um dos trabalhos mais poderoso para se combater aos espíritos (entidades) maléficas, ou seja, exus kiúmbas, egúns e ará òrún. Que nos cercam, e se fixam em nossa “nuca”, nos dominando e perturbando nossa vida profissional e familiar, fazendo-nos cometer certos atos de loucuras, porque não dizer, até com desvios de personalidade.
A explosão e o fogo da pólvora (fundanga) provoca um grande poder mágico, como também as combinações de cores das velas, para expulsar o “Mal” de pessoas, de locais ( residências ou local de trabalho profissionais), levando-os para o espaço, por isso, realizamos em pessoas ao ar livre!
Devido, há muitos anos na prática da religião e no exorcismo de entidades do “Mal”, devo dar uma das maneiras da utilização da pólvora para o “Bem”, ou seja, para afastar as entidades maléficas. Devo alertar que todos os trabalhos com pólvora, requerem cuidados especiais, pois quando queima, pode causar ou ocorrer acidentes ou desastres, tenha muito cuidado em lidar com a pólvora!
É de bom alvitre, termos sempre por perto um auxiliar, quando iremos trabalhar com pólvora , porque ela é danada e as próprias entidades do “Mal” evitam à sua realização, tenha cuidado! Use sua energia e pensamento positivo!
A pólvora é usada como um acelerador de partículas. Através da liberação de gases, acontece o movimento frenético das moléculas de água que compõem o nosso campo magnético, campo esse denominado de aura, energia resultante da queima das células de todo o corpo dirigido pelo cérebro, centro de comando do espírito, energia sutil apenas detectada em fotolitos.
A pólvora em queima, libera seus elementos sutis que interage neste campo liberando o vampirizado do cordão fluídico denso e negativo.
Com o movimento frenético das moléculas dá-se o rompimento do mesmo liberando ambos os espíritos para o devido tratamento, acontecendo de forma idêntica com as larvas astrais que como ‘’carrapatos’’ do espírito se desgrudam e se desintegram na corrente elétrica provocada pela queima da pólvora.
Nenhum espírito é queimado pela pólvora. A sensação do mesmo na hora da queima é de um choque elétrico provocando na maioria das vezes um desmaio temporário ou um torpor dos sentidos.
A pólvora é um elemento material utilizado para vibracionar o campo das energias sutis do corpo, assim como a água fluidificada é carregada de energia para que atue nas células do corpo físico e também igualmente como o passe magnético potencializador dos elétrons que pulam das mãos do médium para o corpo do receptor agindo nas células do corpo físico.
Guardião de Ogum
Os descarrego de pólvora, e muito usado na “Umbanda” e nas Linhagens de “Nagò e Bantos”, possuindo poderosa e grande força benéfica, desde uma vez, que a pessoa saiba utilizá-la!
Todo o descarrego com pólvora, deve sempre ser feito sob a orientação de um dirigente experimentado e mentores espirituais, e sempre a partir do “pôr do sol” e se estendendo até às 23.30 horas.
Só podemos realizar o descarrego com pólvora em residência ou estabelecimentos comerciais, quando autorizado pelos “Guias” ou “Òrìsàs”, e quando houver necessidade. Caso for realizado, devemos abrir todas as aberturas do local e deixar escorrer nas torneiras um fio de água, no local.Após, ter desaparecido a fumaça, devemos borrifar ou jogar perfume com açúcar em todas as peças do local.
Para elucidar, embora, de um modo geral, a utilização a todo instante, sem que haja necessidade, tal seja realizado como de fato o deveria, a pólvora queimada para diversas finalidades. Em outras maneiras, muitos são os “serviços” que são realizados com o uso da pólvora, porém, de uma maneira geral, o que se faz está por demais longe do correto e do direito e, justo por isso, se vê de vez enquanto alguém ser “atingido”pelo fogo da pólvora, ou seja, em outras palavras, pelo “retorno”da pólvora (fundanga).
Tenho toda a certeza, é um dos trabalhos mais poderoso para se combater aos espíritos (entidades) maléficas, ou seja, exus kiúmbas, egúns e ará òrún. Que nos cercam, e se fixam em nossa “nuca”, nos dominando e perturbando nossa vida profissional e familiar, fazendo-nos cometer certos atos de loucuras, porque não dizer, até com desvios de personalidade.
A explosão e o fogo da pólvora (fundanga) provoca um grande poder mágico, como também as combinações de cores das velas, para expulsar o “Mal” de pessoas, de locais ( residências ou local de trabalho profissionais), levando-os para o espaço, por isso, realizamos em pessoas ao ar livre!
Devido, há muitos anos na prática da religião e no exorcismo de entidades do “Mal”, devo dar uma das maneiras da utilização da pólvora para o “Bem”, ou seja, para afastar as entidades maléficas. Devo alertar que todos os trabalhos com pólvora, requerem cuidados especiais, pois quando queima, pode causar ou ocorrer acidentes ou desastres, tenha muito cuidado em lidar com a pólvora!
É de bom alvitre, termos sempre por perto um auxiliar, quando iremos trabalhar com pólvora , porque ela é danada e as próprias entidades do “Mal” evitam à sua realização, tenha cuidado! Use sua energia e pensamento positivo!
A pólvora é usada como um acelerador de partículas. Através da liberação de gases, acontece o movimento frenético das moléculas de água que compõem o nosso campo magnético, campo esse denominado de aura, energia resultante da queima das células de todo o corpo dirigido pelo cérebro, centro de comando do espírito, energia sutil apenas detectada em fotolitos.
A pólvora em queima, libera seus elementos sutis que interage neste campo liberando o vampirizado do cordão fluídico denso e negativo.
Com o movimento frenético das moléculas dá-se o rompimento do mesmo liberando ambos os espíritos para o devido tratamento, acontecendo de forma idêntica com as larvas astrais que como ‘’carrapatos’’ do espírito se desgrudam e se desintegram na corrente elétrica provocada pela queima da pólvora.
