terça-feira, 30 de novembro de 2010

A HUMILDADE

Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?

Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.

O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.

Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.

A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.

O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.

Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões. Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz:
"eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer.

Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.

A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo. Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário.

A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas. A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências.

Uma pessoa humilde se compromete e realiza.

Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita.

A pessoa humilde diz:
"eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser". A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos.

A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.

O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação.

O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "eu faço o meu trabalho".

Uma pessoa humilde diz:
"deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir".

A pessoa orgulhosa afirma:
"sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo".

A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.

A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.

Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.

O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.

Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham.

A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.

Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.

Pense nisso!

Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?

É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

Pense nisso!

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

NOSSO CORPO UM TEMPLO

A iniciação já não ocorre nos templos como antigamente, mas na vida do indivíduo no dia a dia.

Aquele que tem uma vida de vicissitudes, meio ao fumo e bebida, que leva uma vida totalmente desregrada, sem ritmo, aquele que se abandona à desordem afetiva e sexual, quase não pode evoluir espiritualmente.

Alguns religiosos, como por exemplo, crentes, católicos e umbandistas, passam a vida indo à igreja e templos espíritas, rezando ou até meditando, e não obtêm resultado algum. Os ateus deduzem então que o que os religiosos fazem não serve para nada, que tudo isso não passa de ilusão.

Para progredir cumpre evitar tudo o que pode ocasionar a destruição do corpo físico, mas isso não é tudo. Cumpre também exercer uma auto-vigilância para que o organismo não se exponha a choques inúteis: raiva, crises nervosas, dúvidas, angústias. Há, pois, todo um trabalho a fazer sobre si mesmo.

O cuidado com o corpo é bem característico para os médiuns umbandistas, onde o corpo é reverenciado principalmente antes das giras, onde o banho, a meditação e o preparo são fundamentais para os trabalhos mediúnicos.

Tenho o costume de me lembrar sempre da prece:

Tenhamos o coração puro como cristal
O intelecto luminoso como o sol
A alma vasta como o universo
O espírito poderoso como Deus e unido a Deus.

Vale lembrar também, meus irmãos leitores, muitos médiuns em desenvolvimento, que às vezes sem a orientação correta do sacerdote responsável pela evolução mediúnica, não orientam sobre o devido preparo antes das cerimônias. O “Antes” não se deve consistir em “horas antes” e sim em um contínuo preparo composto por horas, dias, semanas, meses e anos.
Só quando o ser deixa de passar por altos e baixos, quando deixa de sentir o desânimo, a tristeza, a raiva, a inveja ou o ódio, só então é que a hierarquia espiritual do planeta pode começar a empregá-lo. Tão desenvolvido e puro é o guia quanto o seu aparelho.

Então, são-lhe dadas as melhores condições para avançar a todo pano. Mas não antes. Porque, por analogia, a energia espiritual é de uma potência inimaginável. Essa energia é de dez mil volts que devem passar através de nós, quando não suportamos sequer uma corrente de 220 volts. Se a recepção desta energia for prematura, o corpo, literalmente, se desintegrará. Eis por que se faz mister trabalhar longa e regularmente para recomeçar a obter resultados realmente visíveis no plano físico.

Esta é uma das leis essenciais que se manifesta em nós, é para o nosso bem, porque não estamos prontos para isso. E para estarmos prontos, devemos fazer do nosso corpo um templo, um verdadeiro santuário composto dos materiais mais puros, com flores mais magníficas e as gemas mais cintilantes, para levar os que nos ultrapassam a visitá-los e depois a vir habitá-los, até que o próprio Cristo faça ali a sua morada.

Então meus irmãos, cuidem de seus corpos.
Da comida, da bebida, dos vícios e de seus sentimentos e pensamentos. Procurem a mais pura e sublime sintonia de si mesmo.

Que Deus esteja conosco.

fonte:religiões espiritas/umbanda

UMBANDISTA, ESTUDAR É PRECISO!

Antes de tecermos comentários sobre o presente tema, exporemos três situações, a título exemplificativo, que serão de grande valia para um cabal entendimento do assunto a ser abordado.

CASO 1:
Mário, rapaz dotado de aflorada sensibilidade físico-espiritual que em tese poderá levá-lo a tornar-se um bom instrumento (médium) de interação entre o plano astral e o terreno, é levado por parentes umbandistas a um Templo. Detectada sua capacidade mediúnica pela direção daquele espaço de caridade, é convidado a ingressar no corpo sacerdotal da casa pouco tempo depois. Aceita o convite. Em determinada sessão é apresentado aos partícipes como novo membro do terreiro, no nível de iniciante. Porém, é "jogado" dentro da corrente de trabalhos espirituais sem os conhecimentos elementares sobre as bases, características, diretrizes, atributos, história da religião etc.

Mario vê-se confuso diante de uma série de fatos para ele desconhecidos. Sem convicção religiosa e consciência daquilo que faz e acontece a sua volta, procura esclarecer-se com os integrantes da Instituição, sem, contudo encontrar respostas ou apoio. Desestimulado, solicita exclusão do grupo mediúnico meses depois.

CASO 2:
Tereza é umbandista há 20 anos. Labora mediunicamente com grande seriedade e satisfação. Orgulhosa, costuma dizer que se realiza com a religião que abraçou. Em determinado encontro social onde estavam presentes pessoas de outros segmentos religiosos, Tereza vê-se diante de inúmeras perguntas que lhe são dirigidas, umas por curiosidade, outras para tentar ridicularizar a Umbanda. Nada pode fazer. Apesar de tantos anos de religião falta-se a doutrina, o estudo, ferramentas poderosas para enfrentar situações como a que está passando. Sente-se desacreditada e desrespeitada em sua atividade religiosa. Como defender a religião se não tenho os instrumentos básicos para tal? - pensa ela. Observa então que tempo de labor mediúnico, a serenidade, a disciplina, e as práticas de terreiro não são suficientes naquele momento para deixar a imagem da Umbanda imaculada. A tristeza lhe invade a alma.

CASO 3:
Rogério, homem de meia-idade é médium ativo de um Templo Umbandista há 15 anos. Por meio de inspiração é informado por seu Guia Espiritual para preparar-se, pois era chegada a hora de se fundar um terreiro. Sem tempo a perder e com base apenas na prática que absorveu ao longo dos anos, edifica uma pequena casa e convida alguns companheiros da religião para a grande empreitada caritativa. O tempo passa e o número de médiuns chega a uma quantidade considerável. Ao lado de seus antigos companheiros co-fundadores, Rogério observa agora médiuns novos, de diferentes idades e nível intelecto-cultural elevado. Desejosos em conhecer os aspectos doutrinários e litúrgicos pertinentes a Umbanda, solicitam explicações. Em situação constrangedora, o dirigente não sabe o que dizer. Falta-se o estudo, faltam-se conceitos, falta-se à base. Pouco a pouco alguns médiuns se afastam da casa, alguns em silêncio, outros comentando que não poderiam continuar a fazer parte de uma instituição religiosa de Umbanda onde o diretor material de culto, principal referencial de segurança e esclarecimentos, não sabe elucidar o que acontece dentro do próprio terreiro.

Os casos acima narrados, além de outros, força-nos de maneira inequívoca a apontarmos uma triste realidade dentro do Movimento Umbandista. A deficiência doutrinária de expressiva parte dos médiuns que compõem as diversas correntes templárias. E esta precariedade (ou ausência) de conhecimentos relativos à nossa religião está diretamente ligada à falta de núcleos de estudos dentro dos terrenos de Umbanda.

Não fazemos estas afirmações com intuito de ferirmos suscetibilidades ou condenarmos por omissão fulano ou beltrano. Deixemos que a própria consciência daqueles que podiam ou podem mudar tal estado de coisas seja seu julgador.

Preocupa-nos tão somente os efeitos que tal omissão tem ocasionado na formação doutrinária dos médiuns umbandistas e dos reflexos advindos frente às atividades mediúnico-espirituais. Porque quanto mais bem preparado for o médium em quesitos tais como moral, caráter, doutrina etc. mais se constituirá em eficiente instrumento para o trabalho do mundo espiritual. Ao contrário daqueles que se eximem de suas responsabilidades, transferindo os encargos que lhes são próprios para a Espiritualidade, somos de opinião que o melhor caminho a seguir é assumirmos os nossos deveres e externarmos nosso amor e fidelidade à Umbanda, estruturando e fomentando o estudo, o debate construtivo, a formulação de teses, seminários, e ações similares dentro dos templos de nossa religião.

Não é demais lembrarmos que materialmente falando o grande corpo religioso nominado Umbanda é a resultante da atividade de micro células denominadas médiuns, que em conjunto formam as macro células, vale dizer, os Templos. Desta forma, quanto mais bem preparados forem os médiuns de uma Casa Umbandista, mais esta Instituição terá respeitabilidade e credibilidade em nossa sociedade.

E se mais e mais Templos Umbandistas alcançarem tais qualificativos, mais a Umbanda se conceituará em religião séria que é. Neste sentido, é crucial que alguns dirigentes deixem em plano secundário ou eliminem de suas vidas a vaidade destrutiva, o receio por novos projetos, e, sobretudo, joguem fora a idéia de que por serem presidentes ou diretores de culto, ou ainda terem 40, 50, ou 60 anos de Umbanda, detêm todos os conhecimentos litúrgicos, doutrinários e magísticos, não necessitando o auxilio de terceiros, ou de estudos para atividades religiosas práticas.

Os que assim pensam estão caminhando na direção contrária do progresso, do aperfeiçoamento, da evolução. Invariavelmente a cada sessão ou gira, a cada estudo, a cada permuta de idéias, a cada formulação de teorias, a cada observação, aprendemos um pouco mais.

Uns se tornam mais esclarecidos que outros, mas ninguém é detentor de todas as informações. A implantação de Escolas Doutrinárias, de Iniciação, são instrumentos de grande valor para a capacitação instrucional daqueles que desejam atuar como médiuns umbandistas.

Além disto, são nestes núcleos de formação doutrinária que se poderá avaliar o interesse, a intenção, o caráter, a moral, e a seriedade do candidato ao corpo mediúnico. E é aí também que o aluno começará seu processo de consciência religiosa em relação à Umbanda, fazendo cair por terra eventuais conceitos errôneos atribuídos à religião; terá as informações básicas a respeito do funcionamento da Instituição, sua ritualística, sua liturgia etc. que o proporcionará entrar no espaço de caridade de forma tranqüila e segura, ciente de seu procedimento e do que acontece em seu redor.

Por conta da maioria dos terreiros ainda não terem estruturado tais escolas, o que se observa é a facilidade com que muitos candidatos ao sacerdócio umbandista se integram a corrente mediúnica de uma Casa.

Não há um substancial cuidado em se avaliar se a pessoa é realmente médium ou se está passando apenas por problemas obsessivos; se é uma pessoa com bons propósitos ou se está a procura de diversão, aconchegos e conchavos; se quer ser um digno intermediário entre o mundo espiritual e o físico ou apenas deseja espaço para servir de passarela para sua vaidade e o seu egocentrismo. E dizemos mais. O estudo não deve se restringir somente aos iniciantes na religião. Deve alcançar também aqueles indivíduos já integrados ao colegiado mediúnico, não importando seu tempo de casa.

Reciclagem e aprendizado periódicos serão sempre de grande relevância para o aperfeiçoamento dos médiuns de uma coletividade umbandista.

