A intuição, característica mais atribuída às mulheres que aos homens, é a sensação que muitas pessoas têm e que consideram como um aviso, uma voz interna que diz como agir, que direção tomar, que pessoas aceitar como confiáveis e o que dizer em certas situações.
É aceita até mesmo pela ciência.
Envolve a comunicação dos dois hemisférios do cérebro:
o esquerdo, que é racional e armazena dados concretos - números, palavras e regras -, e o direito, responsável pela linguagem não verbal – símbolos, imagens e sensações -.
A intuição pode surgir quando ocorre o relacionamento de dados vindos dos dois hemisférios.
Para os cientistas, intuir significa correlacionar fatos que aparentemente não possuem ligação. É uma capacidade do cérebro e nada tem de sobrenatural, apesar de ser conhecida como sexto sentido.
O lado racional do cérebro tende a desprezar o acaso, as emoções e as impressões, por isso torna-se difícil conseguir relacionar e interpretar dados objetivos e subjetivos armazenados no inconsciente. Para trazer para a consciência o conhecimento interior é necessário resgatar os sinais dos cinco sentidos.
Estar atento e definir um foco de atenção tem peso decisivo para a intuição. A atenção pode tornar as coisas evidentes. Não é por acaso que “intueri”, do latim, significa “olhar atentamente”. Também é necessário aprender a fazer a pergunta certa, de forma objetiva e sem ambigüidades, para conseguir a intuição correta.
“Para os cientistas, intuir significa correlacionar fatos que aparentemente não possuem ligação. É uma capacidade do cérebro e nada tem de sobrenatural, apesar de ser conhecida como sexto sentido ”
A pessoa é mais intuitiva quanto maior for o seu conhecimento armazenado e a sua capacidade de interpretar esses dados. Portanto, o conhecimento é utilizado pela intuição, apesar da informação ser elaborada de maneira diferente da usada pela mente lógica.
É um processo de compreensão instantânea que pode começar pela mera percepção do acaso.
A intuição pode ajudar muito as pessoas a usar de maneira mais sábia o seu conhecimento técnico.
O cientista Isaac Newton conseguiu ver que por trás de uma macieira repleta de frutos suspensos pelos pedúnculos, existia a lua fixa no firmamento.
Até aí muitos de nós também somos capazes de ver, mas ele foi além das maçãs e da lua, e visualizou a inércia e a atração entre os corpos.
Ele combinou a visão normal, isto é, o ato puro e simples de olhar, com a visão sofisticada, ou seja, o ato de ver, de perceber, de discernir e de pressentir, onde reside o segredo da intuição. Na intuição chega-se à verdade por meios não apenas racionais.
É mais difícil intuir quando há grande pressão e tensão. Conseguir relaxar e se distanciar do problema ajuda a focalizar o que parece estar escondido. É necessário distrair a mente e permitir que a intuição aflore.
A intuição, muitas vezes, pode ser confundida com o desejo de que algo aconteça. Nem sempre é fácil distinguir entre a intuição e os desejos e pensamentos produzidos pelo cérebro. As manias, os medos e as teimosias conseguem confundir a compreensão pela intuição.
A educação voltada para o raciocínio lógico e objetivo pode bloquear a capacidade de interpretar fatos e dados que a pessoa percebe e sente de forma intuitiva. A maneira como cada um consegue resgatar seu mundo interior e confrontá-lo com os dados do conhecimento adquirido ao longo do tempo é sempre uma característica individual.
A vida fica mais fácil para quem consegue ouvir a própria a intuição.
Flávia Leão Fernandes
Psicóloga clínica, Mestre em Psicologia pela Universidade de Londres,
Inglaterra e especialista em Psicologia Hospitalar
com enfoque em obesidade
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