Nenhum espírito é queimado pela pólvora. A sensação do mesmo na hora da queima é de um choque elétrico provocando na maioria das vezes um desmaio temporário ou um torpor dos sentidos.
A pólvora é um elemento material utilizado para vibracionar o campo das energias sutis do corpo, assim como a água fluidificada é carregada de energia para que atue nas células do corpo físico e também igualmente como o passe magnético potencializador dos elétrons que pulam das mãos do médium para o corpo do receptor agindo nas células do corpo físico.
Guardião de Ogum
BOLAR NO SANTO
Por que as pessoas "Bolam no Orisá"?
Tendo o mesmo sintoma de um desmaio, o indivíduo surpeende-se ao sentir uma sensação estranha e cai ao chão totalmente inconciente ou, conciente porém, sem posse dos movimentos do corpo.Este processo pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha ido a uma casa de candomblé e não conheça absolutamente nada sobre os Orisás.
Independe do credo ou religião da pessoa.Em casos não tão comuns, o processo de bolar, pode acontecer dentro da própria casa do indivíduo. Em principio, as pessoas acreditam ser algum problema de saúde e após passarem em consultas por médicos e realizarem exames, não acham a causa do repentino desmaio, que continua ocorrer.
Aos olhos dos leigos este processo pode parecer bastante assustador. Mais na realidade nada se tem a temer.
O ato de bolar, sugere um despreparo do organismo para receber uma energia cujo o corpo não esta acostumado. Ao receber tal energia, o corpo simplesmente reage, assim como, as pessoas tendem a dar um pulo quando levam um choque elétrico.Sem sombra de dúvidas o "bolar no santo" é a materialização do orixá e indica que a pessoa deve ser iniciada dentro do culto.
Mesmo os que não acreditam em Orisá, ao passarem por este processo ou conhecendo alguém que passou por ele, passa a refletir melhor sobre seus conceitos de crença.
Asé O!
Babalorisá Robson Tí Odé (Babalorisá Adjauwè).
Tendo o mesmo sintoma de um desmaio, o indivíduo surpeende-se ao sentir uma sensação estranha e cai ao chão totalmente inconciente ou, conciente porém, sem posse dos movimentos do corpo.Este processo pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha ido a uma casa de candomblé e não conheça absolutamente nada sobre os Orisás.
Independe do credo ou religião da pessoa.Em casos não tão comuns, o processo de bolar, pode acontecer dentro da própria casa do indivíduo. Em principio, as pessoas acreditam ser algum problema de saúde e após passarem em consultas por médicos e realizarem exames, não acham a causa do repentino desmaio, que continua ocorrer.
Aos olhos dos leigos este processo pode parecer bastante assustador. Mais na realidade nada se tem a temer.
O ato de bolar, sugere um despreparo do organismo para receber uma energia cujo o corpo não esta acostumado. Ao receber tal energia, o corpo simplesmente reage, assim como, as pessoas tendem a dar um pulo quando levam um choque elétrico.Sem sombra de dúvidas o "bolar no santo" é a materialização do orixá e indica que a pessoa deve ser iniciada dentro do culto.
Mesmo os que não acreditam em Orisá, ao passarem por este processo ou conhecendo alguém que passou por ele, passa a refletir melhor sobre seus conceitos de crença.
Asé O!
Babalorisá Robson Tí Odé (Babalorisá Adjauwè).
sábado, 1 de agosto de 2009
ENERGIAS NEGATIVAS
"As energias negativas podem afetar o corpo, a mente, as emoções, dando origem a vários problemas para a sua saúde."
Aprenda a lidar com essas vibrações e encontre o caminho do equilíbrio!
Você já entrou em um determinado local e logo sentiu um mal-estar, um peso no corpo, ou uma dor de cabeça?
Se você respondeu sim, é sinal de que esteve num lugar impregnado de energias negativas. Essas energias podem ter diversas origens: correntes de água suja que passam sob o local, como esgotos, poços sujos, rios poluídos, túmulos subterrâneos, jazidas de minério (especialmente o mercúrio), objetos de magia negra enterrados sob a construção, ou mesmo vibrações decorrentes de desentendimentos entre as pessoas que ocorrem no dia-a-dia e que vivem ou freqüentam esse ambiente.
Mas, independente de sua origem, as energias negativas prejudicam a saúde e abalam o estado emocional das pessoas que moram ou estão num local afetado por elas.
Para evitar que você se torne vítima das energias negativas, aqui vão algumas boas dicas, simples e fáceis de serem aplicadas, que poderão ajudá-lo a manter, por exemplo, sua residência ou local de trabalho, sempre em alto astral.
Para neutralizar as energias negativas de uma residência, você poderá utilizar diversas armas.
A primeira delas é, simplesmente, mudar a disposição dos móveis da casa.
Mude-os conforme a sua intuição.
Certas plantas também ajudam a afastar as más vibrações. Mantenha vasos com espada-de-São-Jorge, guiné e/ou arruda, bambu-mossô, na entrada de sua casa.
Vasinhos com alecrim, salsinha, louro, manjericão e pimenta, também podem ser dispostos nas janelas da sala, ou da cozinha.
Incensos, cristais, fontes, e símbolos sagrados também podem ser colocados conforme a sua intuição nos cômodos de sua casa.
Os incensos podem ser de vareta ou do tipo usado em defumadores. No primeiro caso, acenda em cada cômodo um número de varetas igual ao de moradores da casa.
Por exemplo:
se na casa moram três pessoas, acenda três incensos em cada cômodo, inclusive nos banheiros.
Dê preferência aos aromas de canela, sândalo, mirra e/ou rosa musgosa, que são próprios para limpeza de ambientes.
Se for usar o defumador, compre o de limpeza espiritual e passe-o em todos os cômodos, principalmente nos cantos de sua casa, ou lugares em que a energia possa se estagnar, como vãos de escada. Quando for passar o defumador, vá acendendo as luzes de toda a casa e abrindo as janelas, até que acabe.