Esperamos com estas abordagens que os responsáveis pela direção material dos terreiros e demais médiuns que compõem a classe sacerdotal da Umbanda se sensibilizem e sejam impelidos por suas consciências a implantarem ou solicitarem a implantação de Escolas Doutrinárias dentro dos espaços religiosos umbandistas.

Diga SIM ao estudo! Salve a Umbanda!

fonte:Umbanda para todos

CARIDADE DOMÉSTICA

Infelizmente, esta situação é corriqueira.

É generalizado o desconhecimento dos fundamentos mínimos da consagração vibratória de um templo de umbanda. Os trabalhos realizados durante uma sessão de caridade (consulta, desobsessão, desintegração de formas de pensamento, morbos psíquicos e larvas astrais), aliado ao desmanche de magia negra e de outras ferramentas de ataques psíquicos espirituais, necessitam de campos de força adequados para proteção, como forma de dissolver todos os restos fluídicos que ficam pairando no local, no éter circunscrito à crosta terrestre.

É como se uma casa de Umbanda fosse uma enorme usina de reciclagem de lixo astral.

Atividades sem nenhuma fundamentação defensiva no campo da alta magia, não amparadas pela corrente mediúnica e os devidos condensadores energéticos, tendem a se tornar objetos de assédios das regiões trevosas.

Os trabalhos de caridade em vossas residências impregnam negativamente o ambiente doméstico. Há uma diferença enorme da benzedeira, que é toda amor e ora ardente no cantinho de sua choupana, com fé desinteressada, e os médiuns vaidosos que trabalham em casa com seus guias “poderosos”, que tudo fazem por meia dúzia DE MOEDAS.

Os que persistem em sua arrogância, a ponto de prescindir de um agrupamento e de um templo ionizado positivamente para a descarga fluídica de uma sessão de caridade, acabam tornando-se instrumentos das sombras, muitas vezes à custa da desunião familiar, de doenças e ferrenhas obsessões.

*Muitas vezes o médium se acha estar coberto de "boas intenções" ao começar a montar em sua residência um congá para atendimento.
A princípio apenas para os familiares e conhecidos. Ou seja, inicialmente não tem intenção de cobrar pelo atendimento que fará.
Entretanto, o que verdadeiramente o motivou não foi o amor, mas sim a arrogância e vaidade em não admitir-se sob o comando de outro encarnado e atuar fraternalmente entre irmãos. Desejoso de ser o "chefe do terreiro" sempre vê mais defeitos do que qualidades em qualquer terreiro que freqüente.

Sempre visualiza o quão perfeito será o seu próprio terreiro.

Com isso em mente abre o seu "congá" e começa a trabalhar, com o passar do tempo sem o devido preparo, sente falta do mesmo, mas não o admite e não busca auxílio em outra corrente e vai cada vez mais sendo enfraquecido. E não admite porque o que inicialmente o motivou a abrir o congá foi à empáfia, arrogância e a vaidade.

Sendo alvo constante do astral inferior (o que todo dirigente o é), vai fenecendo, até que as suas entidades (guias e protetores) não podem ou conseguem mais atuar ativamente sendo gradativamente substituídas por inteligências trevosas que se fazem passar por entidades de luz.

A essa altura a sua antiga "residência" já é um terreiro sim, um centro, mas um centro de concentração de forças trevosas que atuarão forte e implacavelmente na manutenção deste lugar, tranformando o médium chefe e todos os seus seguidores em servidores de suas forças. O processo obsessivo está nesse estágio no seu ponto máximo que é a fascinação.

Portanto, senhores médiuns cuidado!

O nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos e se chama vaidade! Ninguém é dono da verdade e terreiro algum é perfeito! Busquemos, pois nos unir em nossos momentos de dúvida e aflição para que possamos sempre também estarmos unidos nos momentos de glória e alegria!


Pense Nisso...


Fonte: Livro Vozes de Aruanda

PACIÊNCIA

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados, muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.

Por muito pouco a madame que parece uma "lady", solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais", e o bem comportado executivo, "o cavalheiro", se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda tumultuar.

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça", aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.

O cinema se arrasta o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.

Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela Internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos. Pobre de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para a espiritualidade, a paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.

Pergunte para alguém que você saiba que é "ansioso demais", aonde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.

E você? Aonde quer chegar? Está correndo tanto para que? Por quem? Seu coração vai agüentar?

Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire, inspire, acalme-se!

O mundo está apenas na sua primeira volta e com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência.


"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL, SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...".

Teilhard de Chardin.)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SUCESSÃO NOS TERREIROS

PLATÃO EXPLICA E UM PSIQUIATRA AJUDA!

A questão das sucessões nos terreiros tem despertado a minha curiosidade já faz algum tempo.

A impressão é de que esse assunto consiste em um dos muitos tabus ou erós sacerdotais. É difícil encontrarmos terreiros em que sucessão seja discutida abertamente, tratado de forma transparente e definido com antecedência.

Assim como a morte, inevitável, todo Pai/Mãe-de-Santo sabe que um dia a sucessão acontecerá, mas de preferência que ocorra sem a sua presença, ou seja, depois de seu desencarne.

Mediante, esse tipo de comportamento é que vemos terreiros fechando as suas portas ou enfrentando sérios problemas de solução de continuidade, por conta de brigas internas ou confusões para se definir quem tocará o barco, do agora Pai/Mãe-de-Santo ausente.

Geralmente, a linha sucessória de um terreiro é do tipo hereditário (transmissão de direitos aos herdeiros legítimos), estamos aqui falando da sucessão diretamente para filho carnal . A regra básica nesse caso é transmitir a direção da casa para o filho carnal que tenha se dedicado a religião. No caso da existência de mais filhos carnais na religião, o processo sucessório passa pelo crivo da primogenitura (condição de primogênito), do tempo na religião e/ou condição sacerdotal adquirida.
A condição sacerdotal e o tempo de consagração são prioridades decisivas para sucessão, independente do fato, do escolhido entre outros filhos carnais, ser o primogênito.

Quando os filhos carnais de um Pai/Mãe-de-Santo não preenchem os requisitos aqui expostos é que se começa a percorrer a árvore genealógica.
Nos casos em que inexistem herdeiros legítimos comumente se delega o direito de sucessão ao filho-de-santo mais antigo da casa.

Nos cultos afro-brasileiros, como por exemplo o Candomblé, consulta-se o oráculo (ifá ou búzios) para confirmar o nome do escolhido a sucessão.
Ressaltamos, que independente dos critérios estabelecidos para definir a sucessão em um terreiro, sucessão é uma responsabilidade do dirigente, um direito dos filhos-de-santo, devendo estar, portanto, bem claro para todos desde o início da fundação da casa, se possível.

Importante é a perenidade (continuação) de um terreiro, que deve perpetuar a sua existência, pois antes de ser de interesse do próprio dirigente maior, é de suma importância para toda a coletividade que dele faz parte (filhos, freqüentantes, e com certeza também as entidades que fornecem o aporte espiritual ao terreiro). Os filhos-de-santo não podem ficar a própria sorte, por conta da ausência súbita do Pai/Mãe-de-Santo. O mundo espiritual deve possuir a garantia da continuidade de seus trabalhos nessa coletividade. Um terreiro não pode ser fechado, abandonado de uma hora para outra, apenas por não ter quem o dirija.

Entendemos que o desencarne de um fundador de terreiro, de um Pai/Mãe-de-Santo, que as vezes por décadas dirigiu uma casa espiritual, abale emocionalmente a todos a ela ligados.

Isso é compreensível pelo amor, pela fé, o respeito e a dedicação. Existem casos que o impacto dessa perca remete a necessidade de um recesso nos trabalhos espirituais, um período de transição e de luto plenamente justificáveis. Todos nós temos direito a prantear os nossos entes queridos, quanto mais uma coletividade que se desenvolveu, cresceu e girou em torno de uma liderança por um longo período.

Mas, existirá um momento que os trabalhos deverão continuar, o terreiro deverá reabrir suas portas. É a velha história, o tempo não para e a gira continua a girar. Nessa hora o sucessor deve tomar o timão do barco e direcionar os novos rumos do terreiro. É preciso que o sucessor esteja preparado, devidamente respaldado pelo antecessor e totalmente reconhecido como legitima o seu direito sucessório.

No meu entendimento a sucessão possui as seguintes regras básicas, que devem ser cumpridas na seqüência, sendo que o não preenchimento de uma delas invalidará o sucessor:

1) Os possíveis sucessores, em primeiro lugar, devem ser da religião;

2) Pertencer ao terreiro do Pai/Mãe-de-Santo;

3) Ter consagração sacerdotal, dentro da tradição praticada no terreiro;

4) Ser herdeiro legítimo do Pai/Mãe-de-Santo. Sobre esse ponto cabem as seguintes observações:

a) são considerados herdeiros legítimos Filhos, Netos e Bisnetos;

b) a sucessão pertence diretamente aos filhos e existindo esses, se exclui automaticamente netos e bisnetos;

c) os sucessores legítimos devem preencher as regras de 1 a 3;

d) havendo mais de um filho que preencha as regras de 1 a 3 a precedência é do mais velho em idade e depois na religião;

e) na inexistência de filhos, serão candidatos a sucessão netos e na falta destes bisnetos;

f) a existência de netos exclui os bisnetos;

g) em ambos os caso de sucessão de netos ou por bisnetos deve ser obedecido o exposto para o caso de filhos nas alíneas "c" e "d";

h) na inexistência de filhos, netos e bisnetos o direito de sucessão passa a ser do conjugue ou companheiro sobrevivente, seguido pelos ascendentes (Pais, Avós e Bisavós) e não existindo esses segue-se os parentes colaterais (tios, sobrinhos e primos) obedecendo o grau de aproximação familiar. Em todos esses casos deve o sucessor preencher os quesitos referentes as alíneas "c" e "d";

i) na falta de todos os descendentes, ascendentes, conjugue ou companheiro sobrevivente e parentes colaterais a sucessão cabe então ao filho-de-santo mais antigo do terreiro que preencha o requisito da regra 3. Havendo igualdade de condições em mais de um filho-de-santo, vale o definido na alínea "d";

j) na inexistência do filho-de-santo mais antigo do terreiro, que tenha consagração sacerdotal, o sucessor será o filho-de-santo mais antigo do terreiro simplesmente. Havendo igualdade de tempo de terreiro em mais de um filho-de-santo, vale o definido na alínea "d".

Falamos aqui da hereditariedade (sucessão para os herdeiros legítimos), pois percebemos ser essa a forma mais difundida de sucessão, a mais aceita entre os umbandistas. Acredito até, que a difusão desse tipo de sucessão se deu pelas vias das tradições, com seus legados de hierarquia patriarcal/matriarcal e por envolvimento de questões como divisão de patrimônio e herança.

Geralmente, os terrenos e edificações dos terreiros pertencem ao Pai/Mãe-de-Santo e entregar a sucessão da casa para herdeiros legítimos, garantem a perpetuação da instituição e o respeito dos demais herdeiros ao sucessor, evitando disputas de bens com relação ao terreiro.
Pelo menos é o que se espera.

