quarta-feira, 31 de março de 2010

OS CARACTERES DA PERFEIÇÃO MORAL

Antes de qualquer análise mais profunda sobre esse tema, é imperioso conhecer os maiores de todos os vícios, de todos os males da humanidade:
- o egoísmo e o orgulho.

Todos os males partem destes. Devemos verificar que toda inferioridade moral que o ser humano possui, é porque carregamos dentro de nossas bagagens de experiências, sentimentos que estão ainda contemplados no mal. Nosso trabalho é lutar contra esse câncer que faz com que não nos tratemos como irmãos, que lancemos anátema contra todo e qualquer ser humano, não sendo condescendentes com quem quer que seja.

O desprendimento e o desinteresse no seu mais amplo sentido são outros fatores a serem levados em conta quando falamos de Perfeição Moral. Não há como evoluir se não nos desfizermos das amarras que nos prendem à inferioridade. O desprendimento de tudo o que é material, todas as coisas que não nos acrescentam algo como ser humano, não nos tornam pessoas melhores, mais íntegras, devem ser extirpadas.

O desinteresse, por sua vez, é ainda mais difícil. Muitos pensam às vezes estarem fazendo caridade, mas quando vasculhamos o mais intimo de suas intenções, iremos ver algum tipo de interesse, seja material ou espiritual. Material porque às vezes, a exemplo dos políticos, fazem caridade esperando algo em troca, no caso o voto. Espiritual porque muitos fazem a caridade esperando serem recompensados no além túmulo, daí já temos o egoísmo, pensando mais em si mesmo que no próximo. Não que não devamos nos preocupar com nosso futuro espiritual, mas devemos procurar fazer o bem colocando-nos na situação de quem recebe o bem. Devemos sentir como se fossemos nós mesmos recebendo a atenção do nosso irmão.

A fim de conseguirmos contemplarmos essa perfeição em nós mesmos, não devemos abrir mão do maior de todos os ensinamentos de Jesus, o amor ao próximo, a caridade para com todos. Jesus, sabendo de todos os segredos que rodeiam a alma humana, todas as suas imperfeições, brindou-nos, dentre várias, duas lições que devem nortear a nossa vida: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31). Pouco mais a frente, neste mesmo diálogo de Jesus com os escribas, um destes repete seus ensinamentos demonstrando entendimento, então Jesus apressa-se em dizer que aquele está próximo do Reino dos Céus – ou da perfeição relativa a que estamos tratando.

Ouso analisar este mandamento e acrescentar algo. Para que possamos amar o próximo, temos que amar a nós mesmos. Para amarmos a nós mesmos, precisamos fazer um mergulho profundo dentro de nós, no imo do nosso serr em busca de nossos vícios e virtudes. Devemos combater os vícios e elevar a virtude. Através do conhecimento de si mesmo, poderemos entender o problema que aflige o próximo, entendermos que nós somos partes de um todo, o Todo Maior, que é Deus. Onde Ele nos dá condições de analisarmos todas as situações da vida a fim de compreendermos e nos dá subsídios para entender o sofrimento do próximo e não apontá-los como juízes severos. É mister que todas as nossas reflexões levem em conta não só o sofrimento alheio, mas suas virtudes, suas qualidades e que possamos aprender com elas. Não há nada melhor que olhar para o próximo como um reflexo de nós mesmos. Não teremos condições de verter julgamentos pesados para conosco, portanto, sereremos indulgentes pa com os nonossos irmãos.

Refletir, como Santo Agosostinho nos ensinou em O Livro dos Espíritos, é imprescindível. Todas as vezes que deitarmos a cabeça no nosso travesseiro, interrogarmo-no sabermos se tudo o que fizemos no dia foi bom, se algo fizemos de errado ou se possui algo que podemos melhorar. Assim, neste exercício diário de conhecimento de si mesmo, teremos condições de exercitar o amor desinteressado para com nossos irmãos, independente de cor, raça e/ou condição social.

Como dizia um velho filósofo da Grécia Antiga: "Homem, conhece-te a ti mesmo!"

Referências
Livro dos Espíritos, capítulo 12 - Perfeição Moral
O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII - Sede Perfeitos

fonte:blog Pensamentos Humanistas

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