Você também pode fazer um defumador caseiro usando cascas de alho, folhas secas de arruda e jasmim, com lascas de canela. Acenda igualmente e passe por toda a casa, da mesma maneira.
Repita esse processo com qualquer dos incenso, pelo menos uma vez por semana.
Agora, falando sobre cristais, a turmalina negra funciona como catalisadora de enrgias negativas. Isto significa que ela atrai para si qualquer energia nociva, limpando o ambiente e impedindo que a carga de negatividade atinja as pessoas.
Ter essa pedra perto do corpo representa uma boa opção para quem quer combater as energias negativas do local de trabalho de maneira discreta.
Você pode usá-la em um anel, pendente, pulseira e/ou somente a pedra, de preferência encostada a seu corpo, por baixo das roupas.
Antes de usar a turmalina negra pela primeira vez, mergulhe-a numa vasilha de vidro com água e um pouquinho de sal grosso, deixando por 24 horas (mesmo que ela esteja montada em um anel ou outra jóia). Passado esse tempo, jogue fora a água com sal e deixe a pedra ao ar livre por mais 24 horas. Depois, pode usá-la. Repita esse processo de limpeza e energização, pelo menos uma vez por mês, de modo que a proteção da pedra se conserve sempre eficaz.
Falando agora nas formas sagradas e objetos poderosos, temos o símbolo do mantra OM - o som sagrado que representa a essência divina. É um poderoso talismã, capaz de neutralizar as energias negativas dos ambientes e de atrair vibrações positivas.
Basta colocá-lo na parede, pois sua forma é sagrada e tem ação transformadora, sendo capaz de fazer a energia negativa de um lugar se transmutar em positiva.
Falando agora de outro símbolo sagrado, temos a pirâmide, que é dotada de uma forma geométrica perfeita.
Coloque-a conforme sua intuição onde você acha que há energias negativas no ambiente. Ela irá atuar como um filtro, impedindo que as más vibrações cheguem até as pessoas.
Ter um bichinho de estimação, especialmente um gato, ajuda a neutralizar as influências negativas, sem causar dano algum ao animal.
Evite proferir xingamentos, maldições, falar palavras negativas, ou ter explosões de raiva. Tudo o que dizemos tem uma força muito grande e nos coloca em sintonia com diversos níveis de energia.
Não realize rituais de invocação de espíritos se não tiver preparo para conduzir esse tipo de trabalho. Não tenha símbolos duvidosos ou maléficos como enfeite em sua casa.
Ao adquirir objetos usados (antigüidades, roupas, acessórios de brechós), se possível, lave a peça com sal grosso e faça um defumador com incenso de mirra.
Caso seja um móvel, passe um pano virgem (como um perfex novo) molhado na água de sal grosso e depois defume igualmente. Em seguida, abençoe as roupas ou objetos, dizendo que de agora em diante eles farão parte de seus objetos e vibrarão na sintonia de sua casa e de sua vida.
Embora às vezes, você possa se sentir frágil e inseguro para as novas situações que a vida apresenta dia a dia, procure jamais ter receios.
Encontre audácia e coragem dentro de você para vencer todos os obstáculos que surgirem.
Tenha fé!
Acredite em você!
As mudanças sempre estarão por vir e exigirão de você atitudes corretas e concretas.
Texto baseado em ensinamentos do Povo Cigano
Cristina Portes
Aprenda a lidar com essas vibrações e encontre o caminho do equilíbrio!
Você já entrou em um determinado local e logo sentiu um mal-estar, um peso no corpo, ou uma dor de cabeça?
Se você respondeu sim, é sinal de que esteve num lugar impregnado de energias negativas. Essas energias podem ter diversas origens: correntes de água suja que passam sob o local, como esgotos, poços sujos, rios poluídos, túmulos subterrâneos, jazidas de minério (especialmente o mercúrio), objetos de magia negra enterrados sob a construção, ou mesmo vibrações decorrentes de desentendimentos entre as pessoas que ocorrem no dia-a-dia e que vivem ou freqüentam esse ambiente.
Mas, independente de sua origem, as energias negativas prejudicam a saúde e abalam o estado emocional das pessoas que moram ou estão num local afetado por elas.
Para evitar que você se torne vítima das energias negativas, aqui vão algumas boas dicas, simples e fáceis de serem aplicadas, que poderão ajudá-lo a manter, por exemplo, sua residência ou local de trabalho, sempre em alto astral.
Para neutralizar as energias negativas de uma residência, você poderá utilizar diversas armas.
A primeira delas é, simplesmente, mudar a disposição dos móveis da casa.
Mude-os conforme a sua intuição.
Certas plantas também ajudam a afastar as más vibrações. Mantenha vasos com espada-de-São-Jorge, guiné e/ou arruda, bambu-mossô, na entrada de sua casa.
Vasinhos com alecrim, salsinha, louro, manjericão e pimenta, também podem ser dispostos nas janelas da sala, ou da cozinha.
Incensos, cristais, fontes, e símbolos sagrados também podem ser colocados conforme a sua intuição nos cômodos de sua casa.
Os incensos podem ser de vareta ou do tipo usado em defumadores. No primeiro caso, acenda em cada cômodo um número de varetas igual ao de moradores da casa.
Por exemplo:
se na casa moram três pessoas, acenda três incensos em cada cômodo, inclusive nos banheiros.
Dê preferência aos aromas de canela, sândalo, mirra e/ou rosa musgosa, que são próprios para limpeza de ambientes.
Se for usar o defumador, compre o de limpeza espiritual e passe-o em todos os cômodos, principalmente nos cantos de sua casa, ou lugares em que a energia possa se estagnar, como vãos de escada. Quando for passar o defumador, vá acendendo as luzes de toda a casa e abrindo as janelas, até que acabe.