Assim, estabelecidas com antecedência, difundidas entre toda coletividade, as regras de sucessão em um terreiro evitariam muitas situações difíceis e confusas no desenrolar deste tipo de processo. Ganhar-se-ia um tempo valioso na preparação do sucessor legítimo, diminuiria o impacto da perca do Pai/Mãe-de-Santo, a angústia dos filhos-de-santo de não saber de quem será a responsabilidade da condução de sua vida espiritual dentro da religião, entre outras coisas.

Mas por que os terreiros que tem a sucessão baseado nos princípios da hereditariedade, não tratam desse assunto com antecedência, com clareza e objetividade?
Os motivos são os mais variados possíveis, destacarei os que considero piores:

i) divisão do poder: ao se reconhecer previamente o herdeiro legítimo, chega um determinado instante, que é naturalmente necessário, que ele passe a dividir responsabilidades e a autoridade. Faz parte do aprendizado do sucessor lidar com casos, em que sua orientação e visão sobre determinados assuntos é requerida para a solução de alguns tipos de problemas. Dividir esse atributo, para alguns Pais/Mães-de-Santo, é uma questão inadmissível.

ii) orgulho e prepotência: Pais/Mães-de-Santo até sabem que não vão ficar para a semente, como se diz, mas o orgulho e a prepotência não permitem definir um sucessor, se consideram perpétuos e acham que:

a) é um assunto que eles definem quando bem entenderem e se dão o direito de escolher a quem eles quiserem, não sendo do interesse de mais ninguém;

b) é um caso para ser resolvido apenas após o seu desencarne, em outras palavras a coletividade do seu terreiro que se vire;

c) o sucessor legítimo não é do seu agrado, tendo ele preferência por outro, sendo este imposto ao terreiro, ou não deseja reconhecer o maravilhoso sucessor que tem ao seu lado;

d) e por último, Pais/Mães-de-Santo decidem que após a sua morte o terreiro deixa de existir, pois não enxerga ninguém à altura de substituí-los, ou simplesmente não querem deixar o legado para ninguém;

iii) exploração: Pais/Mães-de-Santo que vivem da religião e não para a religião, construíram ou constroem seus patrimônios a custa dos outros, sobrevivem da ajuda de seus filhos-de-santo, dos preços das consultas que cobram de seus clientes, das doações voluntárias das pessoas de boa-vontade ou da cobrança direta e indireta que fazem a terceiros, das salvas (da mão, da utilização do chão do terreiro etc.) das obrigações e iniciações muito bem pagas pelos seus filhos-de-santo, do encastelamento que criaram para si próprios. Como abrir mão dessa mina de ouro ($$$) e do poder advindo dela?

iv) miopia religiosa e espiritual: Sem compreender a responsabilidade que advêm de seus cargos, não conseguem enxergar que a Umbanda é perene e que o terreiro é uma instituição espiritual que deve sobreviver as suas efêmeras existências, para o bem da sua coletividade.

Para efeito didático, vamos construir dois exemplos clássicos hipotéticos: em ambas as situações os sucessores legítimos são filhos carnais do Pai/Mãe-de-Santo, adeptos da religião com tempo considerável e consagrados sacerdotalmente.

1. EXEMPLO (Terreiro "X")
O Pai/Mãe-de-Santo tanto depende do suor derramado do fulano de tal, seu filho legítimo, como se vê muitas vezes eclipsado pela postura religiosa, a capacidade mediúnica, a força de agregação, o carisma e a energia de mobilização e organização de seu sucessor legítimo. É inquestionável, por parte deste sucessor a fé e dedicação a religião, ao terreiro e ao Pai/Mãe-de-Santo do mesmo.

Postura do Pai/Mãe-de-Santo:

1) Procura destacar os médiuns e pessoas de fora, que freqüentam o seu terreiro;
2) Se auto-promovem, inclusive se valendo de histórias geradas pela capacidade do seu sucessor legítimo, como sendo de si próprios;

3) Minimiza as ações e reações positivas do seu sucessor legítimo e maximiza os defeitos do mesmo;

4) Subestima a capacidade e inteligência do seu sucessor legítimo;

5) Jamais faz um elogio público ao seu sucessor legítimo, a não ser quando o fato de elogiar-lhe proporciona frutos para a si mesmo;

6) Nas oportunidades que é necessário valorizar o sucessor legítimo, somente o faz forçado, mas sempre igualando-o a outros, com único objetivo de não caracterizar um destaque pessoal;

7) Geralmente o sucessor legítimo, não lhe agrada para tal função, e a pessoa de sua escolha pessoal, não consegue se tornar consenso e também não representa o ideal;
8) Desautoriza o sucessor legítimo e desmancha suas realizações implementando outras, às vezes sem o conhecimento do sucessor.

Conclusão: Orgulho excessivo. O Pai/Mãe-de-Santo não admite ter que depender da única pessoa, que eles jamais desejariam precisar de alguma coisa. No fundo até reconhecem para si mesmos, a capacidade e dom do seu sucessor legítimo, mas possuem uma inveja incontrolável e o despeito por ser esse o seu sucessor e não o outro de sua preferência.

2. EXEMPLO (Terreiro "Y")
O Pai/Mãe-de-Santo enquadra-se no item "iii - exploração". Conquistou poder, patrimônio, vivendo da religião e não para religião, são orgulhosos e prepotentes e consideram filhos-de-santo apenas instrumentos e escravos a satisfazerem os seus desejos, vontades e quando estes não correspondem mais as suas necessidades, são colocados na geladeira, no guarda-roupa, levados involuntariamente ao ostracismo até se auto-banirem. Pois, os "santinhos" nunca fazem nada, nunca tem culpa de nada, quem os ajuda e os mantém, o fazem porque querem, de vontade própria, eles nunca pediram nada. No entanto, esse tipo de Pai/Mãe-de-Santo sabe cobrar muito bem o valor do que acham que são explorados, sim porque eles é que são explorados, nunca os exploradores.

Geralmente, quando chegam a uma determinada idade começam o discurso de que estão cansados, que se pudessem acabavam com o terreiro, que estão decepcionados com filhos-de-santo, que não possuem mais saúde para continuar, que se filhos-de-santo entendessem o que eles passam, jamais abririam suas casas espirituais e coisas do tipo. Falam da boca para fora, com o intuito de pressionar mais ainda os filhos-de-santo e forçá-los a aumentar as contribuições e ajudas, pobres iludidos que eles fazem exatamente isso, minimizam o sofrimento de seu Pai/Mãe-de-Santo esperando enterrar definitivamente esse discurso de fechar o terreiro.

Como os Pais/Mães-de-Santo fechariam a mina de ouro, que tanto contribui com os seus bolsos e é o único lugar em que construíram seu castelo ilusório de poder?

O sucessor legítimo desse exemplo, não sustenta financeiramente o Pai/Mãe-de-Santo, mal tem para si e os seus, mas também não precisaria. Esse tipo de Pai/Mãe-de-Santo, com relação aos seus herdeiros, quer sempre tê-los na sua dependência, principalmente financeira. E não poderia ser diferente, pois a ação se repete com seus filhos-de-santo, que nesse caso, devem depender pessoal, emocional, espiritual e religiosamente deles.

O sucessor legítimo é um dos médiuns mais antigos da casa, entrou um adolescente e acompanhou o desenvolvimento do terreiro como um dos destaques e braço direito litúrgico e ritualístico do Pai/Mãe-de-Santo.

Alçado a condição de Pai/Mãe-Pequeno(a), foi muitas vezes referenciado como sucessor legítimo. Como o sucessor do exemplo anterior, filho-de-fé e carnal do Pai/Mãe-de-Santo, sempre deseja que o dia da sucessão nunca chegue, pois isso significaria a morte de seu Pai/Mãe.

Com o avançar da idade do dirigente do terreiro, derrepente, o sucessor legítimo, se depara com a decisão tomada pelo Pai/Mãe-de-Santo, que para sucedê-lo o escolhido é seu neto, sobrinho do agora ex-sucessor legítimo. Nesse momento em diante o sucessor legítimo passa a assistir passivamente todo o investimento e pressa do Pai/Mãe-de-Santo em preparar o neto para a sucessão, em detrimento dele. Vale salientar que nesse exemplo o sucessor por direito do Pai/Mãe-de-Santo do terreiro "Y", seu filho carnal, além de cumprir plenamente as regras de 1 a 3, ainda é o primogênito.

Postura do Pai/Mãe-de-Santo:

1) Embora muitas vezes tenha indicado ou feito referência para todos que o primogênito seria, como deve ser, o seu sucessor, nunca o preparou de forma alguma para a sucessão;

2) Sempre nega ao sucessor legítimo autoridade, participação em decisões e direito a palavra.

3) Para os filhos-de-santo, muitas vezes faz piada ou chacota do sucessor legítimo;

4) Maximiza todos os defeitos;

5) Repreende o sucessor legítimo na frente de quem estiver presente;

6) Não dá direitos ao sucessor legítimo, apenas impõem deveres.

Motivo para esse Pai/Mãe-de-Santo preferir outro descendente (no caso do exemplo o neto)?

i) Por reconhecer no neto o seu reflexo, a sua imagem e semelhança, a certeza de se perpetuar, mesmo não estando mais fisicamente aqui. Egocentrismo, orgulho e prepotência de achar representado à altura, já que não poderá ele mesmo manter o poder, conservar e aumentar o patrimônio. Já que é inevitável um dia o desencarne, que tudo fique na mão de alguém que possa dar continuidade ao seu estilo de autoridade, comando, exploração e poder.

ii) Consciência pesada, por algum erro do passado em que o neto, signifique, talvez, a oportunidade de redenção ou de minimização dessa sua culpa. Todo Pai/Mãe-de-Santo desse tipo, têm medo de morrer, pois sabe as sérias cobranças que ocorrerão do outro lado. Há de convir que eles não são e nunca foram ingênuos. Embora aparentem ser cordeiros se revestem apenas da pele destes, para esconder a suas verdadeiras condições de lobos.

Conclusão:
Seja por conta da alínea "i" ou "ii", ou outra possível, quem pagará a conta do orgulho, prepotência e vaidade exarcebada do Pai/Mãe-de-Santo do Terreiro "Y", serão, como sempre, os filhos-de-santo. As coisas continuarão a ocorrer as suas revelias e eles apenas serão, mais uma vez, instrumentos de desejos e vontades que não lhe pertencem, marionetes de títeres exploradores e reféns do despotismo alheio. Ao sucessor legítimo do terreiro resta apenas ver a caravana passar com outro no comando, tendo a certeza que seus anos de dedicação e suor derramado no chão dessa embarcação somente lhe valeram o dever de continuar lavando o barco com seu suor e lágrimas e se abstendo forçosamente ao direito de comandar o leme, fato esse que seria o certo. Aos filhos-de-santo e sucessor legítimo desse exemplo, a saída é rezarem para que o escolhido, tenha personalidade própria, entenda as responsabilidades e deveres que o cargo que ocupará impõem e não repita os erros do seu antecessor.

Infelizmente, exemplos como esses ocorrem, respeitando as diferenças de cada caso, mais do que nós umbandistas gostaríamos que acontecessem.

Parece, que alguns Pais/Mães-de-Santo não conseguem compreender, mais uma vez repetindo, o conjunto de responsabilidades com aqueles que buscam suas orientações e trabalhos espirituais, nem tão pouco os seus deveres como sacerdotes, de uma religião rica em Amor e Sabedoria Cósmico. Mais absurdo ainda são os filhos-de-santo, não despertarem para a universalidade dos conceitos espirituais de nossa religião, os significados evolutivos que ela possui e perceberem as armadilhas que eles mesmos se colocam.

Ah! Você Pai/Mãe-de-Santo, se identificou com esse artigo?
Acha que estou me referindo particularmente a você?
Sim, filho-de-santo, você entendeu que nos exemplos apresentados um deles (terreiro X ou Y) é o seu terreiro, e que o Pai/Mãe-de-Santo exemplificados é o seu?

Que triste essa constatação, muito triste eu fico, pois se isso ocorrer é porque Pais/Mães-de-Santo se reconheceram nos exemplos, sucessores viram o retrato de seus problemas e filhos-de-santo descobriram a prisão em que se enclausuraram.

Coitados, o mito da caverna de Platão explica a atitude dos filhos-de-santo que insistem em ficar aprisionados a esses tipos de grilhões e um bom psiquiatra talvez forneça o diagnóstico correto dos dirigentes e ajudem a solucionar esses conflitos emocionais, afetivos e psíquicos entre Sacerdotes/Sacerdotisas, seus sucessores legítimos e seus filhos-de-santo.

Quanto a Umbanda?
Para sacerdotes e dirigentes sérios e umbandistas conscientes o trabalho é apenas um:
a busca incessante pela evolução planetária!

Texto de Caio de Omulú, 10/12/2007
- Fortaleza, Ceará

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

INFÂNCIA E FAMÍLIA NA VISÃO ESPÍRITA

O cuidado com a saúde mental da criança é tão importante quanto o que devemos ter com a saúde física, pois tem por objetivo preparar e proteger o seu espírito para que se desenvolva e se mantenha em condições sadias e normais, nos planos físico e psico-sócio-espiritual.

Um dos princípios da Declaração dos Direitos da Criança, elaborada em Assembléia Geral das Nações Unidas, diz que: “A criança, para o desabrochar harmonioso de sua personalidade, tem necessidade de amor e de compreensão, dispensados principalmente pelos pais, proporcionando-lhe atmosfera de afeição e segurança”.

O Espiritismo vem ampliar essa orientação com numerosos e bem fundamentados argumentos, conscientizando os pais de suas responsabilidades para com os filhos, especialmente na infância e adolescência, pois muitos seres que nascem em determinados lares são criaturas com as quais foram assumidos compromissos reencarnatórios de reajustes ou resgates.

Daí a profunda necessidade de compreensão dos pais de que a proteção à criança não deve ser feita apenas no campo material (saúde, alimentação, educação, vestuário, habitação etc.), mas que, de igual ou maior importância é a orientação moral e espiritual, dando ao menor o apoio afetivo, a confiança, a compreensão e o equilíbrio emocional, baseados na ternura e na firmeza que só podem ser adquiridos pelo desenvolvimento de um dos mais preciosos sentimentos que enobrecem a alma humana: o amor.

Na criança, as doenças do espírito, isto é, as perturbações em seu desenvolvimento espiritual provocam grande variedade de sofrimentos corporais e psíquicos, tanto nela própria quanto em seus pais, por vê-la sofrer. Existe um processo de identificação dos pais com suas crianças, de forma que os mesmos participam de seus êxitos e fracassos, se aquecem aos reflexos de sua glória e se deprimem com suas derrotas. Vivenciam o sofrimento da criança como se fosse o seu próprio.

Assim, são freqüentes as manifestações de angústia, como birra, inapetência, tiques nervosos, agitações, alterações do sono, cólera, desobediência, medo e até distúrbios orgânicos, como cólica, sudorese noturna, vômito, prisão de ventre, diarréia, suores frios e muitos outros. “Os sofrimentos corporais, de origem psicológica, mostram que o espírito e o corpo estão intimamente unidos um ao outro”, diz o prof. Pedro de Alcântara, e, continua, “para bem assistir o corpo, é preciso bem assistir o espírito e vice-versa”.

A criança, de um modo geral, terá maior serenidade e seu desenvolvimento psicológico será tanto mais equilibrado, quanto menos estiver exposta a sofrimentos desnecessários nos seus primeiros anos de vida e quanto mais adequadamente for sendo habituada aos sofrimentos inevitáveis que a vida irá lhe impor.

Entra aqui o desempenho marcante da família, principalmente dos pais, contribuindo com a sua presença carinhosa para combater a angústia de seus filhos, colaborando para a sua higiene mental, tão importante quanto as suas diversas modalidades de higiene física.

Alertando os pais para que protejam a saúde mental da criança, aqui são mencionadas as principais formas de sofrimento a que ela costuma ser submetida, às vezes inadvertidamente por inexperiência de seus progenitores, que são as seguintes:

Desconforto físico

É determinado por fome, frio, febre, calor, sede, dor, excesso ou escassez de roupas, de luz, de ventilação, de umidade, de ruído, vestuários incômodos (apertados, engomados, muito grandes ou muito pequenos), fraldas molhadas trazendo conseqüências psicológicas tanto mais graves, quanto maior for a ausência dos pais e quanto menor o relacionamento entre pais e filhos.

O espírita deve ser alertado em não desviar excessivamente o seu tempo aos serviços profissionais e trabalhos assistenciais de seus núcleos religiosos, faltando à caridade maior, que, mais do que isso, é o seu dever: proporcionar sua presença amiga à companhia de seus filhos, com quem assumiu compromissos anteriores, com grande responsabilidade no trabalho educacional e afetivo.

Sofrimento reencarnatório

Muitos casos de agressividade e desajustes da criança no lar, de distúrbios orgânicos e psicológicos, são reflexos de problemas e desequilíbrios em reencarnações anteriores, que devem ser encarados com paciência e compreensão.

Diz-nos Emmanuel, em Na Era do Espírito, que: “as criaturas que enganamos no terreno afetivo em outras existências, habitualmente retornam até nós como “filhos-problemas”, reclamando-nos carinho e atenção constantes para o reajuste emocional que demandam; frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje, são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração”.

Mais uma vez, notamos que os pais espíritas são freqüentemente advertidos pelos ensinamentos da própria doutrina, pelas entidades espirituais orientadoras, pelas mensagens dos desencarnados sobre o seu dever, às vezes árduo, difícil, repleto de obstáculos e sacrifícios de prestarem assistência espiritual aos seus filhos, evitando-lhes a carência afetiva e procurando compreender seus problemas reencarnatórios. A omissão dos pais nesse sentido origina sofrimentos dolorosos, atuais ou futuros, e esse tempo perdido só poderá ser recuperado através de trabalhos mais penosos e situações mais difíceis que as de agora, pois a infância é tão rápida que, constantemente, observamos lamentações de desperdício de tempo dos pais que deixaram de prestar a seus filhos o auxílio de que necessitavam nos seus primeiros anos de vida.

Aqui repetimos com o Dr. Freitas Nobre, em seu trabalho Problemas de Delinqüência Juvenil, que “é indispensável à criança a assistência e o carinho do adulto, na ocasião em que a sua personalidade se desponta, com suas recordações atávicas e suas reminiscências, as influências do meio familiar e social, num complexo de elementos atuantes sobre a sua personalidade em formação”.

Os desajustamentos na área da sociabilidade observados nos jovens, refletem, geralmente, a inadeqüação dos padrões educativos e afetivos familiares na primeira infância, principalmente, já que a família é a primeira unidade grupal através da qual a criança é submetida a fatores socialmente determinados pelo grupo social, capaz de influenciar na sua conduta dentro desse grupo.

Distúrbios de comportamento

Diz André Luiz, em Conduta Espírita, que “a orientação da criança é a profilaxia do futuro” e que “educar é sublimar a humanidade”.

Mas, como educá-la e orientá-la se as suas reações reflexas ou voluntárias, adquiridas ou não, são, às vezes, tão contraditórias? Alguns autores, pelos estudos da hipnose e mediunidade, psicologia profunda e neurofisiologia admitem que a alma, tal como o átomo, longe de ser uma estrutura simples, é um sistema dinâmico formado por múltiplos elementos, que, por assim dizer, gravitam em torno de um núcleo central. Daí a necessidade da criança ser um contínuo motivo para estudo cuidadoso e adequado, tal como multiplicidade de fenômenos ambientais e reencarnatórios que podem contribuir para alterar a sua conduta normal, levando-a àquilo que chamamos de distúrbios de conduta ou de comportamento.

Entendemos por conduta normal da criança o conjunto de atitudes que correspondam ao seu grau de desenvolvimento, em coerência com suas condições ambientais de vida. Desde que apresente reações de comportamento não compatíveis com seu ambiente social e faixa etária, pode ser incluída entre as crianças que sofrem distúrbios de conduta.

Dentre os distúrbios de conduta originados por reações emotivas aos fatores ambientais, podemos auxiliar muito o restabelecimento do pequeno paciente procurando corrigir-lhe os erros educativos e as perturbações do equilíbrio familiar, proporcionando-lhe melhores condições sócio-econômicas e espirituais, tentando diminuir os traumas psicológicos a que constantemente está submetido. No Espiritismo, com freqüência, somos solicitados a opinar em casos como esses.

Cabe-nos aqui grande responsabilidade de estudo, de trabalho e, além disso, real conscientização do que seja o nosso dever no desempenho eficiente de orientar e encaminhar a criança, à qual estamos ligados na vida presente por fatores reencarnatórios. Faz-se necessário, portanto, diante desses casos, analisar a sua etiologia, (carência afetiva, carência psico-social, carência sensorial), estudar as suas origens, dentro das quais as mais importantes são as seguintes:

Erros Educativos

Podem ser determinados por:

Técnicas alimentares errôneas (excesso de agrados, ruídos e promessas para a criança comer); ameaças com castigos físicos e agressões, uso abusivo de programas excitantes de televisão, educação sexual errônea ou ausente, assim como o excesso de manifestações afetuosas; atendimento incoerente a todos os caprichos da criança ou atenção deficiente às suas necessidades orgânicas e emocionais.

São problemas relativamente fáceis de serem corrigidos, desde que os pais se conscientizem de sua responsabilidade em mudar de atitudes para com os seus filhos. E quem é perfeito, perguntaríamos? Se estamos em um mundo de expiações e provas é para executarmos tentativas de reforma íntima, de mudanças de conduta interior que venham a nos beneficiar e refletir positivamente sobre nossos filhos e sobre todos os que nos cercam.

Perturbações do equilíbrio familiar

Podem ser causadas por:

Excesso de autoridade ou de indulgência; desigualdades no julgamento dos pais das atitudes da criança;

preferência dos pais por determinado filho; humilhação por tentativas frustradas; exigência de perfeccionismo em seus afazeres; hostilidade, rejeição ou superproteção pelos próprios pais ou avós ou quaisquer familiares etc.

A desarmonia conjugal, as discussões freqüentes em presença da criança e a ausência contínua dos pais no lar levam o filho à carência afetiva, que refletirá sobre ele, mais tarde, sob a forma de distúrbios de conduta de maior ou menor gravidade, que podem aparecer a curto ou longo prazo.

A família pode ser vista como um grupo de personalidades interatuantes que se sustentam e alteram através dessas interações. O “clima emocional” ou “tônica emocional” do lar e o modo como os pais aceitam a criança e agem em relação a ela são fundamentais para seu desenvolvimento psíquico.