Você também pode fazer um defumador caseiro usando cascas de alho, folhas secas de arruda e jasmim, com lascas de canela. Acenda igualmente e passe por toda a casa, da mesma maneira.
Repita esse processo com qualquer dos incenso, pelo menos uma vez por semana.
Agora, falando sobre cristais, a turmalina negra funciona como catalisadora de enrgias negativas. Isto significa que ela atrai para si qualquer energia nociva, limpando o ambiente e impedindo que a carga de negatividade atinja as pessoas.
Ter essa pedra perto do corpo representa uma boa opção para quem quer combater as energias negativas do local de trabalho de maneira discreta.
Você pode usá-la em um anel, pendente, pulseira e/ou somente a pedra, de preferência encostada a seu corpo, por baixo das roupas.
Antes de usar a turmalina negra pela primeira vez, mergulhe-a numa vasilha de vidro com água e um pouquinho de sal grosso, deixando por 24 horas (mesmo que ela esteja montada em um anel ou outra jóia). Passado esse tempo, jogue fora a água com sal e deixe a pedra ao ar livre por mais 24 horas. Depois, pode usá-la. Repita esse processo de limpeza e energização, pelo menos uma vez por mês, de modo que a proteção da pedra se conserve sempre eficaz.
Falando agora nas formas sagradas e objetos poderosos, temos o símbolo do mantra OM - o som sagrado que representa a essência divina. É um poderoso talismã, capaz de neutralizar as energias negativas dos ambientes e de atrair vibrações positivas.
Basta colocá-lo na parede, pois sua forma é sagrada e tem ação transformadora, sendo capaz de fazer a energia negativa de um lugar se transmutar em positiva.
Falando agora de outro símbolo sagrado, temos a pirâmide, que é dotada de uma forma geométrica perfeita.
Coloque-a conforme sua intuição onde você acha que há energias negativas no ambiente. Ela irá atuar como um filtro, impedindo que as más vibrações cheguem até as pessoas.
Ter um bichinho de estimação, especialmente um gato, ajuda a neutralizar as influências negativas, sem causar dano algum ao animal.
Evite proferir xingamentos, maldições, falar palavras negativas, ou ter explosões de raiva. Tudo o que dizemos tem uma força muito grande e nos coloca em sintonia com diversos níveis de energia.
Não realize rituais de invocação de espíritos se não tiver preparo para conduzir esse tipo de trabalho. Não tenha símbolos duvidosos ou maléficos como enfeite em sua casa.
Ao adquirir objetos usados (antigüidades, roupas, acessórios de brechós), se possível, lave a peça com sal grosso e faça um defumador com incenso de mirra.
Caso seja um móvel, passe um pano virgem (como um perfex novo) molhado na água de sal grosso e depois defume igualmente. Em seguida, abençoe as roupas ou objetos, dizendo que de agora em diante eles farão parte de seus objetos e vibrarão na sintonia de sua casa e de sua vida.
Embora às vezes, você possa se sentir frágil e inseguro para as novas situações que a vida apresenta dia a dia, procure jamais ter receios.
Encontre audácia e coragem dentro de você para vencer todos os obstáculos que surgirem.
Tenha fé!
Acredite em você!
As mudanças sempre estarão por vir e exigirão de você atitudes corretas e concretas.
Texto baseado em ensinamentos do Povo Cigano
Cristina Portes
quarta-feira, 29 de julho de 2009
UMBANDA E UMBANDAS
Em informática se diz que o melhor software é aquele que o usuário consegue fazer tudo, ou quase tudo, que ele quer. Esse é o melhor software.
No caso da Umbanda podemos fazer uma analogia, ou seja, a melhor forma é aquela em que a pessoa consegue tudo ou quase tudo que quer. Aí os ensinamentos, a doutrina, os ritos e seja lá o que for a mais, são os ideais e essa pessoa ou essas pessoas sempre terão "arco reflexo psicológico" de repassar esse bem estar aos outros como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, o melhor, a melhor forma.
O ser humano tende, por esse "arco reflexo psicológico", a propagar aos outros o que ele acha melhor para si, pois foi e é bom para ele, por que não será para os outros também? Então vamos passar adiante o nosso bom e criticar o que não faz parte desse ideal que "me faz tão bem" (a pessoa). Afinal, e "eu vejo os resultados" do que acredito no meu centro, tenda templo, terreiro...
O meu certo é o certo, assim que é a Umbanda; definida e fundamentada nessa prática, nessa lógica, nesse racional, rompendo as crendices, rompendo as tradições, inovando em uma modernidade espiritual, "na minha verdade como Umbandista", em uma verdade universal(?), nos livros de Kardec, nos livros de outras religiões, nos ensinamentos de ????? ou de ?????, nas palavras do caboclo XYZ, o espírito evoluidíssimo ABCD,...
Parece que nós Umbandistas, ou uma parte considerável de nós, é desesperadamente carente de fé, necessitados de uma tábua de salvação que nos mostre um norte, um rumo... Quando encontramos, quando aquela vibração maravilhosa nos completa, onde resolvemos nossos problemas, onde escutamos palavras maravilhosas, onde encontramos o sacerdote/sacerdotisa que nos abraço e supre as nossas necessidades de filhos/filhas, chegamos ao nosso lugar ideal.
Só que existem vários lugares ideais, vários segmentos maravilhosos. Cada um deles adequado a uma forma de pensamento, a uma forma de encarar a espiritualidade e a vida material, com fundamentos que nós aceitamos como corretos ou mesmo que acabamos entendendo e absorvendo como tal, onde seguimos regras, outro que nos dão liberdade para pensar, ler acertar e errar, outros que são severos e o que vale é o que o sacerdote/sacerdotisa diz...
Um lugar para cada pessoa, uma pessoa para cada lugar. Talvez essa seja a maior contribuição que a Umbanda tenha dado como religião: sua diversidade e a caridade de se flexibilizar ao ponto de que cada pessoa que procura possa encontrar a Umbanda que mais a preencha, mais a complete.