Muitas vezes, a criança, dentro do lar, assume o papel de “bode expiatório” da família, o que acarreta um prejuízo ou atraso no seu desenvolvimento. É bastante comum as crianças absorverem toda a tensão e conflitos familiares e terminarem manifestando algum distúrbio somático ou de conduta como forma de expressão sintomática da tensão familiar existente. Outras vezes, as crianças são tomadas, pelos pais, como elo de aproximação entre eles ou como peça na concretização de uma separação, nos casos em que os pais não vivenciam uma relação sadia e harmoniosa, o que logicamente também comprometerá o desenvolvimento emocional da criança.

Criança em idade escolar que não freqüenta a escola, não se alimenta e vive em ambiente anti-higiênico; que convive com marginais e viciados; que se vê desprezada ou rejeitada por motivos raciais, sociais e econômicos, revoltando-se contra a sociedade em que vive, torna-se instrumento fácil da delinqüência infanto-juvenil. Aqui, as atividades assistenciais, educacionais, sanitárias e evangelizadoras, desenvolvidas por núcleos civis e religiosos, podem favorecer bastante a recuperação do menor.

Traumas Psicológicos:
Este é também um problema delicado e de difícil solução. É freqüente em filhos de pais separados, de mães solteiras, pais muito enérgicos ou muito condescendentes, pais ou mães viciados e de má conduta.

Esses problemas precisam ser contornados com muita habilidade para que a criança possa minimizar as conseqüências futuras nos distúrbios de conduta. Recomenda-se a terapia familiar (psicológica e religiosa). Incluem-se aqui, ainda, os traumas produzidos por moléstias graves, acidentes, cirurgias, agressões sexuais etc.

Também neste campo, a orientação espírita mostra a razão de ser das ocorrências atuais, o seu correlacionamento com vidas passadas, auxiliando o preparo psicológico da criança para enfrentar os problemas com menos angústia e agressividade; auxilia os pais a abordá-los com maior compreensão e equilíbrio.

Fatores espirituais

Estes fatores acarretam problemas que podem apresentar, entre outros, alguns dos sintomas já referidos. É muito importante que os espíritas sejam orientados sobre esses assuntos para que não venham a atribuir todos os distúrbios de conduta às causas espirituais, principalmente as mediúnicas e obsessivas, confundindo-as com fenômenos de outra natureza, como a das etiologias citadas, prejudicando ou retardando o tratamento psicoterápico indispensável e adequado, que, quando feito inicialmente, tem muito mais possibilidades de ter êxito.

Por: Walter Oliveira Alves-site: Panorama Espírita
A educação, conforme entende o Espiritismo, é a arte de manejar caracteres, é a formação de hábitos, tendo por base a imortalidade da alma e os ensinos morais de Jesus, e essa educação deve fazer a reforma moral do homem, sua auto-educação, trazendo para o mundo um homem novo, consciente dos seus direitos e deveres.

... A criança é o Espírito que retorna, trazendo necessidades individuais e um programa de vida estabelecido durante sua preparação para reencarnar. Essencialmente, podemos afirmar que o Espírito se prepara tendo em vista suas necessidades básicas evolutivas, levando-se em conta:

- Sua bagagem evolutiva conquistada nos milênios anteriores, até o momento presente;
- O potencial futuro, passível de ser desenvolvido na próxima encarnação, a partir das conquistas atuais;
- Da bagagem do passado, destacam-se as qualidades apreciáveis conquistadas pelo Espírito, bem como os defeitos, erros e viciações amealhadas em seu livre-arbítrio.

Todo o seu passado servirá de base para as conquistas futuras. As conquistas anteriores, as tendências nobres, as qualidades superiores, servirão de ponto de partida para novas conquistas no campo intelectual e afetivo.

Temos, pois, na criança, um Espírito que reencarnou com um programa de vida, elaborado no Mundo Espiritual, que prevê as necessidades básicas evolutivas do reencarnante. É fácil perceber que as necessidades variam imensamente de Espírito para Espírito. Cada espírito, pois, renasce no meio mais propício ao seu desenvolvimento interior, com um programa de vida traçado no Mundo Espiritual.

Por mais fundo tenha entrado nos liames da inferioridade, o Espírito recomeçará daí sua escalada evolutiva. A evolução é determinista. Variam as formas e os meios, mas todos os seres, filhos de Deus, evoluem incessantemente, alguns mais rapidamente, outros muito lentamente, conforme o próprio livre-arbítrio, mas todos caminham para frente e para cima, embora possa parecer aos olhos dos menos avisados que a Humanidade possa regredir.

Amigos imaginários melhoram linguagem da criança.
da Reuters, em Wellington (Nova Zelândia)

Pais, não se preocupem: os amigos imaginários são bons para a capacidade linguística de seus filhos, podendo inclusive melhorar seu rendimento escolar, segundo um estudo neozelandês.

Gabriel Trionfi e Elaine Reese, da Universidade de Otago, investigaram a capacidade linguística de 48 meninos e meninas com cinco anos e meio de idade - 23 deles tinham amigos "invisíveis".

Os pesquisadores concluíram que as crianças que brincavam com esses amigos imaginários tinham habilidades narrativas mais avançadas do que as crianças que não mantinham esse tipo de atividade...

"Como a capacidade das crianças para contar histórias é um forte indicador da sua futura capacidade de leitura, essas diferenças podem ter mesmo repercussões positivas para o desempenho acadêmico das crianças", disse Reese em nota divulgada no site da universidade... Embora não houvesse diferenças significativas em termos de vocabulário, as crianças com amigos imaginários contavam com mais qualidade as histórias fictícias e reais.

"O mais importante é que as crianças com amigos imaginários adequavam suas histórias à tarefa. Para as histórias ficcionais, elas incluíam mais diálogos. Para as histórias realistas, elas forneciam mais informações sobre hora e lugar, em comparação com as crianças sem amigos imaginários", explicou Reese.

"Acreditamos que as crianças com amigos imaginários podem estar obtendo uma prática adicional no ato de contar histórias. Primeiro, podem estar criando histórias com seus amigos imaginários. Segundo, como seus amigos são invisíveis, as crianças podem relatar suas aventuras a adultos interessados", acrescentou.

O estudo foi publicado na mais recente edição da revista Child Development. Notícia publicada na Folha Online, em 12 de agosto de 2009.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta:
Um jornal americano publicou uma matéria que aponta que as crianças de até 7 anos de idade evoluem com ajuda de seus amigos e que alguns dos companheiros mais úteis podem ser os imaginários.

A psicologia do desenvolvimento explica que até essa faixa etária as crianças se encontram na fase mágica, da fantasia, é há procedimentos terapêuticos de algumas linhas psicológicas que se utilizam dessa fase para auxiliar a criança a controlar os esfíncteres, a vencer medos, a ganhar auto-estima e a sentir-se cada vez mais segura e confiante.

O percentual dos casos apurados em todo o mundo revela que o fato é mais comum do que se imagina, ou seja, seu número é muito grande. Principalmente, se a criança não dispõe da companhia de outra criança, dentro de casa, que possa trocar com ela sua realidade.

A dúvida que existe em relação a esse assunto é:os amigos, supostamente imaginários, são frutos da imaginação infantil ou seres reais que os adultos não veem, mas que as crianças veem e que com elas conversam como fazem com os amiguinhos encarnados?

À luz do Espiritismo, temos essa realidade vista pelo lado espiritual. A Doutrina Espírita, segundo os ensinamentos de Kardec, vem nos informar sobre esse processo de intercâmbio da vida espiritual para a vida corpórea mediante a faculdade mediúnica, entre outras, a da vidência.

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, nos itens 100 e 190, detalha sobre a vidência mediúnica, que é assunto pacífico no campo da fenomenologia espírita. A existência da mediunidade de vidência, informam os Espíritos, foi a primeira de todas as faculdades dadas ao homem para se corresponder com o mundo invisível. Em todos os tempos e em todos os povos, as crenças religiosas se estabeleceram sobre revelações de visionários ou médiuns videntes.

Essa faculdade permite que alguns espíritos, desencarnados, se permitam ver em estado de vigília, logicamente, com a permissão da espiritualidade superior.

Assim, alguns se deixam ver e outros não, o que não significa que eles não estejam entre nós; ou seja, desencarnados habitualmente estão entre nós.

O codificador reconheceu que a mediunidade de crianças era muito comum e que não deixava de ser um cuidado da Providencia Divina:

“Ao sair da vida espiritual - explicou Kardec -, os guias da criança acabam de a conduzir ao porto de desembarque para o mundo terreno, como vêm buscá-la em seu retorno. A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja transição muito brusca; depois se apagam pouco a pouco, à medida que a criança cresce e pode agir em virtude de seu livre-arbítrio... Então a deixam às suas próprias forças, desaparecendo aos seus olhos, mas sem perdê-la de vista. ” (Cf. Revista Espírita de 1866, pp. 286 e 287.)

Diante de situações em que não saibamos distinguir o que é fase mágica do que é mediunidade, o melhor a fazer é agir com naturalidade, sem levar a criança a um desenvolvimento precoce e nem supor que pelo fato de serem médiuns naturais terão no futuro missões grandiosas, mas, tão somente, tarefas abençoadas no campo da mediunidade com Jesus.

Vejamos o que nos diz O Livro dos Médiuns, cap. XVII, questão 221, item 6:

”Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?
Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobre excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das consequências morais.”

Até os sete anos de idade, o Espírito da criança encontra-se em fase de adaptação para a nova existência e ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica, fato que lhe permite emancipar-se e, eventualmente, ver vultos desencarnados que lhe faz companhia, o que nos permite deduzir que os amigos imaginários das nossas crianças só o são na aparência. Eles não são imaginários, mas, tão somente, invisíveis. Ninguém, pois, se assuste quando vir que seu filho anda a conversar com “amigos” que ele diz ver e que, no entanto, não vemos. * Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

Para complementar na questão da mediunidade na infância diz no Livro dos Médiuns, cap XVIII:

221/7 Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?
"Não; quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo."

221/8 Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade?
"Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo."

É preciso estudar os sentimentos das crianças e tentar perceber o que elas, muitas vezes, precisam nos falar. Muitas crianças tem vontade de falar o vêem, se vêem; o que sentem, mas os pais não as deixam a vontade porque dizem que tudo é fantasia, produto de suas mentes infantis... Na dúvida, melhor escutar primeiro o que a criança tem para falar antes de advertí-la ou criticá-la.

Caso a criança demonstre ter a medunidade, não se apavorem, mediunidade não é defeito e, se caso, a mediunidade não faça parte da crença dos pais, não tratem essas crianças como doentes mentais, emocionais... Trate-as com a dignidade que mereçam... Elevem seus pensamentos a Jesus e peça que Ele interceda por elas para que elas não sofram e as protejam mais do precoceito dos homens do que da inspiração dos espiritos

DIZ KARDEC...
A educação , convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação(...) "(Livro dos Espíritos - Questão 917)

"Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho(...)"(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIV, item 9)

1. Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S.Mateus, cap. V, v. 8.)

2. Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como
seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade,que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” – E,depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, cap. X, v. 13a 16.)

Do livro – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

Todos nós buscamos o aperfeiçoamento espiritual. Diante da bondade Divina, nos é dado a possibilidade de várias reencarnações como oportunidade de aprendizado.

A pureza do coração infantil reflete a humildade e a simplicidade. Por isso Jesus utiliza-se da criança como símbolo da pureza, mostrando assim que o reino dos céus aguarda os virtuosos, puros de coração, ricos de humildade, de caridade, de amor ao próximo.

Olhamos hoje as crianças através de uma nova perspectiva, não mais como seres ingênuos e pobres de conhecimento.

Ao contrário, como seres com uma grande bagagem espiritual em uma nova roupagem terrena, tendo a oportunidade da renovação espiritual pelo adormecimento das paixões inferiores, enquanto crianças. Nesse período elas revelam as suas tendências, mas com muito amor, dedicação e perseverança, podemos auxiliá-las na sua mudança interior através da educação moral.

Esse é o momento de introduzirmos a doutrina espírita, a educação espiritual como proposta da grande renovação das nossas atitudes, educando assim as crianças no verdadeiro caminho que é a evolução espiritual, com isso ajudaremos a própria sociedade na formação de adultos melhores. Saberão administrar os seus conflitos, buscarão o verdadeiro objetivo da vida que são as alegrias futuras fruto do trabalho árduo no caminho do bem, na prática da caridade, do amor ao próximo, da benevolência, do perdão incondicional.

Vale lembrar que Jesus não disse que o reino dos céus pertence às criancinhas, mas sim “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.”

Aquele que se assemelhar a pureza do coração de uma criança, entrará no reino dos céus, pois na verdade terá substituído o orgulho e o egoísmo, pai dos sentimentos inferiores, pelas virtudes enobrecedoras.

A responsabilidade dos pais é grande, corrigir as más tendências das crianças e dos jovens, através do exemplo de uma conduta de vida reta na moral cristã, denota empenho, perseverança e amor.

Conduto nem todos pensam assim, me surpreende os pais abandonarem prematuramente a responsabilidade assumida, deixando os sentimentos nobres da renuncia, da dedicação, da caridade e do amor em segundo plano vencendo assim os gozos terrenos envolvidos pela luxuria da vida moderna.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 58.

SOMOS TODOS APRENDIZES...

Assim como existe analfabetismo no Brasil, há também muitas pessoas, que espiritualmente, estão cursando a Universidade da Vida. São pessoas que não conseguem distinguir o certo do errado, a virtude do vício, o bem do mal, confundindo-se e comprometendo-se com as Leis...É isso, mais ou menos, o que Richard Simonetti diz... é mais...

...É evidente que cada indivíduo atua no meio social conforme o estágio de evoluçãoque lhe é próprio. Se imaturo, ainda que culto e inteligente, terá dificuldade em ajustar-se a padrões de virtude e discernimento.

Importante considerar, entretanto, que estamos na escola terrestre exatamente para superar nossa ingorância espirtual, nosso atraso moral. Desfrutando os benefícios do esquecimento temporário, que nos permite superar as paixões e fixações que precipitaram nossas quedas em vidas anteriores, podemos, desde que convenientemente preparados, operar nosso ajuste às Leis Divinas.

Sobretudo, é possível exercer benéfica influência em favor dos aprendizes que chegam na Terra pela porta da reencarnação...A Doutrina Espiririta explica que o estágio infantil é extremamente favorável a esse processo. Nessa fase o Espirito é muito sensível às impressões que colhe no contato com os adultos. Um trabalho bem feito, uma orientação saudável, um nível de escolaridade, poderá oferecer-lhe preciosa oportunidade de renovação, o que na idade adulta será muito mais difícil em face da milenar tendência humana de acomodamento às próprias mazelas...

... É bastante ilustrativo que nas mocidades espíritas, em instituições bem orientadas, raros jovens viciam-se E isso não é só no meio espírita não, muitos jovens evangélicos, que tem uma orientação bem feita, raramente tem vícios como do cigarro, do álcool ou se metem nas drogas... . Não que sejam submetidos a rigidas disciplinas , a uma proibição rigorosa.

Simplesmente os moços são esclarecidos, durante anos, desde as aulas de envangelização infantil, sobre o problema, preparando-se, inclusive, para enfrentar as pressões do ambiente escolar, dos clubes socias, das reuniões com os amigos, onde o adolescente adere ao vício simplesmente para não se sentir deslocado, diferente, inseguro...

... Daí a importância da iniciação religiosa em bases de escolaridade, desde a mais tenra infância, a fim de que o Espirito que inicia a romagem terrena seja preparado para a observância das Leis Divinas, aproveitando integralmente as oportunidades de edificação da jornada humana e vivenciando corretamente, na Universidade da Vida, os grandes temas morais, sem fazer confusão...

Richard Simonetti
- A Constiutição Divina.

A EDUCAÇÃO DO ESPIRITO

A educação assume caráter da mais alta importância como mola de todo o progresso humano no debaldar do 3º. Milênio. Mas não nos referimos apenas a educação no seu aspecto intelectual, mas a educação que compreende o homem no seu sentido integral, a educação que atinge o sentimento, que eleva, que aprimora, que auxilia a evolução do espírito. A educação por excelência, é a educação que olha o homem como ser integral, como Espírito eterno, criado para a perfeição, e a Educação do Espírito.

Receber o espírito que retorna, auxiliar na sua preparação interior, auxiliar o despertar de qualidades superiores, acordar em seu intimo os compromissos assumidos no Mundo Espiritual, abrir espaço e colaborar na ação deste Espírito para que ele encontre campo propício para a realização de sua tarefa, é trabalho importante (das instituições religiosas), assim como da família que estuda sobre a espiritualidade.

A criança necessita compreender que é um Espírito reencarnado, filho de Deus, que vem evoluindo milênios afora e que seu destino é a perfeição em mundos mais elevados. Necessita compreender as leis divinas que regem todos os seres, a Lei da Causa e do Efeito que rege nossa existência e nos impulsiona a evoluir, as conseqüências morais de todos os seus atos, bem como compreender que trás compromissos assumidos na Espiritualidade e tem tarefas a cumprir no nosso planeta.
A transformação da humanidade é trabalho educativo, como frisou Kardec, em Obras Póstumas:

“É pela educação, mais do que pela instrução, que se transforma a humanidade”.

“A educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar o caráter como se conhece e de manejar a inteligência, poder-se-á endireitá-los, como se endireitam as plantas jovens.”

Essa educação transforma, regenera, equilibra e conduz o desenvolvimento integral do Espírito, é tarefa de educação com Jesus.

extraído da internet

MELHORANDO NOSSOS ATENDIMENTOS

Pequenas sugestões para melhorar nossos atendimentos mediúnicos


Ter a oportunidade de conversar com uma entidade incorporada em um médium comprometido com a espiritualidade é um privilégio para o consulente, para o médium e até mesmo para o próprio guia. Independentemente da condição em que nos encontramos todos, sem exceção, estamos em evolução e o que diferencia a evolução de cada um são nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, enfim, as atitudes e posturas do nosso cotidiano.

Quando vamos ao terreiro sempre vamos em busca de algo e muitas vezes esquecemos que esse algo não vai vir de fora, não vai cair do céu. Com certeza vai depender do nosso merecimento e do nosso trabalho. Outra coisa comum de se esquecer é que nenhuma situação se forma da noite para o dia.

São longos períodos sem ação e sem reflexão que exigem persistência e equilíbrio para superação das condições adversas. Dificilmente uma situação que demorou muito tempo para se formar se resolverá numa única consulta mediúnica.

Dependendo da ótica que você lê esse texto pode ficar a impressão de passividade e de que sempre estamos errados. Que temos que ter paciência, que temos que ser resignados.

Sim, temos que trabalhar tudo isso, mas se você, assim como eu, prefere ter uma atitude mais participativa, mais ativa, podemos pensar em algumas ideias para melhorar nossos atendimentos com os guias espirituais.

Algumas sugestões:

1) Organize seus pensamentos
– Antes mesmo de chegar ao terreiro vá pensando nas suas prioridades. Durante a abertura dos trabalhos concentre-se e reflita (obviamente em silêncio) sobre o que você almeja e o que realmente você foi fazer lá. Na frente do guia sabemos que muitas vezes dá o “branco” e nem sabemos direito o que falar, mas se já é difícil pra gente imagina para o guia entender o que passa dentro da nossa cabeça tendo ainda o médium como intermediário. Não duvido da capacidade da entidade, porém se podemos facilitar pra quê complicar? Uma boa consulta não é aquela que demora horas e sim aquela que é objetiva.

2) Carregue somente sua cruz
– Estamos sempre pensando nos outros, nos nossos familiares, amigos ou mesmo inimigos. Concentre-se em você. Não, isso não é egoísmo, é um caminho para solução dos problemas, primeiro porque você não interfere no livre arbítrio de terceiros e segundo porque é você quem está lá e não os outros. Sei que pode parecer cruel “deixar de pensar nas pessoas” mas não dá para tirar os outros do buraco se você ainda estiver dentro dele. O máximo que vai acontecer é os outros subirem sobre você para tentarem sair do buraco. De forma prática, acenda somente suas velas, prepare somente seus banhos, faça somente suas orações e trabalhe seu íntimo. Nem precisa dizer que trocar informações sobre sua consulta com o próximo é tão idiota quanto usar a receita médica de outro paciente para curar a sua doença. Não sejamos hipócritas, se um quinto das pessoas realmente pensasse e agisse em prol do próximo nossa a sociedade seria outra.

3) Vista-se adequadamente
– Grande parte da população normal usa trajes de acordo com a situação ou ocasião. No matrimônio utilizam-se roupas de casamento, para nadar utilizam-se trajes de banho e é assim para o trabalho, para dormir, para passear no parque ou praticar esportes. Seguindo o mesmo raciocínio seria natural ir ao templo religioso com roupas adequadas para isso, ou seja, claras e sem decotes. Sim, vivemos num país predominantemente tropical e o calor beira ao absurdo, mas nada impede você de levar uma camiseta branca na sua bolsa ou mala e vesti-la instantes antes do atendimento. Não fique preocupado se essa camiseta extra combina com o restante de seu traje, o atendimento é para o espírito e não para a etiqueta da vestimenta. Terreiro não é passarela ou lugar de “azaração”.

4) Não seja curioso
– Durante o atendimento procure prestar o máximo de atenção no que está sendo dito para você. Não tente escutar conversas de outras consultas e nem fique olhando para o que acontece do lado, mesmo que seja um descarrego daqueles “bem barulhentos”. Quanto mais atenção você prestar no guia que está falando com você mais rápida e eficiente será sua consulta, você terá menos dúvidas e, de quebra, você não leva pra casa carga dos outros consulentes devido ao merecimento por ser xereta.

5) Não fique de sacanagem
– se você não puder fazer os banhos, defumações, oferendas e tudo mais, diga logo ao guia. Ele não vai te bater e nem ficar ofendido. Juntos vocês vão buscar outras alternativas viáveis. Agora se você se comprometeu a fazer o que lhe foi proposto então FAÇA e FAÇA DIREITO. Tudo que lhe é passado para fazer em um atendimento tem um propósito, um objetivo e muito provavelmente tem prazo de validade. Não dá para fazer neste carnaval o que foi pedido na Páscoa do ano passado. Ah, e tem outra… não fazer e falar que fez é tão infantil quanto dizer que estudou pra prova e na hora H ganhar aquele zero. Mais cedo ou mais tarde a verdade aparece e quem sofre as maiores consequências é você e as pessoas que gostam realmente de você.