Algo muito interessante nessa característica da Umbanda, sua diversidade, é que ela é o que fez com que a Umbanda sobrevivesse até hoje, pois cada grupamento se formou e se moldou dentro de seus próprios fundamentos e doutrina, absorvendo ou não ensinamentos de outros setores da espiritualidade (dentro da Umbanda ou fora dela), mas acabaram se formando e exercendo suas atividades de ajuda, caridade, práticas e formando ou não sacerdotes ou dirigentes de culto. Só que, essa mesma diversidade que permitiu que tantas formas existentes de Umbanda fossem criadas, é o que mais incomoda a muitas pessoas, muitos Umbandistas, devido a magnitude de sua abrangência.
Vejam bem, a abrangência que a diversidade que a Umbanda permite tanto pode criar boas e novas formas, adequadas ao A, B, C, D, ... como também pode abrir espaço aos picaretas ou aquelas formas mais estranhas de culto em que existem procedimentos que são rejeitados por alguns, mas tidos como normais para outros, como:
Trabalhar com Orixás: uns criticam, outros fazem culto;
Trabalhar com sacrifício animal: uns criticam, outros fazem culto;
Trabalhar com fumo e bebida: uns criticam, outros utilizam como parte do culto;
Liberdade para ir em outras casas: uns criticam, outros fazem isso normalmente;
Trabalhar com atabaques: uns criticam, outros fazem culto;
Cobrar alguma forma pecuniária de retribuição (voluntária ou obrigatória): uns criticam, outros utilizam como um forma de manter suas casas abertas;
Formação de escolas doutrinárias: uns criticam, pois vêem a Umbanda como caridade e, pela caridade, se alcança uma evolução (não precisa de livros, sacerdócio, conhecimento...); outros utilizam a escola de doutrina como uma forma de orientação para os médiuns e asssitenciados (variando suas doutrinas e formas);
Conteúdo das escolas de doutrina: uns partem para o espiritismo, Kardecismo, pois vêem que lá existem respostas (que as completam - lembram do melhor software) e valores morais identificáveis (mas não levam em conta as diferenças existentes entre a Umbanda e o Espiritismo); outros vão para uma linha mais exotérica, onde absorveram da teosofia uma gênese para, a Umbanda que satisfaz àqueles que se identificam com essa forma, além de incorporarem diversos rituais tidos como emanados do astral superior (lembram do melhor software); outros adotaram uma postura racionalista, em uma prática de várias possibilidades, e até na formação de sacerdotes; outros mesclam o exotérico, o espírita, o africano, formam sacerdotes... Cada um procurou o seu melhor software...
Trabalhar com fundamentos africanistas: uns combatem dizendo que é algo supersticioso, crendices, valores antigos ...; outros tentam a muito custo preservar raízes para que os mais novos tenham onde se sustentar no futuro.
Vendo tudo isso eu chego à conclusão de que nós somos os nossos piores inimigos. Os Umbandistas são os piores inimigos da própria Umbanda, pois ainda não sabemos respeitar a Umbanda dentro daquilo que ela se manifesta, dentro daquilo que ela apresenta: sua diversidade.
Uma vez Pai Cipriano me pegou e disse: "Meu filho, que direito você tem de dizer que aquilo que a pessoa pratica,é certo ou errado? Talvez o que você veja como errado possa ter salvo a vida de alguém, possa ter tirado uma pessoa do vício ... Não existe o certo ou o errado, isso vai de cada um, de cada visão, de cada forma de pensar, de cada lugar com suas leis, em que em um lugar algo é condenado, mas em outro é louvado..."
Ele deixou isso na minha cabeça e passei a tentar ver as coisas de outra maneira. Posso deixar claro que aquilo (aquela forma de prática e pensamento), para mim, representa algo ou não, porém, sei que para outros é questão de fé, de encontro e de realização.
Existem questões que são muito complicadas, muito mesmo, mas grande parte vai de encontro à formação do sacerdote. O próprio preconceito que existe dentro da Umbanda, entre os Umbandistas, é algo que poderia ser erradicado se os sacerdotes tomassem outra postura em relação às outras formas de culto Umbandistas. Os problemas inerentes aos charlatões que vemos por aí também passa pela mão dos sacerdotes, pois são eles que formam e, se formam errado, não é culpa da pessoa que é formada.
Com relação a essa questão de diploma e curso de formação de sacerdotes, também acredito que passe pelas mãos dos sacerdotes que compõem as federações que se utilizam desse tipo de formação. Na realidade a, responsabilidade de formar é deles, mas não são responsáveis pelo que o formado irá fazer.
É o caso de uma faculdade de medicina. Ele forma o médico, mas se o cara irá ser uma bom ou mau médico é outra questão.
Algumas pessoas já levantaram bandeiras em relação a um conselho de ética para a Umbanda, em relação ao sacerdócio, só que é muito difícil formar um conselho para esse fim.
Ele teria que ter por base que a Umbanda é uma religião diversa e não submetida a uma única forma e sim a uma diversidade de formas. Teria que haver um consenso do que é errado e o que é certo, e isso é um peso muito grande.
Imaginem o caso de um conselho desses que estipula-se que em uma casa de Umbanda é proibido ter atabaques, por exemplo. Imaginem o impacto, que isso causaria. Ou que um conselho desses estipulasse que um gongá deva ser assim e assado, ou que a roupa de culta tem que ser azul, ou que é proibido dentro da Umbanda a utilização de livros Espíritas como forma de doutrina, ou que é proibido o uso d,e imagens de santos católicos... E aí, como fica a Umbanda?
Eu acredito que a complexidade em que chegamos, seja tal que é muito difícil definir, em termos de culto e práticas, o que é certo e o que é errado de uma forma precisa. A não ser nos casos, mais patentes como sacerdote que abusa sexualmente de filhos de santo e assistenciados, cometem extorsão, abusam do sacrifício animal, ... Ou seja, o que está na lei dos homens e que é passível de punição.