6) Vibre sempre energias positivas
– O número da sua ficha de atendimento é 80 e ainda estão chamando o número 10? Parabéns! Isso significa que você terá mais tempo para refletir e pensar em como melhorar sua vida rezando num templo religioso! Reclamar, ficar levantando para fazer nada, cochichar e falar sobre futilidades é um grande favor que você faz ao baixo astral. Sim, toda energia trabalhada tem que fluir para algum lugar e graças à lei da afinidade você pode entrar no terreiro com um probleminha e sair com 80 novos problemões. Seja esperto, vibre sempre energias positivas, em silêncio e no seu quadrado.

7) Sua consulta terminou?
Vá embora – Encontros sociais, conversas com parentes, discussões sobre política, religião e futebol ou mesmo matar saudade de conhecidos são coisas para serem feitas em lugares mais apropriados como uma lanchonete, um churrasco de domingo ou mesmo lá na padaria ou no café do supermercado 24 horas.
O baixo astral é persistente e age sempre na sutileza, portanto, quanto menos brechas você der melhor será pra você e para os guias que se esforçaram bastante para buscar soluções no seu atendimento. Faça por merecer!

Procure saber mais a respeito – Há quanto tempo você é assistido num terreiro? Muito? Parabéns de novo!

Ou você está com medo de responsabilidade ou então está acomodado demais esperando os “banhos da semana”. Procure cursos, participe dos grupos de estudos, leia um bom livro, vá estudar! Entendendo mais sobre o assunto aumentam as chances de você fazer mais e melhor. Os problemas não vão acabar mas quanto mais desafios você superar nesta vida mais pleno ficará seu espírito e maior será sua contribuição para a evolução dos seres.

9) Contribua materialmente com seu terreiro
– Todo terreiro usa velas, pembas, ervas e artigos de charutaria. Todo estabelecimento consome água e utiliza energia elétrica. Todo local com muita gente precisa ser limpo também na matéria e para isso são utilizados vassouras, panos e produtos de limpeza. O trabalho espiritual acontece num local físico que precisa ser mantido em ordem para a boa continuidade dos trabalhos. Converse com os responsáveis pelo seu terreiro e veja como você pode contribuir mesmo que esporadicamente. Ao ver uma caixa de doações não finja que não viu. Não importa o valor e sim sua boa vontade e compreensão de que o trabalho espiritual é grandioso e deve alcançar seu irmão, o seu próximo.

10) Não visite
– Se você está procurando um terreiro por curiosidade, pra ver como é ou pra ver “se é bom”, por favor, não perca seu tempo. O trabalho espiritual é voltado para quem realmente precisa, tem fé, acredita, trabalha, tem paciência e a compreensão de que tudo que acontece na vida é por puro merecimento. Quer resultados rápidos, amarrações e garantias? Procure por telefones nos postes da sua cidade, com certeza tem alguém vendendo o que você procura … só não vá falar que isso é Umbanda ou trabalho religioso porque respeito é o mínimo que um ser humano deve ter.

11) Confie em você mesmo e tenha fé
– ninguém é obrigado a ficar em um terreiro onde não se sinta bem, mas ficar indo em vários terreiros ao mesmo tempo é igual a iniciar o tratamento de uma doença em diversos médicos simultaneamente: além de gastar tempo e dinheiro seu corpo sofre com medicamentos diferentes. Terreiro não é hotel cuja classificação se faz por estrelas. É preciso ter fé, acreditar, ser racional e paciente, portanto confie na sua escolha, analise e seja crítico consigo mesmo para não perder o seu tempo, o tempo dos médiuns e o tempo dos guias. Ir em 7 terreiros diferentes na mesma semana significa que você, no mínimo, ocupou o lugar de outros 6 irmãos que precisam de consulta. Não seja egoísta.

Precisamos sair da passividade e assumir uma postura mais centrada e inteligente para fazer da nossa Umbanda uma religião de respeito.

Clareza e verdade é bom pra todo mundo e disciplina, ao contrário do que muita gente pensa, não é escravidão, é liberdade!

extraído da internet

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ENSINAMENTO TÂNTRISMO XAMÂNICO

há um ensinamento do tantrismo xamânico em que a mulher praticante,que deseja recuperar sua saúdemjuventude e longevidade deve evitar relações sexuais ditas normais(que a nosso ver,são anormais) onde há derramamento de sêmen em seu útero,pois nesse caso será contaminada pela energia masculina altamente prejudicial para sua capacidade mágica.

os iniciados no tantra afirmam que é por não compreenderem a função mágica e transcedental do seus uteros e por não se absterem da prática comum do sexo,que as mulheres acabam se desequilibrando e sendo submetidas a homens que por elas não tem nenhum respeito.

Porem, algumas poucas mulheres que atualmente experimentam as praticas do tantrismo brasileiro, recuperam a sua Real Hierarquia Espiritual e se tornam novamente reais representantes do Sagrado Feminino.

São essas mulheres e homens transformados que a partir de 2012,iniciarão as mudanças que culminarão por instaurar uma Nova Era sobre a Terra uma era onde o prazer sexual,será visto como um sagrado meio de auto-aperfeiçoamento e evolução espiritual,diferente do que é praticado pela maioria das pessoas hoje.

fonte:
curso circulo sagrado
- o portal da sabedoria esotérica

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Morte do Ego ou do Senso de Auto-importância

O ego, se o compreendermos como o nosso Senso de Auto-importância, não será dissolvido por qualquer uma das técnicas e disciplinas ensinadas pela maioria das escolas espiritualistas. O ego será dissolvido naturalmente quando colocado diante da amplidão cósmica do Universo, quando confrontado com a magnitude do Mistério Onipresente que nos envolve, quando vislumbramos a totalidade do Nagual (As infinitas dimensões ilimitadas do Cosmos).

Vivemos diariamente como que com a cabeça enterrada na areia, presos a nossos papéis de generais, psicólogos, arquitetos, médicos, professores, etc. Esquecendo-se da fragilidade das condições em que vivemos. Nós a raça humana,, em nosso conjunto, em toda a nossa história, somos um pequeno lampejo de vida, que vibra num átimo de tempo, num minúsculo planeta que flutua como um grão de poeira, orbitando uma estrela anã amarela, nosso sol, no qual orbita nosso diminuto sistema planetário, que orbita num dos braços de nossa galáxia que é apenas uma entre as muitas milhões de infinitas galáxias existentes na vastidão do Universo.

Quando confrontados, com as inúmeras possibilidades de um universo multidimensional, onde como dizia o astrônomo Carl Sagan “existem mundos de gelo, estrelas de diamante, átomos tão grandes quanto sóis e universos menores do que átomos”.

O que podemos dizer diante disso tudo, o que podemos afirmar é que estamos diante de um Mistério, a vida, o mundo e o Universo é um mistério magnifico. Diante dessa magnitude de infinita grandeza, só nos resta nos deslumbramos humilde e reverentemente.

Krisnha, Buda, Lao Tsé, Fo-hi, Joshua Ben Pandira (o Jesus Bíblico), Sócrates, Maomé, nos antecederam e o mundo continuou sua marcha. O mundo não muda, não há o que mudar no mundo, ele é perfeito, assim como o Universo e o homem.

O que mantêm o ego inflado é a ignorância. Quanto mais ignorantes, mais condicionados, mais cheios de si e cheios de Senso de Auto-importância somos. Quando obrigado a levantar a cabeça do monturo de preconceitos culturais e modismos sociais em que nos mantemos e colocado diante do Mistério Insondável e Imensurável que nos cerca o ego dissolve-se naturalmente, adquirindo suas reais proporções. As proporções que lhe são adequadas diante de tamanha grandeza.

O Universo é perfeito, o mundo é perfeito, a natureza é perfeita, o homem é perfeito, com todas as suas aparentes imperfeições.

Onde galáxias chocam-se e desaparecem, mundo onde seres inteligentes desenvolveram consciência e através das eras evoluíram e como muitas outras formas de vida deixaram de existir. Diante do Mistério incomensurável do Universo, nesse mundo de infinitas possibilidades, que mal podemos compreender e muito menos julgar através de nossos padrões morais limitados, o que podemos realmente o que podemos mudar, aperfeiçoar, tornar melhor, o que podemos fazer de realmente significativo diante da realidade avassaladoramente misteriosa que nos envolve?

Qualquer coisa que fizermos não será nada comparado a realidade que nos cerca. Assim a conclusão inteligente e lógica é que o que quer que façamos só poderá ser realmente significativo em relação a nós mesmos. Podemos aproveitar as múltiplas possibilidades que a vida nos oferece transformando-nos no que desejarmos, de acordo com o nosso Poder Pessoal. Essa é nossa última e verdadeira liberdade. Considerando isso, podemos compreender o que dizia Carlos Castañeda ao afirmar que; “A tragédia do homem não é sua condição social, mas a falta de vontade para mudar a si mesmo. É muito fácil desenhar revoluções coletivas, mas mudar a si mesmo genuinamente, acabar com a auto-compaixao, apagar o ego, abandonar o ego e nossos hábitos e caprichos... ah, isso é uma outra coisa! Os bruxos dizem que a verdadeira rebeldia e a única saída do ser humano como especie, é fazer uma revolução contra a sua própria estupidez. Como você compreendeu, esta é uma tarefa solitária. O objetivo dos bruxos é a revolução dos bruxos, o despego irrestrito de nossas possibilidades preconceituais. Eu não tenho conhecido alguém mais revolucionário do que meu mestre (Juan Matus). Ele não estava tentando mudar as tortas por pão, não! Ele foi fundo no assunto. Propôs o salto mortal do pensamente para o desconhecido, a libertação de todas as ataduras. E me mostrou que isso é possível!”.

Esse salto não só é possível como é necessário, pois a Terra é só um grande ninho de girinos, que pensam que atingiram o máximo de sua evolução.
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Nós não somos seres da Terra, da terra são os vermes e as minhocas. Nós somos Seres Luminosos e fomos depositados aqui, nesse ninho que chamamos planeta Terra, pelos nossos Ancestrais Divinos, nossos verdadeiros Pais Espirituais.
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Temos que nascer, crescer, transcender a forma humana, que é uma forma "larvática" que ocupamos no momento e retornarmos ao Grande Oceâno Cósmico do Espaço Sideral, nossa verdadeira morada.
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Algo muito semelhante aquelas tartaruguinhas depositadas na praia, que ao nascer e romper a casca tem ainda que cavar metros e metros, tem que cruzar toda a faixa de areia da praia e finalmente chegar ao mar. Só os que sobreviverem a todo o processo, completam o seu ciclo existencial e se tornam adultos, verdadeiros representantes da espécie, a imagem e semelhança de seus pais.
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Muitos porém ficam brincando, se iludem e perdem tempo as margens do oceâno da vida, pensando que o objetivo da vida é acumular dinheiro, objetos e poder e status social. Nosso problema é o mesmo dos demais seres vivos que ignoram como nós, a condição precária de sua atual fase de existência.

O problema não é morrer, o problema é morrer sem nem mesmo ter nascido totalmente, sem ter completado seu ciclo existêncial.
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Conosco, apesar de nos considerarmos diferentes do reino animal, acontece o mesmo. Apesar disso, a maioria prefere perder tempo e se distrair com bobagens, como se diz; "a vida é curta, não pelo tempo que dura, mas pelo pouco que se vive".
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Jamais esqueçam que o verdadeiro ser humano é aquele que vive em função de elevados ideais e por eles pauta sua vida.