Talvez o que ajudasse seria o que já acontece, dentro do próprio protestantismo, ou seja, a caracterização das formas de culto dentro do que elas professam como é o caso da IURD, da Assembléia de Deus, Igreja Prebisteriana, Igreja Metodista...
Embora todos sejam cristãos, existe uma individualização dentro de suas práticas. Ou seja, as práticas da IURD, são inerentes a IURD, e não a Igreja Metodista, assim como as práticas da Igreja Assembléia de Deus são inerentes a ela e não a Igreja Batista.
Acredito que se nós assumíssemos isso, ou seja, se as ramificações dentro da Umbanda se assumissem, ficaria mais fácil de enxergar que essa ou aquela prática é inerente aquele seguimento especificamente (isso ia acabar com essa história de um dizer que o outro não pode, pois o meu é que é verdadeiro).,Só que o que vemos por aí é o cara fazendo isso ou aquilo e dizendo que é Umbanda (como se todas assim o fizessem: de bom e de ruim) e, em outros casos, existem aqueles que dizem que isso ou aquilo não faz parte da Umbanda (só a dele é que é boa). Não seria mais fácil dizer que essa prática é inerente a Umbanda X, ou que aquela prática é inerente a Umbanda Z ... que essa formação sacerdotal é inerente a Umbanda ABC ... que na Umbanda CBA o cara faz um curso de x meses ou anos e sai dali qualificado para se,r sacerdote...?
O que eu vejo é que hoje existem tantas formas inerentes à Umbanda, mas a grande parte se diz puramente Umbandista e que a Umbanda e assim e assado, que qualquer tipo de certo ou errado acaba ficando mascarado ou difícil de definir dentro do campo da fé.
É mais ou menos como se a IURD dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica que a Igreja Batista dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica, e assim por diante...
Por outro lado, parece que tem gente ainda tentando ser Papa da Umbanda e "obrigando" as pessoas a verem a Umbanda de uma maneira específica dentro de seus usos e costumes e, de uma forma ou de outra, o que irá acontecer, mais cedo ou mais tarde, é que a individualização das formas irá acontecer de uma maneira inevitável. Então, daqui há uns 10 ou 20 anos, talvez menos, o iniciado ou mesmo o assistenciado não irá se confundir e saberá que essa prática, essa forma, essa manifestação ou mesmo essa doutrina é inerente a essa ou aquela forma de Umbanda.
Será que um Cristão pode dizer que a sua forma é a correta?
Será que um Budista pode dizer que a sua forma é a correta?
Será que um Candomblecista pode dizer que a sua forma é a correta?
Por que será que o Umbandista tem a mania de dizer que aquilo que ele faz é o correto para o, todo religioso da Umbanda?
Autor: Etiene Sales
No caso da Umbanda podemos fazer uma analogia, ou seja, a melhor forma é aquela em que a pessoa consegue tudo ou quase tudo que quer. Aí os ensinamentos, a doutrina, os ritos e seja lá o que for a mais, são os ideais e essa pessoa ou essas pessoas sempre terão "arco reflexo psicológico" de repassar esse bem estar aos outros como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, o melhor, a melhor forma.
O ser humano tende, por esse "arco reflexo psicológico", a propagar aos outros o que ele acha melhor para si, pois foi e é bom para ele, por que não será para os outros também? Então vamos passar adiante o nosso bom e criticar o que não faz parte desse ideal que "me faz tão bem" (a pessoa). Afinal, e "eu vejo os resultados" do que acredito no meu centro, tenda templo, terreiro...
O meu certo é o certo, assim que é a Umbanda; definida e fundamentada nessa prática, nessa lógica, nesse racional, rompendo as crendices, rompendo as tradições, inovando em uma modernidade espiritual, "na minha verdade como Umbandista", em uma verdade universal(?), nos livros de Kardec, nos livros de outras religiões, nos ensinamentos de ????? ou de ?????, nas palavras do caboclo XYZ, o espírito evoluidíssimo ABCD,...
Parece que nós Umbandistas, ou uma parte considerável de nós, é desesperadamente carente de fé, necessitados de uma tábua de salvação que nos mostre um norte, um rumo... Quando encontramos, quando aquela vibração maravilhosa nos completa, onde resolvemos nossos problemas, onde escutamos palavras maravilhosas, onde encontramos o sacerdote/sacerdotisa que nos abraço e supre as nossas necessidades de filhos/filhas, chegamos ao nosso lugar ideal.
Só que existem vários lugares ideais, vários segmentos maravilhosos. Cada um deles adequado a uma forma de pensamento, a uma forma de encarar a espiritualidade e a vida material, com fundamentos que nós aceitamos como corretos ou mesmo que acabamos entendendo e absorvendo como tal, onde seguimos regras, outro que nos dão liberdade para pensar, ler acertar e errar, outros que são severos e o que vale é o que o sacerdote/sacerdotisa diz...
Um lugar para cada pessoa, uma pessoa para cada lugar. Talvez essa seja a maior contribuição que a Umbanda tenha dado como religião: sua diversidade e a caridade de se flexibilizar ao ponto de que cada pessoa que procura possa encontrar a Umbanda que mais a preencha, mais a complete.
Algo muito interessante nessa característica da Umbanda, sua diversidade, é que ela é o que fez com que a Umbanda sobrevivesse até hoje, pois cada grupamento se formou e se moldou dentro de seus próprios fundamentos e doutrina, absorvendo ou não ensinamentos de outros setores da espiritualidade (dentro da Umbanda ou fora dela), mas acabaram se formando e exercendo suas atividades de ajuda, caridade, práticas e formando ou não sacerdotes ou dirigentes de culto. Só que, essa mesma diversidade que permitiu que tantas formas existentes de Umbanda fossem criadas, é o que mais incomoda a muitas pessoas, muitos Umbandistas, devido a magnitude de sua abrangência.