-CIRCULO SAGRADO
O PORTAL DA SABEDORIA ESOTÉRICA

AROMAS,FLUIDOS PLASMADOS

Fluidos plasmados pelos espíritos que atingem o plano fisico... Podendo ser decorrentes a manipulações de fluidos e energia do ambiente ou em alguem , que se usou por parte de um espírito , algum tipo de propriedades de certos elementos plasmados, como velas, flores, graos, agua do mar, incensos, fumos ,etc...

Ou tb podem ser meramente plasmados como formas de aviso, de comunicação e resposta a um pedido, qdo há um significado para quem irá sentir o odor. Se um preto velho quer se fazer sentir presente para alguem, pode plasmar odor de café.. já que este é associado a ele.

Qualquer espírito , desde que saiba executar , pode produzir aromas /cheiros/odores aos sentidos de quem quer que seja. Quem os sente não quer dizer que seja dotado de algum tipo de mediunismo, já que é uma manifestação no plano físico, aos narizes de que estiver no ambiente.

Não é apenas reservado a espíritos bons ... mas aos 'pentelhos astralinos " tb podem sabem e produzem qualquer odor que queiram ...

Todavia , alguns odores podem ser naturais (não intencionais), decorrente da aproximação de algum espírito perturbado que esteja num estado mental (perispiritual) desordenado e preso a algum tipo de estado que pra ele, tem conotação física. Entretanto , estes odores são sempre desagradaveis, pois refletem , por ser tb projeções, mesmo que inconsciente , de seu estado mental.

Qdo somente nós sentimos odores é porque são direcionados intencionalmente apenas para nós. Qdo não sentimos , mas outras pessoas do ambiente sentem, pode ser que estejam sendo manipuladas energias do ambiente para o ambiente e naquele momento não estamos com uma sensibilidade maior para captar os odores.

Odores plasmados , assim como imagens plasmadas , estão tanto para o plano físico , como para o etérico. Ou seja, tem propriedades fisicas, elementos fisicos de manipulaçoes e fluidos materiais e eterios. E esta misturas pode tender mais para um , qto pra outro. Podendo ser mais físico ou não.

Um espírito por exemplo, pode plasmar uma imagem que pode ser visivel a qualquer um em um determiando ambiente. Podendo incluvise se tornar momentaneamente tangível. Ou pode tb se fazer visivel , porém de forma , digamos , mais eteria. E pessoas mais sensiveis que podem perceber a aparição. Ou se tb direcionada para uma única pessoa, ou seja, somente ela verá a imagem. Neste último caso, não se utiliza muitas propriedades densas e materiais, podendo inclusive ser uma projeção mental para uma determinada pessoa, sem passar muito pelo plano físico.

Com os odores , é basicamente o mesmo processo.

A manifestação dos espíritos em nosso plano material , pode se dá de diversas formas e não somente através de capacidades mediunicas. E o que tempos atras foi definido como comunicação/manifestação de efeitos físicos ; tais como odores, sons - pancadas e vozes ouvidas, imagens projetadas, transporte de objetos sólidos, entre outros.

Na Umbanda , essas manifestações são reflexões de manipulações fluidicas dos diversos estados de fluidos que co-existem ao nosso redor, e que não percebemos. E este processo tem várias formas e intensidades em sua manipulação. Que muitas vezes é difcil entendermos , pois vivemos e conhecemos outras propriedades ; a densidade de nosso meio material, densa, grosseira e de dificil transmutação por nós , seres encarnados....

o que para nós , parece algo inexplicavel e fantástico, para os espíritos é como transforma açucar em calda derretida...é simples e natural mediante ao estado e o plano no qual se encontram.

Em suma , tantos os odores que sentimos tão comum entre nós umbandistas, dependem de alguns fatores para serem sentidos, tais como: intensidade e intenções , objetivos e direcionamentos diferentes. Daí resulta que uns podem ver e outros não. Uns podem sentir e outros não. Tudo dependerá dos fatores descritos acima. Aí somente quem está produzindo tais manifestações , pode dizer ao certo sobre a mesma; intenção, objetivo e significado.

Não adianta eu perguntar pra alguem :
"senti cheiro de mel, de rosa, de mirra, quer dizer o que ?
Não temos como saber.
Só mesmo quem foi o responsavel por produzir os odores.
Seria igual a eu tentar decifrar um sonho " sonhei com o mar, quer dizer o que ?"
Não temos como saber !

texto tirado da net,autor desconhecido

MÉDIUNS DE SUSTENTAÇÃO

ALGUNS REQUISITOS IMPORTANTES:

RESPONSABILIDADE
Tanto quanto o médium de incorporação, médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fi m de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não. Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos, o cambono médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.

COMPROMISSO COM A CASA,O GRUPO, OS GUIAS ESPIRITUAIS E OS ASSISTIDOS

O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:

• Com a casa que trabalha:
Conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de segui-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.

• Com o grupo de trabalhadores em que atua:
Evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.

• Com os Guias Espirituais:
Lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.

• Com os assistidos:
Encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.

AUSÊNCIA DE PRECONCEITO
O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc. Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.

O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa.

A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados,como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.

Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.

COERÊNCIA:
Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.
Como vemos , as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.

CONCLUSÃO
Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, a Umbanda, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.

Por Pai Juruá - Trechos retirados do livro:
O ABC do Servidor Umbandista - no prelo
Publicado no Jornal de Umbanda Carismática – JUCA edição XXIV

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O AXÉ ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE

Axé é o fluido cósmico universal.

Tudo tem axé:
os minerais, as matas, as folhas, os frutos, a terra, os rios, os mares, o ar, o fogo.

Todos nós, seres vivos, animamos um corpo físico que é energia condensada, e que também pode ser definido como "uma usina de fluido animal" (um tipo específico de axé), pois estamos em constante metabolismo energético para a sustentação biológica da vida, que é amparada por um emaranhado de órgãos, nervos e músculos, os quais liberam, durante o trabalho de quebra de proteína realizado no interior de suas células, uma substância etéreo-física de que os mentores espirituais se utilizam em forma de ectoplasma.

Durante a manifestação mediúnica no terreiro, são liberadas grandes quantidades de ectoplasma, decorrentes do próprio metabolismo orgânico dos médiuns e da multiplicação celular realizada em nível de plasma sanguíneo (na verdade, uma variedade de axé).
Portanto, estamos sempre produzindo novas matrizes celulares, e a cada sete anos, em média, temos um corpo físico "novo". Nossa fisiologia é sensível à produção de um manancial fluídico consistente e necessário, uma espécie de "combustível" indispensável às curas, desmanchos de magias e outras atividades espirituais que ocorrem nas sessões mediúnicas, inclusive as cirurgias astrais.

Essa força fluídica que em tudo está é da natureza universal, independentemente do nome que queiramos designá-la.
Os orientais a definem como prana.

Numa linguagem mais esotérica, é fruto de variações, no plano etéreo-físico, da energia primordial que sustenta o Cosmo, em maior ou menor nível de condensação, para se manifestar no meio materializado afim. Existe uma natural, permanente e constante permuta de axé entre os planos vibratórios e as dimensões.

Liberam axé processos químicos do tipo:
decomposição orgânica, evaporação, volatização e corrosão de certos elementos.

É possível a liberação de axé do plano físico para o éter espiritual intencionalmente, por meio da queima de ervas e macerações, ou nas oferendas rituais com frutas, perfumes, água, bebidas e folhas.

O axé é importantíssimo para a realização de todos os trabalhos mediúnicos.
Na umbanda, o método de movimentação dessa substância difere dos utilizados em outros cultos aos orixás, já que a mediunidade é sua ferramenta propulsora e condutora.

É por meio da força mental do médium, potencializada pelos espíritos-guias, que são feitos os deslocamentos de axé-fluido-energia.

Os elementos materiais também podem ser utilizados, e então funcionam como potentes condensadores energéticos. Mas não são indispensáveis, pois deve prevalecer o mediunismo, e precisam ser encarados como importantes elementos de apoio, sem que deles criemos uma dependência psicológica ritualística

Entendemos que o equilíbrio na movimentação de axé se deve ao fato de que são utilizadas quantidades precisas e necessárias à caridade, não existindo excesso ou carência.
Sejam os fluidos liberados pelos elementos materiais manipulados, ou pelo axé trazido pelos guias das matas e do plano astral, associado ao fornecido pelos médiuns, não há nenhum excesso. Há de se considerar que uma parcela da assistência é doadora natural de axé positivo, o que se dá em virtude da fé, da veneração e da confiança no congá e nos guias espirituais.

Toda a movimentação de axé é potencializada pelos espíritos que atuam na umbanda, falangeiros dos orixás que têm o poder mental para deslocar o axé relacionado com cada orixá e seu sítio vibracional correspondente na natureza. Todos esses procedimentos de atração e movimentação de axé não são baseados em trocas, obrigações, barganhas, "toma lá da cá", e sim na caridade desinteressada.

Falar em movimentação de axé sem citar exu é como andar de sapatos sem solas: um faz parte do outro. É exu, enquanto vibração, que desloca o axé entre os planos vibratórios; ele é o elemento dinâmico de comunicação dos orixás que se expressa quando o canal mediunidade é ativado.

Como o axé é o sustentáculo da prática litúrgica umbandista, precisa ser regularmente realimentado, pois tudo o que entra sai, o que sobe desce, o que abre fecha, o que vitaliza se desvitaliza, para haver um perfeito equilíbrio magístico entre a dimensão concreta (física) e a rarefeita (espiritual).

Sendo assim, mesmo que não manifestado pelo mecanismo da incorporação, pois existem terreiros que não permitem a manifestação dessa vibratória no psiquismo de seus médiuns, exu é o elo de ligação indispensável no ritual de umbanda. Por isso, não é necessário usar o axé do sangue nos trabalhos, hábito atávico que permanece em outros cultos, os quais respeitamos, sem emitir quaisquer julgamentos, pois não somos juízes de nenhuma religião, embora nossa consciência não aceite a prática de tais atos litúrgicos, mesmo com fins "sagrados".

Na umbanda, o aparelho mediúnico é o meio vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé, retro-alimentando-o. Sendo usina viva de protoplasma sanguíneo (ectoplasma específico gerado a partir do citoplasma das células), a cada batida do seu coração a energia vital circula em sua aura, através do corpo etérico, repercutindo em extratos vibratórios nos corpos mais sutis, e volatilizando no plano astral.

Assim, os espíritos mentores, quais pastores de ovelha tosquiando a lã nas quantidades exatas que se renovarão, apóiam-se nos médiuns que fornecem a energia vital indispensável aos trabalhos caritativos.
Entendemos que o amor dos guias espirituais, enviados dos orixás na prática da caridade umbandista, não combina com a imolação de um animal ou o sacrifício de uma vida para elaboração de uma oferenda votiva com a intenção de estabelecer o intercâmbio com o "divino", objetivando uma troca de axé, ou para atender pedidos pessoais acionados por trabalhos pagos.

Existem espíritos mistificadores, muitos dos quais fazendo-se passar por verdadeiros guias da umbanda, que pedem sacrifícios e comidas, a fim de vampirizar esses fluídos. Estes são dignos de amparo e socorro, que é o que fazem as falanges de umbanda.

fonte: livro Umbanda Pé no chão