Vejam bem, a abrangência que a diversidade que a Umbanda permite tanto pode criar boas e novas formas, adequadas ao A, B, C, D, ... como também pode abrir espaço aos picaretas ou aquelas formas mais estranhas de culto em que existem procedimentos que são rejeitados por alguns, mas tidos como normais para outros, como:
Trabalhar com Orixás: uns criticam, outros fazem culto;
Trabalhar com sacrifício animal: uns criticam, outros fazem culto;
Trabalhar com fumo e bebida: uns criticam, outros utilizam como parte do culto;
Liberdade para ir em outras casas: uns criticam, outros fazem isso normalmente;
Trabalhar com atabaques: uns criticam, outros fazem culto;
Cobrar alguma forma pecuniária de retribuição (voluntária ou obrigatória): uns criticam, outros utilizam como um forma de manter suas casas abertas;
Formação de escolas doutrinárias: uns criticam, pois vêem a Umbanda como caridade e, pela caridade, se alcança uma evolução (não precisa de livros, sacerdócio, conhecimento...); outros utilizam a escola de doutrina como uma forma de orientação para os médiuns e asssitenciados (variando suas doutrinas e formas);
Conteúdo das escolas de doutrina: uns partem para o espiritismo, Kardecismo, pois vêem que lá existem respostas (que as completam - lembram do melhor software) e valores morais identificáveis (mas não levam em conta as diferenças existentes entre a Umbanda e o Espiritismo); outros vão para uma linha mais exotérica, onde absorveram da teosofia uma gênese para, a Umbanda que satisfaz àqueles que se identificam com essa forma, além de incorporarem diversos rituais tidos como emanados do astral superior (lembram do melhor software); outros adotaram uma postura racionalista, em uma prática de várias possibilidades, e até na formação de sacerdotes; outros mesclam o exotérico, o espírita, o africano, formam sacerdotes... Cada um procurou o seu melhor software...
Trabalhar com fundamentos africanistas: uns combatem dizendo que é algo supersticioso, crendices, valores antigos ...; outros tentam a muito custo preservar raízes para que os mais novos tenham onde se sustentar no futuro.
Vendo tudo isso eu chego à conclusão de que nós somos os nossos piores inimigos. Os Umbandistas são os piores inimigos da própria Umbanda, pois ainda não sabemos respeitar a Umbanda dentro daquilo que ela se manifesta, dentro daquilo que ela apresenta: sua diversidade.
Uma vez Pai Cipriano me pegou e disse: "Meu filho, que direito você tem de dizer que aquilo que a pessoa pratica,é certo ou errado? Talvez o que você veja como errado possa ter salvo a vida de alguém, possa ter tirado uma pessoa do vício ... Não existe o certo ou o errado, isso vai de cada um, de cada visão, de cada forma de pensar, de cada lugar com suas leis, em que em um lugar algo é condenado, mas em outro é louvado..."
Ele deixou isso na minha cabeça e passei a tentar ver as coisas de outra maneira. Posso deixar claro que aquilo (aquela forma de prática e pensamento), para mim, representa algo ou não, porém, sei que para outros é questão de fé, de encontro e de realização.
Existem questões que são muito complicadas, muito mesmo, mas grande parte vai de encontro à formação do sacerdote. O próprio preconceito que existe dentro da Umbanda, entre os Umbandistas, é algo que poderia ser erradicado se os sacerdotes tomassem outra postura em relação às outras formas de culto Umbandistas. Os problemas inerentes aos charlatões que vemos por aí também passa pela mão dos sacerdotes, pois são eles que formam e, se formam errado, não é culpa da pessoa que é formada.
Com relação a essa questão de diploma e curso de formação de sacerdotes, também acredito que passe pelas mãos dos sacerdotes que compõem as federações que se utilizam desse tipo de formação. Na realidade a, responsabilidade de formar é deles, mas não são responsáveis pelo que o formado irá fazer.
É o caso de uma faculdade de medicina. Ele forma o médico, mas se o cara irá ser uma bom ou mau médico é outra questão.
Algumas pessoas já levantaram bandeiras em relação a um conselho de ética para a Umbanda, em relação ao sacerdócio, só que é muito difícil formar um conselho para esse fim.
Ele teria que ter por base que a Umbanda é uma religião diversa e não submetida a uma única forma e sim a uma diversidade de formas. Teria que haver um consenso do que é errado e o que é certo, e isso é um peso muito grande.
Imaginem o caso de um conselho desses que estipula-se que em uma casa de Umbanda é proibido ter atabaques, por exemplo. Imaginem o impacto, que isso causaria. Ou que um conselho desses estipulasse que um gongá deva ser assim e assado, ou que a roupa de culta tem que ser azul, ou que é proibido dentro da Umbanda a utilização de livros Espíritas como forma de doutrina, ou que é proibido o uso d,e imagens de santos católicos... E aí, como fica a Umbanda?
Eu acredito que a complexidade em que chegamos, seja tal que é muito difícil definir, em termos de culto e práticas, o que é certo e o que é errado de uma forma precisa. A não ser nos casos, mais patentes como sacerdote que abusa sexualmente de filhos de santo e assistenciados, cometem extorsão, abusam do sacrifício animal, ... Ou seja, o que está na lei dos homens e que é passível de punição.
Talvez o que ajudasse seria o que já acontece, dentro do próprio protestantismo, ou seja, a caracterização das formas de culto dentro do que elas professam como é o caso da IURD, da Assembléia de Deus, Igreja Prebisteriana, Igreja Metodista...
Embora todos sejam cristãos, existe uma individualização dentro de suas práticas. Ou seja, as práticas da IURD, são inerentes a IURD, e não a Igreja Metodista, assim como as práticas da Igreja Assembléia de Deus são inerentes a ela e não a Igreja Batista.
Acredito que se nós assumíssemos isso, ou seja, se as ramificações dentro da Umbanda se assumissem, ficaria mais fácil de enxergar que essa ou aquela prática é inerente aquele seguimento especificamente (isso ia acabar com essa história de um dizer que o outro não pode, pois o meu é que é verdadeiro).,Só que o que vemos por aí é o cara fazendo isso ou aquilo e dizendo que é Umbanda (como se todas assim o fizessem: de bom e de ruim) e, em outros casos, existem aqueles que dizem que isso ou aquilo não faz parte da Umbanda (só a dele é que é boa). Não seria mais fácil dizer que essa prática é inerente a Umbanda X, ou que aquela prática é inerente a Umbanda Z ... que essa formação sacerdotal é inerente a Umbanda ABC ... que na Umbanda CBA o cara faz um curso de x meses ou anos e sai dali qualificado para se,r sacerdote...?
O que eu vejo é que hoje existem tantas formas inerentes à Umbanda, mas a grande parte se diz puramente Umbandista e que a Umbanda e assim e assado, que qualquer tipo de certo ou errado acaba ficando mascarado ou difícil de definir dentro do campo da fé.
É mais ou menos como se a IURD dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica que a Igreja Batista dissesse que o Cristianismo é o que ela pratica, e assim por diante...
Por outro lado, parece que tem gente ainda tentando ser Papa da Umbanda e "obrigando" as pessoas a verem a Umbanda de uma maneira específica dentro de seus usos e costumes e, de uma forma ou de outra, o que irá acontecer, mais cedo ou mais tarde, é que a individualização das formas irá acontecer de uma maneira inevitável. Então, daqui há uns 10 ou 20 anos, talvez menos, o iniciado ou mesmo o assistenciado não irá se confundir e saberá que essa prática, essa forma, essa manifestação ou mesmo essa doutrina é inerente a essa ou aquela forma de Umbanda.
Será que um Cristão pode dizer que a sua forma é a correta?
Será que um Budista pode dizer que a sua forma é a correta?
Será que um Candomblecista pode dizer que a sua forma é a correta?
Por que será que o Umbandista tem a mania de dizer que aquilo que ele faz é o correto para o, todo religioso da Umbanda?
Autor: Etiene Sales
CONVERSANDO SOBRE EXU
Dizem que Exu é um homem sério, castigador, espírito sem compaixão alguma.
Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam.
Muitos temem Exu, relacionando – o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar.
Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar...
Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação a falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim.
Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração.
Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade o laço não se quebra, apenas afrouxam-se um pouco...
Mas, voltando a nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora...
E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas. Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. Arquétipo esse, diga–se de passagem, muito diferente do Orixá Exu, arquétipo base para a formação do que chamamos de Linha de Esquerda dentro do ritual de Umbanda.
É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. Mas, voltando ao campo santo...
Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito!
“Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado.
Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. A principal característica de um Exu é o seu bom – humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o que, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando.
Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna – se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar – se um grande julgador.
A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom – humor!
Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E saber por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros.
Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia – dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é?
O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida.
Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos...
E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal.
Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza.
Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece.
Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes.
Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha – se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade...
Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente!
Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo.
Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores.
Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo:
_Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem? _ perguntou o amigo Exu.
_ Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar.
_ E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil.
_Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo?
_ Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda, pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda.
_ Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber!
_Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá.
_ É que muitos não sabem como fazer isso amigo! _ tentei eu defender os umbandistas.
_ Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra!
_ Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona – se com ele.
_Dedique – se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem – os com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá–los.
_Quero ver se amanhã, quando você não agüentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias.
_ É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior a qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo?
_Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais!
_ Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo...
_ Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco lingüístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia, etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse, mais relacionado diretamente a cura e a prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”...
Pouca coisa lembro depois disso.
Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei porque fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura.
Pra falar a verdade, essas duas estórias são bem diferentes. Primeiro um Exu que chora, sorri e ensina o bom – humor, o auto – conhecimento e o não julgamento. Depois um Exu que preocupa – se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista.
Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando.
Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver...
PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga - Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga - Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs - yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro - cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana.
Por:
Fernando Sepe.
Fonte:
http://www.caboclopery.com.br
Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam.
Muitos temem Exu, relacionando – o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar.
Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar...
Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação a falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim.
Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração.
Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade o laço não se quebra, apenas afrouxam-se um pouco...
Mas, voltando a nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora...
E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas. Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. Arquétipo esse, diga–se de passagem, muito diferente do Orixá Exu, arquétipo base para a formação do que chamamos de Linha de Esquerda dentro do ritual de Umbanda.
É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. Mas, voltando ao campo santo...
Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito!
“Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado.
Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. A principal característica de um Exu é o seu bom – humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o que, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando.
Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna – se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar – se um grande julgador.
A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom – humor!
Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E saber por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros.
Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia – dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é?
O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida.
Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos...
E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal.
Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza.
Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece.
Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes.
Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha – se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade...
Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente!
Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo.
Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores.
Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo:
_Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem? _ perguntou o amigo Exu.
_ Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar.
_ E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil.
_Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo?
_ Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda, pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda.
_ Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber!
_Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá.
_ É que muitos não sabem como fazer isso amigo! _ tentei eu defender os umbandistas.
_ Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra!
_ Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona – se com ele.
_Dedique – se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem – os com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá–los.
_Quero ver se amanhã, quando você não agüentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias.
_ É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior a qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo?
_Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais!
_ Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo...
_ Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco lingüístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia, etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse, mais relacionado diretamente a cura e a prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”...
Pouca coisa lembro depois disso.
Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei porque fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura.
Pra falar a verdade, essas duas estórias são bem diferentes. Primeiro um Exu que chora, sorri e ensina o bom – humor, o auto – conhecimento e o não julgamento. Depois um Exu que preocupa – se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista.
Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando.
Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver...
PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga - Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga - Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs - yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro - cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana.
Por:
Fernando Sepe.
Fonte:
http://www.caboclopery.com.br
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